VALIDAÇÃO DA PRESCRIÇÃO DE ANTINEOPLÁSICOS PELA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Resumo
VALIDAÇÃO DA PRESCRIÇÃO DE ANTINEOPLÁSICOS PELA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Mayra Fernanda Lorencetti, Lívia Sanches Silva, Valquíria Casanova, Elisa Gaio, Elaine Duck Thiessen de Freitas, Elaine Ricarda Machado.
Introdução: No momento da prescrição podem ocorrer erros relacionados à escolha do antineoplásico, via de administração, dosagem, intervalo dos ciclos, ausência de medicamentos adjuvantes “pré - quimioterápicos” estabelecidos, dentre outros. Para minimizar incidentes relacionados ao tratamento antineoplásico, tendo em vista a complexidade associada, faz-se necessário a validação da prescrição pela equipe multidisciplinar, requer destes, conhecimento especializado. É preciso instituir uma cultura com boas práticas e protocolos institucionais em busca de promover segurança ao paciente, diminuindo danos desde temporários a permanentes; impactando em tempo de permanência e gastos hospitalares. Objetivo: Relatar a experiência da validação da prescrição de antineoplásicos pela equipe multidisciplinar em um ambulatório de quimioterapia adulto de um hospital oncológico filantrópico. Desenvolvimento: A prescrição de antineoplásicos é liberada pelo médico via sistema informatizado (TASY). A validação é realizada por duas enfermeiras, as quais avaliam intervalo dos ciclos, exames laboratoriais (hemograma, plaquetas e creatinina), pré-quimioterápicos, dose; verificam conduta médica pela evolução clínica da última consulta com oncologista clínico/ intercorrência, e autorização de procedimento de alto custo (APAC). Após esta análise a prescrição é liberada e encaminhada via sistema para farmácia onde é realizada segunda conferência: com foco na posologia (dose, via de administração, intervalo), compatibilidade físico química (diluentes e volume de diluição) e exames laboratoriais (dosagem de creatinina para ajuste de dose). Quando identificado algum problema relacionado ao medicamento (PRM), a prescrição retorna para resolução. Se erro de agendamento (intervalo do ciclo), APAC, falta de exames laboratoriais atualizados; enfermeiro corrige; caso necessário, encaminhado ao médico. Foi analisado os meses de maio, junho e julho com total de 6604 prescrições validadas. Em média são atendidos 80 pacientes dia para quimioterapia endovenosa ambulatorial. No período referido, por meio do processo de conferência e validação das prescrições foram cancelados 1298 pacientes (entre via oral, intravenosa, intramuscular e intratecal). Sendo os motivos mais comuns: alteração de exames (485), falta de exames (398), término do tratamento proposto (65), tratamento concomitante / sem início da radioterapia (40). Foram realizadas 341 intervenções, sendo as mais recorrentes: ajuste de dose (205), mudança de protocolo (33), estoque de medicamento demanda judicial (52), liberação de APAC (18). Considerações finais: Com esta prática, identificam-se os benefícios: minimização de problemas em sala de infusão (falta de pré-quimioterápicos; erro de agendamento quanto ao tempo de permanência de acordo com o protocolo); diminuição de riscos ao paciente (subdose ou overdose), impedir que o paciente com alterações laboratoriais (neutropenia, plaquetopenia, creatinina elevada); desta forma, reduzindo o risco de iatrogenias decorrentes das mesmas (sepse, hemorragia, disfunção renal). Portanto tendo em vista a segurança do paciente, instituída no Brasil pela portaria n° 529/2013; é de suma importância a validação da prescrição médica de quimioterápicos antineoplásicos pela equipe multidisciplinar especializada.
Palavras- chave- Segurança do paciente; equipe multidisciplinar; oncologia; antineoplásico.