A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E O DESENVOLVIMENTO REGIONAL: PROJETO JOVENS SEMEANDO TERRA SOLIDÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL (UFFS)

  • Everton Gabriel Bortoletti Unochapecó/UFFS
  • Myriam Aldana Vargas Santin Unochapecó
Palavras-chave: Desenvolvimento regional endógeno, Universidade, Extensão universitária, Agricultura familiar

Resumo

A UFFS se caracteriza por ser uma instituição resultante das demandas provenientes dos movimentos sociais, lideranças políticas e comunitárias da mesorregião da Grande Fronteira do Mercosul e em função disso, assume a responsabilidade de ser uma instituição pública e popular, sob a qual, recaem as mais variadas expectativas, demandas e desafios. É neste contexto, que a extensão universitária desenvolvida nesta instituição, assume um protagonismo, pois ela se materializa como um elo entre a sociedade e a universidade por meio de seus programas e projetos. Diante desse contexto, a presente pesquisa apresentada ao Programa de Mestrado em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ), teve como objetivo geral, analisar as dinâmicas da inserção da extensão universitária da UFFS no desenvolvimento regional através do projeto Jovens Semeando Terra Solidária. Como abordagem metodológica utilizou-se da perspectiva qualitativa, através de levantamento bibliográfico e documental, o qual foi realizado nos documentos institucionais e outros documentos que envolvem o projeto recorte desta pesquisa, tais quais: formulário de submissão, relatórios finais e um documentário denominado “Círculos de diálogos em movimentos de extensão universitária” produzido ao final desta ação de extensão universitária. Posterirormente realizou-se entrevistas semiestruturadas com a participação de doze jovens da agricultura familiar que participaram deste processo formativo. Como resultados pode-se identificar a importância da extensão universitária na formação dos jovens da agricultura familiar, os quais não teriam condições de frequentar cursos regulares presenciais na universidade, tendo em vista a distância entre a mesma, seus locais de residências e suas atividades profissionais. Diante disso, foram pontuados uma série de entraves, principalmente relacionados a etapa de multiplicação a qual não correspondeu com a meta estabelecida no projeto, diminuindo sua abrangência, bem como outros aspectos relacionados as relações familiares na agricultura familiar, entre outros. No entanto, evidenciou-se um conjunto de dinâmicas desencadeadas a partir da formação que vão desde a articulação desses jovens em rede, o aumento da participação destes nos processos que envolvem a gestão das propriedades, melhora nas relações familiares, o enfrentamento ao sistema convencional de agricultura por meio da agricultura sustentável, aumento da participação destes jovens na política, em sindicatos e organizações de defesa dos direitos da agricultura familiar, até a construção coletiva de associações, agroindústrias familiares e outras inovações que podem evidenciar um contexto de desenvolvimento regional endógeno e sustentável.

Publicado
13-06-2018