Adesão a métodos diagnósticos após diagnóstico de lesão intraepitelial escamosa de baixo grau

  • Paola Botton Dal Paz Unochapecó
Palavras-chave: lesão escamosa intraepitelial cervical; papiloma vírus humano; ácido tricloroacético.

Resumo

Introdução: O câncer de colo uterino é o terceiro tumor que mais acomete mulheres. As lesões intraepiteliais escamosas de baixo (LSIL) ou alto grau (HSIL) precedem esse câncer e são detectadas pelo exame citopatológico (CP) do colo uterino. Segundo o Ministério da Saúde, mulheres com exame citopatológico alterado e que tenham até 30 anos de idade devem repetir o exame em até um ano, enquanto que mulheres com exame alterado e idade igual ou superior a 30 anos, devem repetir em até seis meses.  Se, após o CP de rastreio alterado, o resultado do exame de repetição mantiver o resultado inicial de LSIL, indica-se o encaminhamento à colposcopia para avaliar a topografia desses tecidos e a gravidade das lesões. Se forem observados achados sugestivos de LSIL na colposcopia, em pacientes maiores de 30 anos, com histórico de positividade para LSIL ou de câncer e sem possibilidade de seguimento com CP, a biópsia deve ser realizada. Objetivo: o objetivo deste estudo é analisar o seguimento com exames subsequentes ao diagnóstico de LSIL conforme as recomendações do Ministério da Saúde. Metodologia: Foram incluídos neste estudo os laudos citopatológicos com diagnóstico de LSIL do período de janeiro a dezembro de 2015, analisando laudos citopatológicos da Rede Feminina de Combate ao Câncer e seguimento na rede de saúde pública do município de Chapecó-SC. Resultados e discussão: a amostra total utilizada para análise foi de 94 pacientes, sendo que 79 realizaram exame citopatológico de seguimento e 15 não retornaram. 55 pacientes realizaram colposcopia e 33 realizaram biópsia. Em relação à idade, 57 pacientes tinham menos de 30 anos, sendo que 29 (50,88%) realizaram CP em até um ano. Enquanto que as maiores de 30 anos, que totalizaram 37 pacientes, 3 (8,11%) realizaram CP em até seis meses. No estudo de Barken et al. (2011), 35% das pacientes com esfregaços citológicos anormais não tiveram seguimento conforme diretrizes locais e 26% das pacientes que tiveram câncer cervical, não tiveram o devido seguimento após aparecimento de anormalidades citológicas. Em relação aos resultados do nosso estudo, foi encontrado que 41,49% das pacientes não realizaram colposcopia e, dentre as que realizaram, todas foram após o primeiro CP alterado. Também, a realização da biópsia não foi realizada em todas as pacientes que apresentaram alterações colposcópicas. Conclusão: das pacientes que não realizaram o CP no tempo preconizado pelo Ministério da Saúde, aquelas com mais de 30 anos, realizaram o CP após os seis meses recomendados ou deixaram de realizar novo CP em 91,99% dos casos. Quanto às menores de 30 anos, 41,12% realizou CP após um ano ou deixou de realizar. Quanto à colposcopia, 41,49% não foi submetida ao exame. Das pacientes que foram submetidas, todas realizaram apenas um CP antes do encaminhamento direto para o exame, sem realizar o segundo CP, conforme o Ministério da Saúde recomenda.

Publicado
08-04-2020