POLIFARMÁCIA EM PACIENTES COM DOENÇA DE ALZHEIMER: UM PROTOCOLO PARA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Resumo
O presente trabalho teve por objetivo avaliar as principais doenças concomitantes com a Doença de Alzheimer (DA) e discutir possíveis interações entre os medicamentos para a demência e os fármacos com uso simultâneo A discrepância das prescrições para pacientes idosos é considerada um problema de saúde pública, pois aumenta o custo para o sistema de saúde, a morbidade e a mortalidade. Trata-se de um estudo transversal, a amostra foi constituída de 41 idosos com laudo de DA emitido por médico geriatra ou neurologista, que recebem medicamentos para a demência no sistema único de saúde (SUS) de Guarapuava/PR. A coleta dos dados foi realizada a partir de três questionários: Clinical Dementia Rating (CDR), Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e Sociodemográfico – para levantamento das doenças existentes, medicamentos utilizados. As análises estatísticas foram realizadas no programa SPSS, os testes aplicados foram, de qui-quadrado e exato de Fisher, os resultados do estudo, foram apresentados em frequência relativa. O estudo indica que as doenças concomitantes, mais frequentes são: Hipertensão arterial sistêmica, Depressão, Diabetes Mellitus e Hipercolesterolemia. O total de idosos com polifarmácia foi de 95,12% divididos em leve (14,64%), moderada (29,26%) ou grave (51,22%). As classes farmacológicas que obtiveram interações com os fármacos para DA foram os ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos, anti-hipertensivos e antidiabéticos. Um fator importante a ser considerado é a prescrição para este grupo pacientes, pois são influenciadas pela relação de medicamentos disponíveis no SUS, que ainda necessita ser adequada para consumo em idosos.
A avaliação continuada das prescrições é de suma importância, pois a maioria das comorbidades iniciam entre a 4ª e a 5ª décadas de vida, e muitas vezes não são modificadas quando o indivíduo atinge os 60 anos. Um tratamento alternativo foi proposto como opção terapêutica aos medicamentos potencialmente inapropriados (MPI) para pacientes idosos com DA. Para a diminuição destes casos e melhora no quadro clinico dos pacientes é importante que os profissionais conheçam as possíveis consequências do uso destes medicamentos nesta faixa etária, tanto para a identificação, como na não prescrição desses fármacos. Destacamos também a necessidade de existir na Relação Nacional De Medicamentos Essenciais uma lista específica com fármacos mais adequados para uso em idosos, bem como ampliar sua disponibilidade aos usuários do SUS, idosos e com DA.