PERFIL DE MULHERES QUE TIVERAM FILHOS COM SÍFILIS CONGÊNITA EM CHAPECÓ

  • Louyse Barzotto Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Resumo

Introdução: a sífilis é uma doença infectocontagiosa sistêmica, causada pela bactéria Treponema pallidum, restrita ao ser humano que quando não tratado prematuramente, a doença evolui para um quadro crônico com graves sequelas, as quais podem ser irreversíveis em um longo espaço de tempo. É uma doença reemergente, chamando a atenção para a necessidade de rastreamento para todas as gestantes, durante o pré-natal e tratamento em tempo hábil, com objetivo de conter a infecção congênita. Objetivo: descrever o perfil das mulheres que tiveram filhos com sífilis congênita em Chapecó, no período de 2000 a junho de 2016. Metodologia: foram incluídos no estudo todos os registros constantes no Sistema de Informações de Agravos e Notificação (SINAN-NET), banco de dados de acesso público do Ministério da Saúde, de mulheres com filhos nascidos vivos, diagnosticados com sífilis durante a gestação, parto ou puerpério, no período de 2000 a 2016, em Chapecó-SC, observando as variáveis relativas à idade materna, escolaridade materna, raça, realização de pré-natal e diagnóstico de sífilis materna. Foram seguidos todos os preceitos éticos da Resolução 466/2012. Resultados: no período deste estudo foram registrados 89 casos de sífilis congênita, sendo que o ano com maior incidência foi em 2015 com 44,9% dos casos. A idade das mulheres infectadas variou de 15 a 39 anos, sendo que 56,2% têm entre 20 e 29 anos. Quanto à escolaridade, a maioria (57,3%) tem ensino fundamental incompleto e 84,2% se auto-identificam de cor branca. Foram registrados, também, três casos de mulheres indígenas. Ao observar o número de mulheres que realizaram pré-natal, destaca-se que praticamente todas (89,4%) fizeram o exame, o que também oportunizou o diagnóstico da sífilis materna em 84,7% delas. Por outro lado, um importante número de mulheres (10,6%) não realizou pré-natal. Conclusão: o estudo aponta que esta infecção em mulheres que tiveram filhos com sífilis congênita, em Chapecó, têm aumentado de forma exponencial especialmente a partir de 2013, o que exige dos serviços de saúde, e das próprias mulheres, uma especial atenção para essa enfermidade. Mais da metade das mulheres diagnosticadas possuem ensino fundamental incompleto, e essa baixa escolaridade pode estar relacionada à falta de conhecimento sobre a doença, a necessidade e importância da realização do pré-natal.

 

Biografia do Autor

Louyse Barzotto, Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
Cuso de medicina Unochapecó
Publicado
21-02-2018
Seção
Educação e Formação em Saúde