DESENVOLVIMENTO DO PROJETO INTEGRADOR COMO ESTRATÉGIA FORTALECEDORA DA FORMAÇÃO TÉCNICA DE ENFERMAGEM.
Resumo
Descrever a utilização do projeto integrador como estratégia metodológica para fortalecimento do pensamento crítico reflexivo dos discentes do curso técnico de enfermagem (TE). Relato de experiência de natureza descritiva sob a ótica de docentes da unidade curricular de Projeto Integrador (PI) do Curso Técnico de Enfermagem da Faculdade Senac Chapecó no período de agosto a outubro de 2017. O processo de formação dos TE requer profissionais socialmente ativos e profissionalmente críticos, e estratégias metodológicas como o Projeto Integrador (PI), vêm sendo desenvolvidas como forma de aprimorar a formação do TE. O PI organiza-se a partir do conceito de ação-reflexão-ação, no qual se aprende fazendo e analisando o próprio fazer por meio de atividades que buscam articular a realidade do mundo do trabalho, possibilitando aprendizagem significativa, que supera o paradigma tradicional, outrora focado na transmissão de conteúdo e no modelo tecnicista. No referido curso, a unidade curricular do PI organiza-se em 84 horas, que são transversais aos módulos do curso, envolvendo a construção coletiva de saberes e áreas que integram a organização curricular do curso. O plano de curso sugere quatro tema geradores, a saber: Atendimento humanizado na assistência de enfermagem; Comunicação em enfermagem; Promoção da segurança do usuário e do trabalhador; Ações educativas em enfermagem. O PI começa a ser estruturado na reunião de planejamento da turma com o grupo de docentes, com a escolha do tema gerador, tendo como base um dos temas sugeridos no plano de curso e uma problemática local. Para operacionalizar o PI, os discentes são divididas em grupos de trabalho, e a partir do tema gerador, elaboram um sub tema. O PI está estruturado em 3 macro etapas sendo a etapa de problematização, desenvolvimento e por fim, síntese. Atualmente estão sendo desenvolvidos PIs com as temáticas Atendimento humanizado na assistência de enfermagem, onde os trabalhos estão sendo direcionados para a humanização no atendimento de crianças excepcionais, usuários em tratamento oncológico, acompanhantes de pacientes cirúrgicos, e idosos institucionalizados em centros de convivência, tendo como base norteadora a política nacional de humanização. Quanto a temática que envolve ações educativas em enfermagem, estão sendo estruturados trabalhos com abordagem de primeiros socorros nas escolas, educação em saúde para pacientes que utilizam sondas, drenos e curativos, e por fim, capacitação para agente comunitário de saúde sobre diabetes. Quanto a temática de Comunicação em enfermagem, direciona-se estudos para formas de comunicação escrita e oral, tomando por base as prerrogativas do Conselho Federal de Enfermagem, quanto aos registros profissionais. Os técnicos de enfermagem compõem força expressiva de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS) e sua formação precisa ser permeada por princípios éticos, críticos, reflexivos e comprometidos com as diretrizes e princípios do SUS, por consequente refletindo em suas práticas junto aos usuários. Nesse sentido, o PI se caracteriza como espaço para a articulação das competências de enfermagem, permitindo a problematização do mundo do trabalho, o estudo do contexto e a sugestão de melhorias que sejam efetivas, o que gera relação dialógica e aprendizagem coletiva.