CONSUMO ALIMENTAR DE GESTANTES ADOLESCENTES DAS CINCO REGIÕES DO BRASIL: UMA ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS
Resumo
Objetivo: Avaliar o consumo alimentar de gestantes adolescentes das cinco regiões do Brasil no período de 2015 a 2016. Método: Trata-se de um estudo observacional analítico com delineamento transversal, que utilizou dados secundários de acesso público do SISVAN dos anos de 2015 e 2016. Para obtenção de informações sobre o consumo alimentar das gestantes adolescentes, foi acessado o sítio do SISVAN através do Módulo Gerador de Relatórios do SISVAN Web; posteriormente foi selecionada a opção consumo alimentar, seguida por período, pais, regiões e fase da vida. Os dados foram analisados a partir da estatística descritiva, e os alimentos foram agrupados em indicadores de uma alimentação saudável e não saudável e seu consumo foi relacionado com as recomendações realizadas pelo Ministério da Saúde e expressas no Guia alimentar para a população brasileira. Resultados: Foi possível observar que o consumo de alimentos marcadores de uma alimentação saudável, representados neste estudo pelo consumo de feijão, frutas, legumes e verduras, foi destaque nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, com registro de consumo de feijão de 80% e de 70% para frutas entre as gestantes adolescentes. Para estes marcadores, em ambos os anos, o comportamento de consumo foi semelhante. Para marcadores de uma alimentação não saudável, representado pelo consumo de embutidos, bebidas adoçadas, salgadinhos e doces, o destaque é para bebidas adoçadas, considerando que mais de 70% das gestantes adolescentes referiram o consumo destas bebidas, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, seguido pelo consumo de salgadinhos, que em todas as regiões foi superior a 50% em ambos os anos. Conclusão: Apesar do consumo de alimentos saudáveis ser referido por parcela importante das gestantes adolescentes, é preciso destacar que ele é acompanhado pelo consumo de alimentos ricos em açúcar, gordura e sódio, composição que não contribui positivamente para o processo gestacional, especialmente na adolescência, em que as necessidades nutricionais requerem maior atenção. Destaca-se, ainda, que os resultados foram produzidos a partir da referência de consumo do dia anterior à consulta na atenção básica, representando um consumo atual e não habitual. Além disso, é preciso considerar que o consumo alimentar também é resultado de hábitos regionais, e por isso as estatísticas de consumo entre as regiões podem diferir, embora, de forma geral, os adolescentes brasileiros adotem hábitos alimentares considerados pouco saudáveis.
Publicado
21-03-2018
Seção
Planejamento e Gestão dos Sistemas de Saúde