EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UM INSTRUMENTO DE EMANCIPAÇÃO SOCIAL

  • Simone Cristina Dalbello da Silva UFFS
Palavras-chave: Educação em saúde, Informação, Emancipação

Resumo

Este trabalho ora apresentado tem o objetivo de refletir sobre a importância da educação em saúde como um instrumento para a emancipação social e concretização de um sistema de saúde eficaz. A justificativa de tal trabalho pauta-se na relevância em discutir e socializar ações de educação em saúde como parte primordial das ações na política de saúde. A educação em saúde visa contribuir para a implantação, consolidação e ampliação das ações de promoção de saúde, objetivando a mobilização dos vários segmentos sociais com vista à melhoria qualitativa do processo de prevenção, tendo como principal enfoque a prática orientadora. Como exemplo, tomamos a realidade local de Concórdia/SC, que desde 2015 ilustra a efetividade na realização do Programa Nacional de Controle do Tabagismo executado pela Secretaria Municipal de Saúde. O programa disponibiliza tratamento com grupo de apoio, medicação e abordagem cognitivo comportamental, com o objetivo de auxiliar pacientes que desejam cessar com o tabagismo. O acompanhamento dos grupos tem duração de seis meses, sendo a frequência de encontros primeiro semanal, depois quinzenal e por fim mensal. Cada grupo é composto em média por vinte pacientes e são compostos quatro grupos ao ano, sendo dois grupos por semestre. Os pacientes são inseridos para acompanhamento por intermédio de entrevista e abordagem prévia, com aplicação do teste de Fagerström para verificação do grau de dependência. Os grupos são concretizados com intervenção dos diferentes profissionais que compõem a equipe multidisciplinar (assistente social, nutricionista, fisioterapeuta, farmacêutico, médico, enfermeiro), em formato de palestras informativas e educativas, dinâmicas grupais e apoio motivacional, com temas que versam sobre o tabagismo e seu impacto no corpo, na família e na sociedade, com contribuição de diferentes áreas do conhecimento, para além da centralidade no modelo biomédico. Aliado a isso, se dá voz aos pacientes por intermédio dos seus depoimentos sobre seu processo de superação da dependência. Nos grupos realizados no ano de 2015 foram acompanhados 39 pacientes com índice de cessação do tabagismo de 58,21%; em 2016 foram 49 pacientes com percentual de cessação do hábito de fumar foi de 67,35% e, por fim, no ano de 2017 se trabalhou com 40 pacientes sendo o índice de parada de 42.50% (esses dados constam na planilha de consolidação encaminhada pela equipe para o Ministério da Saúde). Comprova-se a importância da educação em saúde, do repasse de informações corretas e claras que permitam ao usuário a reflexão de seus hábitos e estilo de vida, colocando o sujeito como autor de sua própria história e de sua saúde. Ainda há que se ressaltar que os pacientes informados e conscientizados são disseminadores de boas práticas de saúde, sendo atuantes em seus núcleos familiares e nos meios sociais nos quais estão inseridos. A educação em saúde fornece o esclarecimento, permite à comunicação, ajuda no processo de conscientização e consequentemente instrumentaliza o usuário, tornando-o partícipe de sua história e suspendendo seu estado frágil e alienado. Assim, se constrói um processo de trabalho que supera a fragmentação dos saberes e consolida uma prática cívica no campo da saúde.

Publicado
13-06-2018