CARACTERIZAÇÃO DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
Resumo
Objetivou-se caracterizar o perfil dos recém-nascidos prematuros internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTIN) no município do oeste catarinense. Trata-se de um estudo transversal quantitativo, realizado no período de janeiro a outubro de 2017 em um hospital referência para internamentos na UTIN pelo Sistema Único de Saúde (SUS) localizado em Chapecó-SC. O estudo foi realizado a partir de um questionário semiestruturado com puérperas que tiverem seus filhos nascidos prematuramente e internados nessa unidade, segundo as variáveis peso ao nascer, apgar no primeiro e no quinto minuto de vida, idade gestacional e tipo de parto. Conforme as diretrizes nacionais para a pesquisa envolvendo seres humanos, o o protocolo foi submetido para apreciação ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal da Fronteira Sul sendo aprovado com o parecer nº 2.157.125. Foram identificados 61 neonatos prematuros internados no período, pesando em média 1,952 kg. Destes, 8,1% (n=5) eram prematuros extremos com idade gestacional inferior a 28 semanas de gestação, 26,2% (n=16) prematuridade acentuada com idade gestacional entre 28 a 31 semanas de gestação e 65,5% (n=40) prematuridade moderada (entre 32 e 36 semanas de gestação). A média do apgar foi de 07 e 08 no primeiro minuto de vida e no quinto, respectivamente. Em relação a via de nascimento, 22,9% (n=14) foram parto normal e 77,0% dos nascimentos foram cirúrgicos. Conclui-se que o número elevado de nascimentos prematuros constitui um importante problema de saúde pública, uma vez que a prematuridade está presente em mais da metade dos óbitos infantis. Isto poderia ser evitado por uma boa assistência ao pré-natal e ao parto, acesso da mãe à informação e controle social dos serviços públicos. A criança que nasce antes de completar as 40 semanas de gestação requer cuidados especiais devido a sua imaturidade orgânica. Conhecer o perfil e as características desses nascimentos consiste em um dos esforços da Política Nacional de Humanização do Nascimento (PHPN) instituída no país que visa acompanhar o desenvolvimento desses recém-nascidos a fim de evitar agravos nesta população. Ainda, pode fornecer subsídios ao inserir novas condutas e rotinas no atendimento à mulher na busca pela redução de gastos públicos ao prevenir/evitar esse tipo de internação. Por fim, é possível tentar diminuir o sofrimento que a separação causa nessas famílias e nessas crianças devido à prematuridade.
Publicado
23-02-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde