TENDÊNCIA DOS ÓBITOS POR SUICÍDIO EM SANTA CATARINA: UM ALERTA À SAÚDE PÚBLICA
Resumo
Objetivo: Este trabalho objetiva analisar a tendência dos óbitos por suicídio entre 2006 e 2016 no Estado de Santa Catarina, segundo período e sexo. Metodologia: Corresponde a um estudo descritivo com construção de série histórica a partir de dados de mortalidade por suicídio (CID-10 códigos X60 a X84 e Y87) do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, e de contagem e estimativa populacionais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, compondo taxa de incidência. Empregou-se modelo de regressão de Poisson na análise de tendências temporais através do software Stata®, versão 11.0, considerando-se estatisticamente significativas p-valor<0,05. Resultados: Os resultados apontam para tendência linear de crescimento da taxa de incidência de óbitos por suicídio no período estudado, com acréscimo médio de 2,9% ao ano. A variação anual mostrou-se significativa para todos os anos, com aumento de 51% em 2016 comparado a 2006, passando por queda de 5% entre 2010 e 2011. Houve maior incidência de suicídio no sexo masculino em todos os anos, entretanto, apesar da tendência de crescimento linear no período para os dois sexos, esta foi mais evidente no sexo feminino, com crescimento médio de 5,2% ao ano e significativa oscilação anual entre 2010 e 2016. Para o sexo masculino, houve crescimento médio de 2,2% ao ano, mais elevado entre 2014 e 2015 (15%). Houve variação sazonal nos casos ao longo do período, com crescimento em dezembro e janeiro e queda em junho e julho. Conclusões: Conclui-se que a tendência de óbitos por suicídio em Santa Catarina é de crescimento, principalmente para o sexo feminino. Alerta-se para a necessidade de discussão do suicídio como problema de saúde pública e do planejamento e execução de ações voltadas à sua prevenção considerando-se o perfil apresentado, em especial nos meses de maior ocorrência.
Palavras-chave: Suicídio; Política de Saúde; Planejamento em Saúde.