Prevalência e padrão de consumo de medicamentos sem prescrição médica no município de Maravilha - SC

  • Lucinara Regina Cembranel Universidade Comunitária da Região de Chapecó
  • Vanessa Da Silva Corralo Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ).
  • Everton Boff Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) e Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ).
  • Graciele Vargas Fülber Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC).

Resumo

Objetivou-se neste estudo avaliar a prevalência e padrão de consumo de medicamentos sem prescrição médica no município de Maravilha, Santa Catarina (SC). Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal, de abordagem quantitativa. Foram entrevistados 250 indivíduos, de ambos os sexos, residentes em Maravilha, com idade entre 18 e 70 anos, entre os meses de fevereiro a maio de 2017. As entrevistas foram realizadas individualmente, em sala apropriada de uma farmácia. O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), sendo aprovado pelo protocolo nº 1.577.890. Observou-se um predomínio do sexo feminino (62,8%), casadas (49,6%), com ensino médio completo (57,6%) e com renda mensal entre dois e três salários mínimos. Dos entrevistados, 28,8% consultou pelo menos uma vez no ano e destes, 28,4% foram duas vezes em alguma farmácia (no período dos quatro meses da pesquisa). Os principais motivos que os levaram a essa prática foram dores de cabeça (49,2%), dores musculares (21,2%), gripes/resfriados (10,8%), febre (8,4%) e náuseas/enjoo (6,0%). Além disso, 74% admitiram repetir receitas médicas. Quanto as indicações não médicas, 31,6% seguiam prescrições de farmacêuticos com medicamentos isentos de prescrições (MIP), 21,6% de balconistas de farmácias, 19,2% de familiares, 11,2% de vizinhos e 6,4% por indicação de amigos. Quanto aos grupos de fármacos, os analgésicos foram os mais mencionados (44,4%), seguidos dos anti-inflamatórios (17,2%), antiespasmódicos (6,8%), multivitamínicos (6,8%) e antiácidos (6,4%). Verifica-se que a automedicação é um hábito frequente e comum, onde o predomínio do uso de medicamentos sem prescrição médica apresenta-se elevada e motivada por sintomas considerados pequenos, como, dores de cabeça e dores musculares, fazendo com que a classe dos analgésicos seja o grupo de medicamentos mais utilizado na automedicação. Assim, firma-se a importância do farmacêutico na hora de dispensar um medicamento, pois mesmo os medicamentos isentos de prescrição, não são isentos de riscos, sendo que o farmacêutico tem o dever e capacidade de dar a melhor orientação para o paciente, podendo explicar quais são as interações, posologia, horário e duração do tempo de tratamento, além dos efeitos adversos e riscos de intoxicações, fazendo com que o paciente tenha assim um tratamento de forma segura e efetiva.

Biografia do Autor

Lucinara Regina Cembranel, Universidade Comunitária da Região de Chapecó
Farmacêutica-bioquímica, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Comunitária Regional de Chapecó.
Vanessa Da Silva Corralo, Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ).

Doutora em Bioquímica Toxicológica (UFSM).

Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (UNOCHAPECÓ).

Everton Boff, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) e Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ).

Doutorando em Ciências da Saúde (UNOCHAPECÓ).

Mestre em Ciências Farmacêuticas (UFSM).

Bacharel em Farmácia (UFSM).

Graciele Vargas Fülber, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC).
Acadêmica do Curso de Farmácia (UNOESC).

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Publicado
16-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde