HEPATITES B E C NO EXTREMO OESTE CATARINENSE

  • maiane gasperin UNOESC – Universidade do Oeste de Santa Catarina

Resumo

Estudo com objetivo de identificar o perfil epidemiológico de pacientes residentes em 7 municípios do Oeste Catarinense portadores de Hepatite B e C notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período de  2007 a 2015, bem como identificar as estratégias adotadas pelos profissionais para assistência a estes pacientes. Os dados dos pacientes foram coletados no SINAN e, para identificar as estratégias adotadas foram entrevistados 35 profissionais que atendem estes pacientes. Foram analisadas 671 fichas de notificação. Todos os municípios estudados apresentaram casos de hepatites virais. Os pacientes infectados pelo vírus B (HBV) representam 93,3%, o vírus C (HCV) 4,3% e 0,4% possuem os dois tipos de vírus. A idade variou de 1 a 79 anos, sendo de 31 a 50 anos os mais acometidos com 48,7%. Um dado que merece destaque é que 19,2% dos pacientes com HBV tomou a vacina com esquema completo, 12,1% fizeram esquema incompleto e 67,2% não tomou a vacina. Não foi possível identificar a fonte de infecção da patologia em 61,1% das notificações, visto que as mesmas têm essa informação ignorada. Ainda, com os dados obtidos das entrevistas realizadas com os profissionais, observa-se que 54,3% receberam capacitação sobre hepatites virais e 62,9% nunca receberam treinamento sobre notificação dessa doença. As ações feitas na Unidade Básica de Saúde para os pacientes, englobam orientação na hora da consulta em 62,9% dos casos, palestras específicas para 8,6% e 28,6% deles afirmam que não é feita ação nenhuma. Para o encaminhamento e para o atendimento dos pacientes na UBS, 60% dos profissionais referiram que não se baseiam em protocolo, 25,7% se baseiam no protocolo disponibilizado pelo serviço de referência e 11,4% no protocolo do Ministério da Saúde. Ainda, 80% dos profissionais entrevistados reconhecem que existe alguma dificuldade para o manejo destes pacientes, destacando a demora do atendimento na referencia por 28,5% e 17,2% referiram da falta de ter uma contra referencia. Também, 11,4% citam a falta de acesso a medicação e 5,7% referiram a dificuldade na realização dos exames. Em vista disso, para melhorar a assistência de acordo com o perfil encontrado, deve-se intensificar a vacinação da população, incentivar ações de promoção, prevenção realizados pelos profissionais na UBS, sugerir uma educação continuada sobre a patologia, suas particularidades, notificação, bem como, o manejo dos pacientes, tendo o intuito de ampliar atividades de saberes multiprofissionais e multisetoriais (referencia/contra referencia) para garantir um fluxo de cuidado uniformizado, unilateral e integral, buscando reduzir a prevalência e melhorar as práticas de atenção a saúde.

Palavras-chave: Hepatite; Assistência à Saúde; Epidemiologia.

 

Publicado
03-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde