HIPERTENSÃO ARTERIAL E SUA ASSOCIAÇÃO COM ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS EM DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS

  • Alana Cristina Ferreira Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó
  • Julia Vicenzi Carminatti Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó
  • Marines Bertolo Peres Hospital Regional São Paulo - Xanxerê e Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó

Resumo

Objetivos: Identificar associação entre a idade e o consequente aumento das medidas antropométricas – circunferência abdominal (CA) e índice de massa corporal (IMC) – com a pressão arterial sistêmica elevada, em indivíduos de diferentes faixas etárias, indicadores que desempenham um papel fundamental na prática de atenção à saúde do ser humano. Metodologia: A pesquisa, a qual abrange conceitos norteadores do cuidado junto à população, foi realizada a partir de um banco de dados de exames admissionais (n= 542 prontuários) de funcionários das Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC – Florianópolis), coletados no período de janeiro a dezembro de 2016, contendo medidas de peso, altura, CA e pressão arterial. Os dados foram analisados através do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS vs. 19.0). Optou-se pela divisão da amostragem total em dois grupos (G1 vs. G2) por meio da mediana da idade dos indivíduos: G1 ≤ 43,7 anos (n=271) e G2 > 43,7 anos (n=271). Resultados: Dentre os prontuários analisados, o grupo que apresentou maiores índices de CA (55,4%), fora dos padrões admitidos, refere-se àquele de maior faixa etária. A média da CA de G1 foi de 89,7 cm, sendo que a CA mínima foi 60 cm e a máxima 135 cm. Já a média da CA de G2 foi de 95,5 cm, sendo que a CA mínima foi 67 cm e a máxima 135 cm. Como os sujeitos da amostra não tiveram sua identidade nem mesmo o sexo revelado, não foi possível seguir as normas da OMS (2009/2010) quanto a classificação da CA entre homens e mulheres. Foi usado o critério de que aquele percentual que estiver acima de 94 cm, necessariamente, estará fora dos padrões independentemente do sexo. Dentre os prontuários analisados, o grupo 2 apresentou 16,6% mais casos de IMC maior ou igual a 25 kg/m² (indicador de sobrepeso), se comparado a amostra do grupo 1. A média da pressão arterial sistólica (PAS) de G1 foi de 114,8 mmHg, sendo que a PAS mínima foi de 70 mmHg e a máxima 170 mmHg. A média da pressão arterial diastólica (PAD) de G1 foi de 76,7 mmHg, sendo que a PAD mínima foi de 50 mmHg e a máxima 130 mmHg. A média da PAS de G2 foi de 120,8 mmHg, sendo que a PAS mínima foi de 70 mmHg e a máxima 190 mmHg. A média da PAD de G2 foi de 79,9 mmHg, sendo que a PAD mínima foi de 50 mmHg e a máxima 110 mmHg. Dentre os prontuários analisados, o grupo que apresentou maiores índices de PAD (73,6%) e PAS (68,8%) fora dos padrões admitidos refere-se àquele de maior faixa etária (G2). Já o grupo de menor idade (G1) possui valores mais adequados de PAS e PAD e, consequentemente, menores riscos de alteração metabólica. Conclusão: Os resultados do presente estudo apresentam saberes a respeito das políticas públicas de saúde e corroboraram achados reportados na literatura vigente: evidências de que índices antropométricos (CA e IMC) e a pressão arterial sistêmica aumentam concomitantemente com o aumento da idade.

 

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Publicado
23-02-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde