AVALIAÇÃO DE CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA EM TELEFONES CELULARES

  • Jonas Goldoni UFFS
  • Filomena Marafon UFSC

Resumo

Introdução: A evolução tecnológica permite o constante avanço da humanidade, entre os itens tecnológicos indispensáveis cita-se os telefones celulares, que apresentam grande difusão, sendo utilizados não apenas para realização de chamadas, mas também para acesso direto e rápido a inúmeras plataformas e aplicativos que visam facilidades a vida dos usuários (NUNES, SILIANO, 2016; TEIXEIRA, SILVA, 2017). Porém, tais aparelhos podem atuar como veículos de transferência de inúmeras bactérias, as quais podem apresentar potencial patogênico à saúde humana (WALIA, et al., 2014). Objetivos: Avaliar a contaminação microbiológica em telefones celulares. Metodologia: O presente trabalho foi realizado em conformidade com os protocolos de biossegurança do laboratório de microbiologia, sendo as amostras coletadas através de swab estéril umedecido em água destilada estéril a partir de telefones celulares de 08 voluntários, servidores da UFFS. O material coletado foi semeado por esgotamento em placas contendo meio de crescimento, as quais foram incubadas em estufa bacteriológica à 36±0,5°C por 48 horas. Após o período de incubação avaliou-se o crescimento bacteriano nas placas e realizou-se a contagem do número de colônias formadas, a verificação dessas colônias foi procedida utilizando a técnica de coloração de gram e a identificação das bactérias gram-positivas foi executada utilizando as provas da catalase e coagulase. Resultados e Discussão: Todas as placas avaliadas apresentaram crescimento, sendo que a contagem bacteriana média foi de 71,875 colônias por placa, indicando elevado índice de contaminação, para as colônias fúngicas verificou-se uma contagem média de 0,25 colônias por placa. As cepas apresentavam características morfológicas de colônias de estafilocococos, sendo arredondadas de coloração branco-porcelana e algumas colônias apresentavam um tom de coloração amarelo, ao proceder a coloração de gram das colônias isoladas das placas, verificou-se a presença de cocos gram-positivos individuais e agrupados no formato de cacho de uva, confirmando a avaliação morfológica. As colônias isoladas foram submetidas as provas de catalase e coagulase e apresentaram-se positivas em ambos os testes, indicando que os isolados bacterianos correspondiam a colônias de Staphylococcus aureus. Conclusão: Esse estudo indicou a presença de elevada contaminação bacteriana nos telefones celulares avaliados, sendo um indicador que esses aparelhos podem atuar como “cavalos de Troia” na transmissão desses e de outros micro-organismos, incluindo aqueles com potencial patogênico. Os estafilocococos, grupo predominante nas amostras avaliadas, são micro-organismos da flora residente da pele, estando presentes em sítios como a nasofaringe, porém podem ocasionar patologias quando em contato com as mucosas e feridas, desta forma, torna-se relevante a eliminação e adequada higienização de potenciais sítios transmissores desse micro-organismo.

Palavras-chave: Contaminação microbiológica; Celulares; Estafilococos.

Referências

NUNES, K. O.; SILIANO, P. R. IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS PRESENTES EM APARELHOS CELULARES. Science in Health, v. 7, n. 1, p. 22–5, 2016.

TEIXEIRA, F. N.; SILVA, C. V. da. ANÁLISE MICROBIOLÓGICA EM TELEFONES CELULARES. Revista F@pciência, v. 11, n. 3, p. 15–24, 2017.

WALIA, Satinder S. et al. CELLULAR TELEPHONE AS RESERVOIR OF BACTERIAL CONTAMINATION: MYTH OR FACT. Journal of clinical and diagnostic research: JCDR, v. 8, n. 1, p. 50, 2014.

Biografia do Autor

Jonas Goldoni, UFFS

Biólogo, servidor na UFFS campus Chapecó. Mestrando no programa de Ciência e Tecnologia Ambiental da UFFS.

Publicado
21-08-2018