EFEITO DA ANÁLISE IN VITRO DO EXTRATO DE MIRTILO (Vaccinium spp.) NA VIABILIDADE CELULAR E ESTRESSE OXIDATIVO DE CÉLULAS DO SANGUE PERIFÉRICO HUMANO

  • Jéssica Righi da Rosa Universidade Federal de Santa Maria
  • Grazielle Castagna Cezimbra Weis
  • Audrei de Oliveira Alves
  • Beatriz da Silva Rosa Bonadiman
  • Greicy Cristina Kosvoski
  • Filomena Marafon
  • Margarete Dulce Bagatini
  • Claudia Severo da Rosa

Resumo

Introdução: Estudos indicam que os antioxidantes naturais atuam protegendo o organismo frente ao estresse oxidativo causado pelos radicais livres. Em decorrência disso, o desenvolvimento de pesquisas que visem o uso de agentes antioxidantes naturais tanto para fins terapêuticos como para a indústria de alimentos vem aumentando. O mirtilo (Vaccinium spp.) contém compostos bioativos em quantidades significativas, em especial antocianinas, que quimicamente são compostos fenólicos pertencentes ao grupo dos flavonoides, mundialmente conhecido por sua elevada capacidade antioxidante e consequentemente por suas possíveis ações fisiológicas e benefícios à saúde humana. Objetivos: Avaliar in vitro o efeito do extrato de mirtilo na viabilidade celular e no estresse oxidativo de células mononucleares do sangue periférico humano (CMSPs). Metodologia: Os frutos foram previamente secos em estufa convencional com circulação de ar forçado durante 72 horas a 60°C. O extrato de mirtilo foi obtido seguindo a metodologia proposta por Flores et al.(2015) com adaptações, em solução com álcool de cereais (80%) durante 1 hora sob agitação magnética e com proteção da luz, posteriormente o extrato foi filtrado, rotaevaporado e liofilizado. CMSPs foram coletadas de indivíduos saudáveis (CEP n°822.782) e cultivadas sob condições controladas (estufa CO2 a 37°C, meio RPMI com 10% de soro fetal bovino e 1% de antifúngico e antibiótico). As células foram expostas ao extrato de mirtilo nas concentrações de 50, 100, 500, 1000 e 1500 µg/mL durante 24 horas. Após este período analisou-se a viabilidade celular através do teste MTT (brometo de 3-(4,5-dimetil-2-tiazolil)-2,5-difenil-2H-tetrazolio) seguindo a metodologia proposta por Fukui, Yamabe e Zhu (2010) e estresse oxidativo pela quantificação da enzima mieloperoxidase (MPO) (SUZUKI et al. 1983).  Resultados e Discussão: O teste MTT permitiu avaliar a viabilidade celular das células expostas ao extrato de mirtilo, onde este não apresentou citotoxicidade nas concentrações testadas. Foi possível verificar um aumento na viabilidade nas concentrações de 100, 500, 1000 e 1500 µg/mL. No entanto, apenas a concentração de 100 µg/mL foi capaz de reduzir os níveis da  enzima MPO, a qual está estreitamente ligada com a ativação de processos inflamatórios e produção de espécies reativas de oxigênio (EROs). Conclusão: O extrato de mirtilo apresentou relevante aumento na viabilidade celular e atividade antioxidante, provavelmente esta ação esta relacionada com a quantidade de compostos bioativos em especial as antocianinas presentes no extrato de mirtilo. Tais resultados, nos permitem sugerir que a utilização desse antioxidante natural na nossa dieta, poderia estar protegendo contra processos oxidativos e melhorando as funções celulares do nosso organismo.

Publicado
10-08-2018