USO DE HEMOCOMPONENTES E REAÇÕES TRANSFUSIONAIS NA ÁREA DE ONCOLOGIA

  • Rosana Amora Ascari Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc)
  • Renata Gobetto Borges
  • Natália Meurer
  • Dhiane Terribile
  • Felipe Peliser
Palavras-chave: Transfusão de sangue, Segurança do Paciente, Reação Transfusional, Gestão de Risco, Assistência de Enfermagem

Resumo

Introdução: A hemoterapia é considerada um tratamento complexo que exige um olhar atento da equipe assistencial pelo risco de incidentes transfusionais e eventos adversos que podem comprometer a segurança do paciente. As agências transfusionais (AT) são unidades hemoterápicas que armazenam sangue e seus derivados, realizam exames pré-transfusionais (como testes de compatibilidade), assim como o transporte dos componentes sanguíneos para as transfusões nos setores do Complexo Hospitalar. Objetivo:  Apresentar a demanda do uso de hemocomponentes em pacientes oncológicos institucionalizados num hospital de referência em oncologia no oeste catarinense durante o ano de 2018 e a prevalência de reações nesta especialidade. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, documental, de abordagem quantitativa, com dados obtidos através dos registros do Comitê Transfusional do Hospital Regional do Oeste, durante o ano de 2018. A coleta de dados acerca da demanda de serviço de hemoterapia na especialidade de oncologia deu-se entre julho e agosto de 2019. Considerou-se critérios de inclusão todos os pacientes hospitalizados que fizeram uso de hemocomponentes na especialidade de oncologia durante o ano de 2018.   Os dados foram organizados em planilha para controle do próprio serviço, e foram analisados por meio de estatística simples e apresentados de forma descritiva pelo Comitê Transfusional. Resultados e Discussão: No período analisado houve uma demanda significativa por hemocomponentes na especialidade de oncologia, totalizando 764 pacientes transfundidos. Destes, 24 indivíduos apresentaram reações (3,14%). Ao considerar as reações transfusionais, a área oncológica correspondeu a mais da metade de todas as reações notificadas no hospital (58,53%), sendo que as demais reações ocorreram nas unidades de clínica médica, cirúrgica, neurocirurgia, obstetrícia, ortopedia, pediatria e unidade de tratamento intensivo (41,46%). Quanto a gravidade das reações, 21 foram classificadas como leve (87,5%) e três moderadas (12,5%), sem nenhum registro de reações graves. Em relação ao tipo de reação, a alérgica e febril não hemolítica são prevalentes na especialidade de oncologia, o que pode estar relacionado ao fato destes pacientes serem politransfundidos e mais sensibilizados. Ainda, as reações emergiram da utilização de concentrado de plaquetas (58,33%), concentrado de hemácias (33,33%) e concentrado de plaquetas obtido por aferese (8,33%). Resultados semelhantes foram encontrados na literatura com índice de 3,8% de reações transfusionais. Conclusão: Observa-se que a prevalência de reações transfusionais na área oncológica é elevada quando comparada as demais unidades de internação, sobretudo na utilização de concentrado de plaquetas em especial os pacientes hematológicos.

Publicado
08-04-2020