MANEJO DE LESÕES EM PACIENTES ONCOLÓGICOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA MULTIPROFISSIONAL

  • Debblye Pikula Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira
Palavras-chave: Lesões de pele. Paciente Oncológico. Atendimento Multiprofissional.

Resumo

Introdução: A pele é a principal barreira de proteção do organismo e tem como uma de suas principais funções básicas, proteger o organismo da ação de agentes externos. Feridas ou lesões podem ocorrer devido a interrupção da continuidade de um tecido corpóreo sendo ele extenso ou não, ocasionada por qualquer tipo de trauma físico, químico, mecânico ou desencadeada por uma patologia. Vários tipos de feridas/lesões podem acometer os pacientes oncológicos, como: fístulas, drenos, radiodermite, lesão por pressão, lesão por extravasamento de drogas antineoplásicas, entre outros, e são classificadas como agudas (cirurgias ou traumas) ou crônicas (Cicatrização lenta, de longa duração e complicações na reparação tecidual). Objetivo: Relatar a experiência multiprofissional no manejo de lesões ou feridas em pacientes oncológicos. Descrição do caso: Para o tratamento de lesões ou feridas é realizada uma avaliação pelos membros da Comissão Hospitalar de Lesões de Pele (CHLP). A partir disso e considerando as características da lesão, são definidas as condutas e coberturas que serão utilizadas no tratamento. Podendo apresentar exsudato e/ou odores, absorção de umidade, presença de acúmulo de secreções, presença de contaminação exógena, tecidos necrosados (que exigem desbridamento) e também na contenção mecânica para a prevenção de lesões. Em pacientes oncológicos, as lesões tendem a ocasionar um tratamento prolongado, por conta da condição clínica e dificuldades encontradas no paciente, devido alguns fatores sistêmicos ou extrínsecos, predispostos como: baixo peso/desnutrição, ingestão calórica e proteica insuficiente, imunossupressores, mobilidade prejudicada/acamado, idade, tabagismo e condições socioeconômicas desfavoráveis. O correto manejo da nutrição, com dietas e módulos específicos para cicatrização, favorece a síntese proteica e consequente melhora do processo cicatricial, com um suporte calórico e proteico adequado, a fim de recuperar o tecido afetado e preservá-lo durante o tratamento. Lesões de grandes extensões e que afetam articulações, ligamentos, ossos e nervos, causam dor intensa e necessitam de analgesia ao longo do tratamento. Além de avaliar a intensidade da dor, é necessário determinar o mecanismo fisiopatológico subjacente (nociceptivo ou neuropático) para a escolha da opção de tratamento mais adequada de acordo com a Escada Analgésica proposta pela Organização Mundial da Saúde. Outrossim, faz-se necessário a atenção farmacêutica ao paciente, orientando e esclarecendo dúvidas, a fim de proporcionar maior conforto e qualidade de vida. Levando em conta todos esses fatores e a imagem corporal modificada, uma lesão ou ferida desencadeia um impacto emocional no paciente, que pode refletir em condutas de isolamento, revolta, despersonalização, sentimento de exposição e níveis de ansiedade e estresse elevados, que devem ser acolhidos e trabalhados por um psicólogo. Considerações finais: Nesse contexto, é possível observar a necessidade do atendimento multiprofissional no manejo de pacientes oncológicos com lesões a fim de atender a todas as demandas do paciente, proporcionando um atendimento humanizado e com eficácia, levando em conta a importância da utilização de coberturas adequadas para um efeito desejado no tratamento e um específico manejo nutricional e de controle da dor.

Publicado
08-04-2020