A EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO DA SUBNOTIFICAÇÃO DE VIOLÊNCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA EM SÃO JOSÉ/SC

  • Thayse de Paula Pinheiro Secretaria Municipal de Saúde de São José
  • Isabel Cristina dos Santos Oliveira Secretaria Municipal de Saúde de São José

Resumo

Objetivo: Fortalecer as notificações de violência interpessoal/autoprovocada e incentivar para ações de prevenção e enfrentamento da violência no município de São José/SC. Método: Foi criado, por Portaria Nº 055/2014/SGP, o Grupo de Trabalho (GT): Notificação, Prevenção e Enfrentamento da Violência na Saúde. As reuniões iniciaram em 2015, com encontros bimestrais, que permaneceram até 2016. Em 2017 as reuniões passaram a ser mensais. O GT é composto por dois profissionais de cada serviço de saúde. É coordenado pelo setor de Doenças e Agravos Transmissíveis (DANT) da Vigilância Epidemiológica e em algumas reuniões conta com a participação de outros serviços da rede de atendimento e proteção às pessoas em situação de violência. São abordados temas como: violência contra criança, adolescente, mulher e idoso; acolhimento, notificação e encaminhamento dos casos de violência; rede de proteção e atendimento às pessoas em situação de violência e prevenção à violência. Resultados: Para análise dos resultados foram utilizados os dados das Fichas de Notificação/Investigação de Violência Interpessoal/Autoprovocada cadastrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os dados mostram que em 2014, antes do GT, foram 17 unidades municipais de saúde notificadoras; aumentando para 19 em 2015; 23 em 2016 e 26 unidade notificadoras de janeiro a setembro de 2017. Levando em consideração o número total de notificações, de pessoas residentes em São José, 24,6% foram realizadas pelos serviços municipais de saúde em 2014, tendo um acréscimo continuo nos anos seguintes de 31,4% em 2015, 34,4% em 2016 e 47,9% de janeiro a setembro de 2017. Em 2014 os serviços municipais de saúde realizaram 71 notificações de violência interpessoal/autoprovocada, tendo um aumento progressivo em 2015 para 97, em 2016 para 136 e de janeiro a setembro de 2017 para 160 notificações. Conclusão: A educação permanente dos profissionais de saúde mostrou-se como uma estratégia eficiente. Após implementação do GT observou-se resultados positivos: aumento no número de unidades municipais notificadoras; aumento na porcentagem de notificações realizadas pelos serviços municipais de saúde, comparando com o número total; aumento progressivo no número de notificações realizadas pelos serviços municipais de saúde e maior qualidade do preenchimento da Ficha de Notificação/Investigação de Violência Interpessoal/Autoprovocada. Os resultados apresentados mostram que os profissionais de saúde estão mais atentos para identificar e notificar os casos de violência. Além disso, ter no município informações mais qualificadas sobre violência, possibilita um melhor dimensionamento do problema e o planejamento de estratégias de prevenção e enfrentamento.

 

Palavras-chave: Educação Permanente; Violência; Notificação.

Biografia do Autor

Thayse de Paula Pinheiro, Secretaria Municipal de Saúde de São José
Graduação em Serviço Social pela UFSC (2010), Especialização em Gestão de Recursos Humanos pela UNINTER (2012) e Especialização em Saúde e Bem Estar pela UNINTER (em andamento). Atuação desde 2012, como Assistente Social, na Secretaria Municipal de Saúde de São José e desde 2014, especificamente, na Vigilância Epidemiológica (Doenças e Agravos Não Transmissíveis) com a temática violência.
Publicado
15-02-2018
Seção
Educação e Formação em Saúde