INSTRUMENTOS DINÂMICOS DE INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE COLETIVA: DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO E VALIDAÇÃO DE TERAPÊUTICA MEDIADA PELA ATIVIDADE CRIADORA

  • Paola Brigida Mocellin UnoChapecó, campus Chapecó
  • Deborah Cristina Amorim UnoChapecó, Campus Chapecó
  • Maira Tellechêa Silva Gapa
  • Murilo Cavagnoli Unochapecó, Campus Chapecó
  • Suéli Gonçalves de Meira Unochapecó, Campus Chapecó
  • Tatiana Borba UnoChapecó, Campus Chapecó

Resumo

Este trabalho apresenta resultados parciais de pesquisa-intervenção, ainda em curso, que objetiva desenvolver e validar instrumentos dinâmicos de intervenção interdisciplinar no contexto da saúde mental, junto a adultos integrados à Rede de Atenção Psicossocial - RAPS. A pesquisa está ancorada em projeto interdisciplinar dos cursos de Psicologia, Enfermagem e Serviço Social da Unochapecó. Sua metodologia é qualitativa cartográfica. Nesta proposta, não se dissociam pesquisar e interver e o pesquisar é pautado pela interação dialógica entre pesquisadores e participantes, voltada a constituição de um plano comum que permite a emergência de modos de subjetivação inéditos. Teoricamente é amparado pela perspectiva esquizoanalítica considerando as demandas da RAPS, investe na atividade criadora, engendrando dispositivo de intervenção grupal voltado às experiências terapêuticas emancipatórias, dedicadas a produção de encontros com potência para promover rupturas frente as identidades consensuais que atravessam a vida do usuário intensivo do Centro de Atenção Psicossocial - CAPS II. Na prática, a intervenção lança mão da fotografia como suporte estético, mobiliza os participantes à construção de máquinas fotográficas pinhole e à produção de imagens. A fotografia, enquanto agregado sensível da a perceber elementos heterogêneos conjugados sobre o recorte proposto pela imagem. Assim torna visíveis tempos e espaços distintos aos que consifguram as referências identitárias imobilizadas. A vivência da pesquisa tem contribuindo com o processo terapêutico por mobilizar práticas coletivas, discursos, afecções e pensamentos emergentes no movimento do próprio grupo. Investir na produção de ficções, visíveis enquanto sensível que não toma o sensível consensual por referência única, permite a desmontagem das hierarquias e a criação de litígios frente às supostas incapacidades do sujeito. A arte, portanto, é dispositivo terapêutico múltiplo que impulsiona reinvenção da vida, mobiliza negociações da experiência singular e coletiva em direção a gênese de novos sentidos, valorizando a capacidade inventiva inerente a qualquer um, mas sentida como ausente no devir do sujeito institucionalizado.

Biografia do Autor

Paola Brigida Mocellin, UnoChapecó, campus Chapecó
Estudande de psicologia
Deborah Cristina Amorim, UnoChapecó, Campus Chapecó
Doutora em Serviço Social
Murilo Cavagnoli, Unochapecó, Campus Chapecó
Mestre em psicologia
Publicado
03-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde