ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS RESIDENTES EM MUNICIPIOS DE SANTA CATARINA: UMA ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS

  • Roberta Lamonatto Taglietti Universidade Comunitária da Região e Chapecó-Unochapecó-Área de Ciências da Saúde-Curso de Nutrição
  • Luiza Helena Tormen Longo Universidade Comunitária da Região de Chapecó-Unochapecó-Área de Ciências da Saúde-Curso de Nutrição
  • Carla Rosane Paz Arruda Teo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Comunitária da Região de Chapecó-Unochapecó
  • Gabrieli Maiara Schaefer Universidade Comunitária da Região de Chapecó-Unochapecó-Área de Ciências da Saúde-Curso de Nutrição
  • Gustavo Luiz Bamberg Universidade Comunitária da Região de Chapecó-Unochapecó-Área de Ciências da Saúde-Curso de Nutrição

Resumo

Objetivo: Identificar o estado nutricional de crianças e adolescente residentes em municípios do Estado do Santa Catarina cadastradas no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) Método: Trata-se de um estudo observacional analítico com delineamento transversal, que utilizou dados secundários de acesso público do SISVAN do ano de 2016. Para obtenção de informações sobre estado nutricional, foi acessado o sítio do SISVAN através do Módulo Gerador de Relatórios do SISVAN Web; posteriormente foi selecionada a opção estado nutricional, seguida por período, estado, município e fase da vida. A fase da vida escolhida foi de zero a 24 meses, sendo a coleta de informações dividida em dois grupos: crianças de zero a seis meses e de seis a 24 meses. O indicador do estado nutricional selecionado foi índice de massa corporal (IMC) para a idade, sendo definidas como risco nutricional as condições de baixo peso e excesso de peso. Foram selecionados para compor a amostra deste estudo os municípios em que havia registro de, no mínimo, 100 avaliações no ano. Com a finalidade de caracterizar os municípios e estabelecer aproximação com o estado nutricional da população estudada, foi coletado o índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM) registrado no atlas do desenvolvimento humano no Brasil. Resultados: Para a faixa etária de zero a seis meses foram selecionados 40 municípios que indicaram uma média de 29,61% das crianças em risco nutricional. Já para crianças de seis a 24 meses, com dados de 98 municípios, a média percentual para risco nutricional foi de 40%. As médias nacionais para risco nutricional de crianças de zero a seis meses e de seis a 24 meses foram, respectivamente, de 34,13% e 46,45%; em Santa Catarina, as médias foram de 28,03% e 38,11% e, na região Sul, de 28,43% e 41,77%. Observa-se que os índices que mais contribuíram para classificação de risco nutricional foram: risco para sobrepeso, sobrepeso e obesidade. Quanto ao IDHM, em ambos os grupos de avaliação, foram classificados entre muito alto e médio. Destaca-se que, dos 13 municípios que apresentaram percentual abaixo de 50% para eutrofia, no grupo de crianças de seis a 24 meses, 11 apresentaram IDHM alto e apenas dois médio; a maioria dos municípios com IDHM muito alto e alto concentraram o percentual de eutrofia entre 60-70%, não se sobressaindo aos municípios com índice inferior. Já no grupo de crianças de zero a seis meses, a maioria dos municípios com IDHM muito alto e alto concentraram o seu percentual de eutrofia entre 70-80%. Conclusão: Conclui-se que crianças de seis a 24 meses estão mais expostas ao risco nutricional, especialmente àquele relacionado com o excesso de peso, o que pode estar associado à introdução de alimentos complementares quanti e qualitativamente inadequados. Quanto ao IDHM, não é possível relacioná-lo de forma descritiva à prevalência de eutrofia nos grupos avaliados, entretanto, as informações obtidas precisam ser exploradas, pois este parece ser um indicador importante para aspectos nutricionais.

Publicado
21-03-2018
Seção
Planejamento e Gestão dos Sistemas de Saúde