IMIGRANTES: A IMPORTÂNCIA DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO TERRITÓRIO

  • Tainá Gabriela Bedin Slevinski Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó
  • Natália Starke Höfs Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó
  • Ana Paula Risson Universidade do Oeste de Santa Catarina - Unoesc
  • Ana Cristina Costa Lima Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó

Resumo

Apresentam-se dados parciais da pesquisa de iniciação científica “Políticas públicas de saúde, marco legal de migrações e a perspectiva de haitianos sobre o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) em Chapecó – SC”, desenvolvida em 2015 e 2016. A questão de partida foi lançada na pesquisa de mestrado “Cartografia da atenção à saúde de imigrantes haitianos residentes em Chapecó-SC”, em que se evidenciou a dificuldade de inclusão plena do usuário imigrante, especificamente de haitianos, diante da imigração de aproximadamente 3.000 haitianos para a cidade de Chapecó em 2015 e 2016. Os agentes comunitários de saúde (ACS) mostram, em vários estudos, disponibilidade de compreensão das questões humanitárias e, assim, surgiu a ideia de acompanhá-los a casas de haitianos para conversar sobre o acesso ao SUS, em especial à Unidade Básica de Saúde (UBS). Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, a partir da estratégia de cartografia, com a seguinte produção de dados: pesquisa documental (na legislação vigente sobre saúde e imigração no Brasil), entrevistas semiestruturadas (com haitianos usuários do SUS) e observação participante (realizada no acompanhamento dos ACS à residência dos haitianos). Ao todo foram realizadas cinco entrevistas em visitas domiciliares. Observaram- se algumas características comuns nestas visitas: os haitianos dividem a residência com outros haitianos, com vistas a reduzir os custos com moradia; há muita criatividade e inventividade, por parte dos haitianos e ACS, para o estabelecimento do diálogo e superação da barreira linguística; todos os haitianos visitados demonstravam vínculos de proximidade com os ACS. As necessidades de saúde apresentadas pelos haitianos (dores osteomusculares, atualização do quadro vacinal, acompanhamento gestacional e de recém-nascido) participantes da pesquisa não diferem das demandas apresentadas por brasileiro nas UBS, no entanto, isso não significa que sua especificidade de condição de vida no Brasil não deva ser observada. No processo de acesso e cuidado à saúde na atenção básica, os ACS mostraram-se implicados com seu trabalho e com a condição de vida dos haitianos no Brasil. O trabalho de acompanhamento dos ACS reforça duas grandes temáticas dentro da área da saúde pública: a importância de atentar-se às especificidades dos usuários (levando em conta sua condição social e de vida) para a garantia de um atendimento realmente integral, como preveem as diretrizes do SUS; e, a importância do ACS no território, considerando-o como um agente que aproxima os demais trabalhadores do SUS e promove o acolhimento dos usuários do território da UBS.

 

Palavras-chave: Imigração; Atenção Básica; Acolhimento;

Biografia do Autor

Tainá Gabriela Bedin Slevinski, Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó
Graduanda em Medicina pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). Integra o Grupo de Pesquisa em Formação e Trabalho em Saúde e é Voluntária no Programa Permanente de Extensão Universitária Atenção e Cuidado à Criança e Adolescente SORRISO PARA A VIDA, ambos da mesma universidade. Faz parte das diretorias das Ligas Acadêmicas Chapecoenses de Oncologia, Emergências Médicas e Pediatria e é membro da Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia .
Publicado
03-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde