BOAS PRÁTICAS OBSTÉTRICAS NO CONTEXTO DA POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO DO NASCIMENTO

  • Rozana Bellaver Soares Universidade Federal da Fronteira Sul Chapecó
  • Manuela Poletto Universidade Federal da Fronteira Sul Chapecó
  • Bruna Weirich Universidade Federal da Fronteira Sul Chapecó
  • Vanessa Schneider Universidade Federal da Fronteira Sul Chapecó
  • Gabriela Flores Dalla Rosa Universidade Federal da Fronteira Sul Chapecó
  • Érica de Brito Pitilin Universidade Federal da Fronteira Sul Chapecó

Resumo

Resumo: O nascimento hospitalar se caracteriza pela adoção de várias tecnologias e procedimentos com o objetivo de torná-lo mais seguro para a mulher e seu filho(a). Se por um lado, o avanço da obstetrícia moderna contribuiu com a melhoria dos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatais, por outro permitiu a concretização de um modelo que considera a gravidez, o parto e o nascimento como doenças e não como expressões de saúde, expondo as mulheres e recém-nascidos a altas taxas de intervenções, que deveriam ser utilizadas de forma parcimoniosa e não como rotina. Objetivou-se descrever as práticas obstétricas realizadas durante a assistência à mulher em trabalho de parto em um hospital do oeste catarinense.  Trata-se de um relato de experiência vivenciado durante as atividades práticas assistenciais do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). No contexto da Política Nacional de Humanização do Nascimento as boas práticas obstétricas dispõem de acolhimento, respeito e valorização da mulher como protagonista do seu parto. Na experiência vivenciada neste estudo, a parturiente era recebida e acomodada em um box individual, contendo leito PPP (pré-parto, parto e puerpério), sonar, barra de apoio, bola suíça, banqueta, banheiro, entre outros recursos não farmacológicos para o alívio da dor. Após entrevista e exame físico na busca por informações relevantes na condução do trabalho de parto, o apoio, orientações, escuta ativa e toque terapêutico eram realizados. De acordo com a evolução do trabalho de parto vários eram os métodos e meios utilizados para o alívio da dor de maneira não farmacológica, sempre pela avaliação do enfermeiro(a). Além disso, durante esse processo a mulher recebia alimentação, hidratação e contava com a presença de um acompanhante de sua escolha. Ao final, o parto ocorria de maneira ativa e natural e com o mínimo de intervenções. Acrescenta-se que a variedade de posição adotada pela mulher e posições verticalizadas eram encorajadas e muitas vezes aceitas pelas mulheres. Conclui-se que tornar a mulher protagonista durante seu processo de parir é garantir segurança e conforto através de intervenções simples de forma a dar a oportunidade de viver uma boa experiência. Ainda, consiste em um dos objetivos da Política Nacional de Humanização do Nascimento (PHPN). As boas práticas obstétricas vão além de tecnologias de alta complexidade. O processo de parir consiste em um episódio singular e desta maneira deve ser respeitado e valorizado de acordo com a vontade da mulher. Tornar o parto científico atualmente consiste na obtenção de um evento fisiológico e natural. Nesse sentido, o enfermeiro(a) pode atuar de forma a tornar este evento um momento positivo e transformador como articulador do cuidado nos mais diversos aspectos do processo de gestar e parir.

 

 

Palavras-chave: Mulher; Parto; Enfermagem.

Publicado
22-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde