QUALIDADE DE VIDA EM PESSOAS COM INFECÇÃO PELO HIV QUE REALIZAM TERAPIA ANTIRRETROVIRAL
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade de vida de pessoas com infecção pelo HIV e que realizam terapia antirretroviral da região oeste de Santa Catarina. Estudo com delineamento transversal e abordagem quantitativa. Os participantes foram indivíduos com infecção pelo HIV em um serviço de infectologia da região oeste de Santa Catarina. Os critérios de inclusão utilizados foram: pessoas com idade igual ou superior a 20 anos, realizando terapia antirretroviral, e utilizando este tipo de tratamento há pelo menos três meses. Foram excluídas mulheres em período gravídico-puerperal, uma vez que o tratamento pode ter sido iniciado com o intuito de prevenir a transmissão vertical do HIV. Os participantes foram selecionados por amostragem de conveniência, e a coleta de dados foi realizada no período de agosto a dezembro de 2016. O instrumento utilizado foi a Escala de Avaliação da Qualidade de Vida (WHOQOL-bref), validado para a versão brasileira, que é constituído por 26 questões, as quais atendem os domínios geral, físico, psicológico, de relações sociais e meio ambiente. Os dados foram inseridos no programa Epi-info®, versão 3.5, por meio de dupla digitação independente e os dados foram analisados pelo programa PASW Statistics® 18.0. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa Catarina, sendo devidamente registrado na Plataforma Brasil e recebendo o parecer número 1.647.700, CAEE: 57581516.0.0000.5367. O estudo contou com a participação de 62 pessoas. Segundo a escala de avaliação da qualidade de vida, a população do estudo foi composta principalmente por pessoas do sexo masculino (38); de raça branca (41); com o 1º grau incompleto (20) e que convivem com esposo(a) ou companheiro(a) (36). A análise descritiva dos domínios demonstrou que o domínio geral apresentou média de 14,58 (±3,08), o domínio físico apresentou média de 13,66 (±2,85), o domínio psicológico apresentou média de 14,67 (±2,87), o domínio relações sociais apresentou média de 13,80 (±3,31) e o domínio meio ambiente apresentou média de 13,90 (±2,52).Assim, percebe-se que o domínio físico e das relações sociais apresentaram as menores médias, fator este preocupante, uma vez que as facetas que envolve o domínio físico e o apoio social contribuem para a melhora da adesão à terapia antirretroviral. Desta forma, ao analisar a qualidade de vida em pessoas que realizam tratamento antirretroviral para o HIV, percebe-se a necessidade da realização de intervenções que visem melhorar aspectos dos domínios físico e de relações sociais, os quais apresentaram as menores médias observadas por esta pesquisa.A qualidade de vida é um constructo multidimensional, e sua avaliação permite considerar sobre os efeitos da doençana vida e cotidiano dos indivíduos,subsidiando o planejamento de ações e cuidados que visem melhorar a efetividade do tratamento e direcionar terapêuticas mais satisfatórias as particularidades que esta população demanda.