EXAME DOS PÉS EM DIABÉTICOS: FERRAMENTA DE PREVENÇÃO

  • Larissa Aparecida Vargas Universidade do Oeste de Santa Catarina
  • Paula Brustolin Xavier Universidade do Oeste de Santa Catarina

Resumo

Objetivou-se identificar os fatores de risco para o desencadeamento do pé diabético em pessoas portadoras de Diabetes Mellitus (DM) acompanhados na Atenção Básica. Estudo transversal, com amostra por conveniência em uma unidade básica de saúde do município de Campos Novos SC no período de 20 de março a 30 de julho de 2017. Os dados foram obtidos através do exame clinico individual e por meio de aplicação de um questionário. Para análise dos dados utilizou-se estatística descritiva expressas em porcentagem, média e desvio padrão através do programa Microsoft Excel 2010. Dos 82 participantes, 70,7% eram do sexo feminino. A média de idade foi de 62,4 (±12,2) anos. Quanto ao tipo de Diabetes, 73,2% dos participantes tinham o tipo 2 e 26,8% DM tipo 1. Em relação ao tempo de diagnóstico, este ocorreu há mais de 10 anos em 43,9% da amostra. No exame dos pés, observou-se as condições dermatológicas, estrutural, circulatória e neurológica por meio do Monofilamento de 10g Semmes-Weinstem. Constatou-se que 72% dos diabéticos apresentavam anidrose, 91,5% apresentavam corte de unha incorreto, 48,8% unha encravada, 12,2% relataram já ter apresentado úlceras nos pés e 2,4% apresentavam úlcera no momento da avaliação. O pé de Charcot foi identificado em 2,4% e joanete em 7,3% da amostra. Identificou-se que 78% dos participantes exibiam perfusão periférica normal em ambos os pés, 19,5% apresentavam enchimento capilar maior que 10 segundos, 76,8% o pulso pedial/tibial era normal e apenas 20,7% tinham ausência de pilificação. Quanto a sensibilidade protetora plantar estava ausente em 79,3% da amostra na região de calcâneo do pé esquerdo, e em 74,4% na região lateral interna do pé direito. Baseado na classificação de risco do Ministério da Saúde (MS), conclui-se que 54,9% dos participantes desse estudo apresentaram risco 1, seguido de 14,6% com risco 2, e 9,8% risco 3. Apenas, 20,7% não apresentou risco no momento da avaliação. A idade (p=0,0299) e tempo de diagnóstico (p=0,0002) apresentaram significância estatística para o desenvolvimento do pé diabético. Diante do exposto, evidencia-se a necessidade de um atendimento interdisciplinar para orientação quanto a prevenção, identificação precoce e oportuna do risco para o PD e posteriores intervenções para o tratamento e redução dos fatores associados, uma vez que essa complicação é passível de prevenção. O trabalho desenvolvido pelo profissional enfermeiro é de vital importância neste cenário.

 

Palavras-chave: Pé diabético; Atenção básica; Prevenção primária.
Publicado
22-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde