CUIDADO AO PACIENTE ESTOMIZADO: Vivências na Estratégia de Saúde da Família
Resumo
INTRODUÇÃO: O câncer de cólon e reto é considerado o terceiro mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres, no Brasil. O número de casos novos previstos para o biênio de 2018-2019 é de 17.380 casos em homens e 18.980 em mulheres, correspondendo a um risco estimado de 16,83 casos novos a cada 100 mil homens e 17,90 para cada 100 mil mulheres. A terapêutica da doença consiste de procedimento cirúrgico, quimioterapia e radioterapia. A ressecção cirúrgica do local afetado e a realização de uma estomia permanente constituem-se no mais efetivo tratamento, aumentando significativamente a sobrevida dos pacientes. A estomia é a abertura e exteriorização de um órgão, no caso do intestino grosso, chama-se colostomia. Entretanto, a adaptação à estomia é um processo complexo e causa grande impacto na vida do indivíduo e seus familiares, promovendo alterações na dinâmica sócio familiar e fazendo emergir sentimentos de medo, desgosto, constrangimento, depressão e perda da autoestima, sem contar as dificuldades práticas relativas ao manuseio da bolsa coletora. Neste âmbito destaca-se a importância da atenção primária como porta de entrada para o cuidado ao paciente e familiares através de acolhimento integral e humanizado.
OBJETIVO: Descrever o atendimento ao paciente estomizado na Estratégia Saúde da Família.
METODOLOGIA: Trata-se de relato de experiência do atendimento à pacientes com colostomia em uma Unidade Básica de Saúde.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Equipe de Estratégia de Saúde da Família Bela Vista de Maravilha/SC atende uma população aproximada de 4.200 habitantes e acompanha quatro pacientes com colostomia definitiva devido a neoplasia de intestino, sendo três mulheres e um homem, com idade entre 44 e 76 anos, residentes em área urbana, dois pacientes fazem uso do equipamento coletor há mais de dois anos e dois há alguns meses. Às demandas de cuidado requerem a participação de diversos profissionais, dentre os quais o enfermeiro, o médico, o agente comunitário de saúde, o psicólogo, o nutricionista e o assistente social, sendo fundamentais principalmente nos primeiros meses após a realização da estomia quando o paciente se encontra mais fragilizado, muitas vezes, faz-se necessário a visita domiciliar para a realização dos cuidados, nestes momentos, dar suporte à família é extremamente importante, visto que, a família é essencial para continuidade do tratamento e reinserção social do indivíduo.
CONCLUSÃO: Existem dificuldades no cuidado ao paciente estomizado, percebida em diversos momentos por falta de integração entre os profissionais, de modo que se faz essencial a compreensão da experiência do paciente para a busca de estratégias de enfrentamento focadas na autonomia para o autocuidado, sem esquecer o aspecto emocional. A atenção ao paciente estomizado requer o entendimento de que a experiência de ter uma colostomia é uma construção sociocultural de um ser biopsicossocial e a efetividade no cuidado em saúde demanda essencialmente um atendimento humanizado, holístico e interdisciplinar.