DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA EPIDEMIA DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE PINHALZINHO/SC, 2016

  • Denise Catarina Andrioli Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Resumo

Resumo: a dengue é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, sobretudo em países tropicais e subtropicais. Ela é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus e transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. No Brasil, a dengue apresenta um cenário de transmissão endêmica/epidêmica em grande parte do país, contribuindo para o aumento das formas graves e óbitos por dengue. O estado de Santa Catarina começou a apresentar casos autóctones esporádicos a partir de 2011. Em 2015 o estado vivenciou uma epidemia da dengue no município de Itajaí (3.128 casos), com taxa de incidência de 1.567,3 casos/100 mil/hab e vários surtos isolados, totalizando 3.605 casos. Em 2016 foram 4.378 confirmados, sendo Pinhalzinho o município com o maior número de casos (2.370) autóctones no estado, com taxa de incidência de 13.120,5 casos/100 mil/hab. Neste contexto, Pinhalzinho se configura em um importante cenário para entender a dinâmica da transmissão da doença e que sua distribuição pode variar de acordo com condições socioeconômicas, variáveis climáticas e ambientais. O presente estudo tem como objetivo apresentar a distribuição espacial e temporal dos casos da epidemia da dengue ocorrida no município de Pinhalzinho/SC em 2016. Trata-se de um estudo descritivo que utilizou a base local de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do município de Pinhalzinho e da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) do estado de Santa Catarina, do período de janeiro de 2015 a dezembro de 2016. Os resultados demonstram que em 2015, foram notificados 33 e confirmados seis casos da dengue em Pinhalzinho. Os casos ocorreram nos seguintes meses: abril, maio, novembro (todos importados) e dezembro (três autóctones - dois no bairro Santo Antônio e um no Centro). Em 2016, foram confirmados 2370 casos (todos autóctones), sendo 92 em janeiro, 770 em fevereiro, 1042 em março, 401 em abril, 63 em maio, um em junho e um em julho, sendo este o último caso no ano. Os primeiros casos ocorreram no bairro Santo Antônio, seguido pelo Centro, Pioneiro e Divinéia, sendo estes também, os bairros com maior número de casos na epidemia. Os quatro bairros são próximos e localizam-se na área urbana. O verão apresentou a maior concentração do número de casos visto que neste período ocorrem chuvas esporádicas, que permitem o acúmulo de água e somando-se com o aumento da temperatura ocorrem a eclosão das larvas do mosquito transmissor. Esses são os principais fatores para a proliferação do vetor e da doença. Em 2017, até o dia 21 de outubro, o município não possui nenhum caso da dengue confirmado. As ações preventivas para eliminação dos criadouros através da sensibilização da população e atividades do Programa Municipal de Controle da Dengue devem continuar, visto que o município permanece infestado pelo mosquito. A análise espacial e temporal dos casos da dengue permite conhecer a dinâmica da transmissão da doença e pode ser utilizada para aperfeiçoar as ações de vigilância epidemiológica e entomológica.

Palavras-chave: Dengue; Epidemias; Análise espacial; Epidemiologia.
Publicado
22-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde