O diálogo entre formação e a atuação em saúde e a interdisciplinaridade como produção de novos conhecimentos

  • Kethlin Carraro Momade Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
  • Everton Boff Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
  • Fabíola Inês Salvi Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
  • Luciane Baierle Lorenzatto Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
  • Clodoaldo Antonio de Sá Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
  • Letícia Lima Trindade Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
  • Regina Yoshie Matsue Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Resumo

A questão que emergiu no campo da formação em saúde nas últimas décadas é a necessidade de um diálogo que aproxime conceitos teóricos e metodológicos com os saberes práticos na área da saúde. Assim, em resposta às demandas consideradas contemporâneas, é necessário ações capazes de transformar a realidade. Para que ocorram transformações é necessário aprofundar esses diálogos nas bases de formação dos profissionais de saúde. O objetivo deste resumo é abordar reflexões incitadas através de discussões que ocorreram em uma disciplina do programa de pós-graduação Ciências da Saúde da UNOCHAPECÓ. Método: as discussões foram instigadas através da encenação de uma situação hipotética por meio das metodologias ativas: dramatização e solução de problemas. A situação criada esteve relacionada com as ações da vigilância epidemiológica articulada com a secretaria de saúde, educação e comunidade, num município com grande número de focos do mosquito Aedes Aegypti. Resultados: Constatou-se que atualmente as ações nos serviços de saúde, tanto do setor público quanto privado, permanecem focalizadas no assistencialismo, imbricadas nos processos de cura de doenças. Visto que de um lado há o avanço técnico-científico, de outro a reincidência de doenças e agravos que até então haviam sido consideradas controladas, tais como a sífilis, assim como situações que dependem da conscientização da população para seu controle, exemplo: a proliferação do mosquito Aedes Aegypti transmissor de diversas doenças, dentre elas Dengue, Chikungunya e Zíka. Essa realidade faz refletir sobre o dilema entre promoção de saúde, prevenção de doenças e o assistencialismo, e nas possíveis abordagens que possam sensibilizar a população na prevenção de doenças e na promoção de saúde, não apenas quando estas se revertem em situações emergentes, mas mantendo as boas práticas num ritmo constante de cuidado. O profissional de saúde egresso ao chegar no mercado de trabalho encontra uma realidade já esquematizada e muitas vezes acaba caindo na armadilha de manter apenas os procedimentos que lhe são atribuídos pela sua função, dificultando o diálogo entre os demais campos de atuação. A interdisciplinaridade, nesse sentido, é vista como a produção do conhecimento diferenciada, no encontro entre duas áreas do conhecimento (exemplo enfermagem e educação física) ou mais, visando contribuir para o avanço das fronteiras das ciências e tecnologias através da produção de novos conhecimentos. Objetivando suprir as lacunas existentes no campo de atuação da saúde, fornecendo perspectivas diferentes na resolução de problemas reais e complexos. Conclusão: A interdisciplinaridade propõe aos profissionais de saúde esforços na articulação e diálogo para a construção de novos saberes, um desafio que requer grande abertura por parte de todos os envolvidos, pois essa troca rica enquanto acontece exige sair da zona de conforto, abertura ao desconhecido, preparando-se para divergências de opiniões e interação com os demais profissionais para fomentar a produção de conhecimentos, de novas facetas em resposta às demandas que a realidade vem exigindo.

Palavras-chave: Assistência à saúde; necessidades e demandas dos serviços de saúde; produção de conhecimento.


 

Referências

CAPES, Documento de área, disponível em: <http://www.capes.gov.br/images/stories/

download/avaliacaotrienal/Docs_de_area/Interdisciplinar_doc_area_e_comiss%C3%A3o_ATT27SET.pdf> 2013.

CHOI, B. C. K.; PAK, A. W. P. Multidisciplinarity, interdisciplinarity and transdisciplinarity in health research, services, education and policy: 1. Definitions, objectives, and evidence of effectiveness, Clin Invest Med, v. 29, n. 6, 2006.

Publicado
09-04-2018
Seção
Educação e Formação em Saúde