AVALIAÇÃO DE GLICEMIA EM PACIENTES SOROPOSITIVOS PARA O HIV-1, SUPLEMENTADOS COM VITAMINA D

  • Filomena Marafon Universidade Federal de Santa Catarina
  • Alessandra Paiz Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Beatriz da Silva Rosa Bonadiman Universidade Federal de Santa Maria
  • Aline Mânica Universidade Federal de Santa Maria
  • Celso Spada Universidade Federal de Santa Catarina
  • Margarete Dulce Bagatini Universidade Federal da Fronteira Sul

Resumo

O HIV é um retrovírus que infecta células imunológicas que possuem o receptor CD4+, ocasionando morte e depleção celular. Os pacientes soropositivos para este vírus podem desenvolver a AIDS, que compreende uma doença crônica infectocontagiosa caracterizada por imunossupressão profunda associada ao ressurgimento de infecções oportunistas e tumores malignos, além de alterações metabólicas, perda de peso e degeneração SNC, representando um grave e preocupante problema para a saúde pública. Em relação as alterações metabólicas, estudos têm indicado que indivíduos soropositivos possuem um risco 4% mais elevado de desenvolver diabetes em relação a indivíduos soronegativos. Atualmente o tratamento para AIDS busca controlar a entrada e a replicação viral, associado a uma terapia de suporte no surgimento de doenças oportunistas, desta forma inúmeros compostos com potencial imunomodulador buscam a melhora na qualidade de vida do paciente soropositivo, nesse contexto cita-se a vitamina D. A vitamina D é um pré-hormônio esteroide fundamental para regulação da fisiologia osteomineral, outras funções deste micronutriente indicam a modulação do sistema imune e atuação no aumento da síntese e secreção de insulina. Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo a avaliação da glicemia em pacientes suplementados com vitamina D. Conduziu-se um estudo de intervenção com 11 pacientes soropositivos para o HIV que se encontravam privados de liberdade em unidades prisionais do oeste catarinense, e 11 indivíduos soronegativos recrutados no complexo prisional para constituição do grupo controle. Para avaliação da glicemia utilizou-se a metodologia enzimática-colorimétrica, conforme orientações do fabricante do kit comercial, e procedeu-se a leitura das amostra em espectrofotômetro a 505nm, nos tempos 0 e 60 dias após a suplementação vitamínica. Os resultados foram analisados estatisticamente no Programa SPSS© e expressos em média e desvio padrão, a normalidade foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk e as médias das diferenças dos grupos foram avaliadas pelo teste de Wilcoxon para amostras não paramétricas. Verificou-se uma diminuição das concentrações de glicemia no grupo teste de 96,66±8,43mg/dL para 85,57±11,73mg/dL, e no grupo controle de 97,66±20,4mg/dL para 81,77±12,34mg/dL. A avaliação da média das diferenças entre os grupos indicou um significância com valores de p= 0,002 para o grupo controle e p=0,014 para o grupo teste. Os resultados de diminuição das concentrações de glicemia após suplementação com vitamina D em ambos os grupos corroboram com os descritos da literatura, que indicam que está vitamina está associada ao aumento das concentrações plasmáticas de insulina e consequentemente diminuição da glicose circulante. A partir desses resultados indica-se que a vitamina D possui potencial atuante nas concentrações glicêmicas, podendo estar associado a uma melhora da qualidade de vida dos pacientes e consequentemente ocasiona uma melhora para a saúde pública e coletiva no âmbito prisional.
Publicado
20-02-2018
Seção
Educação e Formação em Saúde