DEIXANDO DE FUMAR SEM MISTÉRIOS: DESAFIOS DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL NA CONSTRUÇÃO DE GRUPOS
Resumo
Fabiana Kátia Thedesco Jung¹
Fernanda Borgheti²
Raquel Baczinski3
Eixo: Saberes e Práticas de Atenção à Saúde.
O presente resumo se encontra no âmbito de relato de experiência. No Brasil identifica-se o tabagismo como agravante em um contexto geral em saúde. “O tabagismo integra o grupo dos transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substância psicoativa na Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10, 1997)” e é a maior causa isolada evitável de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo. A nicotina presente no cigarro “produz alterações no Sistema Nervoso Central, modificando assim o estado emocional e comportamental dos indivíduos, da mesma forma como ocorre com a cocaína, heroína e álcool.” Tendo em vista, que o fumante entra em contato com milhares de substâncias tóxicas dentre elas substâncias radioativas, cancerígenas e agrotóxicas, portanto o tabagismo está ligado a cerca de cinquenta doenças, muitas delas incapacitantes, irreversíveis e fatais. Os grupos de combate ao tabagismo do município de Bom Jesus do Oeste são desenvolvidos pela estratégia da saúde da família-ESF e Núcleo ampliado de saúde da família-NASF com objetivo de atender aos usuários que buscam parar de fumar. Para o melhor desenvolvimento do trabalho o foco interdisciplinar é necessário. A busca ativa se torna um dos primeiros passos e ocorre através das agentes comunitárias de saúde - ACS, ESF e NASF e a escolas com a finalidade de sensibilizar estas crianças e adolescentes e a transmitir aos seus familiares. No decorrer dos grupos há o suporte dos seguintes profissionais como médico, psicóloga, farmacêutica, educadora física e nutricionista. Os participantes são avaliados pelo médico, por meio da entrevista clínica e o teste de fagerström, para averiguar o grau de dependência e se é necessário utilizar medicação e/ou terapia de reposição de nicotina – TRN. Os grupos possuem o número de encontros pré-definidos, em que, os participantes auxiliam na construção do mesmo. O acolhimento, a escuta, bem como a orientação que é promovida nos grupos tendem a gerar a compreensão da função que o cigarro tem na vida de cada participante. Ao perceber as suas características particulares dentro do contexto do tabagismo, na qual envolve a dependência química e a psicológica, fortalece a proposta de viver sem cigarro. No âmbito da construção dos grupos, emergiu dos participantes a utilização da fitoterapia como suporte principalmente na fase inicial sem o cigarro. Eles, de forma geral, trouxeram sobre a utilização do cravo da índia (Syzygium aromaticum), pau amargo (Picramnia parvifolia), canela em rama (Cinnamomum verum), hortelã (Mentha spicata) entre outras plantas. Na oportunidade, foram orientados sobre a correta utilização destas plantas, em que, juntaram-se os saberes populares e os científicos. Ainda, a orientação e construção dos hábitos saudáveis em atividade física, alimentação e técnicas para lidar a fissura. Sendo assim, o participante constrói várias ferramentas para fortalecer o escopo de ter uma vida sem cigarro e promover hábitos saudáveis que geram prazer e satisfação para sua existência. Logo, a diminuição do tabagismo no município implicando na redução dos riscos à saúde correlacionados ao tabaco.
Referências
BRASIL. Décima Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10 - 1997).
Disponível em: http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/cid10.htm. acesso em: 27/09/2017.