O PAPEL TRANSVERSAL DAS QUESTÕES DE GÊNERO E SAÚDE
A INTERLIGAÇÃO DESSES TEMAS DENTRO DE UM PROJETO DE CULTURA
Resumo
Resumo: Questões de identidade de gênero e suas variações são capazes de instigar o rompimento de padrões em ambos os sexos e envolvem problemáticas importantes para a diversas áreas conhecimento, inclusive tratando-se de atenção em saúde, visto que os indivíduos ao se afirmarem dentro de uma identidade de gênero - ou não, estão exercendo poder político a partir e dentro de um contexto social. Nesse sentido, a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) é um marco histórico de reconhecimento das demandas desta população em condição de vulnerabilidade e compreensão dos efeitos da discriminação e da exclusão no processo de saúde-doença. É também um documento norteador e legitimador das suas necessidades e especificidades, na construção de maior equidade perante o Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo deste trabalho é explanar sobre o papel da Universidade como sendo uma Instituição de Ensino Superior, em estimular “espaços dialógicos” de construção do conhecimento e elucubrar a importância de um projeto de cultura que aborda questões relacionadas a gênero e saúde, proporcionando a interligação desses temas de modo transversal à formação acadêmica e social. Trata-se de um relato de experiência acerca do Projeto de Cultura intitulado: “Refletindo sobre identidade de gênero e orientação sexual a partir da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais: construção de espaços dialógicos à luz de Paulo Freire” aprovado pelo Edital interno Nº 551/GR pela Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS em 2017. Até o presente momento, o referido projeto de cultura realizou 04 rodas de conversa, sendo que a primeira teve como tema central: “Diálogos sobre gênero e saúde: ressignificando identidade de gênero e orientação sexual” e contou com a participação de 88 estudantes dos cursos de graduação em Ciências Sociais, Administração, Enfermagem, Geografia, História, Pedagogia, Letras e Medicina e é sobre a qual inclinar-se-á os resultados deste trabalho. Nota-se que ações como esses “espaços dialógicos” em cenários internos às Instituições de Ensino Superior são potentes estratégias para unir estudantes de diferentes cursos de graduação (tanto bacharelado quanto licenciatura) em um mesmo ambiente, para discutir temas transversais a qualquer área do conhecimento, como gênero e saúde, abordados neste trabalho. Portanto, reafirma-se que esses espaços dialógicos/rodas de conversa aqui tratados precisam ser exercitados transversalmente para com todas as áreas do conhecimento, pois essa dialogicidade serve como uma estratégia útil ao se buscar a transdisciplinaridade. Nesse sentido, a partir das leituras de Freire, percebe-se a importância de trazer a realidade dos estudantes participantes para a roda de conversa, pois essa aproximação facilita a assimilação, a criticidade e a reflexão dos temas abordados, preenchendo essas lacunas existentes na formação acadêmica. Mais uma vez reitera-se a importância de ações como essas rodas de conversa em ambientes acadêmicos, pois é através do diálogo que há abertura a consciência e busca de novos saberes, no qual todos ensinam e aprendem, tornando-se multiplicadores (as) desses temas no dia a dia e construindo uma nova realidade, a ser superada.