RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE OS BENEFÍCIOS DA TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS EM CRIANÇAS/ADOLESCENTES HOSPITALIZADOS

  • Bruna Ticyane Müller Narzetti Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Joslaine Bicicgo Berlanda Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Samuel Spiegelberg Zuge Universidade do Oeste de Santa Catarina Campus São Miguel do Oeste Universidade do Estado de Santa Catarina Campus Chapecó
  • Crhis Netto de Brum Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó

Resumo

Relato de experiência da coleta de dados de uma pesquisa, em andamento, intitulada: Terapia Assistida por Animais (TAA) como cuidado de enfermagem sobre a melhoria do desempenho funcional de crianças e adolescentes hospitalizados, a qual utiliza-se de um ensaio clínico randomizado com 30 crianças e adolescentes, internados em um hospital da região Oeste de Santa Catarina, para sua realização. A etapa de campo encontra-se em andamento sendo realizada por meio de sessões semanais, a partir de dois grupos, o experimental e o controle, ou seja, tem participantes que recebem TAA e o outro que recebem, apenas, os cuidados rotineiros da unidade. A TAA está sendo realizada com os cães cedidos pelo Corpo de Bombeiros, os quais tem habilidade e treinamento para esta atividade. Para coleta dos dados estão sendo utilizadas as seguintes variáveis de desfecho: pressão arterial sistólica e diastólica; frequência cardíaca e respiratória; e saturação de oxigênio, sendo avaliadas em dois momentos, 15 minutos antes da intervenção e 60 minutos após a primeira avaliação. Também está sendo analisado o comportamento dos participantes, observados durante a intervenção, sendo registrados em fotos e vídeos. Até o momento, foram realizadas sete intervenções com crianças e adolescentes na faixa etária de um a 14 anos de idade, sendo três meninas e quatro meninos, hospitalizados no setor da pediatria. Tais participantes fazem parte do grupo experimental. Em cada sessão, foram realizadas TAA com as crianças e com o cão conforme a possibilidade de cada paciente, por exemplo, para a criança que conseguia deambular foi estipulado um passeio dentro da ala pediátrica. Como se trata de uma pesquisa em andamento, os resultados terapêuticos são parciais.  Contudo, pode-se relatar a mudança de comportamento dos participantes diante da presença do cão, tais como: tornar-se mais comunicativo, minimização da ansiedade, do choro e da tristeza, além disso, vislumbra-se a alegria em encontrar, em um ambiente hospitalar, um cachorro. A presença do animal descontraiu o ambiente, propiciando maior interação do participante da pesquisa com os profissionais e com as demais crianças e/ou adolescentes hospitalizados. Todas as ocasiões foram singulares, porém há um momento relevante a ser mencionado: em uma das coletas de dados, um participante, de um ano de idade, estava sentindo dor, conforme relato da mãe, e chorava a todo tempo; ao adentrar no quarto com a Malu, uma labradora, a criança cessou o choro no momento em que a viu, e todo o momento da intervenção esqueceu o que a estava causando desconforto, interagindo de maneira graciosa com o cão, encantando a todos que ali estavam. Este relato demonstra o quão positiva pode ser a experiência da inserção de animais para crianças e adolescentes em contexto de internação hospitalar, mostrando que a visita dos cães é uma experiência muito prazerosa para os pacientes. O alívio da dor e do desconforto foi outro benefício constatado até então, seja pelo fato de que o animal atuou como estratégia de promoção de saúde para a criança, fazendo-a esquecer da dor, ou simplesmente por aliviar a tensão e a ansiedade.
Publicado
03-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde