CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS SOBRE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ESTRATEGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

  • Cristina Carvalho Oliveira Faculdade Montes Belos-FMB

Resumo

Objetivos: Analisar o conhecimento dos enfermeiros sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) enquanto instrumento de organização do trabalho e qualificação da assistência de Enfermagem na Saúde da Família; identificar as dificuldades encontradas para a efetivação da Sistematização da Assistência de Enfermagem na Saúde da Família. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, realizado nos municípios de São Luís de Montes Belos (SLMB e Itaberaí. A população foi composta de 16 enfermeiros, 7 de SLMB (87,5% dos enfermeiros que atuam na ESF em SLMB)  e 9 em Itaberaí (100% dos enfermeiros que atuam nas ESFs). A coleta de dados foi realizada em outubro de 2016, por meio da aplicação de um questionário estruturado. O estudo recebeu parecer favorável em Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade União de Goyazes (Protocolo 063/2016-2). Resultado: No município de São Luís de Montes Belos 72% não utiliza nenhuma das taxonomias (NANDA/CIPE), 14% utiliza a NANDA e 14% utiliza a CIPE. No município e Itaberaí-GO 67% não utiliza nenhuma das taxonomias supracitadas, 22% faz uso da NANDA e 11% não respondeu à pergunta. As dificuldades encontradas foram: Desvalorização profissional (56%) Itaberaí e (43%) SLMB e; Descontinuidade do trabalho (57%) SLMB e (44%) Itaberaí; Burocracia (57%) SLMB e (22%) Itaberaí; Falta de capacitação (90%) SLMB e (84%) Itaberaí; Condição inadequada do serviço (44%) Itaberaí e (29%) SLMB; Complexidade na formulação do diagnóstico (29%) SLMB e (22%) Itaberaí; Sobrecarga elevada (86%) SLMB e (70%) Itaberaí; Quantidade de usuários os (90%) Itaberaí e (71%) SLMB. Conclusão: A maioria dos enfermeiros não tinha conhecimento sobre a SAE no que tange ao processo de enfermagem e não utilizavam em sua prática. Os enfermeiros justificaram diversas razões para não trabalharem com a SAE, dentre elas, falta de capacitação, sobrecarga dentro ESF e questões burocráticas. Existe a necessidade de maiores debates e incentivos no meio assistencial, gestão e o ensino, como sugere a Política Nacional de Educação Permanente, para o desenvolvimento de aspectos primordiais na qualificação da assistência em saúde, especialmente no âmbito da Atenção Básica, como a SAE.

Palavras-chave: Conhecimento. Enfermeiros. Sistematização da Assistência de Enfermagem. Estratégia Saúde da Família.  

Biografia do Autor

Cristina Carvalho Oliveira, Faculdade Montes Belos-FMB
Enfermeira, Especialista em Saúde Pública e Estratégia Saúde da Familia . Atualmente docente dos departamentos de Enfermagem, Fisioterapia, Farmácia e nutrição da Faculdade Montes Belos.Atuou como Perceptora do Hospital Santa Gemma em Firminópolis e do Hospital Municipal Dr. Geraldo Landó de São Luis de Montes Belos,como enfermeira da atenção Básica de Cachoeira de Goiás e professora do Colégio Montes Belos.Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Sistematização Assistência em Enfermagem e Saúde Pública, atuando principalmente nos seguintes temas: assistência de enfermagem, promoção, prevenção e recuperação do individuo, da família e da comunidade.

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Publicado
23-02-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde