PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SEPSE DE ORIGEM COMUNITÁRIA EM UM HOSPITAL PÚBLICO
Resumo
Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico da sepse de origem comunitária em um hospital público do Paraná.
Métodos: Pesquisa de campo, retrospectiva documental, com abordagem quantitativa através dos prontuários de pacientes com sepse internados na UTI adulto de um Hospital Público do Paraná, no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2017. Obteve-se a declaração de permissão para utilização de dados e a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Plataforma Brasil sob o protocolo nº 1.993.266∕2017. Foram inclusos todos os prontuários de pacientes internados na UTI adulto que apresentaram sepse no momento da internação ou desenvolvida após a admissão. Foi realizada uma análise descritiva com apoio do programa Software StatisticalPackageof Social Sciences for Windows (SPSS) versão 20.0.
Resultados: De 1557 (100,0%) prontuários de pacientes avaliados, 1112 (71,4%) desenvolveram sepse. Destes, 554 (49,8%) classificaram-se em sepse de origem comunitária sendo que 345 (62,3%) eram do sexo masculino e 209 (37,7%) eram do sexo feminino, com idade superior a setenta anos (25,8%). Do total de pacientes que desenvolveram sepse comunitária 321 (57,9%) foram a óbito. Em relação ao tempo de internação 240 (43,3%) pacientes permaneceram até sete dias internados. Quanto ao tipo de paciente, 322 (58,1%) eram pacientes clínicos e a fonte de infecção apresentada por 234 (42,2%) deles era pulmonar. No resultado de exame de cultura realizado 355 (64,1%) apresentaram-se negativo. Quanto à classificação da sepse 223(40,3%) desenvolveram choque séptico, 297 (53,6%) sepse e 34 (6,1%) SIRS. O percentual de pacientes que foi a óbito por desenvolver choque séptico é de 190 (85,2%), sepse é de 98 (32,9%) e SIRS 33 (97,0%).
Conclusão: Conclui-se que a sepse está associada com as altas taxas de mortalidade, visto que dos 554 pacientes que desenvolveram sepse comunitária 321 foram a óbito. Além disso, fatores socioeconômicos e culturais têm maiores influências na incidência de infecções no Brasil e a dificuldade encontrada na prática profissional, fatores de risco e medidas de prevenção e controle refletem no grande número de mortes.
Referências
DE SOUSA, A. F. L.et al. Representações sociais da infecção comunitária por profissionais da atenção primária. Acta paul. Enferm. São Paulo, v. 28, n. 5, p. 454-459, 2015.
HENDERSON, K. L. et al. Community-acquired, healthcare-associated and hospital-acquired bloodstream infection definitions in children: a systematic review demonstrating inconsistent criteria. Journalof Hospital Infection, v. 85, n. 2, p. 94-105, 2013.