ESTRESSE OXIDATIVO E SUA RELAÇÃO COM DANOS CELULARES EM LIPOASPIRADO SUBMETIDO A DIFERENTES VELOCIDADES DE CENTRIFUGAÇÃO

  • Candice Detoni Gazzoni Universidade Comunitária da Região de Chapecó
  • Leticia Dal Magro Unochapeco
  • Beatriz da Silva Rosa Bonadiman Universidade Federal Fronteira Sul
  • Greicy Cristine Kosvoski Universidade Federal Fronteira Sul
  • Margarete Dulce Bagatini Universidade Federal Fronteira Sul
  • Filomena Marafon Universidade Federal Fronteira Sul
  • Marcelo Moreno Unochapeco
  • Juliana Cristina Schmidt Unochapeco

Resumo

Introdução: A lipoenxertia é um adjuvante na reconstrução cirúrgica da glândula mamária após tratamento oncológico. A técnica consiste na coleta (em área doadora), centrifugação e reinjeção de gordura autóloga no sítio receptor desejado. Obtêm-se células tronco mesenquimais, que têm capacidade de diferenciar-se na linhagem mesodermal. Descrita inicialmente por William e Coleman (década de 70), a 1269 vezes a gravidade (g) durante 3 minutos. A extração, centrifugação e reinjeção autóloga das células tronco mesenquimais são influenciadas pela velocidade de centrifugação e pelo estresse oxidativo. O estresse oxidativo é um processo contínuo e fisiológico do metabolismo humano, contudo, se elevado, gera excesso de espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio (ERO’s; ERN’s). Esse desequilíbrio metabólico ocasiona dano oxidativo em lipídios, proteínas, DNA e é um importante fator de instabilidades cromossômicas em células cultivadas. Dessa forma, avaliar o estresse oxidativo permite mensurar o dano celular das células utilizadas para lipoenxertia. Objetivos: Objetivou-se neste estudo identificar entre diferentes velocidades de centrifugação (1560, 173 e 43 g) quais apresentariam melhor resposta à exposição ao estresse oxidativo. Metodologia: Seis amostras de lipoaspirados foram coletadas de pacientes maiores de 18 anos que assinaram o TCLE (Comitê de Ética  nº 7643728) em hospitais de Chapecó. Coletou-se 45ml de lipoaspirado, sendo divididos 15ml para cada centrifugação: 1560, 173 e 43 g por 3 minutos. Após, as amostras foram lavadas com solução fisiológica, e a colagenase 0,075% (30min 37ºC) foi utilizada para separar as ligações intercelulares. As amostras foram conservadas em ultrafreezer e descongeladas à temperatura ambiente, para realização das análises espectrofotométricas com ácido tiobarbitúrico (TBARS), óxido nítrico e carbonilação de proteínas. A análise estatística foi realizada no Software GraphPad Prism, versão 5.0, ANOVA de uma via, os resultados com p ≤ 0,05 foram considerados estatisticamente significantes. Resultados e Discussão: Os resultados do estudo demonstraram que quando analisado a lipoperoxidação lipídica e a carbonilação de proteínas, a centrifugação de 43g foi a que apresentou maiores danos quando comparada com o controle (p<0,005 e p<0,001), nessas duas análises a centrifugação de 173g apresentou uma tendência a reduzir os danos oxidativos. Não foram observadas diferenças estatísticas entre as centrifugações quando analisado o óxido nítrico. De acordo com Urao; Ushio-Fukai, 2012, a diferenciação das células tronco é maior, quando há grande quantidade de espécies reativas de oxigênio e quando menor elas ficariam indiferenciadas, o que não comprometeria a capacidade de auto renovação. Machado et al. 2015, evidenciaram que as células tronco mesenquimais provenientes de lipoaspirado são altamente sensíveis ao H2O2. Mediante isso, destaca-se a importância do equilíbrio do sistema anti-oxidante e da identificação de velocidades que provoquem menores danos. Conclusão: A partir desses testes não foi possível verificar que a velocidade de centrifugação de 43g causaria um maior dano oxidativo nas células, quando comparado com o controle. Tendo em vista que o estresse oxidativo em demasia, pode ser prejudicial a diferenciação celular mais estudos precisam ser realizados para confirmar qual é a velocidade de centrifugação ideal para um melhor resultado na técnica de lipoenxertia.

 

Palavras-chave: Estresse Oxidativo; Lipoaspiração; Centrifugação

Biografia do Autor

Candice Detoni Gazzoni, Universidade Comunitária da Região de Chapecó

Acadêmica do sexto período de medicina da Unochapecó;

Presidente da Liga de Pediatria da Unochapecó;

Desenvolvendo Trabalho de conclusão de curso com análise de velocidades de centrifugação de lipoaspirado mamário.

 

 

Publicado
22-08-2018