VIGILÂNCIA EM SAÚDE: CONTRIBUIÇÕES DO AGENTE DE COMBATE ÁS ENDEMIAS
Resumo
Objetivo: conhecer a contribuição do Agente de Combate às Endemias (ACE) nas ações de vigilância em saúde, sob a ótica desses trabalhadores, de gestores dos programas de combate às endemias, de profissionais de saúde da Atenção Primária em Saúde (APS) e de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Método: Trata-se de um estudo de caráter descritivo de abordagem qualitativa, desenvolvido em quatro municípios da região oeste de Santa Catarina, no ano de 2015. Os sujeitos foram distribuídos em quatro grupos de acordo com seu contato com o trabalho do ACE. A começar pelos próprios ACE; os gestores dos serviços onde o ACE se encontra inserido; profissionais de saúde que também atuam na APS; e a população atendida pelos ACE, os usuários do SUS. A coleta de dados ocorreu a partir de entrevistas individuais orientadas por roteiros construídos pelos pesquisadores. Para a análise das informações obtidas nas entrevistas utilizou-se a Análise de Conteúdo, orientada por Bardin. Resultados: os achados apontam para o reconhecimento da contribuição do ACE nas ações de vigilância em saúde através da realização de ações educativas, de vigilância e prevenção/controle de doenças e agravos. A categoria ações educativas destacou-se no relato dos participantes, ao considerarem as ações de “orientação” e “conscientização” como principal meio de contribuição do ACE, principalmente ao que se refere à gestão de resíduos, contribuindo para reciclagem do lixo e para a prevenção de criadouros de vetores. As ações de vigilância foram citadas no sentido das inspeções no ambiente realizadas pelo ACE em busca de focos endêmicos, bem como as ações de prevenção e controle de doenças e agravos, foram destacadas ao atuar em abordagens de eliminação e tratamento de possíveis criadouros de vetores. Conclusão: os achados deste estudo apontam para o reconhecimento das ações do ACE enquanto contribuição para a vigilância em saúde, segundo os próprios ACE, de gestores dos programas de combate às endemias, de profissionais de saúde da APS e de usuários do SUS. Contudo, emergiram desafios vivenciados no cotidiano de trabalho do ACE, a começar pela relação entre profissional e usuário, o que possui uma forte base na qualidade da formação deste profissional e na necessidade de uma incorporação mais efetiva do ACE junto às equipes de APS, atuando com os demais profissionais em atividades integradas e complementares, ampliando olhares, evitando duplicidade de ações, a fim de fortalecer o desenvolvimento de ações de vigilância em saúde com maior integralidade e resolutividade.