RITMO CIRCADIANO E ESTRESSE CIRÚRGICO EM CADELAS SUBMETIDOS À OVÁRIOHISTERECTOMIA ELETIVA

Resumo

A ovariohisterectomia (OVH) é uma das intervenções mais comuns na clínica de pequenos animais, utilizada tanto para evitar a gestação quanto para tratamento de afecções reprodutivas (MACPHAIL e FOSSUM, 2021). O estresse cirúrgico, presente em procedimentos como a OVH, desencadeia uma resposta fisiológica composta por alterações inflamatórias, endócrinas, metabólicas e imunológicas (KÜCÜKAKIN et al., 2009; KINLEIN et al., 2015), mecanismos esses essenciais à adaptação orgânica, mas que, quando exacerbados, podem comprometer a recuperação e favorecer infecções (SAKUNDECH et al., 2020). Biomarcadores como cortisol e glicose são amplamente utilizados para avaliar essa resposta (HERNANDEZ-ALVOS et al., 2021). 

O ritmo circadiano, que regula funções fisiológicas em ciclos de aproximadamente 24 horas, também influencia as respostas endócrinas e metabólicas nos mamíferos (TSANG, BARCKLEY, OSTER, 2014; PANDA et al., 2002). A liberação de cortisol, por exemplo, é modulada por esse ritmo e por fatores internos e externos, sendo intensificada em situações de estresse por ação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (CHMELÍKOVÁ et al., 2020; PAREDES-RAMOS et al., 2023). 

Dessa forma, este trabalho propõe-se a discutir os efeitos fisiológicos da ovariohisterectomia eletiva em cadelas, com ênfase nas respostas ao estresse cirúrgico, incluindo o estresse oxidativo, e na influência potencial do ritmo circadiano sobre essas respostas. Para tal, serão utilizados parâmetros físicos e laboratoriais consolidados, mantendo-se a técnica cirúrgica realizada em diferentes horários do dia, a fim de identificar os possíveis efeitos ligados ao ritmo circadiano. A compreensão dessas interações poderá subsidiar o aprimoramento de protocolos cirúrgicos, com foco na melhora do bem-estar animal.