TRÊS DÉCADAS DE HIV/AIDS NO OESTE CATARINENSE: UMA HISTÓRIA CONTADA EM NÚMEROS

  • Aldair Weber Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Tatiane de Souza Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Gabriela Flores Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Larissa Tombini Universidade Federal da Fronteira Sul

Resumo

Resumo: Objetiva-se com este trabalho descrever e apresentar, em números, as três décadas da epidemia de HIV/aids no Oeste Catarinense. Este é um recorte de estudo quantitativo transversal sobre base de dados secundária (prontuários dos pacientes e registros do serviço), que incluiu pacientes infectados pelo HIV e/ou com diagnóstico de aids registrados e acompanhados pelo Serviço de Assistência Especializada em HIV/aids (SAE) da região oeste catarinense, no período entre 1984 e 2015. O SAE da região do oeste catarinense possui abrangência de 37 municípios, atua com equipe multiprofissional composta por quatorze profissionais. Iniciou suas atividades em 1984, quando no diagnóstico e registro do primeiro caso de aids no estado de Santa Catarina. Desde então, até julho/16 registrou 1679 usuários, organizados em 04 grupos de prontuários: 323 óbitos durante o período; 136 com abandono do acompanhamento; 272 transferência para outro SAE e; 948 atualmente em acompanhamento no serviço. Com população estimada em 205.795 habitantes, o município de Chapecó concentra 59% da população regional e 60,2% dos casos registrados no SAE da região oeste catarinense. 33 dos 37 municípios já registraram casos de HIV/aids. Assim, a região oeste catarinense é referência em desenvolvimento econômico, social e educacional, fomentando forte fluxo migratório. Distante de grandes centros urbanos e metrópoles, a região fortalece-se e inicia um processo próprio de urbanização e concentração de atividades necessárias para sua sobrevivência. A epidemia de HIV intersecciona-se neste processo, mostrando peculiaridades desafiadoras para a saúde pública local e regional, as quais devem ser pesquisadas, analisadas e consideradas na adoção de estratégia para sua estabilização. O estudo e conhecimento do panorama regional da epidemia pelo HIV/aids permite fortalecer ações em saúde pública voltadas à realidade e necessidades locais, observando as características específicas da cultura e dinâmica social da região, possibilitando a abordagem desta temática dentre os mais diversos espaços e sua aproximação com a população para maior conhecimento de causa.

 

Palavras-chave: HIV/aids; Epidemia; Perfil de Saúde.

Publicado
03-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde