EDUCAÇÃO PERMANENTE COM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: POSSIBILIDADES DE RESSIGNIFICAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DAS PRÁTICAS

  • Ana Caroline Secco Universidade Federal de Santa Maria
  • Gabriela Clerici Christofari Universidade Federal de Santa Maria
  • Renata Petry Brondani Universidade Federal de Santa Maria
  • Dorian Mônica Arpini Universidade Federal de Santa Maria

Resumo

Resumo: O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um ator muito importante na implementação do Sistema Único de Saúde e no fortalecimento da integração entre os serviços de saúde da atenção primária e a comunidade. É atribuída a ele a função de estabelecer um elo entre a comunidade e os serviços de saúde, sendo esse elo fundamental para a reorientação do modelo de atenção. Além disso, espera-se do ACS que ele possa fazer a articulação e mediação entre os saberes científicos e os populares, com a finalidade de construir projetos de cuidados que atendam as especificidades de um determinado território.  Na perspectiva da atenção primária à saúde, é necessária uma formação mais ampla e que esteja de acordo com o contexto local, possibilitando assim, perfis profissionais que sejam capazes de reconhecer contextos e mobilizar soluções criativas para situações complexas. Nesse cenário, a educação permanente em saúde surge como possibilidade de prática educativa inovadora, pois está ancorada no trabalho e no conhecimento prévio dos trabalhadores, na problematização da realidade, na aprendizagem significativa e na transformação das suas práticas. O presente trabalho objetiva relatar a experiência de um trabalho de educação permanente em saúde realizado com Agentes Comunitários de Saúde. As ações são realizadas por meio de um projeto de extensão vinculado ao Departamento de Psicologia de uma Universidade Federal do Sul do Brasil, com encontros de periodicidade mensal e contam com a participação dos ACS de uma Unidade Básica, localizada na região norte de um município do Rio Grande do Sul. Foi possível perceber nas discussões com o grupo, que alguns saberes e fazeres parecem estar rígidos e cristalizados na compreensão de saúde dos ACS, os quais demonstram uma certa resistência a mudança nos processos de trabalho, com um discurso próximo ao senso comum. No entanto, a proposta do projeto tem buscado incentivar a troca de informações e experiências, através da reflexão e problematização, tanto do saber científico, quanto da prática profissional. Nesse contexto, aproximar a educação da vida cotidiana é consequência de um reconhecimento das potencialidades da educação em trabalho. É reconhecer que o processo de educação vai além da transmissão de conhecimento científico, podendo ser um espaço para se problematizar o fazer saúde e, através disso encontrar estratégias para sua transformação. Além disso, pode-se constatar que os encontros têm o potencial de aliviar angústias e promover saúde aos ACS, uma vez que é possibilitado um espaço de escuta e ampliação das possibilidades de compreensão das problemáticas vivenciadas, além de busca de estratégias e soluções compartilhadas para lidar com estas. Destaca-se, ainda, a importância da integração entre a Universidade, Unidade de Saúde e os ACS, considerando assim a potencialidade desse espaço como produtor de sentidos e de novas formas de perceber e lidar com a realidade.

Biografia do Autor

Ana Caroline Secco, Universidade Federal de Santa Maria
Psicóloga, especialista em Cardiologia, mestranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade de Passo Fundo
Gabriela Clerici Christofari, Universidade Federal de Santa Maria
Psicóloga, Mestranda do Programa de pós-graduação em Psicologia.
Renata Petry Brondani, Universidade Federal de Santa Maria
Psicóloga, Mestranda do Programa de pós-graduação em Psicologia.
Dorian Mônica Arpini, Universidade Federal de Santa Maria
Psicóloga, doutora em Psicologia, Docente do Departamento de Psicologia e do Programa de pós-graduação em Psicologia
Publicado
21-02-2018
Seção
Educação e Formação em Saúde