O PROJETO HUMANIZA COMO PROPOSTA METODOLÓGICA PARA REFLETIR O PROCESSO DE TRABALHO: UM RELATO DAS EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORES DA UNOCHAPECÓ
Resumo
A Política Nacional de Humanização (PNH) busca garantir os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) durante as práticas de atenção à saúde e gestão, incentivando a comunicação entre gestores, trabalhadores e usuários. A partir dessa política, a Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó (SESAU), em 2017, desenvolveu o projeto “Humaniza” em parceria com as Universidades. O objetivo do projeto é qualificar o processo de trabalho em saúde, na perspectiva da PNH, partindo da realidade da equipe multiprofissional e das necessidades de saúde dos usuários e das ações e serviços ofertados pela SESAU. Este relato objetiva apresentar as experiências de professores da Unochapecó envolvidos na elaboração e na implementação do projeto. O mesmo previu a realização de três oficinas em 14 Centros de Saúde da Família. Cada encontro iniciou com um exercício de escuta, identificando conceitos de humanização, discutindo temas geradores que afetam o mundo do trabalho e a vivência de papeis no processo de humanização. A primeira oficina apresentou a proposta do projeto e buscou sensibilizar para a temática da “humanização”. Utilizou a dança circular com a música “Escravos de Jó”, que possibilitou a reflexão e resgatou as percepções de humanização e o cuidar de si e do outro, bem como vivenciou a harmonia na equipe. Na segunda oficina, foi utilizada a metodologia do “World Coffee”, com intuito de organizar e representar mapas conceituais sobre os sentidos da humanização, a partir dos olhares de valorização dos processos de mudança dos sujeitos na produção de saúde; construção de novas relações entre usuários e trabalhadores; participação dos diferentes sujeitos implicados no processo; produção do cuidado e da atenção ao usuário; exercício de maior autonomia de usuários e profissionais de saúde e trabalho em rede; informações fornecidas e compreendidas e formas de registro. A terceira oficina propõe a contação de um caso e a avaliação final do projeto. Os professores conduziram as atividades de forma dinâmica, atuando como mediadores no processo, percebendo envolvimento dos profissionais e acolhimento da proposta. Foram momentos de reflexão coletiva, (re) elaboração de conceitos e ressignificação das práticas de saúde, bem como o fortalecimento de ações já consolidadas pelas equipes. Dessa forma, considera-se o projeto como um avanço na relação entre as Universidades e o Serviço, propiciando aos professores envolvidos a construção de novos saberes e conhecimentos necessários à prática e modos de fazer saúde mais humanizados.