OS PRINCIPAIS AGROTÓXICOS UTILIZADOS NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ E OS REFLEXOS NA SAÚDE DOS TRABALHADORES RURAIS
Resumo
Objetivo: Conhecer os principais tipos de agrotóxicos mais utilizados na região oeste do Paraná e sua influência na saúde dos trabalhadores rurais. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva com abordagem quantitativa. Resultados: O estudo mostrou que a Região Oeste segue o Estado do Paraná na utilização em grande quantidade de herbicidas (Glifosato, Equivalente Ácido de Glifosato, Glifosato Potássico, Paraquete e Atrazina). Diferencia-se apenas colocação do herbicida mais frequentemente utilizado de um ano para o outro. Apenas nos anos de 2015 o uso de um inseticida, o imidacloprido, figurou entre os cincos agrotóxicos mais utilizados na Região Oeste, sendo que os demais agrotóxicos se mantiveram uniformes quando comparados ao Paraná. O Glifosato, Equivalente Ácido de Glifosato, Glifosato Potássico, Paraquete e Atrazina são considerados herbicidas e o imidacloprido trata se de um inseticida. Foi possível detectar que houve citação de patologias de todas as áreas, com comprometimento significativo da saúde e qualidade de vida da população de diferentes formas, influenciando o trabalhador rural e toda a comunidade envolvida. O estudo concluiu que as publicações relacionando os tipos de agrotóxicos com as patologias ou comorbidades em saúde ainda são escassos, tanto no território nacional quanto no Estado do Paraná. Os estudos encontrados abordam de forma ampla as patologias causadas por herbicidas, inseticidas e fungicidas, não se concentrando em um tipo específico de agrotóxico, ainda que o Paraná seja um Estado que os utiliza em grande quantidade, além de ser pioneiro na promulgação da Lei nº 7.827/83 que foi a precursora a Lei Federal nº 7802/89, vigente até os dias atuais referente a utilização dos agrotóxicos. A Agência de defesa agropecuária do Paraná (ADAPAR) disponibiliza um serviço de informação sobre agrotóxicos de extrema importância ao trabalhador rural e comunidade e suas informações são de utilidade pública e de fácil acesso, no entanto poucos tem conhecimento deste serviço que o Estado do Paraná oferece. Afirma-se que conhecer as patologias que possuem associação com o uso de agrotóxicos muda o olhar do profissional, porém é fundamental a aplicação de uma visão holística, considerando o meio ambiente, processos produtivos e alterações do meio para compreender a complexidade da influência dos agrotóxicos na saúde do trabalhador. Para isso se faz necessária a escuta qualificada do profissional perante o usuário dos serviços de saúde. Conclusão: O fato de o Brasil ser considerado o maior consumidor de agrotóxicos de todo o mundo, tem ocasionado reflexos na saúde pública, economia e desenvolvimento social, atingindo grupos distintos da população e tornando-se um dos principais problemas de saúde pública da atualidade, questionando as formas de produção e o papel dos profissionais da saúde no cuidado da população acometida diretamente pelo uso desses produtos. Considerou-se fundamental sensibilizar os profissionais de saúde, trabalhadores e comunidade frente ao tema, para que novas estratégias surjam como meio de garantir maior segurança e qualidade na produção alimentar e processos de trabalho, e de alguma forma fragmentar e enfraquecer a cadeia de destruição da saúde humana e do meio ambiente deixada pelo uso indiscriminado dos agrotóxicos.
Publicado
16-02-2018
Seção
Planejamento e Gestão dos Sistemas de Saúde