ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NA ASSISTÊNCIA DO CARCINOMA ESPINOCELULAR DE PÊNIS

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Naraiane Fermino Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC
  • Fernando Lourenço Serafim
  • Elza Cristine Zanette Tallamini
  • Angela Cristina Bortolini
  • Anderson Flores
Palavras-chave: Carcinoma Espinocelular, Câncer Peniano, Equipe multiprofissional

Resumo

Introdução: O câncer de pênis é uma condição rara na saúde do homem, um evento que pode causar diversos impactos físicos e psicológicos prejudiciais ao bem-estar e qualidade de vida diante das possíveis intervenções cirúrgicas e tratamento quimioterápico e/ou radioterápico. Histologicamente o tipo celular mais frequente é o de células escamosas, sendo responsável por até 95% dos casos, levando o câncer de pênis a ser popularmente conhecido como Carcinoma Espinocelular de Pênis (CEP). Frequentemente a doença progride locorregionalmente, e se dissemina para linfonodos inguino-femorais antes propagar metástases a distância. O paciente geralmente vai a óbito por hemorragias ou infecções. Objetivo: Descrever a experiência da equipe multiprofissional na assistência prestada a um paciente com CEP em ambiente hospitalar. Metodologia: Trata-se de um relato da vivência de residentes multiprofissional em Atenção ao Câncer, durante assistência prestada em um caso de CEP no Hospital de Clínicas de Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Resultados e Discussão: Na assistência prestada diante do diagnóstico de CEP o olhar sobre o sujeito deve ser direcionado ao atendimento multiprofissional embasado principalmente em ações individualizadas. A intervenção deve considerar suas necessidades, ofertando um espaço de psicoeducação em saúde diante da complexidade que o quadro pode alcançar. O impacto desta experiência evidenciou o quanto os profissionais necessitam de conhecimento e habilidades para ofertar a assistência integral diante das necessidades específicas desse caso, haja vista, que o paciente pode passar por diversas complicações, como processos infecciosos tumorais, queda de performance/status, e intervenções invasivas, algumas até radicais como a penectomia, que refletirá diretamente na identificação como “ser homem” e compromete significativamente as condições de saúde física e mental do sujeito. Observou-se que a hospitalização submete ao paciente um quadro de sujeito-sujeitado, visto que a instituição hospitalar impõe rotinas que na maioria das vezes são geradoras de angústias inerentes a sua condição. Além disso, os profissionais envolvidos no cuidado deixam de possibilitar autonomia ao sujeito frente ao seu processo de saúde/doença. Evidenciou-se que sentimentos como negação, revolta, culpa, medo, tristeza, incerteza, insegurança influenciam todo o processo em torno do adoecimento/cuidado e a equipe multiprofissional envolvida possui algumas fragilidades nesse manejo, o que dificulta na assistência ao paciente oncológico.  Conclusão: A experiência denota a necessidade de constante aperfeiçoamento da equipe diante de casos pouco frequentes no âmbito da saúde hospitalar oncológica, visando prestar um atendimento humanizado, íntegro, preservando a autonomia, e estimulando o autocuidado. Diante das dificuldades observadas com a especificidade da assistência, a construção da atuação multiprofissional oferta um espaço de aprimoramento no tratamento e assistência em saúde.

Publicado
08-04-2020