AVALIAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL SOBRE FORMAÇÃO PARA O TRABALHO COM GRUPOS: A EXPERIÊNCIA DOS GRUPOS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

  • Larissa DMaiella Akkari Klimeck Kammer Universidade Comunitária Regional de Chapecó
Palavras-chave: Processos grupais, Educação permanente, Saúde mental

Resumo

O Grupo de Desenvolvimento Humano (GDH) do município de Chapecó/Santa Catarina, ação localizada na Secretaria de Saúde, tem em sua gênese a promoção de saúde por meio do desenvolvimento humano. Nesse sentido, se compreende o grupo como instrumento terapêutico, que pode por meio da relação grupal gerar capacidades de “autonomia e enfrentamento das condições geradoras de sofrimentos” (FREITAS, 2010). Fundamenta-se nos grupos operativos de Pichon-Rivière, nos preceitos da metapsicologia psicanalítica, na Psicologia Social e na Teoria da Complexidade de Edgar Morin. Nesta perspectiva, busca-se formar e capacitar o profissional das Políticas de Saúde e Assistência Social deste município para o trabalho com grupos, bem como ofertá-los no interior dos serviços em que atuam estes profissionais. Constituído em 2012, o Grupo de Desenvolvimento Humano (GDH) já capacitou mais de 70 profissionais das duas Políticas, Saúde e Assistência Social, sendo estes oriundos de diversas áreas do conhecimento. Subsidiou a formação de mais de 80 grupos nos serviços das duas Políticas integrando aproximadamente 1200 usuários da rede. O objetivo deste trabalho foi analisar como os profissionais que atuam no GDH avaliam essa estratégia para a promoção do cuidado e da proteção social. Foi realizada pesquisa qualitativa, tendo como técnicas de investigação a entrevista semiestruturada e o grupo focal. O trabalho com grupos se constitui importante instrumento de intervenção psicossocial, sendo estimulado em diferentes documentos das Políticas de Saúde e Assistência Social. No entanto, os profissionais participantes do estudo indicaram as fragilidades que trazem da formação acadêmica para o trabalho com grupos e o como esta acaba favorecendo os atendimentos individuais, sendo que esta dinâmica acaba sendo um potencializador para a não resolutividade dos problemas de agenda e da grande espera por atendimentos nas Políticas supracitadas. Os profissionais não psi indicaram também a grande demanda em saúde mental nos serviços e as dificuldades para perceberem e atenderem a mesma, sendo que esta acaba ficando centrada especialmente nos profissionais da psicologia. Assim, os pesquisados destacam que o GDH qualifica para além da atuação com grupos, oportunizando uma escuta qualificada para esse profissional no manejo com os usuários na sua práxis cotidiana nos serviços que atuam, diversificando também as ofertas terapêuticas. O GDH é uma estratégica que traz uma nova oferta terapêutica para a atenção a saúde mental, aumentando a capacidade de cuidado dos profissionais envolvidos na promoção de saúde e a proteção social. Também se inscreve no âmbito da educação permanente, do matriciamento na rede, e tem potencial para promover a intersetorialidade entre as políticas de saúde e assistência social.

Publicado
13-06-2018