RODA DE CONVERSA COMO ESPAÇO PROMOTOR DA SAÚDE ENTRE MULHERES NO PERÍODO PUERPERAL
Resumo
O objetivo desse resumo é relatar a experiência da realização de uma roda de conversa com mulheres no período puerperal. Desenvolvido durante atividades teórico práticas do componente curricular O Cuidado no Processo de Viver Humano II, da sétima fase do curso de Enfermagem, no primeiro semestre de 2017, em uma unidade básica de saúde do município de Chapecó-SC, com cinco mulheres. Entende-se por Roda de Conversa um espaço para compartilhar, discutir, refletir práticas e conhecimentos a fim de potencializar o empoderamento dos sujeitos e o cuidado de si. A realização da atividade foi solicitada pelas puérperas que, durante o período gestacional participaram do grupo de gestantes, desenvolvido na mesma unidade. Inicialmente foi feito o convite a todas as puérperas do grupo por meio de mensagem via grupo de whatsapp e envio de convite impresso pelas agentes comunitárias de saúde. A atividade foi conduzida pela enfermeira da unidade de saúde em conjunto com as acadêmicas e a professora do componente. Por ser o primeiro encontro após o parto, optou-se por abrir um espaço de relato e troca de experiências entre as participantes com relação as suas expectativas ao momento do parto e nascimento e adaptação a nova fase da vida, deixando-as livres para expor suas vivências, sentimentos, frustações e alegrias. O momento remeteu estas mulheres/mães a reviver situações vivenciadas por elas durante toda a gestação e, em algumas vezes, frustações relacionadas a expectativas em relação ao momento do parto. A idealização do parto natural sonhado e esperado durante a gestação não ocorreu, ou, não da maneira como elas esperavam. Muitos ressentimentos relacionados ao momento do parto devido à perda da autonomia, quando foram submetidas a procedimentos desnecessários impostos pelos profissionais que as atenderam, sendo este o fator que mais causou frustração e sofrimento, segundo relato das mães. Dessa maneira, percebe-se que, mesmo as políticas preconizando práticas de atenção humanizada à mulher, e o respeito aos seus direitos como usuária do SUS, torna-se necessário que os profissionais respeitem essas mulheres, sejam empáticos e realizem os atendimentos de forma humanizada. Algumas participantes também relataram novas dúvidas em relação aos cuidados com o recém-nascido, amamentação e adaptação a nova rotina de cuidados. A roda de conversa possibilitou as acadêmicas uma experiência enriquecedora, em que identificou-se a necessidade e a importância de realizar atividades simples como estas, porém esclarecedoras e de grande valia e ajuda para as participantes. O estar junto entre pares que perpassaram pelas mesmas experiências possibilitou a estas mães fortalecerem-se para desenvolver o cuidado de si e de seus filhos. Vislumbra-se a necessidade da manutenção destes espaços de troca, mesmo após o período do puerpério, podendo ser por meio de rodas de conversa, com vistas a conhecer a realidade vivida e perceber as dificuldades e/ou facilidades encontradas. Sugere-se ainda a necessidade de envolver outros membros da família, filhos, maridos, que compartilham o cuidado da criança, para, a partir dos relatos, construir estratégias que possam contribuir para o cuidado e promoção da saúde destas famílias.
Publicado
20-02-2018
Seção
Educação e Formação em Saúde