PERCEPÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS DOS AGENTES DE COMBATE A ENDEMIAS DE CHAPECÓ

  • Gabriela Federizzi Vedana Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
  • Amanda Alberici Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
  • Maria Assunta Busato Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Resumo

Resumo: Este estudo tem como objetivo identificar, a partir da percepção de Agentes de Combate a Endemias de Chapecó (ACE), os fatores de risco à saúde aos quais estão expostos durante sua atuação. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional de delineamento descritivo. A pesquisa foi feita através da aplicação de questionário semiestruturado com participação de todos os ACE atuantes no município, em agosto de 2017. Os dados qualitativos foram agrupados segundo as frequências e as variáveis quantitativas, a partir de estatística descritiva de frequência, absoluta e percentual. Resultados: Participaram 55 ACE de Chapecó sendo que, a maioria (29%) consideraram seu trabalho razoavelmente seguro e 23,6% não consideram a profissão como ACE segura. Desses, 69,3% afirmam que a sensação de insegurança no trabalho se deve aos riscos diários a que são expostos nas ruas. 72,7% dos profissionais relatam a vulnerabilidade de trabalhar com pessoas e em lugares desconhecidos. Grande parte desses trabalhadores (50,9%) afirma também que há riscos no deslocamento até as residências e o acesso aos domicílios nem sempre é fácil (49%). Os ACE relataram que os alguns dos riscos encontrados nesses casos são a presença de animais agressivos na entrada dos domicílios e de usuários de drogas ou álcool nas moradias, bem como pessoas que oferecem risco aos ACE, relatada por 10,9% dos agentes. Foram citados também, o convívio com ameaças, ofensas, assaltos, assédio e 15,3% dos agentes relatam episódios de indisposição e represálias pelos moradores. Ainda, apesar de 45,4% dos ACE relatarem ter acesso a todos os equipamentos de proteção individual, 16,3% afirmaram já terem sido prejudicados pela fata de algum equipamento de proteção e 22,2% dos agentes que fazem uso de pesticidas/inseticidas no trabalho afirmam já ter se contaminado com esses produtos. Foi possível observar que a satisfação e realização com o trabalho foi baixa (18,1%) e, quando presente, é predominante entre os profissionais que exercem atividades administrativas e educacionais, longe da exposição de riscos nas ruas. Conclusão: O trabalho dos ACE tem grande importância na promoção e prevenção de saúde da população. Estudar os aspectos da percepção de riscos ocupacionais aos quais esses agentes estão submetidos durante sua ocupação é uma ferramenta importante para subsidiar ações de melhoria do ambiente de trabalho e minimização dos riscos. Essas ações podem aumentar a satisfação profissional, a qualidade de sua atuação e consequentemente a promoção de saúde da comunidade. Assim, o estudo evidencia a necessidade de estabelecer novas políticas para melhorar as condições de trabalho e de vida dos ACE.

Palavras-chave: Agentes de Combate a Endemias; Saúde; Ambiente.

Biografia do Autor

Gabriela Federizzi Vedana, Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Curso de Medicina

Área de Ciências da Saúde.
Amanda Alberici, Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Curso de Medicina

Área de Ciências da Saúde.
Maria Assunta Busato, Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde

Área de Ciências da Saúde.

Publicado
20-02-2018
Seção
Educação e Formação em Saúde