A FORMAÇÃO CRÍTICA DO PROFISSIONAL DE SAÚDE: IMPASSES E DESAFIOS

  • Yaná Tomasi UFSC
  • Vanessa Baldez do Canto UFSC
  • Danúbia Hillesheim UFSC

Resumo

Almeja-se apresentar os principais impasses e desafios a serem superados na formação do profissional de saúde no âmbito do ensino superior no Brasil, além de discutir a formação para atuação destes no Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de um ensaio teórico que visa discutir concepções recentes sobre o tema, trazendo também reflexos de experiências vivenciadas pelas autoras. Observa-se uma mudança radical nas últimas décadas para conjuntura contemporânea mutante, que rompe limites e barreiras, centrada na tecnologia e em novas formas de organizar conhecimentos e saberes, a qual tem afetado profundamente os espaços de formação, principalmente no campo da saúde. Vê-se hoje como responsabilidade do setor educacional ministrar e reconhecer habilitações, no entanto, observa-se cada vez mais a formação destes profissionais em descompasso com as necessidades do setor saúde, com ações centradas no paradigma biologicista, podendo ser observada a ausência/insuficiência de uma formação crítica e reflexiva que possibilitem reconfigurar a saúde em sua concepção mais ampla. A atuação do profissional de saúde pautada pelo paradigma biomédico nunca esteve tão forte e presente, pois ao invés de ver a doença como uma característica do individuo, os profissionais costumam reduzir o indivíduo a esta característica. Com isso, reflete-se: esta atuação seria um reflexo da formação deste profissional? O cuidar, respeitar e acolher são dimensões da integralidade em saúde, que deve permear as práticas dos profissionais. Dentre as demandas e desafios do SUS, observa-se um perfil predominante do egresso do ensino superior em Saúde no Brasil pouco comprometido com os aspectos políticos e sociais da saúde. O desafio se coloca como pergunta: como formar profissionais de saúde críticos e comprometidos? Profissionais que não coloquem a doença e/ou procedimento como elemento principal do cuidado. A superação de tais empasses passa pela compreensão da prática pedagógica como parte de um processo social. É preciso colocar cada indivíduo como protagonista no seu processo de ensino-aprendizagem, buscando o exercício de autonomia e de crítica, indo além da exposição ao aluno do conteúdo da prática. O centro do aprendizado deve extrapolar o saber científico e prático, requer ação cooperativa, humanizada, postura ativa, crítica e reflexiva e abertura para a superação de limites. No campo da formação, a construção de um processo educacional que permita a articulação com as necessidades da sociedade apresenta-se como estratégia eficaz para o desenvolvimento econômico, social e cultural desta sociedade, assim como, possibilita ao indivíduo sua participação consciente e crítica no mundo do trabalho, formando pessoas conscientes de seu papel social, com percepção macro dos problemas para atuar sobre o campo da saúde.

Referências

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Publicado
20-02-2018
Seção
Educação e Formação em Saúde