Semana Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SC
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf
<p style="text-align: justify;"><span class="fontstyle0">A Semana Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS - ocorre anualmente no mês de maio, próximo a datas historicamente definidas em homenagem a dois ícones da Enfermagem - Anna Nery e Florence Nightingale. Em nível nacional, a Enfermagem brasileira comemora, em 2024, a 85ª SBEn, cujo tema central no é “Romper “bolhas” no mundo atual para o resistir e o coexistir da Enfermagem", proposto pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn). Todos os anos a ABEn propõe novo tema central. No corrente ano, o curso de Enfermagem da UFFS optou por aderir a tal temática e promover, em sua programação, ações que contemplem a comunidade acadêmica. A SAEnf ocorrerá todos os anos e, em 2024, 4ª SAEnf acontecerá no período de 08 a 10 de maio, nas dependências do campus universitário. Com o evento, o curso de graduação em enfermagem cumpre parte de seu objetivo de estimular os estudantes a participarem de ações que lhes oportunizem vivências nas três dimensões durante a formação: ensino, pesquisa e extensão. </span><span class="fontstyle0">Nesse sentido, o evento permitirá que os acadêmicos do curso de enfermagem da UFFS participem e conheçam trabalhos e iniciativas que estão sendo ou foram desenvolvidas em diferentes campos de atuação do enfermeiro, promovendo o intercâmbio e a integração do conhecimento.</span></p>pt-BRSemana Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SCPROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E A INTEGRAÇÃO ENTRE ENSINO E SERVIÇO:
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20585
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: A segurança do paciente é uma problemática a nível mundial, já que colabora diretamente na melhora ou piora do quadro clínico dos pacientes e na ocorrência de eventos adversos (EA), que são as complicações decorrentes do cuidado prestado aos pacientes. No relatório </span><em><span style="font-weight: 400;">To Err is Human: Building a Safer Health System</span></em><span style="font-weight: 400;">, do </span><em><span style="font-weight: 400;">Institute of Medicine </span></em><span style="font-weight: 400;">(IOM) feito nos Estados Unidos da América, é apontado que a ocorrência de eventos adversos somou à oitava causa de morte do país em 1999 (Monteiro; Avelar; Pedreira, 2015) e que grande parte dessas mortes poderiam ter sido evitadas. Foi a partir desse mesmo ano que o assunto segurança do paciente passou a se tornar internacionalmente visto como fundamental na oferta de uma assistência de qualidade na saúde. Em razão disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou em 2004 a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, que teve como objetivo definir prioridades para a pesquisa na área de segurança do paciente para todos os países do mundo (Reis; Martins; Laguardia, 2013). Os eventos adversos ocorrem em qualquer contexto assistencial de saúde, dados apontam que 10% dos pacientes internados sofrem de eventos evitáveis e que eles causam um grande prejuízo financeiro aos países, só nos EUA se estima que em 1999, os gastos chegaram a U$ 17 bilhões (Reis; Martins; Laguardia, 2013). Em 2009, a OMS criou e lançou as seis metas internacionais de segurança do paciente, sendo elas: Identificação correta, eficácia na comunicação, administração segura de medicamentos, cirurgia segura e redução de risco de quedas e lesões por pressão (Siman; Brito, 2016). O Brasil foi um dos países que assumiu esse compromisso de desenvolver ações voltadas à segurança do paciente, assim, em 2013 foi criado a Portaria do Ministério da Saúde (MS) nº 529, de 01 de abril de 2013, na qual institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), que teve como objetivo qualificar o cuidado e promover a segurança do paciente. Com a publicação do PNPS, passou a vigorar em todo hospital brasileiro a presença de um Núcleo de Segurança de Paciente, na qual procura-se melhorar a qualidade da assistência no Brasil a partir da postura preventiva. </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: Este resumo tem como objetivo descrever as experiências das ações de auditoria desenvolvidas no ambiente hospitalar por três estudantes de enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó, que fazem parte do projeto de extensão intitulado "Segurança do paciente e integração entre ensino e serviço: uma proposta de extensão universitária". </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: Trata-se de um relato de experiência decorrente de uma ação extensionista vinculada a um projeto de extensão universitária, do período de maio de 2023 a dezembro de 2023, desenvolvido no Hospital Regional do Oeste (HRO), no município de Chapecó, cidade do estado de Santa Catarina. Para a pesquisa dos artigos mencionados no resumo, foram utilizados a base de dados do BVS através do descritor registrado na biblioteca virtual de saúde (DeCs): "Segurança do paciente". Também foi utilizado para a realização do texto a base de dados da SciELO. </span><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: Um dos pontos centrais para garantir a segurança do processo assistencial, é identificar corretamente o paciente. Durante toda a internação hospitalar, desde a admissão até a alta do paciente, pode acabar ocorrendo algum erro nessa identificação. Essa ação básica, que é identificar corretamente o indivíduo durante todo o seu período de internação, serve como ponto de partida para a execução adequada das várias etapas de segurança em instituições de saúde. Isso garante que o paciente receba o tratamento certo em qualquer situação, mesmo naqueles em que ele não possa responder por si mesmo. É importante que o processo de identificação do paciente seja feito corretamente, pois é através dele que se garante ao paciente um determinado tipo de procedimento ou tratamento, sem o acontecimento de erros ou danos (Alves, 2013). Uma forma que o Hospital regional do Oeste utiliza de se certificar que nenhum tipo de dano ocorra a algum paciente é realizando as auditorias, tanto do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) como do Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (SCIRAS) para averiguar questões relacionadas à segurança do paciente. É neste cenário que entram as ações do projeto de extensão mencionado anteriormente no qual as três estudantes estão inseridas. A realização de auditorias iniciou em maio de 2023 e aconteceu semanalmente nos diferentes setores do HRO. Com o intuito de verificar gargalos ou falhas na qualidade da assistência prestada ao cliente, as acadêmicas utilizavam checklists para verificação e controle do processo. A execução das auditorias passava pelo posto de enfermagem e leitos, a fim de verificar a presença de itens, como: álcool 70% e sabão líquido para higiene das mãos dos profissionais, pacientes e acompanhantes; além disso, verificava a identificação segura do paciente - presença de pulseira de identificação, se a mesma está legível, se o paciente apresenta a necessidade de isolamento, possui risco de queda, lesão por pressão (LPP) ou alergia e se ele estava adequadamente sinalizado; ainda analisava se o preenchimento do quadro de identificação do paciente, acima do leito, estava correto, com todos os dados devidamente assinalados; se os fatores de risco que envolve um cuidado integral estavam sendo priorizados, a exemplo de pacientes acamados com risco de LPP e a realização da mudança de decúbito; além de cuidados básicos e primordiais, como a cama travada, grades levantadas, medicações, sondas vesicais e selo d'água identificados e posicionados corretamente. Vale destacar que todos os resultados das auditorias eram compartilhados com o Núcleo de Segurança do Paciente e o SCIRAS</span><strong>,</strong> <span style="font-weight: 400;">visto que essas auditorias representam uma poderosa ferramenta de melhoria de processos no ambiente hospitalar, além do fato de todos os dados coletados pelas acadêmicas ficarem disponíveis para futuras pesquisas acerca desta temática. Ademais, todas as ações realizadas nos setores pelas acadêmicas de enfermagem, foram imprescindíveis para o desenvolvimento e o refinamento de uma postura ímpar, enquanto futuros profissionais, frente à tomada de decisões, haja vista que esse projeto de extensão possibilitou visualizar, na prática, a figura do profissional enfermeiro, sendo ele gestor ou assistencial, e como a sua tomada de decisão no cuidado prestado impacta diretamente ou indiretamente na qualidade da assistência prestada à segurança do paciente. Em suma, foi fundamental o desenvolvimento de habilidades de relacionamento com a equipe de enfermagem, com o paciente e o familiar, considerando que a auditoria trata-se de um processo que naturalmente deixa as equipes um pouco mais tensas, assim, as acadêmicas puderam exercitar uma postura empática com o foco de efetivar melhorias notórias em todo o escopo hospitalar. </span><strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: A auditoria é primordial para a excelência da gestão hospitalar e do processo investigativo. É uma ferramenta que proporcionou às acadêmicas de enfermagem assumir uma postura de comprometimento e responsabilidade ao contribuir para a manutenção de um controle interno sadio e ajustado aos principais objetivos estratégicos do HRO. Durante todo o período do projeto de extensão, foi possível que as acadêmicas vivenciassem na prática o papel da enfermagem, tanto na dimensão gerencial como assistencial, observando que toda e qualquer ação da enfermagem impacta diretamente, tanto positivamente como negativamente, na qualidade da assistência prestada aos pacientes internados. Com a conclusão bem-sucedida deste projeto de extensão que une ensino e serviço e com todas as auditorias realizadas pelas acadêmicas de enfermagem, espera-se que venha a fortalecer ainda mais a cultura de qualidade, aprimorando constantemente os processos e garantindo a segurança e o bem-estar de todos os pacientes.</span></p>Fabiana Maciel CofferiMonique Moreira ZandonadeEmmania JosephTatiana Gaffuri da SilvaSilvia Silva de Souza
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2024-09-252024-09-25ATUAÇÃO DE ENFERMEIROS DA APS NA PREVENÇÃO, NO DIAGNÓSTICO E NO TRATAMENTO DE IST
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20570
<p align="justify"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Introdução</strong></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: As complicações de saúde advindas das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e/ou infecções sexualmente transmissíveis (IST) não são recentes na história da civilização, bem como as tentativas de intervir eficientemente na cura das pessoas acometidas por essas enfermidades. Embora o acesso às informações tenha aumentado significativamente nos meios técnico-informacionais, a falta de conhecimento ou a não prática do autocuidado ainda se configura como um dos motivos pelos quais permanecem ocorrendo novos casos. (Ferraz; Martins, 2014). Levando em consideração os dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as taxas de contaminação seguem elevadas em todo o mundo, ultrapassando a marca diária de 1 milhão. (Andrade </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al</em></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">., 2021; Silva </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al</em></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">., 2018). Sendo causadas majoritariamente por bactérias e vírus, as doenças conhecidas até hoje apresentam características distintas entre si, mas com potenciais de agravamento que podem levar a óbito o indivíduo em qualquer estágio da vida. Devido a essas peculiaridades, podem compor a lista de notificação compulsória, tal como a sífilis, hepatites virais e HIV (do inglês </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>Human Immunodeficiency Virus</em></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">). (Domingues </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al</em></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">., 2021). Tendo em vista esse cenário, infere-se que o diagnóstico precoce aliado com o imediato tratamento potencializa as chances de melhora e evita sequelas futuras. Nessa perspectiva, no Brasil, tem-se um sistema composto por estruturas específicas para atender a essas carências da saúde coletiva, a exemplo da Atenção Primária à Saúde (APS). As equipes multiprofissionais ficam responsáveis por suprirem as demandas que chegam até essas unidades de recepção inicial das incidências, denominadas de Unidade Básica de Saúde (UBS) e padronizadas com a Estratégia Saúde da Família (ESF). (Silva </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al</em></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">., 2018). Inseridos nas unidades mencionadas anteriormente, a atuação da enfermagem nas últimas décadas constitui-se de demasiada relevância nas estratégias governamentais. Por isso, averiguar a atuação desses profissionais tornou-se prioridade para a garantia do proveito dos serviços prestados à população. Sendo assim, a pesquisa busca avaliar a seguinte problemática: quais os papéis desenvolvidos por enfermeiros/as da APS na prevenção, no diagnóstico e tratamento das IST? </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Objetivo</strong></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: Analisar as ações desenvolvidas por enfermeiros na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de infecções sexualmente transmissíveis. </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Metodologia</strong></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: A partir do banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), realizou-se a pesquisa bibliográfica de revisão narrativa, de caráter qualitativo. Foram utilizados os descritores “DST”, “IST”, “Atenção Primária à Saúde” e “Enfermagem”, optando-se como critério de seleção os artigos publicados nos últimos 10 anos, no idioma português, que tivessem relação com revistas de enfermagem ou que trouxessem no título referência ao papel desempenhado pelo enfermeiro, totalizando quatro artigos. </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Resultados e discussão</strong></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: Os trabalhos selecionados abordam perspectivas diferentes no que diz respeito ao papel do enfermeiro, com diversidade de opções para o êxito da atuação no contexto abordado. É dado destaque para as consultas de enfermagem como suporte no combate ao padecimento decorrente do contágio e infecção, bem como a necessidade de instruir o público assistido a fim de desenvolver o autocuidado. A partir disso, faz-se fundamental o enfrentamento a estigmas sociais por parte de profissionais da saúde, pois o cuidado não deve ser regido através de julgamentos discriminatórios ou vexatórios para o paciente. Percebeu-se o aumento da autonomia desses profissionais diante da prescrição medicamentosa, de acordo com as regras estabelecidas em protocolos da saúde, e da constatação de doenças após análises em consulta de enfermagem, especialmente nos casos de Herpes do tipo 2. Além disso, observou-se a inserção do exercício da abordagem sindrômica nessa investigação relacionada ao contágio herpético, guiada por fluxogramas e tratamentos possíveis para cada quadro de sintomas. (Ferraz; Martins, 2014). Referente ao uso de protocolos na prescrição de medicamentos, os enfermeiros mencionam o sentimento de insegurança em períodos iniciais, fragilidades oriundas do ensino de farmacologia na graduação, mas a sensação não é duradoura à medida que adquirem confiança ao longo do processo. É relatado que a objetividade dos Protocolos de Enfermagem contribuem para a tomada de decisão, o treinamento de identificação de IST e o auxílio de profissionais mais experientes também servem de alicerce para a resolutividade do problema. (Andrade </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al</em></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">., 2021). Tendo em vista o exposto neste estudo, ainda constatou-se a preocupação no compromisso de reduzir os percentuais de transmissão vertical, especificamente a síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA) em recém-nascidos e sífilis congênita. Nesse sentido, a participação de enfermeiros nas equipes de aconselhamento às gestantes configurou-se como técnica de suma importância para salvaguardar a vida durante o processo gravídico das mulheres gestantes. (Silva </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al</em></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">., 2018). É válido destacar a variedade do público atendido na atenção básica, fator que permite analisar a representação social de certos grupos pela ótica dos enfermeiros. Quando o assunto envolve relações sexuais, as chances disso ser tratado com alguma restrição são maiores, o que, de algum modo, pode interferir nas ações efetivas do cuidado. Posto isso, a criação de vínculo com a comunidade, contemplando inclusive profissionais do sexo, auxilia na promoção e proteção à saúde integral de nichos marginalizados na sociedade. Por esse ponto de observação, emergiu a idealização da prostituição feminina como algo promíscuo, imoral e subalternizada ante o masculino, visão que gera preconceitos e salienta as disparidades de gênero no contexto da saúde sexual ou reprodutora na ESF. Desse modo, as infecções sexuais não escolhem atacar exclusivamente uma classe de sujeitos em detrimento de outras por simplesmente estarem num ambiente propício a IST. Esse aspecto apresentado corrobora para o reducionismo do cuidado por enfermeiros na APS, pois o corpo se reduz a tais patologias. (Belém </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al</em></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">., 2018). Nesse panorama, a trajetória demonstra os avanços atingidos quanto ao progresso da carreira e a ampliação dos espaços de atuação, embora os empecilhos advindos preconcebidamente de visões de mundo individuais, coletivas e compartilhadas socialmente persistam como barreiras no sucesso dos mecanismos estratégicos já existentes para a resolução das ocorrências. Enfatiza-se a imprescindível mudança no olhar sobre o paciente-cliente-usuário relativo ao primeiro diagnóstico, porque limitar a assistência por esse viés prejudica a integralidade e a longitudinalidade. </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Considerações finais</strong></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: O estudo possibilitou examinar que os profissionais enfermeiros desempenham suas funções no enfrentamento das IST de maneira legal, sejam elas na prescrição medicamentosa ou através das consultas de enfermagem. Por conseguinte, averiguou-se o papel de aconselhamento realizado, no intuito de esclarecer e elucidar os perigos dos contágios. Visto que os responsáveis pela enfermagem estão na linha de frente das principais exigências das áreas adscritas, possuem responsabilidades que demandam formação comprometida com a ciência, pensamento crítico e que busquem o exercício autônomo do cuidado. Com base nas reflexões obtidas dos estudos selecionados, torna-se evidente uma compreensão multifacetada do papel do enfermeiro. Destaca-se, inicialmente, a importância das consultas de enfermagem no contexto abordado. Além disso, nota-se um aumento significativo na autonomia dos profissionais, respaldada por protocolos e análises clínicas. Essa evolução não apenas fortalece a prática clínica, mas também demonstra um compromisso ético e técnico em reduzir as transmissões verticais de doenças, como a SIDA e a sífilis congênita. No entanto, a diversidade dos públicos atendidos na atenção básica traz desafios, especialmente em temas sensíveis como saúde sexual, exigindo uma abordagem inclusiva e desprovida de estigmas. Apesar dos avanços, persistem barreiras relacionadas a preconceitos e visões limitadas, destacando a importância urgente de uma transformação na percepção do paciente. Portanto, essa mudança é fundamental para garantir a integralidade e a continuidade do cuidado, reforçando a necessidade de superar obstáculos sociais e individuais para uma prática assistencial mais eficaz e abrangente.</span></span></p> <p align="justify"> </p> <p align="justify"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Descritores: </strong></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">DST; IST; Atenção Primária à Saúde; Enfermagem.</span></span></p>Adriel Silva Pampolha
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2024-09-252024-09-25A CONSULTA DE ENFERMAGEM COMO INSTRUMENTO PARA A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20523
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: a Consulta de Enfermagem é uma atribuição privativa do Enfermeiro que baseia-se em um método científico para identificar situações de saúde/doença, prescrever e implementar cuidados de Enfermagem que contribuam para a promoção, prevenção, proteção da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade (COFEN, 1993). Durante a consulta há um espaço apropriado para o desenvolvimento das ações de cuidado, na qual o enfermeiro tem a possibilidade de ouvir as demandas, fazer uma avaliação minuciosa das condições de saúde físicas e psicoemocionais, conhecer mais profundamente o usuário e orientá-lo acerca de sua saúde. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o autocuidado é cuidar de si mesmo, buscando suprir as necessidades do corpo e da mente, adotando hábitos saudáveis, a exemplo de: alimentação balanceada, práticas regulares de atividades físicas, lazer e manutenção de uma vida social (OMS, 2022). Ainda, a OMS considera que a adesão terapêutica não se restringe ao uso de medicações advindas de uma logística em que o paciente apenas atua como um destinatário passivo das recomendações acerca do seu tratamento repassadas pelo profissional de saúde, mas sim compreende à atuação do paciente como agente ativo no processo de procura de atendimento, uso adequado das medicações, imunizações, comparecimento às consultas de acompanhamento e mudanças no estilo de vida (OMS, 2003). O cuidado integral no contexto da consulta de enfermagem envolve não somente a visão unidirecional do cuidado, na qual o profissional analisa o caso e fornece as recomendações ao paciente acerca do seu estado de saúde, mas também avalia o grau de autocuidado e compreensão do processo de saúde-doença do paciente e garante que o mesmo tenha clareza sobre tal, permitindo assim a responsabilização dele em realizar as mudanças adequadas na sua vida para atingir o sucesso terapêutico. Em vista disso, questiona-se: </span><span style="font-weight: 400;">Qual a importância da consulta de enfermagem para a promoção do autocuidado no tratamento de pacientes hipertensos e diabéticos?</span> <strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem com o uso da consulta de enfermagem como instrumento para o autocuidado. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: trata-se de um estudo descritivo, a partir do relato de experiência do grupo de acadêmicos do curso de Enfermagem do 6° período da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), focado na condução de 12 consultas de enfermagem a pacientes hipertensos e diabéticos, com o objetivo principal de promover o autocuidado e acompanhamento dos mesmos. As atividades descritas foram desenvolvidas em um Centro de Saúde da Família (CSF), localizado em Chapecó/SC. Para as consultas foram identificados pacientes diagnosticados com hipertensão arterial e diabetes mellitus, identificados a partir de critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos. Desta forma, foram incluídos pacientes que apresentavam exames de rotina do diabético e do hipertenso atrasados ou com resultados alterados. As consultas foram realizadas tanto em domicílio quanto em consultório. Pacientes de livre demanda que não eram hipertensos ou diabéticos foram excluídos. O planejamento das consultas foi cuidadosamente elaborado visando à abordagem integral e individualizada de cada paciente acerca de suas rotinas e hábitos. Foram programadas 4 consultas em domicílio e 8 em consultório. As consultas foram estruturadas utilizando o método que contempla o Processo de Enfermagem, e consta todas as ações desenvolvidas na assistência prestada, no subjetivo “S” consta as informações mais gerais colhidas durante a consulta como, por exemplo, o motivo ou problema apresentado no momento; objetivo “O”, apresenta informações como exame físico realizado no dia e também resultado de exames; avaliação “A”, nesta etapa o profissional realiza a avaliação geral baseado nas queixas do paciente e depois define os diagnósticos de enfermagem baseados na Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE); e por último o planejamento “P” onde é elencado os cuidados e orientações para os pacientes com base nos diagnósticos (COREN/SP, 2013). A aplicação deste método permitiu uma análise abrangente e ordenada das informações coletadas durante as consultas. Cada componente do método foi aplicado de acordo com as especificidades de cada encontro, contribuindo para a formulação de diagnósticos de enfermagem, estabelecimento de metas de cuidado e a implementação de intervenções direcionadas. Durante as consultas domiciliares, a observação do ambiente doméstico também foi integrada à coleta de dados. </span><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: as vivências das consultas de enfermagem, realizadas em visitas domiciliares e em consultório, na unidade de saúde, possibilitaram aos estudantes observarem em diferentes pontos de vista quais são as realidades de cada paciente, de maneira individual, e quais são suas limitações e dificuldades no autocuidado e na percepção da própria saúde. Ao realizar as consultas, visando responder ao método de escrita da anamnese, foram realizadas perguntas para coletar informações sobre a história clínica, incluindo questões sobre alimentação diária, sono e repouso, prática de exercícios físicos, higiene, uso das medicações e eliminações. Nesta etapa, foi possível investigar e ver a forma que os pacientes realizam o seu autocuidado no dia a dia e o manejo de suas doenças crônicas. No exame físico realizado, havia coleta dos sinais vitais juntamente com exame de hemoglicoteste, e os principais fatores observados foram os aspectos da pele, sensibilidade dos pés, medidas de circunferência da panturrilha, cintura e aspectos de olhos e mucosas. Aqui, os acadêmicos puderam perceber a relação teoria-prática, através da avaliação detalhada das principais alterações físicas esperadas nesses perfis de pacientes. Ainda, evidenciou-se o impacto na saúde física dos indivíduos que não possuem um hábito de vida adequado para a sua condição de saúde, como alterações da pele, visão e sensibilidade. Na sequência, era feita a análise do caso e passadas as orientações sobre as mudanças necessárias para cada paciente, pensando na melhora da adesão do paciente ao tratamento e melhora na qualidade de vida.</span> <span style="font-weight: 400;">Considerando a experiência vivida pelos estudantes, uma questão de importância para ser discutida é justamente a dificuldade encontrada em obter um feedback positivo dos pacientes após as orientações, em razão da maioria possuir limitações na compreensão linguística, financeira, rede de apoio e também pela resistência à sensibilização sobre os agravos que podem surgir em decorrência das suas doenças. Como consequência da dificuldade na compreensão das orientações repassadas, encontrou-se fortemente a correlação com a capacidade do paciente em dimensionar a gravidade de suas doenças, seus impactos na vida futura e em como é fundamental adotar o processo terapêutico por completo, incluindo a consultas, uso dos medicamentos e mudanças no estilo de vida. Não obstante, os fatores socioeconômicos de cada indivíduo impactam diretamente no seu processo terapêutico, afinal, a alimentação e a prática de exercícios físicos dependem também de condições financeiras, muitas vezes ausente nos lares. Pode se perceber um déficit muito grande nos pacientes em realizarem o monitoramento das doenças crônicas e muitas vezes entenderem os impactos disso, como, por exemplo, uma alimentação com pouco sódio para o controle da hipertensão arterial e uma dieta com pouca ingesta de carboidratos e açúcares para controle da diabetes. </span><span style="font-weight: 400;">Partindo-se da ideia de que o autocuidado e a participação da família no processo terapêutico é de suma importância para o tratamento, é necessário implementar estratégias que possam fortalecer o vínculo do paciente na qualidade do cuidado que é prestado. </span><span style="font-weight: 400;">Sob esse contexto, os estudantes desenvolveram estratégias que facilitaram a abordagem de cada paciente, como a comunicação adequada com a condição de cada um, permitindo que o mesmo conseguisse sanar suas dúvidas e relatar suas queixas, a confecção de uma caixa organizadora de medicamentos feita para um paciente com dificuldades na organização e no armazenamento dos mesmos, e o repasse de orientações condizentes com a possibilidade de cada um, considerando suas preferências alimentares, condições socioeconômicas e rotina diária. Tudo isso visou ampliar a adesão ao processo terapêutico dos pacientes e estimular o autocuidado para a melhora na qualidade de vida. Vale ressaltar a importância da família como principal rede de apoio e ajuda a rotina destes pacientes, tanto na manutenção da saúde como na convivência com a doença, visto que geralmente a mudança de rotina acaba afetando a todos. Porém, ao longo do estágio foi possível ver que nem todos os pacientes possuem esse apoio familiar para o enfrentamento das doenças, em especial os pacientes idosos que, por muitas vezes, não possuem esse apoio e acabam mantendo os hábitos errados e agravando seus quadros de saúde. </span><span style="font-weight: 400;">Para que a confiança dos usuários seja conquistada com maior firmeza, a Consulta de Enfermagem deve ser cada vez mais usada como uma estratégia de trabalho, incluindo e valorizando-a nos programas de saúde como uma ferramenta que possui a capacidade de promover um atendimento com mais eficácia, responsabilidade e humanização para a população (Machado; Anders; 2021). Portanto, concorda-se que a importância da consulta de enfermagem no manejo de pacientes diabéticos e hipertensos é fundamental para atingir o sucesso terapêutico tão necessário para o alcance da melhora na qualidade de vida dessa população.</span> <strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: </span><span style="font-weight: 400;">é válido, portanto, evidenciar que o autocuidado é de cunho subjetivo e reflexivo que irá contribuir para o bem-estar do paciente, visando a vinculação do papel da consulta de enfermagem no auxílio, respeitando a sua vivência e possuindo como meta sua qualidade de vida. Outro ponto destacado, é o diálogo paciente-profissional, reforçando-o como único conhecedor da situação do processo saúde-doença e único capaz de contribuir, visto que, é o único que a vive. O cuidado de si, apontado anteriormente, novamente remete o sujeito a reflexão do seu estilo de vida, agir e ser, relacionando suas escolhas de vida diárias com o seu quadro de saúde. A Consulta de Enfermagem, portanto, torna-se, além de tudo, um guia facilitador para auxiliar a população diabética e hipertensa na prática do autocuidado e na mudança do estilo de vida que contribuem diretamente no tratamento para tais doenças crônicas</span><span style="font-weight: 400;">.</span></p>Laysa Anacleto SchuhVinicius AnsolinBruna Dias de OliveiraKelli Maria KreuzMaysa Corrêa AntunesYaná Tamara Tomasi
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2024-09-252024-09-25A MÚSICA COMO PROMOTORA DE SAÚDE:
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20566
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: O cuidado ao paciente hospitalizado é pensado e planejado com um olhar holístico e humanizado, que vai além da assistência técnica na rotina de cada paciente. Envolve ações que possibilitem momentos de prazer e bem-estar a fim de reduzir ao máximo as dificuldades físicas e psicológicas que os pacientes e seus acompanhantes enfrentam estando no hospital. Entre essas ações, a música tem conquistado um significado especial, pois através dela é possível estimular áreas cerebrais responsáveis por promover bem-estar psicológico, tendo efeito sobre as condições físicas do indivíduo (Nunes </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2019). Visto isso, foi criado o Programa de Extensão “Musicagem: a enfermagem promovendo a saúde no ambiente hospitalar por meio da intervenção musical” pelo qual muitos pacientes hospitalizados, seus acompanhantes e profissionais da saúde atuantes nos hospitais públicos de Chapecó recebem afetividade, encorajamento e podem se sentir acolhidos. Para que esses momentos de emoção e acalento acontecessem, há um grupo de estudantes do curso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul que semanalmente dedicam uma noite para ir até o hospital e realizar as intervenções musicais nos quartos de alguns setores. Muito se comenta sobre a percepção daqueles que recebem as músicas, de que maneira vivenciam essa experiência, quais sentimentos são despertados e o quanto são tocados por essas mensagens musicais significativas. A respeito disso, há evidências científicas produzidas pelo grupo, que trazem relatos e a eficácia da música e seus impactos no meio hospitalar quando utilizada como promotora de saúde. Porém, ao proporcionar esses momentos, não são apenas os ouvintes que se beneficiam, a cada intervenção realizada, os integrantes do grupo são privilegiados e surpreendidos com muitos elogios e carinho, além de despertar dentro de si um sentimento de gratidão e satisfação ao perceber na prática os benefícios de promover saúde através da música. Sob esse olhar, vale ressaltar que, as atividades de cunho extracurricular permitem que os estudantes saiam da rotina árdua da graduação, principalmente quando se trata de um projeto como este, que promove a descontração, a alegria e, com delicadeza e sensibilidade, faz com que os integrantes possam visualizar de perto como é essencial nutrir ações que façam os pacientes, familiares e profissionais pararem por um momento, podendo esquecer das fragilidades e sentir o quanto são especiais e únicos. Assim, fazendo com que os estudantes sintam-se pertencentes àquele universo de cuidado. </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: Relatar a experiência vivenciada por estudantes de Enfermagem, integrantes de um Programa de Extensão denominado “Musicagem: a enfermagem promovendo a saúde no ambiente hospitalar por meio da intervenção musical”, em intervenções musicais semanais em hospitais de Chapecó-SC. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: Trata-se de um relato de experiência das intervenções musicais realizadas semanalmente por estudantes do curso de enfermagem no ambiente hospitalar e as sensações e reflexões despertadas nos integrantes do grupo ao promoverem saúde de pacientes hospitalizados, seus acompanhantes e profissionais ali presentes através da música. O grupo realiza suas intervenções utilizando suas vozes e dois instrumentos, sendo um ukulele e um violino, para apresentar músicas populares com mensagens de conforto e esperança, pré-selecionadas e ensaiadas pelo grupo. No dia da intervenção, membros do grupo circulam pelos quartos das unidades selecionadas a fim de consultar os pacientes e acompanhantes sobre a possibilidade da intervenção em seu quarto. Em havendo aceite, eles escolhem, dentre as músicas do repertório, aquela que desejam ouvir. Na sequência, os integrantes do grupo adentram a unidade já cantando e tocando, percorrendo os corredores e entrando nos quartos a fim de promover conforto e bem-estar. É importante ressaltar que todos se apresentam com a camiseta do Musicagem e usam máscaras. Além disso, o grupo é acompanhado pela professora coordenadora do projeto no Hospital da Criança e por uma enfermeira voluntária no Hospital Regional do Oeste. Finda a intervenção, agradecem à equipe e se retiram do local. </span><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: O processo de formação na área de Enfermagem é desafiador, uma vez que os estudantes devem adquirir competências, habilidades e raciocínio clínico cruciais para que o exercício da profissão seja de qualidade. Nesse processo, além de terem que cumprir uma carga horária integral obrigatória para realização das atividades curriculares, necessitam se dedicar a atividades extracurriculares, tornando a rotina dos estudantes por vezes exaustiva, o que pode desencadear sentimentos como a ansiedade (</span><span style="font-weight: 400;">Martínez-Vázquez </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;">, </span><span style="font-weight: 400;">2023). Por outro lado, as atividades enriquecem o currículo acadêmico e contribuem para a formação pessoal e profissional na saúde. Diante disso, a criação de projetos como de cultura e extensão surgem como estratégias de aproximarem o estudante da população e de alguma forma permitir que desenvolvam aspectos e conteúdos abordados em sala de aula, de modo que também levam o nome da Universidade para diferentes públicos e locais. São projetos como o Musicagem que fazem a rotina ficar mais “leve”, trazendo bons retornos para os estudantes, como o ânimo, empatia, compaixão e gratidão, além de possibilitar o exercício do cuidado à saúde das pessoas através da música. </span><span style="font-weight: 400;">A música é uma ferramenta poderosa, capaz de criar um ambiente confortável e de provocar um equilíbrio entre mente, corpo e alma. É também, uma forma não invasiva e não farmacológica que pode impactar positivamente nos quadros clínicos de pacientes, minimizando a ansiedade e produzindo analgesia, uma vez que estimula a liberação de endorfinas, que são hormônios produzidos no sistema nervoso central. Esses hormônios, além de aliviarem a dor, produzem sentimentos de êxtase e euforia, efeitos redutores do estresse e a ansiedade, náusea, delírio e depressão (Lorek, </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2023). As músicas utilizadas são estrategicamente pensadas, analisando o contexto e com seleção minuciosa para que a música seja bem recebida e proporcione bons momentos e evoque boas lembranças. Nesse sentido, se escutar música pode ter efeito terapêutico, cantar e tocar um instrumento também, pois os benefícios são vastos e abrangem diversos aspectos da vida pessoal e profissional. A prática musical promove o desenvolvimento cognitivo, melhorando a capacidade de concentração, memória e habilidades de resolução de problemas. Além disso, tocar um instrumento requer coordenação motora e desenvolve a destreza física (Silva Junior, 2019).</span><span style="font-weight: 400;"> A música oferece uma forma de expressão única, permitindo que os músicos processem e compartilhem suas emoções de maneira saudável. Isso pode ajudar na gestão do estresse e na melhoria do bem-estar emocional, sendo uma forma de conexão social, possibilitando que construam relacionamentos significativos com colegas e o público, podendo também oferecer apoio emocional e bem-estar (Da Cunha, 2021). </span><strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: Dessa forma, o Programa de Extensão Musicagem, além de permitir que os estudantes de Enfermagem integrem as atividades promovidas pela UFFS em extensão na sociedade e realizem atividades com diferentes públicos e setores hospitalares, serve como instrumento para possibilitar a promoção da saúde de seus próprios integrantes de um modo atípico, através das intervenções musicais. Tais ações proporcionam momentos de aprendizado e novas experiências, as quais enriquecem a formação dos futuros enfermeiros, estimulando o cuidado integral, a humanização e principalmente a valorização do ser Enfermeiro. Em nível pessoal, as intervenções possibilitam o contato consigo mesmo, levando cada um a refletir sobre sua própria vida, suas experiências, sobre o modo como as significam, sobre como isso contribui para que cada um seja quem e como é. Além disso, o contato com os outros, pacientes, acompanhantes e profissionais, evoca sentimentos de empatia, emoção e solidariedade, tão necessários para o cuidado de Enfermagem em qualquer cenário de atuação do Enfermeiro, posto que cuidar envolve muito mais do que competência técnico científica.</span></p>Geovanessa da Silva Antunes ArisiVitória de MouraKasey Martins OstEvelyn do RosarioValéria Silvana Faganello Madureira
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2024-09-252024-09-25ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS DO ENFERMEIRO: INSERÇÃO CURRICULAR NO PRIMEIRO ANO DE CURSO
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20574
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: A construção do conhecimento na enfermagem torna implícita a necessidade de uma base semiológica nos anos iniciais da graduação, com o intuito de instigar os acadêmicos a aplicarem a teoria vista em sala de aula e expressarem seu conhecimento teórico na prática. A visão global do papel a ser desenvolvido pelo enfermeiro será aplicada principalmente nos anos finais do curso de graduação, durante o Estágio Curricular Supervisionado. Assim, ao longo da jornada acadêmica há uma base a ser construída para atuação enfermeiro como gestor do cuidado e com atribuições privativas a serem priorizadas durante a assistência. Compreende-se que esta base deve ser iniciada o mais precoce possível e o componente curricular de Introdução à Gestão e Gerenciamento de Saúde e Enfermagem, ofertado no segundo semestre do curso possui este objetivo. No componente são abordados aspectos de gestão, aspectos éticos e a implementação do Processo de Enfermagem nos serviços de saúde como ferramenta para a qualidade do cuidado. As orientações éticas do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), norteiam o aprendizado sobre as condutas do enfermeiro e respaldam as ações profissionais para registro no prontuário e desenvolvimento do Processo de Enfermagem. </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: Relatar a experiência vivenciada no componente curricular de Introdução à Gestão e Gerenciamento em Saúde e Enfermagem no curso de graduação da Universidade Federal da Fronteira Sul, evidenciando a importância da inclusão do componente curricular nas fases iniciais do curso, bem como o impacto positivo para a formação. </span><strong>Metodologia: </strong><span style="font-weight: 400;">Trata-se de um relato da experiência vivenciada no componente curricular de Introdução à Gestão e Gerenciamento em Saúde e Enfermagem no curso de graduação da Universidade Federal da Fronteira Sul, no período de agosto a dezembro de 2023. O componente curricular foi organizado em aulas teóricas desenvolvidas em sala de aula com a participação de três professores e atividades teórico-práticas no Hospital Regional do Oeste e na Unidade de Saúde do bairro Seminário acompanhadas por dois professores. Nas aulas teóricas foram abordados temas sobre os aspectos éticos da profissão fundamentados principalmente pelo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem do COFEN (Cofen, 2007), temas de introdução à gestão e gerenciamento dos serviços e dos cuidados. Para as atividades teórico-práticas a turma foi dividida em grupos de 4 estudantes. Durante as práticas foram acompanhadas Consultas de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde com discussões sobre as demandas e registros no prontuário do usuário com implementação de todas as etapas do Processo Enfermagem utilizando para Diagnósticos de Enfermagem (DE), Resultados Esperados (RE) e Intervenções a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE) e os protocolos assistenciais. No Hospital Regional do Oeste foram realizadas as etapas do Processo de Enfermagem utilizando como Sistema de Linguagem Padronizada a Associação Norte Americana de Diagnósticos de Enfermagem (NANDA), Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC) e Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC).Durante a inserção nos cenários de prática também foram incluídas discussões e observações sobre os aspectos de gestão das unidades e as implicações éticas que permeiam todas ações. </span><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: O aprendizado proporcionado pelo componente curricular foi pertinente, pois evidenciou desde o início o verdadeiro papel do enfermeiro, que não é apenas assistencial, mas também de gestor de unidade e equipe. Assim, descobrimos como usar os conhecimentos adquiridos em sala de aula de forma teórica e convertê-los em prática. As discussões éticas realizadas por meio de notícias publicadas sobre infrações éticas evidenciaram a aplicabilidade em nossa realidade como enfermeiros. Foi possível identificar na prática a importância da ética no dia a dia do profissional de enfermagem. Ao acompanharmos a enfermeira na Atenção Primária à Saúde obtivemos o conhecimento da aplicabilidade dos protocolos assistenciais e do Processo de Enfermagem. Ao realizar o processo de enfermagem percebemos a importância de um software prático, que agilize esse processo, devido a quantidade de atendimentos e atribuições do enfermeiro. Percebe-se que neste sentido o sistema do HRO desempenhou um melhor papel, visto que na parte de DE, RE e intervenções o sistema contempla todas as informações. Na Unidade Básica de Saúde a enfermeira necessita de dois programas diferentes, o que não chega a ser um problema, no entanto poderia ser um processo mais ágil. Evidenciamos também na prática como cada serviço funciona e que, principalmente, a equipe tem a “cara do gestor” da unidade e que um bom gestor é sempre organizado. Nota-se a importância dessa organização para a segurança do paciente e da própria equipe para realizar esse trabalho. Foi de fato uma experiência única para nós estudantes e que com toda certeza poderia ter uma carga horária maior de práticas, pois foram bem proveitosas. Para além destes aspectos, também aprendemos a nos comunicar de maneira adequada com os usuários por meio da utilização de linguagem acessível a eles, e também, identificamos a importância de criarmos vínculo, mesmo que por curto período. Perceber a confiança que o paciente sente ao relatar não somente o que o incomoda fisicamente, mas também emocionalmente</span><span style="font-weight: 400;">, que descreve relações entre a enfermagem e o paciente. </span><span style="font-weight: 400;">Ao abrir o coração, o usuário mostra suas fragilidades e aprendemos que como futuros enfermeiros precisamos acima de tudo sermos bons seres humanos, bons ouvintes e que tenhamos uma mão amiga para que aqueles que sejam atendidos por nós sintam-se acolhidos e pertencentes. Para o paciente ser visto e ouvido é tão bom quanto ser atendido em suas necessidades físicas, às vezes não percebemos o quanto estamos presentes em momentos cruciais da vida daquele ser humano, enquanto enfrenta o câncer, por exemplo, aquela pessoa encontra-se frágil e emotiva e ela não precisa apenas de uma consulta de enfermagem, mas precisa também de alguém que a ouça como é preconizado de acordo com a Política de Humanização do SUS (HumanizaSUS, 2003). </span><strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: Diante desta experiência, o que fica de mais importante sem dúvidas é a importância desse contato com o componente logo no início do curso, pois nos mostra o verdadeiro papel do enfermeiro e a maior parte de suas atribuições, para além da enfermagem, mas também do cidadão em sua coletividade, o papel da profissão tão importante em uma sociedade, transformar vidas através do cuidado e a importância deste ser o melhor possível. Com tudo isso, percebe-se que há necessidade de uma carga horária teórico-prática maior, pois a vivência que a prática proporciona é a que mais assemelha-se com a realidade pós formados, a depender da área de atuação de cada profissional, seja ela de gestão de serviço ou gerenciamento de equipe e recursos. Tendo esse contato no início do curso percebe-se logo a necessidade de praticar e adquirir o senso de liderança e outras qualidades fundamentais para exercer o papel de gestor em diferentes serviços. Outras instituições podem aprender, assim, como a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) a proporcionar aos estudantes um maior aprendizado, pois quanto antes esse contato com as funções do enfermeiro, melhor profissional ele se tornará. As turmas anteriores ao novo Projeto Pedagógico do curso tiveram essas experiências do olhar mais voltado para a gestão principalmente nos semestres finais do curso. Cabe destacar que a assistência, e a gestão exigem um enfermeiro líder de equipe, e que necessita desde o início de sua formação, desenvolver essas habilidades, pois os profissionais estão sendo contratados por seu currículo, mas sendo dispensados do serviço por falta de habilidades para desenvolver melhor o trabalho. Todos estes aspectos foram mencionados no componente, estabelecendo relação com as teorias de enfermagem que abordam as relações interpessoais no trabalho, a importância da manutenção de um ambiente propício e harmonioso, no qual o serviço flua para todos os membros da equipe entregando assim, um bom atendimento para os usuários e honrando com a missão, visão e valores do serviço. </span></p>Gabriela Dal Bosco LazzarinRaquel Barboza de Souza BarrosLarissa Campos LinckJoice Moreira SchumalffusJulia Valéria de Oliveira Vargas BitencourtEleine Maestri
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2024-09-252024-09-25PERSPECTIVAS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DA ATENÇÃO PRIMÁRIA SOBRE O CUIDADO AO IMIGRANTE HAITIANO
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20601
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: </span><span style="font-weight: 400;">Nos últimos tempos, os movimentos migratórios têm sido uma característica marcante do cenário internacional globalizado. O Brasil, especialmente, tem se destacado como um país de intensa procura por parte dos migrantes, com a migração de haitianos, venezuelanos e outros grupos de diversas nacionalidades, como: senegaleses, bolivianos, colombianos e bengalis. Em recorte, a migração de haitianos para o Brasil, por exemplo, teve um aumento significativo após o terremoto que atingiu o país, em janeiro de 2010. Acerca dos desafios, os haitianos buscam melhores condições de vida, adaptando-se à cultura brasileira, à língua portuguesa, ao mercado de trabalho e ao Sistema Único de Saúde (SUS) e entre outros aspectos, na esperança de mudar suas realidades. No entanto, há diferenças culturais que impactam fortemente a forma como esses migrantes acessam os serviços de saúde no país. Embora o atendimento em saúde seja gratuito no país, os haitianos tendem a procurar menos os serviços de saúde ou condicionam sua procura a exigências trabalhistas, visando admissões ou evitar demissões. Estudos realizados no Reino Unido mostram que os migrantes tendem a buscar menos os serviços de saúde do que a população nativa, com um aumento na procura apenas após cerca de 25 anos de residência no novo país. Essas diferenças culturais ressaltam a importância dos profissionais de saúde possuírem habilidades e competências para fornecer cuidados culturalmente sensíveis. Nesse sentido, é crucial que o profissional de saúde compreenda aspectos culturais do outro, reconheça seus próprios preconceitos limitantes e seja acima de tudo, capaz de ajustar suas práticas para fornecer cuidados culturalmente adequados e não segregatórios. A Estratégia Saúde da Família (ESF), como direito previsto, enfatiza a importância da orientação comunitária e da competência cultural no cuidado, visando promover a autonomia individual e coletiva para o desenvolvimento do autocuidado e da busca pela atenção à saúde. Portanto, o presente estudo, visa compreender as representações sociais dos profissionais de Enfermagem da Atenção Primária à Saúde (APS) sobre o cuidado aos imigrantes haitianos, proporcionando a capacidade de reconhecer um olhar atento e de atitudes integradas e proativas para atender de forma adequada a esse público específico. </span><strong>Objetivo:</strong><span style="font-weight: 400;"> Compreender as Representações Sociais dos profissionais de Enfermagem da Atenção Primária à Saúde sobre o cuidado ao imigrante Haitiano. </span><strong>Método:</strong><span style="font-weight: 400;"> Trata-se de um estudo qualitativo, fundamentado na teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici. A pesquisa foi desenvolvida nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de três bairros de uma cidade da região Oeste de Santa Catarina, que abriga um grande quantitativo de imigrantes haitianos nos bairros estudados. A coleta de dados foi desenvolvida no mês de outubro de 2022, após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Os participantes foram selecionados intencionalmente, sendo profissionais da equipe de Enfermagem, com atuação mínima de seis meses nas Unidades de Saúde elencadas – tempo considerado suficiente para atender imigrantes e compreender a assistência em saúde para esta população. Participaram 12 profissionais de enfermagem, sendo que a a cessação dos dados ocorreu por saturação teórica. Os critérios de exclusão foram: profissionais de férias, afastamentos e licenças. A coleta de dados foi realizada pelos pesquisadores por meio de entrevista semi-estruturada após aprovação do comitê de ética de acordo com a Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012. Foi acordado com o coordenador de Enfermagem das Unidades, o horário mais adequado para apresentar o projeto para os profissionais dos centros de saúde. A apresentação contemplará título, objetivos e métodos a fim de esclarecer possíveis dúvidas. Neste momento os profissionais serão convidados a participar do estudo, de caráter anônimo, que garante manutenção em sigilo de dados que possam identificá-los, explicando os riscos que estarão expostos, como possível desconforto e cansaço. As entrevistas foram realizadas pelos pesquisadores envolvidos. Para a entrevista foi utilizado uma pergunta disparadora. Para a análise dos dados, foi realizado a transcrição das entrevistas na íntegra com organização do corpus de acordo com as recomendações para utilização do programa </span><em><span style="font-weight: 400;">Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires</span></em><span style="font-weight: 400;"> (IRAMUTEQ). A partir do IRAMUTEQ foi feita a análise de similitude, a qual, a partir da teoria dos grafos, identifica a estrutura do corpus textual por meio da ocorrência, coocorrência e conexão entre as palavras. Foi também utilizada a nuvem de palavras, como forma de evidenciar as palavras com maior frequência de destaque no corpus textual. Para a execução deste estudo, foram cumpridas as exigências legais e éticas. Desta forma, o projeto foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa para apreciação e parecer. Aos participantes do estudo, foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, segundo a Resolução nº. 466/2012. </span><strong>Resultados e Discussões:</strong><span style="font-weight: 400;"> observou-se um destaque em torno de 14 palavras-chave, com outras palavras nas ramificações sugerindo significados mais detalhados. No diagrama, a palavra central "entender" está conectada a três ramificações distintas. Em uma delas, há uma forte ligação entre "entender" e palavras como "falar", "mulher", "preventivo" e "saúde". Foram identificadas conexões mais fracas entre "falar" e "português"; "mulher", "diferente", "cultura" e "aprender"; "mulher", "homem" e "queixa". Essa ramificação destaca a experiência da mulher imigrante, com sua dificuldade de comunicação, associada a presença do homem como intermediário e facilitador do diálogo, além da não apropriação feminina da linguagem Português-Brasileiro. Isso evidencia as dinâmicas de poder entre homens e mulheres haitianas, bem como a invisibilidade social das mulheres na cultura. Em outra ramificação, a palavra central "entender" está fortemente ligada à "tradutor", "haitiano", "venezuelano" e "orientar". Ela representa o maior obstáculo nas relações estabelecidas, onde a língua, como forma de expressão de pensamentos e sentimentos, muitas vezes não é suficiente para a compreensão mútua. Essa ramificação ressalta a importância dos tradutores para mediar e facilitar o cuidado, compreendendo as necessidades, queixas, dores e anseios dos pacientes. A próxima ramificação aborda as demandas e dificuldades na busca pelos serviços de saúde, destaca-se motivos como, o desejo de engravidar, a necessidade de vacinas e a presença de dor e doenças crônicas entre os haitianos. O resultado deste estudo destaca a palavra "entender" como central no cuidado ao imigrante haitiano, estabelecendo fortes conexões com "falar", "orientar", "dificuldade" e "tradutor". A comunicação clara e amorosa na área da saúde é crucial para garantir um atendimento humanizado e eficaz. No entanto, as diferenças linguísticas têm dificultado a compreensão mútua, a expressão de necessidades e a troca de saberes. É importante reconhecer que "entender", neste contexto, refere-se não apenas à compreensão verbal, mas também à compreensão das práticas comunicativas e culturais da comunidade haitiana. A dificuldade com o idioma assume um papel primordial nas relações de cuidado. No entanto, é essencial compreender que a melhoria da compreensão mútua vai além do domínio do idioma; requer uma compreensão mais profunda das práticas culturais dos imigrantes, sem suprimir sua língua nativa (Yanomoto, Oliveira, 2021). Nesse sentido, é fundamental adotar práticas inclusivas, como a disponibilização de serviços de tradução nas Unidades Básicas de Saúde, respeitando e valorizando a língua e cultura dos imigrantes. Além disso, iniciativas como a criação de materiais informativos em crioulo, mapas da cidade e placas em diferentes idiomas podem facilitar a integração dos imigrantes na sociedade brasileira. É importante ressaltar que a legislação brasileira garante o acesso à saúde como um direito de todos, independentemente da nacionalidade. No entanto, a falta de políticas que subsidiem os profissionais de saúde no acolhimento e na oferta de cuidados adequados aos imigrantes é evidente, levando em consideração suas origens e culturas diversas (Granada e Detoni; 2017). As mulheres haitianas, em particular, enfrentam maiores dificuldades de comunicação, o que destaca as desigualdades de gênero presentes na cultura haitiana e a necessidade de apoio dos parceiros para compreender as informações nos serviços de saúde. Suas dificuldades linguísticas estão relacionadas ao contexto de vida no Haiti, onde as mulheres têm menos acesso à educação formal e falam predominantemente o crioulo. Ao chegar ao Brasil, a necessidade de integração social exige o uso do português, o que pode ser mais desafiador para as mulheres (ketzer et al., 2018). É fundamental compreender que o processo migratório representa uma mudança radical na vida de uma pessoa, envolvendo a transposição de fronteiras não apenas geográficas, mas também culturais, socioeconômicas e interpessoais. A barreira linguística e as dificuldades de comunicação são apenas uma, embora crucial, das dificuldades enfrentadas pelos imigrantes haitianos para sua integração. A segunda questão importante destacada no estudo é a necessidade do tradutor para facilitar o cuidado, compreendendo as necessidades, anseios, queixas e dores dos imigrantes haitianos. O tradutor desempenha um papel essencial na comunicação em saúde entre profissionais e imigrantes, influenciando diretamente na qualidade do cuidado oferecido. No entanto, é importante ressaltar a necessidade de discussões que vão além da questão linguística e abordam outros aspectos culturais e sociais que caracterizam a população haitiana. Outro aspecto relevante identificado no estudo é o motivo pelo qual os imigrantes procuram os serviços de saúde, incluindo consultas relacionadas a dores articulares e lombares decorrentes de trabalhos repetitivos, como os realizados na agroindústria. O trabalho geralmente precário dos imigrantes, com longas jornadas e condições adversas, contribui para problemas de saúde e comprometimento da qualidade de vida. Nesse sentido, conforme a migração pode ser considerada um determinante social de saúde que afeta diversas dimensões da vida dos indivíduos. Cavalcanti (2016) relata que em 2014, a média salarial dos imigrantes haitianos no Brasil era de um salário mínimo, com a maioria ocupando empregos de baixa qualificação, como na construção civil e em frigoríficos, o que agrava as condições precárias associadas à condição de imigrante.</span><strong>Considerações Finais:</strong><span style="font-weight: 400;"> O estudo aborda a linguagem como uma representação social do cuidado aos imigrantes nas unidades básicas de saúde, utilizando as palavras "entender", "falar", "tradutor" e "dificuldade", além de explorar questões relacionadas às mulheres e aos motivos pelos quais os haitianos buscam os serviços de saúde. É perceptível que as equipes de saúde buscam, dentro de suas possibilidades, aprimorar as formas de comunicação, muitas vezes recorrendo à ajuda de outros imigrantes. A presença do tradutor ainda é considerada fundamental para melhorar e garantir a qualidade do cuidado oferecido, facilitando tanto para os profissionais quanto para os imigrantes. Apesar da imigração não ser um fenômeno recente no país, sua intensificação nos últimos anos evidencia o contato com o diferente e destaca os contrastes culturais. Isso exige a implementação urgente de estratégias por parte dos poderes públicos, incluindo a promoção da orientação translíngue e a valorização cultural dos diversos grupos étnicos que compõem as comunidades, bem como o respeito mútuo entre todos os membros da raça humana.Ficou claro que há muito a ser expandido e aprimorado em relação ao cuidado dos imigrantes. As evidências apontam para dificuldades em compreender aspectos que vão além da linguagem, os quais são fundamentais para um cuidado qualificado. Além da presença de tradutores, é necessário repensar como o cuidado transcultural pode ser ainda mais valorizado na formação profissional. Diversos fatores influenciam a saúde e a doença dos imigrantes. É essencial que os profissionais de saúde e a população nativa consigam superar as barreiras comunicacionais, o preconceito e as condições de trabalho precárias, além de incluir, respeitar e valorizar a diversidade étnica e cultural dos diferentes povos.</span></p>Jonathan VixamarTatiana Gaffuri da SilvaSílvia Silva SouzaRenata Rocha CardozoJoão Vitor KrothAnderson Funai
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2024-09-252024-09-25Saúde Coletiva e Enfermagem: debates contemporâneos
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20603
<p><strong>Introdução: </strong>Este projeto tem como foco fundamental fortalecer a sinergia entre a área da enfermagem e os debates contemporâneos no âmbito da saúde coletiva. Sua missão central é fomentar encontros enriquecedores que não somente sensibilizem, mas também aprofundem a compreensão das políticas públicas de saúde, com especial ênfase na intersecção entre saúde coletiva e prática de enfermagem. <strong>Objetivo: </strong>Apresentar a comunidade acadêmica a importância de que a saúde coletiva pode estar aplicada em debates contemporâneos da sociedade. <strong>Metodologia:</strong>A abordagem metodológica adotada engloba uma série de encontros temáticos voltados ao estudo aprofundado do Sistema Único de Saúde (SUS) e de tópicos contemporâneos, os quais serão complementados por um curso especialmente elaborado para capacitar os conselheiros locais de saúde. Esse curso abordará de maneira abrangente o intricado tema do financiamento do SUS, proporcionando aos participantes um entendimento claro e fundamentado. Vale destacar que o alcance do projeto se expandirá para além das fronteiras universitárias. Nesse sentido, os palestrantes selecionados foram criteriosamente escolhidos entre os docentes da instituição e os discentes que não somente dominam as temáticas em discussão, mas também possuem experiências práticas a compartilhar. Além disso, é digno de nota que o projeto se estende para o ambiente extramuros, uma vez que capacitará os conselheiros locais de saúde nas próprias unidades básicas de saúde do município de Chapecó. Antecipamos resultados profundos e abrangentes, os quais se refletirão no aprimoramento tanto do desenvolvimento acadêmico quanto do engajamento cidadão dos participantes envolvidos. Ademais, a capacitação do público-alvo, composto pelos conselheiros locais de saúde, contribuirá diretamente para a efetividade das ações no âmbito da saúde coletiva. Dessa maneira, o projeto assume um papel de destaque inquestionável, emergindo como uma iniciativa de extrema relevância e urgência. Ao atender às necessidades prementes tanto da população local quanto da comunidade acadêmica, ele se firma como um elo crucial na busca por uma saúde coletiva mais robusta e equitativa. O projeto de extensão intitulado "Saúde Coletiva e Enfermagem: Debates Contemporâneos" se materializa através do trabalho colaborativo de três acadêmicas do curso de Enfermagem na Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó-SC.<strong> Resultados e discussões:</strong>Certamente, o propósito intrínseco deste projeto é nutrir um ambiente de discussão vibrante, incorporando debates e mesas temáticas que visam aprofundar a compreensão das políticas públicas de saúde, especialmente dentro do contexto da enfermagem e das conversas cotidianas. Este empenho reflete um compromisso social arraigado, direcionado tanto para a formação profissional como para o enriquecimento da comunidade regional. Com uma abordagem incisiva, o projeto busca esclarecer a realidade atual no que diz respeito ao Sistema Único de Saúde. Para além das salas de aula, o projeto busca estabelecer parcerias robustas. Pretende-se uma colaboração estreita entre a instituição e as Unidades Básicas de Saúde, bem como com os conselhos locais de saúde. Essa sinergia tem o intuito de disseminar o conhecimento crucial sobre saúde coletiva e de ressaltar a importância dos conselheiros locais no contexto do SUS. Simultaneamente, o projeto atua como um fórum de discussão aberto a respeito dos temas contemporâneos mais pertinentes à região. Ao empoderar tanto os futuros profissionais de saúde quanto a comunidade local com informações sólidas e espaços de diálogo, este projeto assume um papel fundamental na busca por um entendimento aprofundado da saúde coletiva e das políticas de saúde, além de impulsionar uma conscientização mais ampla sobre as questões de saúde que afetam a região. A implementação deste projeto ganha vida por meio da participação de profissionais renomados na área de Saúde Coletiva, cujas abordagens serão especialmente relevantes para cada tema selecionado. No total, estão planejadas sete ações enriquecedoras. Algumas das atividades incluíram mesas temáticas sobre tópicos cruciais como Racismo e Saúde, oportunidade em que debatemos a importância do acolhimento de todas as raças, dentro da universidade, trouxemos diversas realidades diferentes, que nos trouxeram relatos sobre como é difícil conviver dentro de um país extremamente racista. Desvendamos questões sobre financiamento na atenção primária, nessa situação foram debatidos assuntos como o previne brasil, atual forma de financiamento do sistema único de saúde, exploramos debates e perspectivas da saúde indígena, debatendo sobre as diversas instâncias que possuí dentro da saúde indígena, sondamos os horizontes da Saúde 4.0, nessa oportunidade debatemos sobre as tendências futuras para a enfermagem e a saúde, examinamos desafios na formação em saúde, situação em que debatemos sobre os maiores desafios encontrados dentro da profissão, tanto no âmbito de trabalho, quanto no âmbito estudantil exploramos práticas avançadas em enfermagem e analisamos legislação e práticas associadas aos conselhos de saúde, dentro dos conselhos locais de saúde, tivemos a oportunidade de conhecer as diferentes realidades que possuímos dentro de um só município, as diferentes demandas e as diferentes formas de participação da comunidade na saúde local . Além disso, o projeto almeja ultrapassar os limites institucionais, realizando intervenções nas unidades básicas de saúde. Isso visa a capacitação e orientação dos conselheiros municipais de saúde, munindo-os com o conhecimento necessário para efetivamente desempenhar suas funções. O público-alvo desse projeto engloba estudantes e servidores da UFFS, assim como os conselheiros locais de saúde do município de Chapecó. As instalações físicas já disponíveis na universidade, como auditórios bem equipados e recursos de comunicação e tecnologia, serão utilizadas para a realização das atividades. Para avaliar o impacto e a eficácia do projeto, será utilizado um questionário de satisfação distribuídos por meio do Google Forms, permitindo aos participantes expressarem suas opiniões sobre o desenvolvimento e os resultados das ações. Essa avaliação direta garantirá uma compreensão holística das percepções dos envolvidos, contribuindo para um aprimoramento contínuo do projeto e assegurando que este esteja alinhado com as necessidades e expectativas da comunidade acadêmica e da saúde local. O presente projeto iniciou suas ações com a realização de uma mesa redonda intitulado racismo e saúde: caminhos para o enfrentamento, que teve como objetivo principal promover o debate e a reflexão acerca desse grave crime social. Para a execução desse evento foram convidados para palestrar estudantes pretos dos cursos de enfermagem, medicina e história que relataram suas experiências com o racismo e suas interfaces com a saúde. Certamente, os debates gerados foram essencialmente necessários para o desenvolvimento de uma consciência profunda nos discentes sobre os reflexos desse preconceito dentro da sociedade acadêmica e igualmente fora dela. De modo geral, as atividades que estão em desenvolvimento ao longo do percurso do projeto tem o objetivo de promover conhecimento científico aos estudantes participantes das palestras acerca de temas emergentes da saúde coletiva, que engloba todas as necessidades e normativas de saúde para promover a qualidade de vida dos indivíduos, gerar resultados positivos no processo de desenvolvimento de reflexões críticas acerca do contexto histórico- social, político e econômico da saúde pública no Brasil. <strong>Conclusão:</strong>O projeto "Saúde Coletiva e Enfermagem: Debates Contemporâneos" está destinado a enriquecer o conhecimento dos discentes por meio da exploração abrangente de leis, inovações, tecnologias e pesquisas relacionados à saúde coletiva em suas ações. Essa missão será cumprida através de uma série de eventos liderados por profissionais altamente qualificados na área da saúde coletiva e suas especificidades. Além de fornecer informações fundamentais, o projeto se dedica a fomentar debates científicos em torno desses aspectos essenciais. Essa troca de ideias e perspectivas não apenas aprimora a compreensão dos tópicos, mas também forja uma capacidade crítica que é inestimável para a formação de futuros profissionais de saúde. Ao cultivar essa mentalidade crítica, o projeto está preparando discentes ativos e comprometidos na contínua evolução da área de saúde coletiva e enfermagem.</p>Keila Restelatto KohnleinLaura Isabel SimioniVanessa MenesesDaniela Savi Geremia
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2024-09-252024-09-25UTILIZAÇÃO DA SIMULAÇÃO CLÍNICA EM CONSULTAS DE PUERICULTURA: REDE DE APOIO E VÍNCULO PATERNO
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20597
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">:</span> <span style="font-weight: 400;">a simulação clínica aplicada na consulta de puericultura é uma ferramenta importante para capacitar profissionais de saúde, principalmente pediatras e enfermeiros, a lidar com questões relacionadas ao desenvolvimento infantil, suporte familiar, rede de apoio, vínculo e envolvimento paterno no cuidado da criança. </span><span style="font-weight: 400;">No período pós-parto, tanto a mãe quanto os outros membros envolvidos com a chegada de um novo ser experimentam um desgaste físico e mental significativo, destacando-se a importância e os benefícios da construção de uma rede de apoio familiar (ROSA et al, 2020). </span><span style="font-weight: 400;">Nesse contexto, a abordagem durante a consulta de puericultura deve ser holística, considerando não apenas o bem-estar físico da criança, mas também seu ambiente familiar e social. É essencial que os profissionais estejam preparados para reconhecer sinais de possíveis dificuldades na dinâmica familiar, como falta de suporte emocional, isolamento social e/ou sobrecarga de responsabilidades </span><span style="font-weight: 400;">(ROSA et al, 2020)</span><span style="font-weight: 400;">. Nesses casos, a orientação adequada e encaminhamentos para serviços de apoio psicossocial podem fazer a diferença no bem-estar da família, bem como no desenvolvimento saudável da criança. Considerando, especificamente, o vínculo paterno, a simulação clínica utilizada no contexto de consultas de puericultura pode enfatizar a importância da presença ativa do pai no acompanhamento da saúde e desenvolvimento do filho. Incentivar a participação deste sujeito desde os primeiros momentos de vida da criança contribui, não apenas, para o fortalecimento do vínculo familiar, mas também para a promoção de uma paternidade mais ativa, participativa e responsável. Em se tratando do desenvolvimento da criança, é crucial destacar que a presença e a participação masculina desempenham um papel significativo no fortalecimento dos laços familiares, contribuindo para a saúde geral da criança. Desta forma, para promover uma maior participação e envolvimento parental na saúde familiar, os profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) precisam garantir um acesso e acolhimento de qualidade para esses pais, incluindo-os ativamente nas consultas em conjunto com mães e filhos. Nesse contexto, é essencial que pais e/ou cuidadores sejam reconhecidos como indivíduos responsáveis pelo bem-estar da criança em todas as fases de sua vida, sendo incorporados às atividades rotineiras das equipes de saúde (BRASIL, 2009). Isso significa incluí-los de forma que participem ativamente das consultas. A rede de apoio neste momento é fundamental, portanto, os serviços de saúde do SUS têm o potencial e a responsabilidade de desenvolverem estratégias inovadoras para promover uma maior participação e responsabilidade dos pais e familiares na promoção do crescimento saudável das crianças. </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: </span><span style="font-weight: 400;">descrever a experiência de acadêmicas de Enfermagem na participação em simulações clínicas no contexto de consultas de puericultura e refletir sobre o papel da rede de apoio e do vínculo paterno no crescimento e desenvolvimento infantil. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: </span><span style="font-weight: 400;">trata-se de um relato de experiência vivenciado por estudantes de Enfermagem durante as aulas ministradas no Componente Curricular (CCR) "O Cuidado no Processo de Viver Humano II", no primeiro semestre de 2024. Este CCR está, atualmente, integrado ao sétimo semestre do curso de graduação em Enfermagem, na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), e possui uma carga horária total de 330 horas, o que corresponde a 22 créditos. Essas horas são distribuídas em 12 horas de aulas teóricas e 10 horas de atividades teórico-práticas (ATPs). O conteúdo teórico abrange temas relacionados à saúde da mulher, obstetrícia, saúde infantil, adolescente e família, tanto no ambiente hospitalar quanto na Atenção Primária à Saúde (APS). As atividades de simulações clínicas foram utilizadas com o intuito de oferecer uma experiência mais autêntica e dinâmica dos temas abordados, além de aprimorar as competências e conhecimentos das estudantes na prestação de cuidados de Enfermagem nas temáticas mencionadas. As simulações foram integradas às aulas do CCR, permitindo uma progressão natural no aprendizado. É relevante ressaltar que todas as estudantes participaram das simulações, alternando entre os papéis de profissionais de saúde, usuárias/pacientes e familiares, em uma variedade de cenários adaptados para cada conteúdo abordado. A simulação clínica foi baseada em uma consulta de puericultura norteada por casos clínicos com foco específico em cada fase do desenvolvimento infantil. Cada grupo teve um tempo mínimo de 40 minutos para conduzir a simulação, assegurando que o caso fosse desenvolvido dentro desse intervalo. As informações pertinentes a cada caso foram elaboradas pelo grupo, levando-se em consideração a idade da criança, com o objetivo de promover a construção e avaliação do conhecimento da turma sobre o desenvolvimento infantil, o manejo da situação e as abordagens clínicas. Isso envolveu a caracterização dos personagens, a preparação de materiais auxiliares e a simulação de um caso real. Um grupo específico ficou responsável pelo </span><em><span style="font-weight: 400;">Debriefing</span></em><span style="font-weight: 400;"> e dispôs de, aproximadamente, 20 minutos para destacar os pontos positivos e áreas a serem melhoradas. Após as apresentações, cada grupo elaborou a evolução do caso, incorporando os ajustes discutidos em sala no dia seguinte à apresentação, seguindo o formato SOAP (Subjetivo; Objetivo; Avaliação; Plano), e incluindo gráficos de crescimento e marcos de desenvolvimento. As simulações ocorreram no campus Chapecó da UFFS, no Laboratório de Semiologia e Semiotécnica, em três dias distintos, sendo que cada caso teve suas particularidades e foi discutido em grupo para complementação do conhecimento coletivo. O caso clínico abordado pelas autoras deste trabalho envolveu um lactente de sete meses, em amamentação complementar e introdução alimentar aos 6 meses. A mãe trabalhava e deixava a criança meio período aos cuidados da avó materna e meio período na creche. Durante a consulta de puericultura realizada por profissional enfermeiro, a mãe relatou que seu filho estava com uma secreção nasal em quantidade moderada e de coloração clara, além de dificuldades na aceitação da introdução alimentar. A avó, que estava presente, perguntou sobre o desenvolvimento motor da criança. Para a realização da simulação, o grupo desenvolveu discussões prévias e uma reunião presencial para definir os papéis, os materiais necessários e as orientações a serem seguidas durante a consulta. Cada discente teve a responsabilidade de estudar a parte atribuída a seu personagem. No dia da apresentação, foi feita uma ambientação para criar um ambiente semelhante a um consultório de Enfermagem real, visando facilitar a comunicação entre os profissionais de saúde e a família. Durante a consulta, os familiares trouxeram suas preocupações específicas em relação à criança, e as estudantes foram orientando os presentes de acordo com diretrizes atuais da área e de evidências científicas, respeitando os marcos de desenvolvimento da criança, por meio de uma comunicação eficaz. Nas reflexões e experiências compartilhadas durante a simulação clínica foram identificados aspectos relacionados à rede de apoio familiar e vínculo do pai no crescimento e desenvolvimento da criança. </span><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: a simulação clínica utilizada em consultas de puericultura proporcionou inúmeros benefícios para o aprendizado individual e grupal das envolvidas. Acredita-se que isso ocorreu pela preparação cuidadosa e criação de um ambiente de atendimento realista, com falas pertinentes e embasadas na vida real. Após a simulação, a sessão de </span><em><span style="font-weight: 400;">Debriefing </span></em><span style="font-weight: 400;">propiciou a avaliação de diversos aspectos trabalhados, enriquecendo ainda mais a experiência. Na avaliação da estratégia de ensino foram identificadas áreas que precisavam de melhoria e desenvolvidas em conjunto. Isso contribuiu para a construção do conhecimento de forma envolvente, integrada e qualificada, fortalecendo o papel do enfermeiro na APS. Ainda, ficou evidente a importância dessa experiência, especialmente quando se projetam algumas dificuldades que poderão ocorrer no cotidiano acadêmico, pessoal e profissional futuro. A simulação em pauta não apenas preparou as acadêmicas para os desafios futuros, mas também proporcionou uma visão mais clara da rotina em uma unidade de saúde da APS. Essa experiência contribuiu positivamente para a formação de profissionais mais capacitadas e experientes, dotados de conhecimento e habilidades necessárias para enfrentar os desafios da prática profissional. A análise da experiência das acadêmicas de Enfermagem com a utilização da simulação clínica revelou aspectos positivos, com promessas promissoras enquanto atuação como futuras enfermeiras. As discentes demonstraram um aumento significativo na confiança para lidar com questões relacionadas à rede de apoio familiar e estímulos para fortalecer o vínculo paterno, visto que as discussões apontaram para uma melhoria na comunicação das acadêmicas, que conseguiram estabelecer uma relação mais empática e eficaz com os pais e cuidadores durante as consultas de puericultura simuladas. Além disso, as estudantes identificaram de forma mais assertiva as necessidades familiares, incluindo a importância de uma rede de apoio adequada e possíveis desafios no fortalecimento do vínculo paterno. A promoção da participação paterna foi outro aspecto destacado nas simulações, permitindo às acadêmicas explorarem estratégias para incentivar o envolvimento ativo dos pais no cuidado da criança. Reconheceu-se a relevância desse engajamento para o desenvolvimento saudável infantil e para a construção de um ambiente familiar acolhedor. Diante desses resultados, enfatiza-se a importância de uma abordagem holística e centrada na família durante o ensino prático, com a integração de aspectos psicossociais, capacitação dos futuros profissionais de Enfermagem para lidar com a complexidade das relações familiares e promoção de uma paternidade ativa </span><span style="font-weight: 400;">(ROSA et al, 2020)</span><span style="font-weight: 400;">. </span><strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: a simulação clínica utilizada no contexto de consultas de puericultura é uma ferramenta crucial na formação de profissionais de saúde, permitindo a prática de habilidades de comunicação e identificação de desafios familiares. O foco na rede de apoio e no vínculo paterno realça a importância do envolvimento familiar no cuidado infantil. Essa abordagem pedagógica não só prepara profissionais para desafios clínicos, mas também promove uma compreensão mais aprofundada acerca da importância do apoio familiar. Ao fortalecer o vínculo entre pais e profissionais de saúde, essa metodologia contribui para o bem-estar global das crianças e suas famílias, destacando-se como uma ferramenta educacional poderosa na promoção de um cuidado infantil integral.</span></p>Camila Ferreira SantosRenata Rocha CardozoBeatriz Isabela Whately SantosTassiana PotrichJoice Moreira Schmalfuss
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2024-09-252024-09-25UTILIZAÇÃO DA LASERTERAPIA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS:
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20600
<p align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Introdução</strong></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: o câncer é definido como um conjunto de células que se multiplicam de forma desordenada, podendo invadir tecidos e órgãos, ocasionando assim a formação de tumores (INCA, 2019). A incidência e etiologia das neoplasias pode variar conforme a distinção dos sexos biológicos: no masculino há predominância de casos de câncer de próstata (29,2%), enquanto no feminino há maior incidência do câncer de mama (29,7%). Somente para o ano de 2023, estimava-se mais de 700 mil casos novos da doença no cenário brasileiro, tendo maior prevalência o câncer de mama e o de próstata (INCA, 2023). A nível mundial, o câncer de mama lidera o ranking de neoplasias com maior diagnóstico, enquanto o câncer de próstata encontra-se na quarta posição (INCA, 2023). Com relação aos tratamentos disponíveis para as neoplasias, as três modalidades principais são: quimioterapia, radioterapia e cirurgia, das quais podem ser prescritas de forma concomitante (INCA, 2019). Os pacientes oncológicos podem apresentar feridas tanto em decorrência do câncer em si como em consequência dos tratamentos empregados. Sendo assim, a depender do tratamento prescrito, o aparecimento de feridas é inevitável. Pode ser realizado nessas lesões o tratamento com fotobiomodulação, uma </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">modalidade terapêutica que faz o uso de laser de baixa potência, auxiliando no processo de cicatrização e favorecendo a produção de colágeno e elastina, trazendo ainda ação analgésica e antiinflamatória ao paciente. A laserterapia utiliza do processo de bioestimulação para aumentar o metabolismo das células do leito da ferida, promovendo assim uma ação regenerativa nas fibras nervosas, ocasionando ainda o aumento do tecido de granulação e formando novos vasos sanguíneos no local (Santos </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al</em></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">., 2021). </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Objetivo</strong></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: relatar a experiência da utilização da fotobiomodulação em pacientes oncológicos no contexto hospitalar. </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Metodologia</strong></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: trata-se de um relato de experiência que descreve aspectos sobre as práticas vivenciadas durante o Estágio Curricular Supervisionado I na atenção hospitalar, dentro de um departamento de alta complexidade em oncologia em um hospital público no oeste de Santa Catarina, sendo o recorte temporal de março a abril de 2024. </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Resultados e discussão</strong></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: entre o período de março a abril de 2024 foram realizados 390 atendimentos de enfermagem no departamento de oncologia do serviço mencionado, sendo 357 no setor de radioterapia e 33 no ambulatório de quimioterapia. Os atendimentos citados são, em sua maioria, consultas de enfermagem referentes ao processo quimioterápico ou radioterápico, da qual o paciente já é informado sobre a possibilidade de feridas ou questionado sobre o aparecimento destas caso seja uma consulta de retorno. Com relação aos atendimentos voltados para a fotobiomodulação, são realizados, em média, 18 tratamentos laser terapêuticos por mês. Os pacientes submetidos ao tratamento foram consultados em diferentes localidades do departamento, oriundos da radioterapia, ambulatório de quimioterapia e clínica oncológica. Utiliza-se o aparelho Therapy EC, o comprimento das ondas emitidas pelo laser é medido em nanômetros (nm), o modelo de laser que possui dois diodos laseres com comprimento de onda vermelha (660 nm) e/ou infravermelho (808 nm), na potência de 100 megawatts ( mW - unidade de grandeza física de potência). A unidade de energia emitida no leito das lesões dos clientes atendidos no local variam de 1 a 2 Joules. Com relação às coberturas disponíveis no serviço, encontra-se: hidrogel, papaína, aquacel, spray de barreira, gaze de rayon e gazes convencionais. Somente com as acadêmicas do referido estágio, 7 atendimentos no período mencionado foram efetuados, sendo estes referentes a: mucosite (4), ferida operatória (2), flebite química (1) e radiodermatite (1). Com relação a mucosite, orienta-se, antes da sessão de laser, o bochecho com clorexidina a 0,12% para higienização da mucosa oral e controle de odor, em seguida, avalia-se o grau da mucosite e aplica-se a fotobiomodulação. Nos casos de ferida operatória, prioriza-se a limpeza com soro fisiológico 0,9% e a troca de curativo, avalia-se etiologia, bordas, extensão, exsudato e tecidos presentes no leito da ferida, </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">aplicando a laserterapia em sequência. Nas radiodermatites é importante a avaliação da extensão da mesma e do grau em que se encontra a lesão, após isso, realiza-se a aplicação da fotobiomodulação. A Radiodermatite, é causada pela exposição secundária à pele à radiação ionizante, é considerada um dos principais efeitos colaterais do tratamento oncológico, o que </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">compromete a renovação das células, afetando o processo de cicatrização. As lesões decorrentes do tratamento podem ocorrer de várias maneiras, dependendo da quantidade de radiação absorvida. Podem incluir eritema, descamação (seca ou úmida), dor, alterações na imagem corporal e até necrose tecidual. Uma opção de tratamento para essas lesões é o uso da laserterapia de baixa potência. A fotobiomodulação estimula o tecido por meio da amplificação da luz emitido por radiação estimulada sobre as lesões, acelerando o processo de cicatrização e oferecendo um tratamento com baixo custo e um melhor resultado de cicatrização (Rodrigues </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al.</em></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">, 2020). Desta forma, a laserterapia é um método de tratamento que pode ser utilizado para auxiliar na cicatrização de feridas, o qual ativa efeitos bioquímicos, bioelétricos e bioenergéticos. É utilizado um raio de baixa potência que permite a aplicação não térmica e seu feixe eletromagnético em determinadas áreas do corpo para fins terapêuticos. A terapia é usada como um complemento ou uma forma isolada de tratamento de patologias, pois a fotobiomodulação aumenta o fluxo sanguíneo na fase inicial da cicatrização, ativando mediadores inflamatórios para a lesão na fase de coagulação e estimulando a produção de colágeno na fase final da cicatrização. A terapia mencionada auxilia ainda na recuperação da aparência da pele, na recuperação da função ou da área anatômica que foi perdida por uma lesão profunda, sendo que também ajuda a aliviar a dor e controlar a inflamação por meio da promoção da nutrição de fibroblastos, das propriedades de colágeno e da epitelização (Santos </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al</em></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">., 2021; Rodrigues </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al.</em></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">, 2020). Devido à grande variedade de fatores que afetam o cuidado de feridas, é necessária uma colaboração interdisciplinar para fornecer um cuidado excepcional aos clientes que sofrem com essa condição. Os enfermeiros são os profissionais mais indicados para prevenir, avaliar e tratar de feridas, porque esta é uma tarefa que eles desenvolvem em sua prática diária, sendo responsáveis pelo acolhimento do paciente, avaliação da lesão e escolha do tratamento até a cicatrização. É essencial que o enfermeiro tenha um conhecimento abrangente dos materiais que serão usados no tratamento, fisiologia da cicatrização, bem como ajustar o tratamento de acordo </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">com cada tipo de lesão (Santos </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al</em></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">., 2021). A mucosite oral, é considerada uma das principais complicações do tratamento antineoplásico, caracterizada pela inflamação da mucosa oral, manifestada por sintomas como: eritema, ulceração, sangramento, edema e dor na cavidade oral, a fotobiomodulação pode ser prescrita e utilizada tanto como caráter profilático como terapêutico, apresentando bons resultados tanto em mucosites decorrentes da terapia antineoplásica, como também em radiodermatites, essa complicação, que pode interromper o tratamento e afetar significativamente a qualidade de vida do paciente, foi identificada como a principal lesão observada durante o Estágio Curricular (4) (Amaro</span></span></span> <span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al.</em></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">, 2022). De acordo com Rodrigues et al., (2020), em dois estudos, pacientes com mucosite oral apresentaram uma redução significativa de lesões após o quarto dia de tratamento. Além disso, as lesões diminuíram progressivamente em dimensão e dor, e os pacientes melhoraram sua capacidade de alimentação. A terapia mostrou-se eficaz na redução da dimensão das lesões e da gravidade do eritema na mucosite oral. </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Considerações finais</strong></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: nos 7 casos acompanhados pelas acadêmicas observa-se que os pacientes não relatam dor e nenhuma outra queixa referente ao uso do laser nas feridas. Foi possível analisar que os pacientes fazem uso de substâncias inadequadas ou pouco indicadas para as feridas quando estão no ambiente domiciliar, utilizando, por exemplo, produtos alimentícios, mesmo com as orientações trazidas pela equipe. Embora a literatura evidencie que os resultados da fotobiomodulação na profilaxia sejam mais promissores que a utilização da mesma após abertura de lesão, não foi possível realizar atendimentos preventivos devido a alta demanda da equipe de enfermagem no local durante o recorte temporal deste trabalho. Evidencia-se a satisfação dos pacientes ao passarem pela terapia de fotobiomodulação, tendo em vista que a terapia mencionada possui potencial anti-inflamatório e analgésico, aliviando assim a sintomatologia dos pacientes que são submetidos a este tratamento, promovendo ainda uma cicatrização em uma quantidade de tempo menor do que o habitual. Além da grandiosa experiência com os pacientes da unidade, tem sido um processo de aprendizagem extremamente construtor pois, ao visualizar a enfermagem na aplicação da laserterapia, remete-se a reflexão sobre o quão capacitado o enfermeiro pode estar no tratamento de feridas, alinhando tecnologia e saúde em sua prática profissional. </span></span></span></p> <p align="justify"> </p>Thaís Daniela Cavalaro Santos MachadoFernanda LenknerAmanda Althaus Bonin
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2024-09-252024-09-25MANEJO CLÍNICO DE ARBOVIROSES NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: EXPERIÊNCIAS NO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20594
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: Durante séculos, epidemias de doenças infecciosas representaram uma das principais causas de morte, levando ao desenvolvimento de vacinas, antibióticos e melhorias nas condições de vida. Apesar desses avanços, as doenças infecciosas continuam a ser uma das principais causas de mortalidade. As arboviroses são exemplos dessas doenças infecciosas que ainda representam um desafio para a saúde pública. Transmitidas por artrópodes, como mosquitos e carrapatos, essas doenças persistem como problemas de saúde global. Entre as arboviroses mais conhecidas estão a Dengue, Zika e Chikungunya que possuem como vetor o mosquito </span><em><span style="font-weight: 400;">Aedes Aegypti.</span></em><span style="font-weight: 400;"> A imunidade a um sorotipo não oferece proteção contra outros. No Brasil, as arboviroses continuam a ser uma preocupação, com casos frequentes e campanhas de conscientização em andamento. A pesquisa em modelagem de epidemias tem sido fundamental para fornecer orientações sobre como controlar a propagação dessas doenças, especialmente em áreas urbanas (Molter, et. al, 2016). O artigo 3º da Lei nº 8.080/90 identifica diversos elementos determinantes e condicionantes da saúde, como alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, transporte, lazer e acesso a bens e serviços essenciais (Brasil, 1990) Nesse contexto, o saneamento desempenha um papel crucial na promoção da saúde, envolvendo ações que visem melhorar a qualidade ambiental e diminuir a transmissão e até a erradicação de doenças que possuem um método de transmissão relacionada ao saneamento. É importante ressaltar que tais ações não devem se restringir a aspectos pontuais, mas sim abranger o manejo adequado das condições habitacionais, comunitárias e públicas relacionadas à água e a resíduos. Essa abordagem integrada é essencial, pois a saúde está diretamente ligada a condições ambientais e sociais que afetam o bem estar e a qualidade de vida das pessoas. É importante ressaltar também que as mudanças climáticas têm influenciado a ocorrência de eventos climáticos e hidrológicos que contribuem no aumento da incidência de arboviroses, como o aumento da temperatura e a alteração da rede fluvial e pluvial que favorece a reprodução do mosquito vetor (Faria, </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2023). A epidemiologia relacionada aos casos de dengue destaca que a maioria dos pacientes se recupera completamente, mas uma parcela pode desenvolver formas graves da doença necessitando de internação e um olhar de cuidado mais detalhado, e alguns inclusive podem apresentar risco de morte. Embora seja possível evitar a maioria das mortes por dengue com uma assistência multiprofissional adequada e uma organização eficiente dos serviços de saúde, todas as faixas etárias estão sujeitas à doença, sendo que pessoas idosas, crianças e aquelas com condições crônicas como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco. Essa complexidade enfatiza a importância de considerar esses fatores em estudos sobre saneamento básico e vigilância em saúde, sendo crucial a adoção de estratégias eficazes para controlar a evolução da população do vetor e prevenir a propagação das doenças. </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: Compartilhar a experiência vivenciada por uma acadêmica de enfermagem durante o Estágio Curricular Supervisionado (ECS) realizado em um Centro de Saúde da Família (CSF) localizado no Oeste Catarinense, com ênfase no manejo clínico de arboviroses. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: Trata-se de um relato de experiência das vivências enfrentadas durante a inserção de uma acadêmica de enfermagem em um CSF que abriga uma significativa parcela dos casos de arboviroses do município em que está situado. O relato incluirá informações epidemiológicas sobre a incidência dessas doenças na região, destacando os desafios enfrentados, as limitações encontradas e as estratégias desenvolvidas para lidar com essas condições de saúde. Durante o estágio, as principais demandas relacionadas ao atendimento, manejo e prevenção dessas doenças foram evidenciado devido a situação epidemiológica do local. Para adaptar as atividades acadêmicas a esse contexto, foi necessário compreender o fluxograma de manejo clínico de dengue do Ministério da Saúde e buscar estratégias adicionais de enfrentamento. A análise epidemiológica realizada na região, incluiu a incidência, distribuição por faixa etária e gravidade dos casos, o que foi essencial para direcionar as ações de prevenção e controle. A integração dessas informações com as atividades acadêmicas permitiu uma abordagem mais eficaz no enfrentamento das arboviroses. </span><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: O quadro epidemiológico das arboviroses apresenta uma alternância entre períodos sazonais e não sazonais dos agravos em diversas regiões geográficas. Além disso, pode ocorrer um cenário epidêmico, caracterizado por uma incidência dos agravos acima do esperado (Brasil, 2022). Atualmente a situação em Santa Catarina da dengue, zika e chikungunya apresenta-se com a necessidade de um olhar atento das equipes de saúde e equipes de vigilância epidemiológica, principalmente no Oeste Catarinense (conforme mostrado na Figura 1), ressaltando a importância do planejamento para enfrentar emergências decorrentes de surtos ou epidemias conseguintes de arboviroses (Brasil, 2024).</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Figura 1: Situação entomológica nos municípios de Santa Catarina em 19/03/2024.</span></p> <p> </p> <p><span style="font-weight: 400;">Segundo o informe epidemiológico de Santa Catarina, entre dezembro de 2023 e março de 2024, foram registradas 106.221 notificações de dengue no estado, das quais 66.174 considerados casos prováveis, 576 foram inconclusivos e 10.047 foram descartados. No município onde está localizado o CSF estudado, foram registrados mais de 1.000 casos confirmados e 900 suspeitas. O CSF representa, respectivamente, 35% e 29% dos casos do município, o que tem sobrecarregado a unidade e consequentemente teve um impacto no atendimento da unidade, aumentando a quantidade de paciente atendidos diariamente e necessitando que os profissionais tenham olhares mais apurados para os sinais de alerta para a doença, tal como ocasionou a diminuição de atendimentos de outras áreas. A acadêmica necessitou assumir atendimentos para auxiliar no fluxo de seguimento no tratamento e no fluxo na unidade, necessitando buscar capacitação para atender com mais detalhes do que o conteúdo ofertado em sala de aula. Deste modo, cabe à Atenção Primária em Saúde (APS) promover a criação de grupos de trabalho com equipe técnica para discutir temas relacionados ao manejo clínico, classificação de risco de pacientes suspeitos, e capacitação das equipes de saúde primária. Além disso, é essencial incentivar e orientar a utilização de protocolos de manejo das arboviroses, bem como a criação de estratégias de busca ativa de casos suspeitos em áreas com alta incidência. A oferta de hidratação venosa precoce nas unidades básicas de saúde deve ser promovida, assim como o acompanhamento longitudinal dos usuários após a primeira consulta. A coordenação dos fluxos de referência e contrarreferência no território, a garantia de transporte adequado para encaminhamento dos usuários e a comunicação direta com a Rede de Urgência e Emergência também são medidas cruciais. Adicionalmente, é necessário incentivar a notificação de casos suspeitos, a integração com agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias, e promover ações de educação em saúde para prevenção das arboviroses, além de articular medidas integradas para enfrentar epidemias em colaboração com outros setores (Brasil, 2022). </span><strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: O ECS é momento propício para auxiliar o SUS nas demandas prioritárias, independente do que se esperava encontrar, e embora essa atuação sazonalmente mais focada, ou menos generalista, possa frustrar as expectativas iniciais dos estudantes, se fazer pertencer à equipe e desenvolver o sentimento de pertencimento para resolução de crises sanitárias como a (previsível?) dengue mostram-se tão formativos, quanto o arsenal de procedimentos e protocolos esperado pelo senso comum para atuação profissional do enfermeiro na APS. Por conseguinte, denota-se da situação epidemiológica crítica supracitada, que a avidez por experimentar o maior número possível de situações desejáveis nas boas práticas do enfermeiro, não pode ser maior do que o compromisso social, sobretudo com os usuários do SUS, implicado na integração ensino-serviço-comunidade. </span></p>Bruna BartolomeyHágata Cristina MascarelloCláudio Claudino da Silva Filho
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2024-09-252024-09-25Importância dos Protocolos de Enfermagem no manejo de feridas na Atenção Primária em Saúde
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20589
<p>Trata-se de um resumo expandido, realizado na disciplina de Aprendizagem Vivencial, no curso de graduação em enfermagem na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), que traz um relato de experiência vivenciada pelos estudantes relacionado as temáticas abordadas em sala: Processo de enfermagem e Protocolos de enfermagem: Cuidado à pessoa com ferida.</p>Emille Nair Lima dos SantosMorgana BrandãoCauani BinsfeldVeridiana Samuéla AltJulia Valéria de Oliveira Vargas BitencourtEleine Maestri
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2024-09-252024-09-25O USO DAS MÍDIAS SOCIAIS COMO FERRAMENTA INFORMATIVA NA PRIMEIRA INFÂNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20583
<p>Introdução: O nascimento de uma criança configura-se como um momento muito marcante e singular na vida dos pais, as representações desse marco trazem uma série de significados profundos e universais, na qual, torna-se especial na vida do casal que passa ter a oportunidade de acompanhar de perto as descobertas da criança. Contudo, apesar das alegrias, a chegada de uma criança na família gera uma imensa mudança na rotina, mudanças estas, que se refletem na relação conjugal. Afinal, o tempo fica mais escasso, a rotina gira em torno do filho, as responsabilidades aumentam e é necessário passar por um período de adaptação para que tudo se ajeite (Macedo, 2020). Ainda, no que tange ao período de adaptação dos pais à nova rotina com o recém-nascido, iniciam-se as dúvidas e apreensão para com os cuidados do mesmo, principalmente quando relacionado a amamentação, cuidados com o umbigo, cólica, entre outros cuidados relacionados às necessidades básicas da criança. Além disso, a experiência de vivenciar a vinda do primeiro filho traz consigo uma gama de transformações na vida da puérpera, sendo uma fase de grandes mudanças e adaptações físicas e psicossociais, também é apresentada uma mudança de sentimentos vagos e contraditório como inseguranças, medos, alegrias por ser uma fase constituída por adaptações da mãe em relação às necessidades do recém-nascido (Silva et al., 2021). Assim, faz-se necessário estratégias de educação em saúde aplicada pelos profissionais, em especial os enfermeiros, fornecendo orientações acerca dos cuidados que devem ser tomados com os lactentes, sempre levando em conta as falas e anseios da mãe (Mascarenhas et al., 2019). Portanto, compreendendo que o exercício da maternidade é um processo de construção social e cultural contínuo, e para tal apoio, o uso das mídias sociais tem se mostrado um aliado na disseminação de informações, com foco na promoção, prevenção e educação em saúde que ultrapassa barreiras geográficas, além de, contribuir na fomentação de políticas públicas em saúde. Objetivo: Relatar metodologia de ensino desenvolvida no componente curricular O Cuidado no processo de Viver Humano II, do curso de Enfermagem da UFFS. Metodologia: O estudo é descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por acadêmicas de enfermagem da sétima fase, da Universidade Federal da Fronteira-UFFS, campus Chapecó, no primeiro semestre de 2024, no componente curricular do O Cuidado no Processo de Viver Humano II, onde são abordados os conteúdos relacionados a saúde da criança e do adolescente. No decorrer das aulas de laboratório, foi discutido sobre a consulta de puericultura, aleitamento materno, marcos do desenvolvimento da criança e a realização de um simulado, evidenciando as principais dúvidas que os pais têm em relação à maternidade, principalmente quando se trata do primeiro filho. A fim de conhecer quais os principais anseios quando relacionado a essas questões, através do contato pessoal com algum familiar ou conhecidos por via WhatsApp, de colegas estudantes que são mães e por via de caixa de mensagem no Instagram®, foi realizado a seguinte pergunta para a mãe em relação à primeira infância: “Quais foram as suas principais dúvidas e/ou dificuldades com o nascimento do seu filho (a)?”, essa pergunta foi usada como norteadora para saber as principais dúvidas das mães e ou responsável da criança. No segundo momento, foi realizada a busca de artigos científicos em bases de dados seguras, da área da saúde, para embasar nas respostas a serem difundidas com as mães, em seguida, foi confeccionado a elaboração das publicações na plataforma Canva. Posteriormente os conteúdos, foram divulgados para as mães através do contato feito inicialmente, e publicados nas mídias sociais, marcando as contas do Instagram® da UFFS, página da liga de pediatria e hebiatria em enfermagem- LAPHE, centro acadêmico de enfermagem- CAEnf, do perfil da turma- enfer2021uffs, da professora coordenadora da disciplina, e das mães que fizeram a pergunta. Resultados e discussão: Diante das experiências vivenciadas pelos estudantes, após questionar as mães sobre suas principais dúvidas ou dificuldades na primeira infância de seus filhos. As principais dúvidas evidenciadas foram relacionadas às dificuldades durante a amamentação, cuidados com o coto umbilical, alergia alimentares, a falta de um rede de apoio, não conseguir acompanhar a tabela do marco do desenvolvimento, o sono, e dificuldade em retornar ao trabalho, após a licença da maternidade. Do relato exposto por uma das mães, as principais dificuldades foram com a amamentação da sua filha, conforme menciona a mesma: “Foi descoberto na hora do nascimento que ela tinha Síndrome de Down. A primeira dificuldade que tive com ela foi relacionada à amamentação, a qual já é difícil pelo fato de ela não ter força para mamar. Foi angustiante!”. Sabe-se que o ato de amamentar é considerado uma fase muito importante para as mães, pois além do leite trazer benefícios para o desenvolvimento da criança, contribui para o maior vínculo entre mãe e bebê. No entanto, a amamentação nem sempre é um processo fácil. Além das dificuldades que podem ocorrer nesse período, cada mãe vivencia a amamentação de forma singular, como no caso citado era uma mãe atípica. Assim, embora o bebê com síndrome de down deva receber aleitamento materno, sua sucção é insuficiente devido apresentar o tônus muscular diminuído e, muitas vezes, a própria mãe não tem condições de amamentar devido ao estresse emocional ocasionado pelo impacto da notícia ou mesmo pela falta de encorajamento às mães. Logo, no início de vida deve ser incentivado o aleitamento materno exclusivo, considerando que o movimento de sucção do peito contribui para o melhor fortalecimento de toda a musculatura facial e auxilia na oclusão dentária. Esses mecanismos repercutem favoravelmente, na mastigação e no desenvolvimento da fala. Para tanto, foram realizados alguns recortes com dicas de um aleitamento feliz e duradouro, entre as principais elencadas foram: “Deixar o bebê mamar o tempo suficiente até que se esvazie o peito e ele o solte espontaneamente”; “Dar-lhe de mamar frequentemente, conforme a demanda do bebê”; “Para facilitar o aleitamento materno é importante que a mãe esteja descansada”; “É de enorme utilidade que as mães tenham contato com outras mães de crianças com síndrome de Down, pois possibilita o fortalecimento da rede de apoio”. Ademais, outro relato de uma mãe foi sobre a dificuldade enfrentada no retorno da licença maternidade, após colocar o filho de 6 meses na creche, em menos de uma semana ele apresentou sintomas respiratórios, inicialmente diagnosticado como bronquiolite. Durante 1 mês tomou antibiótico, expectorante, anti-inflamatório, fez nebulizações, sem resolução do caso. Como não houve melhoras, o bebê consultou com um pneumologista, e constatou-se que foi a introdução ao leite NAN, na creche, que o causou alergia à proteína do leite APLV, além de identificar alergia a ovo e trigo. A conduta da mãe foi comunicar à creche e fazer marmitas, bem como ofertarem o leite NAN SOY (de soja). Para a produção do pôster informativo, foi relatado o caso supracitado, e explicado as diferenças sintomatológicas entre bronquiolite e alergia à proteína do leite, foi elencado os principais sintomas para a bronquiolite: “Tosse, obstrução nasal, coriza e às vezes chiado no peito; Assemelha-se a uma crise de asma ou bronquite e duram aproximadamente de 3 a 15 dias; Dificuldade para respirar e falta de ar indicam gravidade”. Já para a alergia à proteína do leite, foram: “Chiado no peito, espirro, tosse, secreção nasal; Infecções no ouvido; Sangue ou muco nas fezes ou diarreia; Vômito ou regurgitação”, informações colhidas através da análise de artigos do UNASUS e FIOCRUZ. Ao final, escrevemos um aconselhamento aos pais que possam passar pela mesma dificuldade, ou seja, se caso o pediatra não tenha experiência com alergias, sugere-se procurar um alergista ou pneumologista. As crianças são expostas precocemente às proteínas do leite de vaca (LV) pela dieta materna (se amamentadas), pela ingestão de fórmula infantil ou durante a introdução dos alimentos sólidos. Neste relato materno, ficou evidenciado que o diagnóstico nem sempre terá precisão, reações adversas de caráter imunológico podem ter sintomas muito parecidos e serem difíceis de diagnosticar inicialmente, a depender do contexto. Posto isso, é recomendado ao ofertar diferentes alimentos, atentar-se, para não introduzi-los no mesmo período, dificultando assim a identificação de possíveis reações alérgicas. Conforme o estudo de Moura et al. (2021), o enfermeiro é um importante aliado para a promoção da alimentação complementar saudável nos primeiros dois anos de vida, uma vez que faz parte de sua rotina o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil, o qual requer análise dos dados antropométricos da criança e orientações nutricionais. Considerações finais: A construção dos posters informativos, possibilitou às acadêmicas uma aproximação mais significativa com as diferentes realidades vivenciadas pelas mães em relação às dúvidas e dificuldades que tiveram com seus filhos durante a primeira infância. Além disso, a atividade contribuiu para o processo de formação teórico e prático, bem como forneceu instrumentos para elencar o que é importante a ser dito para mães que apresentarem futuras dúvidas e/ou dificuldades nas atividades práticas, sendo um norte nas consultas de enfermagem. Ao educar os pais sobre práticas seguras de introdução alimentar e como identificar e lidar com alergias alimentares, disseminamos a informação para reduzir o risco de complicações de saúde em bebês e crianças pequenas. Participar de atividades como esta, que interliga saúde, família e crianças no meio de mídias sociais, sensibiliza os acadêmicos a serem defensores eficazes dos pacientes, principalmente, ao oferecer suporte emocional, responder a perguntas e conectar as famílias aos recursos necessários para lidar de uma forma mais leve com um novo mundo, que inclui aspectos como amamentação exclusiva e complementar, e introdução alimentar correta. Além de que, afirma-se que mais instrumentos como este deveriam ser promovidos pelos docentes, em diferentes áreas dentro da enfermagem, para que assim, se expanda o conhecimento por meio das redes midiáticas.</p>Letícia de Souza MatiasRayana da Silva FreireBrena Maria Ribeiro NurnbergVanda GhisleriTassiana Potrich
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2024-09-252024-09-25EXPERIÊNCIA DE CAPACITAÇÃO: TREINAMENTO PARA EQUIPES DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL DE GRANDE PORTE NO OESTE CATARINENSE
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20588
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">:</span> <span style="font-weight: 400;">Na contemporaneidade, a Extensão Universitária emerge como uma poderosa ferramenta para estreitar os laços entre as instituições de ensino superior e a comunidade, especialmente no campo da saúde, onde desempenha um papel crucial no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Inserida no contexto formativo, a extensão, mediada por docentes e extensionistas, vai além da transmissão de conhecimentos acadêmicos, abrindo espaço para reflexões e debates sobre as dinâmicas sociais e os desafios enfrentados pela sociedade. Nesse sentido, o artigo "Extensão Universitária", de Moacir Gadotti, oferece uma perspectiva enriquecedora sobre o papel transformador da extensão na universidade. Gadotti destaca a importância de uma abordagem dialógica e participativa, que reconheça os saberes e experiências das comunidades envolvidas. Ele argumenta que a extensão não deve se limitar a uma prestação de serviços, mas sim promover a capacitação e o empoderamento das pessoas, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao integrar a extensão universitária em suas práticas, os profissionais de enfermagem têm a oportunidade não apenas de ampliar seus conhecimentos e habilidades, mas também de se envolver ativamente na promoção da saúde e no enfrentamento das desigualdades sociais. Através de projetos extensionistas, é possível estabelecer uma ponte entre o conhecimento acadêmico e as demandas reais da comunidade, contribuindo para a melhoria dos serviços de saúde e para a construção de uma sociedade mais saudável e inclusiva. Assim, ao participar de iniciativas de extensão universitária, os estudantes e profissionais de enfermagem têm a oportunidade de vivenciar na prática os princípios da educação problematizadora propostos por Paulo Freire. Eles podem se tornar agentes de transformação social, promovendo o diálogo, a reflexão crítica e o engajamento comunitário. </span><strong>Objetivo:</strong><span style="font-weight: 400;"> Dessa forma, a extensão universitária se revela não apenas como uma extensão do conhecimento acadêmico, mas como uma ferramenta poderosa para romper bolhas, transformar realidades e construir um mundo mais justo e solidário. </span><strong>Metodologia:</strong><span style="font-weight: 400;"> Trata-se de um relato de experiência decorrente de uma ação extensionista vinculada ao projeto de extensão institucionalizado na UFFS intitulado como “ Segurança do paciente e integração entre ensino e serviço: Uma proposta de extensão universitária” e em desenvolvimento desde 2022. A ação foi realizada em um hospital de grande porte no oeste catarinense com uma equipe composta por um docente e quatro estudantes do curso de graduação em enfermagem, sendo três bolsistas e um voluntário. Participaram também os dois enfermeiros coordenadores do Núcleo de segurança do paciente e do Serviço de controle de infecção relacionado à assistência à saúde. A ação teve como objetivo capacitar as equipes de enfermagem no que tange a segurança do paciente e controle de infecção hospitalar. </span><strong>Resultados e Discussões:</strong><span style="font-weight: 400;"> A segurança do paciente é um conjunto de práticas essenciais que devem ser cuidadosamente consideradas e implementadas em todos os aspectos do atendimento médico. Seu principal objetivo é minimizar as falhas que podem ser evitadas durante a prestação de cuidados de saúde, garantindo assim que o paciente receba assistência de qualidade, livre de danos e com a menor ocorrência possível de erros. A educação continuada desempenha um papel fundamental nesse processo, proporcionando oportunidades para que as equipes de saúde reflitam sobre suas práticas e promovam mudanças comportamentais que visem aprimorar seus conhecimentos e habilidades. Desde os tempos antigos, líderes na área da saúde, como Hipócrates e Florence Nightingale, reconheceram a importância de priorizar a segurança do paciente. Hipócrates afirmava que a atenção à saúde não deveria causar danos, enquanto Florence Nightingale buscava criar um ambiente propício para o cuidado do paciente. Seu trabalho na guerra da Crimeia, onde conseguiu reduzir drasticamente a taxa de mortalidade entre os soldados, exemplifica como abordagens centradas no paciente podem ter um impacto significativo na segurança e na qualidade dos cuidados de saúde. De acordo com o documento de referência do Programa Nacional de Segurança do Paciente, estudos conduzidos em vários países indicam uma alta incidência de eventos adversos. Em média, cerca de 10% dos pacientes hospitalizados experimentam algum tipo de evento adverso, sendo que metade desses casos poderia ser evitada. A liderança no cuidado com a segurança do paciente é atribuída à Organização Mundial da Saúde, que, em colaboração com a Joint Commission Internacional, estabeleceu seis metas internacionais para a segurança do paciente. Essas metas incluem: identificar corretamente o paciente, melhorar a eficácia da comunicação, aumentar a segurança dos medicamentos de alta vigilância, garantir a realização de cirurgias no local e paciente corretos, reduzir o risco de infecções relacionadas aos cuidados de saúde e diminuir o risco de danos ao paciente devido a quedas. O objetivo dessas metas é prevenir a ocorrência dos eventos adversos, facilitando o processo de identificar maneiras de promover a prática da segurança do paciente. Uma dessas estratégias envolve o uso de pulseiras que podem sinalizar uma variedade de situações, como o risco de queda, lesões por pressão, alergias, isolamento e até mesmo a identificação do paciente. Essa abordagem destaca a necessidade de educação continuada e discussões que promovam a reflexão e o aprimoramento constante na área da segurança do paciente. No hospital da região oeste, são realizadas auditorias periódicas pelo Núcleo de Segurança do Paciente, visando quantificar dados sobre as práticas de segurança do paciente realizadas pela equipe. Através dessas auditorias, foi identificada uma baixa adesão ao uso das pulseiras de identificação e ao preenchimento dos formulários. Com o objetivo de melhorar esses índices, foi elaborada uma atividade de capacitação sobre o tema, conduzida por três estudantes de Enfermagem da UFFS que participam de um programa de extensão focado na segurança do paciente, buscando integrar ensino e serviço. A capacitação foi organizada para ser aplicada a todas as equipes de Enfermagem dos setores fechados, incluindo Unidades de Terapia Intensiva Geral, Convênio, Pediátrica, Neonatal, Laboratório e Hemodinâmica. Utilizando a abordagem de educação problematizadora de Paulo Freire, a capacitação ocorreu por meio de uma roda de conversa mediada pelos estudantes e pela enfermeira responsável pelo Núcleo de Segurança do Paciente do hospital. Este método permitiu que o ensino fosse transmitido através da interação com o conteúdo e de diálogos que problematizam ações que poderiam causar danos ao paciente. O tema foi introduzido gradualmente na discussão, com o objetivo de sensibilizar a equipe sobre a importância da Segurança do Paciente. Para reforçar o aprendizado de forma lúdica e interativa, foram utilizados jogos como caça-palavras e questões de concurso. Antes da implementação da capacitação, houve uma reunião prévia entre os estudantes para compartilhar ideias e planejar a metodologia, em colaboração com a enfermeira do núcleo. Devido à alta rotatividade das equipes de enfermagem neste hospital, foi necessário elaborar um cronograma e realizar a capacitação ao longo de dois dias para alcançar todos os turnos. No início da roda de conversa, os mediadores destacaram a importância da segurança do paciente, sensibilizando a equipe sobre as seis metas internacionais de segurança do paciente e compartilhando casos de eventos adversos relacionados à identificação do paciente. Embora a maioria dos participantes tenha se envolvido, alguns mostraram distração, especialmente nos setores onde o enfermeiro não demonstrava interesse. Isso ressalta a importância do comportamento do enfermeiro como um reflexo da equipe de enfermagem, destacando a necessidade de uma conduta profissional exemplar. No decorrer da aplicação da capacitação, os estudantes foram os mediadores e puderam associar de forma teórico-prática que a segurança do paciente é fundamental para o cuidado qualificado, de modo a reduzir riscos de um possível evento adverso e proporcionar uma melhor serviço. </span><strong>Considerações Finais: </strong><span style="font-weight: 400;">Portanto conclui-se que a segurança do paciente é um fator fundamental para que não ocorram eventos adversos, sendo de extrema importância praticar hábitos seguros. A capacitação é um método para educação e conscientização benéfico para a equipe, visando retomar conhecimentos prévios e complementá-los e também para os estudantes mediadores associando a teoria com as vivências cotidianas nos setores. Desenvolver projetos de extensão permitiu a aproximação com campos práticos, além de desenvolver a capacidade de comunicação, observação e tomada de decisão. Com certeza momentos únicos na trajetória acadêmica. Durante a implementação da capacitação, os estudantes mediadores puderam vivenciar uma integração prática da teoria com a realidade assistencial, reforçando a importância da segurança do paciente para garantir um cuidado de qualidade. Ao associar o conhecimento teórico à prática clínica, eles reconheceram que a adoção de medidas de segurança é fundamental para mitigar os riscos de eventos adversos e melhorar o serviço prestado aos pacientes. Ao revisitar e aprimorar seus conhecimentos sobre segurança do paciente, os participantes da capacitação destacaram a relevância de práticas seguras para evitar a ocorrência de eventos indesejados. Além disso, a capacitação proporcionou um espaço propício para a educação e conscientização da equipe, permitindo a retomada e complementação de conhecimentos prévios, o potencial transformador dessa prática, enfatizando a importância de uma abordagem participativa e dialógica que reconheça os saberes das comunidades envolvidas.No contexto específico da saúde, a capacitação dos profissionais, como exemplificado no projeto de extensão "Segurança do paciente e integração entre ensino e serviço", desempenha um papel fundamental na promoção de cuidados de qualidade e na prevenção de eventos adversos. Ao integrar teoria e prática, os estudantes mediadores conseguiram não apenas ampliar seus conhecimentos, mas também sensibilizar as equipes de enfermagem sobre a importância da segurança do paciente. Através de iniciativas de extensão universitária como essa, os profissionais de enfermagem têm a oportunidade de se engajar ativamente na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, ao mesmo tempo em que aprimoram suas habilidades práticas e desenvolvem uma compreensão mais profunda das necessidades da comunidade. Essas experiências não apenas enriquecem suas trajetórias acadêmicas, mas também os preparam para enfrentar os desafios do mundo real com confiança e competência, contribuindo para a construção de um sistema de saúde mais seguro e eficaz.</span></p> <p> </p> <p> </p> <p> </p>Renata Rocha CardozoJoão Vitor KrothTatiana Gaffuri SilvaSílvia Silva Souza
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2024-09-252024-09-25SIMULAÇÕES REALÍSTICAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM APLICADA À ENFERMAGEM OBSTÉTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20586
<p><strong>Introdução:</strong> <span style="font-weight: 400;">As simulações realísticas, cada vez mais, vêm sendo utilizadas por docentes do ensino superior da área da saúde como método de ensino e aprendizado com o intuito não só de inovar, mas proporcionar experiências satisfatórias aos futuros profissionais. Essa metodologia facilita o cumprimento das recomendações das boas práticas da Enfermagem, bem como das diretrizes atuais do Comitê de Qualidade no Cuidado à Saúde da América, nos quais são abordadas questões relacionadas à prevenção de erros e segurança do paciente. Nesse contexto, ao pressupor que o aprendizado seja concretizado por meio do uso de simulações, é fundamental que a formação dos profissionais atenda às demandas da globalização e garanta um ensino de excelência (CARNEIRO </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2019). No que tange a área da Enfermagem obstétrica, o uso de simulações pode ser especialmente útil no futuro atendimento do público materno-infantil, de forma a qualificar e humanizar a assistência que será prestada. </span><strong>Objetivo:</strong><span style="font-weight: 400;"> descrever a experiência de acadêmicas de Enfermagem com a utilização de simulações realísticas no processo de ensino e aprendizagem aplicada à </span><span style="font-weight: 400;">Enfermagem Obstétrica, tencionando uma reflexão acerca da assistência que pode ser oferecida a gestantes, parturientes, puérperas e recém-nascidos. </span><strong>Metodologia:</strong> <span style="font-weight: 400;">trata-se de um relato de experiência vivenciada por acadêmicas de Enfermagem durante aulas vinculadas ao Componente Curricular (CCR) “O Cuidado no Processo de Viver Humano II”, no primeiro semestre de 2024. Tal CCR, atualmente, é oferecido no sétimo semestre do curso de graduação em Enfermagem, na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e contabiliza uma carga horária total de 330 horas, equivalente a 22 créditos, sendo estes divididos em 12 horas de aulas teóricas e 10 horas de atividades teórico-práticas (ATPs). A teoria engloba conteúdos relacionados à saúde da mulher, obstetrícia, saúde da criança, adolescente e família, no contexto hospitalar e na Atenção Primária à Saúde (APS). Já as ATPs costumam acontecer nos serviços de saúde do município de Chapecó, sendo eles: maternidade e centro obstétrico do Hospital Regional do Oeste (HRO), pediatria do Hospital Materno-Infantil, saúde da mulher, obstetrícia e pediatria em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da APS. As simulações foram utilizadas visando proporcionar uma vivência mais realista e dinâmica dos conteúdos relacionados, além de aprimorar habilidades e conhecimentos das discentes na assistência de Enfermagem durante a atenção pré-natal; classificação do risco gestacional (risco habitual, intermediário e alto risco), interpretação de exames laboratoriais e estado vacinal da gestante, métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto e parto. As simulações ocorreram de forma integrada durante as aulas do CCR, sendo possível realizar um encadeamento do aprendizado. Importante destacar que as simulações envolveram toda a turma de discentes, que ora faziam o papel de profissionais da saúde, ora faziam o papel usuárias/pacientes, nos mais variados cenários construídos de acordo com cada conteúdo trabalhado. </span><strong>Resultados e discussão:</strong><span style="font-weight: 400;"> aprender com as simulações realísticas aplicadas ao contexto obstétrico representou oportunidade ímpar de exercitar habilidades técnicas e comunicacionais, desenvolver o pensamento crítico, vivenciar situações num ambiente protegido antes da inserção em campo de práticas, além de potencializar o aprendizado. As simulações também proporcionaram um maior entendimento dos protocolos e diretrizes que norteiam o campo de atuação da Enfermagem Obstétrica, possibilitando compreender o contexto dos desafios dessa área, bem como do movimento ativo em prol da humanização do parto e nascimento. Com a metodologia em pauta foi</span> <span style="font-weight: 400;">possível realizar a avaliação nutricional e do ganho de peso de gestantes, proceder ao cálculo da idade gestacional e da data provável do parto, treinar as manobras de palpação do útero, identificar a situação e a apresentação do feto intraútero, medir a altura uterina, auscultar os batimentos cardíacos fetais, aferir a pressão arterial da grávida, revisar o esquema vacinal, interpretar exames laboratoriais, entre outras atividades essenciais para um acompanhamento pré-natal adequado. No âmbito do processo parturitivo as estudantes puderam experienciar o atendimento de gestantes em diversas fases dos períodos clínicos do parto e nascimento, associando o método não farmacológico de alívio da dor mais adequado para cada período, além de se familiarizarem com situações nunca vivenciadas no processo formativo. Nesse contexto, a utilização de simulações no processo de ensino e aprendizagem apresentou resultados significativos e proporcionou uma experiência enriquecedora para as discentes. Por meio da prática repetida e exposição a diferentes cenários realistas, uma das principais constatações após a participação nas simulações foi o aprimoramento da competência clínica das participantes. Desta forma, acredita-se que as atividades trabalhadas influenciaram, também, na tomada de decisões por parte das discentes, visto que, na área da Enfermagem Obstétrica esse aspecto é particularmente relevante e necessário em situações que costumam demandar uma ação rápida e precisa visando evitar desfechos negativos para a saúde materna e/ou fetal/neonatal. Além disso, as simulações clínicas contribuíram para o desenvolvimento do trabalho em equipe, pois a interação entre os participantes promoveu a colaboração e a coordenação de esforços, refletindo em uma dinâmica bem próxima da encontrada em ambientes clínicos reais. Essas habilidades são essenciais para a prática eficaz da Enfermagem Obstétrica, visando uma comunicação clara e colaboração inter e multiprofissional, sendo estas fundamentais para garantir a segurança e o bem-estar do binômio mãe-bebê. Diante do exposto, salienta-se que a simulação realística propicia uma visão crítica e reflexiva acerca das próprias competências, facilitando que discentes reconheçam suas limitações e tenham condições de avaliar e validar o que é essencial para a realização das práticas (Boostel </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2021). Em suma, os resultados deste relato de experiência destacam os benefícios significativos do uso de simulações realísticas no processo de ensino e aprendizagem em Enfermagem Obstétrica. Essa estratégia pedagógica proporcionou uma oportunidade única para as estudantes desenvolverem suas competências clínicas, se sentirem mais seguras nas tomadas de decisões, aprimorarem habilidades técnicas e de comunicação, exercitarem o trabalho em equipe e, consequentemente, reduzirem a ansiedade associada à entrada em um cenário ainda desconhecido. Como tal, a integração de simulações no currículo de Enfermagem pode ser uma forma valiosa de preparo de estudantes para o cuidado praticado na obstetrícia com o intuito de garantir ótimos resultados para mães e bebês e evitar desfechos negativos. </span><strong>Considerações finais:</strong><span style="font-weight: 400;"> percebeu-se que uma aprendizagem baseada em simulação realística melhorou o pensamento crítico e as habilidades diversas das estudantes de Enfermagem autoras desse relato.</span> <span style="font-weight: 400;">Ao fornecer um ambiente seguro e controlado para as discentes praticarem diversos tipos de atendimentos à gestante, parturiente, puérpera e seu recém-nascido, as simulações auxiliaram a desenvolver suas habilidades analíticas e de resolução de problemas. Com as simulações, as estudantes puderam desenvolver a capacidade de análise de situações variáveis e, por vezes, complexas, identificar riscos potenciais e tomar decisões informadas e baseadas em evidências científicas, competências essenciais para o sucesso no campo profissional e, especialmente, na área da Enfermagem Obstétrica. Ainda, é importante salientar que esta experiência vivenciada propiciou o desenvolvimento das estudantes como protagonistas do cuidado prestado, sendo possível que as próprias pudessem apontar acertos e dificuldades, pontos de melhoria, reforçando e aprofundando as partes teórica e prática.</span> <span style="font-weight: 400;">Além disso, as simulações também possibilitaram o aprimoramento da empatia, virtude fundamental para estabelecer uma relação de confiança, vínculo e acolhimento com as mulheres e famílias que serão atendidas. A partir dessas experiências práticas, as autoras desenvolveram uma maior segurança e autonomia para atuar de forma eficaz na assistência à gestante e ao recém-nascido, respeitando suas individualidades e necessidades específicas. Dessa forma, o uso de simulações realísticas no processo de ensino e aprendizagem aplicada à Enfermagem Obstétrica se mostrou extremamente benéfico e enriquecedor para a formação profissional e pessoal, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de competências técnicas, cognitivas e afetivas necessárias para uma prática segura, ética e qualificada.</span></p>Camila Ferreira SantosHellen Polita BalestrinJoice Moreira Schmalfuss
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2024-09-252024-09-25CUIDADOS NA SÍNDROME DE TAKOTSUBO: REFLEXÕES SOBRE AS SEMELHANÇAS COM A SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20582
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: A Síndrome de Takotsubo é uma cardiopatia induzida por estresse, comumente conhecida como síndrome do coração partido, também chamada de balonamento apical transitório do ventrículo esquerdo. Esse balonamento tem uma hipercinesia do segmento basal do ventrículo, que se assemelha a um Takotsubo no ecocardiograma, que é uma armadilha japonesa para capturar polvo, sendo assim a razão do seu nome. Ela foi inicialmente descrita no Japão com pacientes que apresentavam quadro semelhante ao infarto agudo do miocárdio (IAM), entretanto, esses pacientes possuíam artérias coronárias normais, sendo em 1983 o primeiro caso descrito oficialmente da síndrome. Nesta síndrome, os sintomas se assemelham muito com os da Síndrome Coronária Aguda (SCA), como dor torácica típica com uma duração maior que 20 minutos de forte intensidade no qual a pessoa descreve ter uma sensação de aperto ou queimação no local, dispneia, alterações eletrocardiográficas e elevação de biomarcadores de necrose miocárdica. Por essa razão, é comum que pacientes inicialmente acreditem que estão apresentando uma SCA (Fernandes; Montera, 2020). Aproximadamente de 1-3% de todos os pacientes que apresentam sintomas consistentes com SCA e são submetidos a uma angiografia coronária, são identificados como tendo a síndrome de Takotsubo (Fernandes; Montera, 2020). Apesar de ser uma patologia considerada rara, sua incidência vem crescendo cada vez mais nos dias de hoje, o que pode ser resultante da prevalência de eventos estressores hodiernos (Singh</span><em><span style="font-weight: 400;"> et al</span></em><span style="font-weight: 400;">., 2022). Diante disso, é extremamente necessário profissionais capacitados, que conheçam a patologia e saibam diferenciá-la do IAM, uma vez que o diagnóstico correto permite que o cuidado seja centrado, evitando possíveis danos à saúde do paciente. Dessa forma, o caso clínico despertou curiosidade dos estudantes, e com o propósito de aperfeiçoar e enriquecer as experiências vivenciadas, surgiu a ideia de aprofundar os conhecimentos em relação a essa síndrome, para que futuramente o cuidado integral, individualizado e de qualidade seja entregue pelos enfermeiros junto a equipe multiprofissional. </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: Este resumo expandido tem como objetivo refletir sobre a Síndrome de Takotsubo após experiência vivenciada por duas estudantes do Estágio Curricular Supervisionado I de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul campus Chapecó e um Enfermeiro Residente Uniprofissional de Urgência e Emergência, em um setor de Clínica Médica de um hospital do Oeste de Santa Catarina, onde tiveram contato com esta patologia pela primeira vez. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: Trata-se de uma reflexão, cujo propósito é discutir a respeito das características clínicas dessa cardiopatia, principalmente em como distingui-la da SCA, a fim de ampliar o conhecimento por meio de embasamento científico, e consequentemente trazer melhores práticas para os portadores da síndrome. Para a pesquisa dos artigos referenciados no resumo, foram utilizados a base de dados da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), Pubmed e da SciELO, com os descritores (DeCs): "Cardiomiopatia de Takotsubo" e “síndrome de Takotsubo”. </span><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: O estágio Curricular Supervisionado realizado no último ano da graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul, e a Residência em Enfermagem Uniprofissional de Urgência e Emergência permitem que os estudantes exercitem o que foi perpassado durante toda a formação, colocando-os em contato com a realidade atual do contexto de saúde e dos serviços ofertados, além de possibilitar a oportunidade de presenciar as mais diversas patologias, desde as mais comuns até mesmo aquelas menos recorrentes. Diante disso, os estudantes tiveram a oportunidade de acompanhar de perto um caso de síndrome do coração partido, o qual despertou muito interesse e curiosidade acerca das suas particularidades, por isso decidiram aprofundar seus conhecimentos e posteriormente realizar discussões, para que futuramente saibam lidar com tal patologia, de modo que uma assistência integral seja realizada. Durante a pesquisa foram elencadas algumas características interessantes da </span><span style="font-weight: 400;">síndrome de Takotsubo, uma delas </span><span style="font-weight: 400;">é que c</span><span style="font-weight: 400;">erca de 80-90% das pessoas que desenvolvem a doença são mulheres, entretanto o motivo dessa expressiva discrepância de gênero ainda encontra-se desconhecida. Apenas há hipóteses que relacionam a doença com a privação de estrogênio, decorrente da menopausa e seu papel na regulação do impulso simpático e fluxo sanguíneo microvascular por meio de mecanismos do endotélio </span><span style="font-weight: 400;">(Singh</span><em><span style="font-weight: 400;"> et al</span></em><span style="font-weight: 400;">., 2022).</span> <span style="font-weight: 400;">A Síndrome Takotsubo por possuir praticamente os mesmos sintomas que SCA é muito confundida com ela, porém no exame de cineangiocoronariografia é possível observar suas diferenças. Na Takotsubo não é observado obstrução das artérias coronárias, já na SCA é observado. Na síndrome de Takotsubo apresenta-se uma reversibilidade das alterações da motilidade ventricular, no qual em grande parte dos casos da síndrome se tem uma restauração da função ventricular em até 18 dias após o início dos sintomas (Fernanda; Montera, 2020). Embora os mecanismos da síndrome ainda não sejam claramente conhecidos, ainda mais relacionado ao estresse, se tem conhecimento que pacientes com essa síndrome apresentam uma ativação simpática exacerbada, manifestando altos níveis de catecolaminas no organismo, se comparado com a SCA (Alves </span><em><span style="font-weight: 400;">et at.</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2008). São classificadas como catecolamina: a epinefrina, a norepinefrina e a dopamina. Todos são hormônios que agem na regulação do corpo, principalmente na contração do músculo liso vascular, pressão sanguínea e hipertrofia cardíaca. Para muitos autores esse pode ser um fator central na fisiopatologia da síndrome do coração partido, já que em situações de alterações emocionais como o estresse, sempre se apresentam elevações nos níveis de catecolamina no organismo do indivíduo, em razão de que esses altos níveis causam uma hiperativação do sistema hipotálamo-hipófise-adrenal (Fernanda; Montera, 2020) que podem ser a causa principal da síndrome ou também apenas uma resposta secundária. No entanto, isso já sugere uma possível interação coração-cérebro na fisiopatologia da síndrome. Se tem conhecimento que um nível elevado de catecolaminas pode ser tóxico ao organismos e acabar causando algum tipo de lesão nas fibras cardíacas, como necrose nas bandas de contração por exemplo (Severo </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">., 2022). Esse mecanismo pode explicar a elevação das enzimas marcadoras de necrose cardíaca encontrada nos pacientes da síndrome, porém isso ainda é uma grande incógnita para a grande maioria dos estudiosos e serão necessários muito mais estudos sobre esse assunto. Para muitos estudiosos, durante o diagnóstico de uma possível síndrome de Takotsubo é necessário que se tenha um olhar para além dos sintomas clínicos, avaliando o paciente como um todo, observando ele não apenas em suas necessidades biológicas, mas também nas suas necessidades psicossociais, todavia dando um maior ênfase para a sua resposta emocional frente a uma situação de estresse, tanto estresse físico como estresse emocional (Severo </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">., 2022). Por essa razão, é de suma importância que a avaliação de um paciente com um possível diagnóstico de síndrome do coração partido seja feito por uma equipe multiprofissional, no qual detenham um olhar crítico apurado para todas as necessidades do indivíduo. </span><strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: Destarte, a discussão de casos clínicos através da prática, como ocorreu no caso da síndrome do coração partido, permite o aprofundamento e reflexão de diversas patologias, agregando conhecimento e o exercício do raciocínio clínico, bem como planejamento dos cuidados primordiais para proporcionar um atendimento de qualidade e individualizado aos pacientes. Embora o diagnóstico da Síndrome de Takotsubo seja bastante desafiador, pouco compreendido e com uma literatura bastante escassa acerca de sua fisiopatologia, causas e consequências a longo prazo, é de tamanha importância conhecer as particularidades dessa patologia e investir em estratégias que possam ampliar o conhecimento da mesma, como pesquisas científicas, tendo em vista a sua importância, gravidade e crescente incidência.</span></p> <p><br><br><br></p> <p> </p>Geovanessa da Silva Antunes ArisiFabiana Maciel CofferiEstéfeno Colpani GirottoEleine Maestri
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2024-09-252024-09-25DOULAGEM DA MORTE: DESAFIOS FRENTE À MORTE E PERMISSÃO DE PARTIDA
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20580
<p><strong>Introdução</strong>: Em seus postulados e ensinamentos pioneiros, a teórica brasileira Wanda de Aguiar Horta já defendia a Enfermagem como uma ciência para assistir a vida humana integralmente nas dimensões biopsicossociais (Horta, 1974). Sob essa ótica, a profissão proporciona um leque amplo sobre fatores que permeiam a vida humana e a integralidade dicotômica ofertada no ciclo vital, onde a vida e a morte caminham de forma paralela diante da prática de Enfermagem. Acerca do processo de morte, é ainda encarado como a ruína de um ciclo biológico, um fator a ser evitado a todo custo – perspectiva muito prevalente na esfera de profissionais de saúde que se debruçam para “salvar vidas” e fazem disso sua missão (Zenevicz, Massaroli, Bitencourt, 2020). Mesmo que a morte faça parte da vida, há um consenso de que o fato deve ser evitado, e sua presença na assistência em saúde, minimizado. Pensando nisso, quando não falamos da morte, não falamos da vida e quando a mesma ocorre, gera sentimento de impotência, tristeza e falha. Ainda utilizamos opções de medidas e intervenções fúteis para preservar a vida, fato ocasionador de maior sofrimento ao paciente, a família, equipe e a graduandos da saúde. No contexto da formação em saúde, a falta de discussão sobre o processo de morte, deixa os graduandos expostos ao desenvolvimento de sentimentos de impotência diante da perda de um paciente, e propensos a encarar a situação de morte como à falta de êxito na assistência prestada. Assim, nota-se a necessidade de ampliar as discussões, no âmbito acadêmico ou mesmo, em cenários da formação em saúde, sobre a finitude da vida. <strong>Objetivo</strong>: compartilhar os desafios, reflexões e intervenções de graduandos de Enfermagem frente à assistência ao paciente em finitude e percepções sobre a Permissão de Partida enquanto prática de cuidado espiritual. <strong>Metodologia</strong>: trata-se de um relato de experiência, de caráter descritivo, que possui por objetivo compartilhar os desafios, reflexões e intervenções de graduandos de Enfermagem frente a assistência ao paciente em processo de morte, além de abordar a Permissão de Partida enquanto possibilidade de cuidado. A experiência relatada, tem como cenário as atividades teórico-práticas (ATPs) desenvolvidas pelos graduandos no setor de Clínica Médica, de um hospital de grande porte localizado na região Oeste Catarinense, durante sete dias do mês de novembro de 2023. No geral, os pacientes internados possuíam condições crônicas de saúde, além de quadros patológicos agudos, perfil etário adulto-idoso e com baixa condição socioeconômica. Por intermédio da docente supervisora, os graduandos eram direcionados à realização de cuidados integrais aos pacientes. <strong>Resultados e discussão</strong>: após o período de atendimento aos clientes, os acadêmicos reuniam-se com a docente responsável para debater questões clínicas, dificuldades enfrentadas e angústias oriundas do processo assistencial. Neste momento, a docente oportunizava a discussão sobre cuidados de Enfermagem frente ao quadro clínico dos pacientes, tais momentos que evidenciou a dificuldade dos acadêmicos em elencar cuidados coerentes, considerando o estado do paciente, quando este vivenciava o findar de sua vida. E, ainda, notou-se a dificuldade de aceitar sua limitação diante da impossibilidade de realizar condutas para preservar a vida do paciente de modo confortável e ajudar o familiar no processo de luto, momento que acarretou sentimentos de tristeza, inconformidade e impotência nos acadêmicos. Corroborando então, com o descrito no trabalho de Zenevicz, Massaroli e Bitencourt (2020) sobre os sentimentos de abalo, tristeza e revolta vivenciados pelos acadêmicos em situações frente ao evento. Diante disso, em vista da relação professor-discente, maneiras de enfrentamento eram discutidas, bem como a ampliação da prática de cuidados de prevenção quaternária, a fim de evitar intervenções invasivas desnecessárias ao curso clínico. Processo que gerou aos acadêmicos, ampliação do leque de cuidados a pacientes que necessitam de medidas menos invasivas e que proporcionam acima de tudo, conforto. Pensando nisso, durante a atividade prática e a proximidade da docente no âmbito de cuidados espirituais, a mesma ampliou os instrumentos para o cuidado através da Permissão de Partida. Prática que requer a capacidade sensível e empática de enfermeiros nesse ramo da assistência, através de um contato terapêutico para livre expressão de sentimentos, crenças e rituais espirituais ou religiosos; reconhecimento da atividade como promotora de vínculo; acolhimento durante o momento de expressão de dores, angústias, expectativas e medos, para ressignificar o processo de morte (Zenevicz, 2020). E, ainda enfatizou, os critérios metodológicos para o desenvolvimento da Permissão de Partida, como o respeito à crença religiosa ou espiritual; garantir a liberdade espiritual; resguardar informações potencialmente sigilosas; anuência dos partícipes; e apoio emocional antes, durante e após o procedimento. A partir da participação neste processo, os acadêmicos, notaram a necessidade de desenvolver habilidades interpessoais para um cuidado empático, uma avaliação clínica adequada que identifique o processo iminente de morte e a identificação do desejo da família e paciente em receber esse tipo de cuidado. Além de propiciar um ambiente adequado para expressão dos sentimentos oriundos do processo de despedida. Com relação ao cuidado ao familiar, durante a execução da Permissão de Partida, os momentos de conversas e despedidas eram marcados por reações e sentimentos de choro, desamparo, saudosismo e saudade do ente. Por isso, em vista da necessidade dos acadêmicos em aprender a cuidar do familiar no processo de luto, a docente estimulava a permanência com os familiares, promovendo o amparo aos sentimentos do processo e, a realização da escuta ativa. Momento que gerava satisfação e sentimento de confiança nos acadêmicos, ao notarem as expressões de maior aceitabilidade do familiar frente ao quadro clínico, associado a sentimentos de gratidão à vida do ente em processo de morte. Assim, de modo que o processo de assistência em Enfermagem torna-se mais empático, integral e eficaz. <strong>Considerações finais</strong>: no que se refere aos cuidados espirituais, constata-se uma lacuna de prática, com poucas medidas sendo implementadas pela equipe multidisciplinar presente no cenário descrito. Isso ressalta a necessidade de uma abordagem mais abrangente e integrada, no qual os cuidados espirituais sejam valorizados e incorporados, tais quais os cuidados biológicos, de forma mais consistente na assistência ao paciente em fim de vida. Evidenciou-se a dificuldade dos estudantes em lidar com a terminalidade da vida e a evitar a oferta de cuidados intervencionistas desnecessários, ou seja, que corrobora com os princípios dos cuidados paliativos. A vivência diante do enfrentamento da morte está prevista nas literaturas citadas como algo intrínseco e inevitável, ou seja, que permeia um processo natural da formação em saúde. Mas que, de todo modo, necessita ser desenvolvida e trabalhada tanto em sala de aula, quanto em campos práticos, seja durante a formação ou mesmo, em atuação profissional. Devendo ser realizado por meio de processos formativos periódicos, a fim de se construir um corpo de assistência e conhecimento sólido. Mesmo que o tema seja amplamente mais abordado atualmente, a construção acadêmica ainda carece de momentos práticos no qual os estudantes possam vivenciar e aprender a enfrentar situações de cuidados paliativos e morte de pacientes, receber suporte por parte de docentes devidamente preparados para guiar os graduandos no desenvolvimento de habilidades e competências inerentes a assistência humanizada e eficaz. Acerca da Permissão de Partida, é notório a sua complexidade e que requer estudo e preparo para a execução adequada. Sendo reconhecida como uma prática que transcende um procedimento, mas que em sua finalidade significa uma oportunidade de oferecer cuidados espirituais e fornecer apoio emocional para o paciente e família.</p>João Vitor KrothThamirys Fernanda Santos CandidoLaysa Anacleto SchuhMatheus Gonçalves CavassinVinicius AnsolinLeoni Terezinha Zenevicz
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2024-09-252024-09-25RELATO DE EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS DURANTE A DISCIPLINA DE APRENDIZAGEM VIVENCIAL SOBRE O PROCESSO DE ENFERMAGEM
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20581
<p>O trabalho relata a experiência durante o componente curricular de Aprendizagem Vivencial no curso de Enfermagem, enfocando o Processo de Enfermagem e seus protocolos. A metodologia incluiu encontros semanais com recursos didáticos variados, como estudo independente e atividades em grupo. Um caso clínico hipotético de Candidíase vulvovaginal sintomática foi utilizado para aplicação prática dos protocolos. Os resultados destacaram a importância do Processo de Enfermagem na tomada de decisões clínicas informadas e no desenvolvimento de planos de cuidados específicos. Apesar de desafios como a falta de coesão do grupo, a abordagem interativa dos facilitadores permitiu uma compreensão mais profunda dos protocolos. A experiência fortaleceu habilidades práticas e preparou os estudantes para os desafios do ambiente de trabalho. Em suma, o componente curricular desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento profissional dos estudantes de Enfermagem, oferecendo uma base sólida de conhecimento teórico e prático e preparando-os para uma prática clínica centrada no paciente.</p>Maisa MarcolinDaniela PellizzaroFernanda Mayta SchaeferVitória Stormowski
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2024-09-252024-09-25UTILIZAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM E O EMPODERAMENTO DA PROFISSÃO
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20577
<p>O Processo de Enfermagem (PE) como metodologia para conduzir o cuidado proporciona ao enfermeiro, a estrutura científica necessária para a elaboração da intervenção de enfermagem, e os protocolos assistenciais utilizados amplamente na Atenção Primária em Saúde (APS), oferecem o suporte teórico e científico que possibilita assegurar uma assistência qualificada e segura, na aplicação das etapas do PE neste cenário de atenção à saúde. A APS, caracteriza-se como um ambiente complexo de cuidado, cuja relevância, prioritariamente, se inscreve na resolutividade assistencial, ofertada aos usuários que acessam ao serviço, sendo, portanto, este princípio de cuidado, diante da demanda espontânea, peça fundamental da organização do sistema (FLORIANÓPOLIS, 2020). Para isso, destaca-se a importância do uso integral dos instrumentos de cuidado incluindo o PE, uso de protocolos e Sistemas de Linguagem Padronizadas (SLP) como dinamizadores das condutas profissionais. Além disso, é importante ressaltar a autonomia proporcionada ao enfermeiro, quando ao utilizarem esses instrumentos, substanciam suas práticas clínicas metodológica e cientificamente, e assim sendo, ao serem utilizados podem fomentar o reconhecimento da amplitude de atribuições da profissão.</p>Andressa Rissotto MachadoJúlia Teixeira RamosJulia Valéria de Oliveira Vargas BitencourtEleine Maestri
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2024-09-252024-09-25Genograma e Ecomapa
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20575
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: Genograma e Ecomapa são ferramentas utilizadas na Atenção Primária à Saúde (APS) para coletar dados dos usuários</span> <span style="font-weight: 400;">e realizar uma anamnese completa durante as consultas de Enfermagem. Estes instrumentos ajudam o profissional a compreender a dinâmica familiar do usuário e o contexto em que está inserido. O Genograma, através de representação gráfica, auxilia na identificação e visualização de no mínimo três gerações, sendo possível visualizar relações familiares, principais agravos e laços afetivos. Já o Ecomapa, também de forma gráfica, demonstra o contexto social, ambiental, comunitário, religioso e principal rede de apoio. As ferramentas auxiliam, portanto, na visualização geral das características dos âmbitos familiares e social do usuário que, por vezes, estão associadas diretamente ao processo de saúde-doença. Da mesma forma proporcionam um atendimento qualificado através da investigação terapêutica e valorizam a assistência de enfermagem (Santos </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">., 2019). Borges </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2015) descrevem a promoção e a prevenção à saúde como potenciais benefícios das ferramentas, reafirmando sua importância para o cuidado integral na APS. Porém, mesmo com a sua usabilidade clara, conhecimento da ferramenta entre os profissionais de saúde e concordância com a aplicação integral para todas as famílias, o fator tempo evidencia uma barreira significativa para a elaboração manual dos instrumentos, processo que inviabiliza o uso e a incorporação destes na rotina de trabalho das equipes. Como estratégia para alavancar o uso destas ferramentas, apresenta-se como possível solução a criação de uma </span><em><span style="font-weight: 400;">startup</span></em><span style="font-weight: 400;">, que consiste em um modelo de negócios inovador, tecnológico e que permite a potencialização de processos de trabalho e negócios. Por sua característica escalável, geradora de lucro e com potencial de gerar novos produtos e ampliar mercados, uma </span><em><span style="font-weight: 400;">startup</span></em><span style="font-weight: 400;"> é considerada um modelo de negócio rentável (Santos, Capelli, 2019).</span> <span style="font-weight: 400;">Em análise empírica acerca da evolução e desenvolvimento da sociedade durante as últimas décadas, é possível perceber os grandes giros de mudança na organização e conjuntura social. Estabelecer um único agente responsável por esse núcleo de mudanças torna-se um processo falho, mas é notório o grande papel do desenvolvimento de tecnologias, visando à</span> <span style="font-weight: 400;">inovação de processos (Coelho, Morais, Rosa, 2021). Assim, empresas jovens, com negócios inovadores e empreendedores que buscam criar, inovar e ofertar produtos, têm grande potencial para a solução de problemas na sociedade. Pensando nisso, acadêmicos de enfermagem que vivenciaram a dificuldade de operacionalização das ferramentas Genograma e Ecomapa, e a partir da participação em um evento de empreendedorismo, criaram uma </span><em><span style="font-weight: 400;">startup </span></em><span style="font-weight: 400;">para solucionar o problema da falta de um instrumento automatizado de análise do diagnóstico situacional de um usuário/família. A partir da premiação alcançada, escolheram desenvolver a ideia, visando o alcance de um produto mínimo viável (MVP), e lucrar, a partir do desenvolvimento da </span><em><span style="font-weight: 400;">startup</span></em><span style="font-weight: 400;">. Assim, este, enfoca a experiência vivida pelos acadêmicos no desenvolvimento de uma </span><em><span style="font-weight: 400;">startup</span></em><span style="font-weight: 400;">. </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: relatar a experiência e aprendizado de acadêmicos de enfermagem com o desenvolvimento de uma </span><em><span style="font-weight: 400;">startup</span></em><span style="font-weight: 400;">. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: trata-se de um relato de experiência sobre o desenvolvimento de uma </span><em><span style="font-weight: 400;">startup </span></em><span style="font-weight: 400;">chamada</span><em><span style="font-weight: 400;"> ECOINFO, </span></em><span style="font-weight: 400;">criada em um evento de empreendedorismo em 2023, por seis acadêmicos de Enfermagem, um estudante de Ciência da Computação e um de Administração. A partir da participação no evento, os estudantes conquistaram o segundo lugar na competição, recebendo a medalha de prata e a oportunidade de ter a </span><em><span style="font-weight: 400;">startup </span></em><span style="font-weight: 400;">incubada na Incubadora de Negócios da Universidade Federal da Fronteira Sul (INNE-UFFS). O processo de incubação garante à </span><em><span style="font-weight: 400;">startup</span></em><span style="font-weight: 400;"> um ambiente de desenvolvimento em que são ofertadas consultorias e mentorias, mediadas por um profissional parceiro da incubadora de negócios, com conhecimento sobre empreendedorismo, nomeado de mentor. Para a </span><em><span style="font-weight: 400;">startup</span></em><span style="font-weight: 400;"> em estudo, as mentorias ocorrem quinzenalmente, conforme a disponibilidade dos acadêmicos, e consistem em reuniões para solucionar dúvidas, apresentar conceitos relacionados ao empreendedorismo e na proposição de tarefas por parte do mentor, para ajudar no desenvolvimento da empresa. Ainda, a incubação também pressupõe o apoio à aquisição de recursos, na busca de patentes, na conexão com outros negócios, processos de capacitação e </span><em><span style="font-weight: 400;">networking. </span></em><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: a partir da primeira mentoria, os estudantes conheceram o processo de desenvolvimento de uma </span><em><span style="font-weight: 400;">startup</span></em><span style="font-weight: 400;">, que consiste no aprofundamento das etapas de criação, desenvolvidas nas 27 horas do evento. Ou seja, descobriram que, para desenvolver a empresa, precisariam: ampliar a validação do problema e dos clientes; ampliar a pesquisa de mercado, prevendo os gastos relacionados com o desenvolvimento de um protótipo; definir o MVP de modo detalhado; dar início às vendas e buscar investimentos. Por falta de conhecimento aprofundado sobre os processos de desenvolvimento de uma </span><em><span style="font-weight: 400;">startup, </span></em><span style="font-weight: 400;">aliado ao pouco domínio das competências administrativas necessárias, esse momento gerou apreensão nos estudantes. Como sugestão do mentor, os envolvidos construíram o Canvas da empresa e o quadro de validação, para visualização geral dos processos. Também foram apresentados ao conceito de pivotar, que consiste na mudança da direção de um negócio mantendo a base existente. Isto significa que os acadêmicos foram apresentados à possibilidade de mudar a solução para o problema elencado, caso viessem a achar necessário para o desenvolvimento da empresa. Diante deste cenário, os acadêmicos depararam-se com a necessidade de decidir se com as demandas acadêmicas e da vida pessoal, conseguiriam estruturar a empresa. Esta reflexão resultou na saída de quatro dos oitos acadêmicos criadores da empresa. Na sequência, os acadêmicos passaram a buscar a validação dos clientes, etapa iniciada pela pesquisa sobre dois potenciais grupos de clientes, busca de contatos de representantes, conhecimento dos produtos vendidos e o potencial de mercado. Neste momento, os acadêmicos chegaram à conclusão de que, para a estruturação inicial da empresa, seria viável focar em clínicas multidisciplinares particulares e sistemas de prontuário eletrônico. Da mesma forma, definiram que a validação em campo seria realizada por meio do envio de um questionário aos clientes, através do e-mail, das redes sociais ou número telefônico disponibilizados pela empresa. A elaboração do questionário gerou um aprendizado sobre a importância do cuidado com a divulgação da solução da empresa, haja vista que ainda os acadêmicos não tinham o MVP desenvolvido. Assim, reformularam as perguntas do questionário, direcionando-as à identificação da realização da coleta do histórico familiar e da relevância de conhecer o contexto socioeconômico do usuário, segundo a experiência dos clientes e, ainda, ao conhecimento sobre genograma e ecomapa. Com o envio do formulário não retornaram respostas e, com o contato por ligação telefônica, obteve-se como relato de uma clínica a preferência por conhecer a solução diretamente. A experiência demonstrou que todo o processo de validação dos clientes seria mais difícil do que o esperado e que o ideal seria focar no desenvolvimento do MVP e na alteração dos clientes alvo. Em reunião, o grupo proponente</span> <span style="font-weight: 400;">definiu que tentariam contatar gestores das unidades de saúde do território da incubadora, na tentativa de sondá-los sobre o conhecimento acerca do genograma e do ecomapa, da relevância do uso na APS e se os profissionais usariam as ferramentas em caso de incorporação nos sistemas informatizados disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). O movimento oportunizou o contato com o Setor de Planejamento da Secretaria da Saúde do município e obtenção de informação sobre a necessidade de formulação de um subprojeto para apreciação de comissão específica, para posterior autorização da realização da atividade com os gestores das UBS. Para além das dificuldades vivenciadas na idealização da proposta, os acadêmicos depararam-se com a dificuldade de associação da rotina acadêmica (na graduação de Enfermagem, pelo caráter de ensino integral e no curso de Ciência da Computação), com a rotina de desenvolvimento da </span><em><span style="font-weight: 400;">startup</span></em><span style="font-weight: 400;">. Dois processos densos e complexos, que exigem muita organização, disciplina e planejamento. </span><strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: com essa experiência, considera-se que </span><em><span style="font-weight: 400;">startups </span></em><span style="font-weight: 400;">têm potencial de ajudar na solução de problemas na sociedade. No entanto, seu processo de desenvolvimento é complexo, demanda muitas horas de trabalho e estudo, associado ao esforço e dedicação por parte dos desenvolvedores. É um processo de vasto aprendizado na área do empreendedorismo e administração e, considerando a temática central da empresa, na área da saúde também. Salienta-se também as diferenças deontológicas de cada graduação como fator barreira, devido à não familiaridade com linguagens, lógicas, teorias e processos inerentes a cada área. Espera-se que os acadêmicos consigam desenvolver efetivamente a empresa e disseminar o uso do genograma e do ecomapa, duas ferramentas primordiais à promoção e prevenção na saúde no contexto do cuidado na APS.</span></p>Thamirys Fernanda Santos CandidoLaysa Anacleto SchuhJoão Vitor KrothRuan Pablo Vitkoski de SouzaValéria Silvana Faganello MadureiraLarissa Hermes Thomas Tombini
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2024-09-252024-09-25CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA O CUIDADO INTEGRAL DE INDIVÍDUOS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20540
<p><strong>Introdução:</strong><span style="font-weight: 400;"> as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) estão entre os problemas de saúde pública de maior relevância por r</span><span style="font-weight: 400;">epresentarem as principais causas de adoecimento e morte no mundo. Essas doenças englobam várias condições de saúde que apresentam em comum sua origem multifatorial, associado à exposição prolongada a fatores de risco modificáveis, que promovem lesões, incapacidades e óbitos</span><span style="font-weight: 400;"> (Simões </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2021). Entre as DCNT apresentam-se a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes </span><em><span style="font-weight: 400;">mellitus</span></em><span style="font-weight: 400;"> (DM), que se constituem como principais fatores de risco populacional para doenças cardiovasculares, o que torna o seu manejo majoritário (60 a 80% dos casos) na Atenção Primária à Saúde (APS). A hipertensão arterial é uma doença crônica resultante do aumento persistente da pressão sanguínea nas artérias e é determinada quando as pressões máxima e mínima são iguais ou superiores a 140mmHg e/ou 90 mmHg respectivamente (Brasil, 2021). No contexto do cuidado na APS, para além dos usuários com diagnóstico de HAS, indivíduos com pressão arterial sistólica (PAS) entre 130 e 139 e pressão arterial diastólica (PAD) entre 85 e 89 mmHg, considerados pré-hipertensos, devem ser, da mesma forma, monitorados pelas equipes assistentes no esforço de promover hábitos saudáveis e prevenir a evolução para a doença. Já o diabetes </span><em><span style="font-weight: 400;">mellitus</span></em><span style="font-weight: 400;"> é condição metabólica decorrente de produção insuficiente ou de não produção de insulina pelo pâncreas, levando à hiperglicemia. O DM Tipo 1 é condição autoimune que ocorre na infância ou na adolescência, afeta as células pancreáticas levando, progressiva ou repentinamente, à não produção de insulina, o que exige administração exógena desse hormônio. O DM tipo 2, mais comum, está associado a fatores de risco como obesidade, sedentarismo, hábitos alimentares não saudáveis e história familiar de diabetes. Quando descompensada, pode levar a complicações graves como cardiopatia diabética, retinopatia diabética, neuropatia diabética, nefropatia diabética e pé diabético. Na assistência de saúde a indivíduos com HAS e ou DM tipo 2, a Consulta de Enfermagem (CE) apresenta-se como uma tecnologia do cuidado na APS, a ser utilizada pelo enfermeiro no acompanhamento do usuário e na promoção do autocuidado, pois o auxilia, através da educação em saúde, a aumentar habilidades que aprimorem sua qualidade de vida. Utilizando-a, o enfermeiro dispõe de autonomia para propor metodologias de cuidado integral que promovam a saúde do usuário, da família e da comunidade (Abreu; Amendola; Trovo, 2017; Izidório </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2022). Nesse sentido, a CE é tida como instrumento essencial para o enfermeiro na qualificação da atenção a esse público. </span><strong>Objetivo: </strong><span style="font-weight: 400;">descrever a experiência de estudantes de enfermagem com consulta de enfermagem no âmbito da APS, refletindo sobre sua importância como tecnologia para o cuidado integral em saúde de indivíduos com doenças crônicas HAS e ou DM tipo 2. </span><strong>Metodologia: </strong><span style="font-weight: 400;">trata-se de um relato da experiência vivenciada por estudantes da sexta fase do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) </span><em><span style="font-weight: 400;">campus </span></em><span style="font-weight: 400;">Chapecó, no desenvolvimento de CE como tecnologia de cuidado a indivíduos que vivem com HAS e ou DM tipo 2. As CE foram realizadas nas atividades teórico-práticas do componente curricular “O Cuidado no Processo de Viver Humano I”, no período de 09 a 24 de outubro de 2023, no Centro de Saúde da Família Belvedere, em Chapecó, Santa Catarina, envolvendo usuários hipertensos e ou diabéticos. Foram realizadas 10 consultas em enfermagem com usuários de ambos os sexos, com idades entre 40 e 75 anos. As consultas ocorriam durante a manhã, na própria unidade de saúde ou em visitas domiciliares (VD). A captação dos usuários acontecia no momento do acolhimento, quando eram identificados aqueles com as condições crônicas. Após o momento inicial de acolhimento e consentimento, a CE era realizada em consultório. Para as VD e CE no domicílio, os usuários foram selecionados com ajuda das agentes comunitárias de saúde (ACS). Para realização da CE, as estudantes foram acompanhadas pela docente responsável ou por uma estudante de enfermagem em estágio curricular supervisionado no serviço. A CE, em ambos os ambientes, era desenvolvida em duplas, a partir de um roteiro pré-elaborado e utilizando equipamentos apropriados e necessários à avaliação da condição de saúde daqueles usuários. </span><strong>Resultados e discussões:</strong><span style="font-weight: 400;"> o acompanhamento e o controle da condição de saúde de indivíduos que vivem com HAS e ou DM tipo 2 são essenciais para o bem-estar e para a prevenção de complicações, as quais podem ser debilitantes e mesmo evoluírem para o óbito. O enfermeiro cumpre papel central no processo de cuidado, pois atua como educador, auxiliando na ampliação dos conhecimentos dos usuários sobre sua condição, seu controle e a importância da adesão ao tratamento. Além disso, desempenha papel vital como coordenador de cuidados em colaboração com outros profissionais de saúde, para garantir uma atenção abrangente e interdisciplinar. Isso permite entender as necessidades específicas de cada usuário e família e adaptar o plano de cuidados às necessidades observadas (Izidório </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2022). Neste relato ficaram evidentes as diferenças e peculiaridades da CE em consultório e no domicílio. No primeiro, o consultório, tem-se à disposição toda a estrutura da unidade de saúde e acesso imediato ao prontuário eletrônico e às informações nele registradas. No domicílio, a CE demanda maior planejamento e organização, bem como outras habilidades de abordagem e de comunicação com o usuário e sua família. Da mesma forma, no domicílio é possível observar as condições reais de vida daquela família e planejar conjuntamente o cuidado a partir delas. As visitas domiciliares permitem avaliação direta das interações entre autocuidado e fatores de risco específicos de cada usuário e família no ambiente de vida real (Quirino </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2020). A despeito do ambiente onde se desenvolve, a CE deve ser entendida pelo enfermeiro como importante estratégia tecnológica para o cuidado em saúde, pelo seu poder resolutivo, no contexto das doenças crônicas, na promoção da qualidade de vida e na prevenção de complicações (Izidório </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2022). Da experiência em relato resultaram reflexões acadêmicas sobre: o (re)conhecimento da CE, seja no consultório ou no domicílio, como estratégia para o cuidado integral no contexto da APS; a educação em saúde como recurso para a promoção de hábitos saudáveis e qualidade de vida, assim como para a prevenção de complicações diante de diagnóstico de DCNT e o fortalecimento de vínculos entre enfermeiro e usuário/família oportunizado pela prática da metodologia de cuidado aplicada. A experiência ressignificou a importância do acesso aos serviços da unidade de saúde, especialmente pela população idosa com HAS e ou DM que, por vezes, enfrenta dificuldades estruturais, sociais ou culturais para o efetivo cuidado apoiado. Ainda, estratégias como as visitas domiciliares em usuários/famílias prioritárias devem ser consideradas para resultados positivos em saúde. </span><strong>Considerações finais:</strong><span style="font-weight: 400;"> é claro o papel que os enfermeiros desempenham na prevenção e no cuidado principalmente em condições crônicas como hipertensão arterial e diabetes </span><em><span style="font-weight: 400;">mellitus</span></em><span style="font-weight: 400;">. Além de procedimentos clínicos, estes profissionais atuam como educadores, cuidadores, coordenadores de cuidados e na promotores da saúde e bem-estar. A relação de confiança estabelecida entre enfermeiros e usuários/famílias é crucial para o sucesso da gestão das condições de saúde doença aqui enfocadas. As CE realizadas possibilitaram a inserção do estudante no processo de cuidado dos usuários com HAS e ou DM, bem como a percepção da realidade de vida de cada usuário e família. O desenvolvimento da CE permitiu, ainda, exercitar a completude do processo para a assistência de enfermagem, iniciado com a coleta de informações, passando pelo planejamento, intervenções, registros e avaliação. Ainda, permitiu reconhecer a importância das relações e trabalho entre os membros das equipes saúde da família e multiprofissional, para avaliação de situações específicas e aumento da resolutividade na APS.</span></p>Rayana da Silva FreireCamila Ferreira SantosRenata Rocha CardozoMarcelly Louise da Silva AlvesLarissa Hermes Thomas TombiniValéria Silvana Faganello Madureira
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2024-09-252024-09-25EDUCAÇÃO E TESTAGEM PARA INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS:
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20547
<p><strong>Introdução</strong>: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) podem ser desencadeadas por mais de 30 agentes etiológicos, entre eles vírus, bactérias e outros microrganismos e sua transmissão ocorre principalmente durante o contato sexual desprotegido com uma pessoa infectada, ou por meio do contato das mucosas e lesões de pele com secreções contaminadas (Brasil, 2023). A transmissão pode ocorrer, ainda, de forma vertical durante a gestação, o que pode culminar em abortos espontâneos, natimortos, baixo peso ao nascer e infecção congênita e perinatal (Ricci <em>et al</em>. 2019). No Brasil, o aumento na incidência de casos nos últimos anos colocou as IST como um problema de saúde pública, o qual impacta substancialmente a qualidade de vida das pessoas. Dados epidemiológicos globais corroboram a relevância das IST como importante demanda para enfrentamento. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima, anualmente, mais de 376 milhões de novos casos de quatro IST comuns (clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase), com estimativas para o Brasil de cerca de 1 milhão de novos casos de sífilis registrados a cada ano. No contexto das IST estão, ainda, herpes genital, cancro mole, HPV, doença inflamatória pélvica, hepatites virais B e C e o vírus da imunodeficiência humana (HIV) (Brasil, 2023; Pereira <em>et al</em>, 2019). Considerada questão de saúde pública complexa, influenciada por fatores socioeconômicos, culturais e de acesso aos serviços de saúde, a abordagem dessas infecções requer estratégias amplas que envolvam fatores sociais, comportamentais e estruturais. Neste sentido, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) idealizou o Plano de Ação para Prevenção e Controle do HIV/IST (2016-2021), o qual objetiva acelerar o fim das epidemias do HIV e das IST como questões de saúde pública na Região das Américas até 2030 (Miranda <em>et al</em>. 2021). No contexto brasileiro, o Sistema Único de Saúde (SUS) utiliza como estratégia para detecção e tratamento, a testagem rápida. O recurso oferece à população testes rápidos que exigem uma pequena quantidade de sangue retirada da polpa digital que, associada a um reagente, fornece resultados em até 30 minutos. Consiste em uma forma ágil de rastreamento, prevenção e encaminhamento para tratamento, enquanto fornece aconselhamento para indivíduos em situação de risco. Os testes rápidos detectam sífilis, HBV, HCV e o HIV. A sífilis é uma doença bacteriana que tem múltiplas manifestações e estágios causando danos graves ao organismo. As Hepatites B e C são causadas por vírus e agridem o fígado. Já o HIV ataca o sistema imunológico e, se não tratado, é o causador da aids. Estas condições, incluídas no grupo das IST, podem levar a óbito quando não tratadas corretamente. Sensibilizados por este cenário e desafiados para estratégias de enfrentamento, um grupo acadêmico de enfermagem participou de atividade de educação em saúde e testagem rápida para identificação da sífilis, HIV, HBV e HCV na população em geral, ocorrida no terminal urbano de Chapecó/SC, com o intuito de facilitar o acesso ao reconhecimento dessas doenças/infecções. <strong>Objetivo:</strong> relatar a experiência de participação acadêmica em atividade de testagem rápida e educação em saúde para IST, voltada à população em geral, Chapecó/SC. <strong>Metodologia:</strong> a atividade ocorreu no dia 1º de dezembro 2023, em alusão ao Dia Mundial de Combate à Aids e envolveu estudantes e docentes do curso de enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), bem como profissionais do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do município. O local da abordagem foi o Terminal Urbano e consistiu na captação de usuários para orientações em saúde e convite à testagem rápida para IST. A captação ocorreu através da abordagem com material explicativo sobre as IST elaborado por acadêmicos do curso, oportunidade para esclarecimentos sobre as doenças/infecções e testes rápidos realizados. Os usuários eram convidados a participar da testagem e, em caso de aceite, acompanhados até o local onde ocorria o procedimento. Ao mesmo tempo que um grupo de estudantes fazia a orientação e convite às pessoas que circulavam pelo espaço, outro grupo realizava os testes em uma sala ao lado do terminal urbano. Após o tempo de execução, leitura e interpretação dos resultados, os testantes eram encaminhados individualmente a uma sala para aconselhamento pós-teste onde, além de receberem os resultados, obtinham orientações adicionais e esclarecimento de dúvidas sobre as doenças, transmissão, prevenção e tratamento. <strong>Resultados e discussão:</strong> foram testadas 66 pessoas, totalizando 264 testes rápidos para IST realizados na atividade. Considerada a grande circulação diária de pessoas pelo local selecionado, foi possível captar diferentes faixas etárias para orientação e testagem. Na oportunidade da abordagem os acadêmicos exercitaram a observação, a comunicação e a criatividade como instrumentos para o cuidado e educação em saúde, além da empatia e interação ao sanar dúvidas em relação ao tema, tornando o momento leve, agradável e descontraído. A abordagem educativa permitiu trocas e construção de conhecimentos entre os acadêmicos, profissionais de saúde e população que se dispôs e destinou seu tempo para realizar as testagens e cuidar da saúde. Campanhas de prevenção às IST são estratégias amplamente utilizadas para educação e sensibilização das pessoas sobre saúde sexual e reprodutiva. Ao tempo em que oferecem oportunidade para informar as pessoas sobre a responsabilidade de adotar comportamentos saudáveis como uso de preservativos e teste regular de IST, estas atividades promovem o (re)conhecimento da condição sorológica de cada indivíduo a cada doença/infecção, avançando no rastreamento e tratamento para interrupção da cadeia de transmissão e, melhoria da vida e saúde dos envolvidos (Ricci <em>et al</em>, 2019). A abordagem e testagem evidencia o impacto positivo das campanhas de prevenção e educação em saúde referente à disseminação de conhecimentos sobre as medidas de prevenção, formas de contágio, risco de infecção, identificação, rastreamento e como, em conjunto da adesão medicamentosa, podem limitar a transmissão de IST. Ainda, evidenciam a necessidade da ampliação da oferta de educação em saúde e testagem rápida em outros locais da cidade, com o objetivo de atingir um maior número de pessoas que, normalmente, não se dirigem às unidades de saúde. No entanto, cabe destacar que campanhas de prevenção e educação em saúde não devem se limitar à transmissão de informações ou realização de procedimentos, mas sim ser consideradas como um processo contínuo e participativo, as quais promovem atitudes responsáveis em relação à sexualidade, ressaltam a importância da prevenção e cuidados com a saúde e que envolve não somente o esforço dos profissionais, mas também dos usuários. Por conseguinte, é fato que, as iniciativas voltadas para a detecção precoce dessas infecções são fundamentais, mesmo na ausência de sintomas, para que se inicie tratamento, haja interrupção da cadeia de transmissão e, principalmente, aproxime a população da informação. No desenvolvimento desta atividade, <span style="text-decoration: line-through;">a exemplo de tantas outras de igual abordagem relatadas,</span> foi observada uma dificuldade na prospecção de pessoas, já que o tema é percebido como delicado e controverso pela maioria delas. Dessa forma, consideramos ser igualmente importante integrar a educação em saúde em diversos contextos, como escolas, locais de trabalho e comunidades, para criar uma sociedade mais informada e consciente, capaz de enfrentar os desafios das IST de maneira proativa e colaborativa. É necessário, portanto, a desmitificação das IST por meio da educação em saúde, através de uma abordagem que promova uma compreensão mais ampla e sem estigma dessas condições. Ainda, ao desfazer mitos e oferecer informações precisas, os programas educacionais capacitam as pessoas a tomarem decisões informadas sobre sua saúde sexual que contribuem para a redução do estigma social associado à estas doenças/infeções, encorajando a empatia e o apoio às pessoas afetadas (Spindola <em>et al</em>, 2021). Da mesma forma, os profissionais de saúde devem estar sensibilizados e adotar comportamentos positivos referentes à tomada de decisão sobre acolher, respeitar, ouvir, cuidar e responder com qualidade as dúvidas da população geral. Ao integrar a educação em saúde em diferentes níveis, desde ambientes escolares até comunidades e mídias sociais, cria-se uma cultura de abertura, diálogo e aceitação da temática pelos envolvidos, sejam estes profissionais responsáveis pelo cuidado, sejam usuários com demanda por. A mobilização em torno da abordagem e testagem para IST fortalece não apenas a prevenção destas, mas sobretudo promove uma abordagem mais inclusiva e compassiva em relação à saúde sexual, construindo uma sociedade mais informada, saudável e solidária. <strong>Considerações finais</strong>: educação e testagem para IST são temas relevantes no contexto da saúde pública e promoção da saúde sexual. A participação oportunizou entendimento sobre as estratégias de prevenção, o impacto da educação para a saúde e a eficácia das campanhas de testagem. Através da educação, é possível sensibilizar as pessoas para a prevenção de IST, da realização regular de testes e tratamento adequado. A experiência ressignificou, ainda, a importância do acesso aos serviços de testagem e tratamento, especialmente para grupos marginalizados/vulneráveis, que enfrentam barreiras sociais, econômicas ou culturais. Estratégias como a oferta de testes em locais de grande fluxo e fácil acesso e estabelecimento de parcerias entre instituições de ensino e serviço, devem ser exploradas para resultados positivos. Este relato não se propõe a simples descrição de atividades, mas sobretudo a provocar reflexões sobre resultados alcançados, desafios enfrentados e lições aprendidas, o que contribuiu para o aprimoramento das práticas de prevenção e promoção da saúde e da enfermagem. Contribuiu, ainda, para o fortalecimento da educação em saúde e prevenção de doenças; para o estreitamento de relações ensino-serviço; e favoreceu, de forma direta e enriquecedora, a formação dos acadêmicos em enfermagem. Intervenções acadêmicas voltadas às necessidades do serviço e demandas dos usuários promovem a qualificação da formação do enfermeiro ao aproximá-lo da realidade e provocá-lo para ações e atitudes proativas e colaborativas. Ainda, fortalece o vínculo entre universidade, serviço e comunidade regional.</p>LARISSA THOMAS TOMBINIHellen Polita BalestrinGabrielli de Souza FerreiraBrena NurnbergValeria Silvana Faganello Madureira
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2024-09-252024-09-25PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA NO TRABALHO
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20556
<p><strong>Introdução</strong>: Segundo o Ministério da Saúde (2022), o câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Com isso, percebe-se a importância de conhecer os processos sintomáticos da doença e suas principais formas de prevenção. Adicionalmente, o Instituto Nacional do Câncer (INCA), aponta que o câncer de mama feminino é o mais incidente no mundo, com 2,3 milhões (24,5%) de casos novos. Em 2020, ocorreram 17.825 óbitos por câncer de mama feminino no Brasil e, entre 2023 e 2025, estima-se 73.610 novos casos (INCA, 2023). A partir disso, inúmeras medidas foram criadas para tentar diminuir os casos de câncer de mama no mundo, entre as mais conhecidas está a campanha do Outubro Rosa. O Outubro Rosa é uma campanha que tomou força no ano de 1990 em um evento chamado “Corrida pela cura”, que aconteceu em <em>Nova York</em> (EUA), visando arrecadar fundos para a pesquisa realizada pela instituição <em>Susan G. Komen For the Cure</em>. Neste evento, foi entregue aos participantes pela primeira vez o laço cor-de-rosa. No Brasil, essa mobilização começou em 2002, com a iluminação do Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo. (LOPES, 2016). O mês de outubro se tornou uma referência na luta pela prevenção do câncer de mama, sendo realizada várias atividades sobre os cuidados contra essa doença que atinge significativamente a população, em especial as mulheres. É importante mencionar que entre as ações destacam-se as iluminações com a cor rosa de monumentos públicos, criação de informativos sobre cuidados, palestras, eventos e mobilizações em empresas privadas sobre a prevenção do câncer de mama e do colo do útero. Com isso, a identificação e o diagnóstico precoce continuam sendo os maiores aliados no combate eficaz do câncer de mama. Se detectados precocemente, o tratamento pode ser administrado para evitar que o tumor se espalhe para outros órgãos, aumentando as chances de tratamento e cura (SANTOS et al., 2022). <strong>Objetivo</strong>: Descrever uma atividade de extensão realizada pelos acadêmicos de Enfermagem destinado a um grupo de trabalhadores. Portanto, convém detalhar que se realizou uma palestra relacionada à campanha do Outubro Rosa, buscando-se o entendimento e a educação em saúde do público alvo de forma criativa e lúdica. <strong>Metodologia</strong>: Trata-se de um relato de experiência. Analisando a relevância do conhecimento acerca do câncer de mama para a população, um grupo de acadêmicos, constituído por sete integrantes, da segunda fase do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), desenvolveu mediante atividade de extensão da unidade curricular de Enfermagem no contexto da vigilância em saúde coletiva, uma palestra educativa, com aproximadamente 50 funcionários de uma empresa na cidade de Chapecó, em Santa Catarina, no dia 25 de outubro, em 2023. Utilizou-se para a execução da palestra um espaço físico cedido pela própria empresa, além de recursos como: peças anatômicas do sistema reprodutor feminino, panfleto informativo, e dinâmicas para captar a atenção dos espectadores e demonstrar de forma prática o autoexame. Ademais, descreve-se o desenvolvimento da prática com suas potencialidades e fragilidades percebidas pelos atores e também quais pontos foram explicitados aos ouvintes. Assim sendo, espera-se que esse relato permita que novos projetos de extensão sejam promovidos para a educação social e para o próprio desenvolvimento de novos profissionais da área. <strong>Resultados e discussão</strong>: Os resultados da atividade de extensão foram, em sua grande maioria, vistos como muito positivos e proveitosos para os discentes de Enfermagem e também para o público ao qual foi desenvolvido a atividade sobre a campanha do Outubro Rosa. Nesse viés, para a elaboração da educação em saúde dos trabalhadores da empresa articularam-se processos de planejamento entre os palestrantes como: Quais temas apresentar? Como apresentar? E Por que apresentar?. Inicialmente, por meio do orientador da disciplina, contava-se com as informações da quantidade de pessoas que assistiriam à palestra, do tema e do tempo estimado para a realização da extensão, cerca de quarenta e cinco minutos até o limite máximo de uma hora. A partir disso, entre o grupo, sucedeu-se à discussão dos possíveis temas prioritários para a melhor compreensão do processo de adoecimento pelo câncer de mama, de colo de útero e suas características que se interessavam trazer a comunidade pela campanha educativa. Cabe destacar que os assuntos escolhidos para a apresentação foram: Outubro Rosa (Como a campanha surgiu? O que é?), câncer de mama (O que é?, estrutura da mama, tipos do câncer, percentual de homens com a doença, causas, fatores de risco, dados nacionais da incidência da doença, processos de prevenção, estágios, tratamento, sintomas, autoexame e exame clínico) e também sobre o câncer de colo de útero (O que é?, tipos, número de casos nas regiões brasileiras, causas, fatores de risco, prevenção, estágios, sintomas, diagnóstico, HPV e tratamento). Posteriormente, com a definição dos assuntos entre os acadêmicos, percebeu-se a carência em formas de dialogar os temas com o público e para corroborar com o meio de promoção à saúde do trabalhador. Nesse contexto, os palestrantes arquitetaram maneiras de suprir essa necessidade, juntamente com sua organização de materiais e de estipulação de tempo. Na tabela a seguir, observa-se a forma de organização das atividades planejadas para a palestra do Outubro Rosa, bem como outras propriedades das dinâmicas:</p> <p> </p> <p><strong> </strong></p> <p><strong> </strong></p> <p><strong>Tabela 1 - Roteiro de atividades da palestra do Outubro Rosa</strong></p> <p> </p> <table width="630"> <tbody> <tr> <td width="133"> <p><strong>Atividade</strong></p> </td> <td width="101"> <p><strong>Público</strong></p> </td> <td width="132"> <p><strong>Objetivo</strong></p> </td> <td width="172"> <p><strong>Materiais necessários</strong></p> </td> <td width="92"> <p><strong>Tempo estimado</strong></p> </td> </tr> <tr> <td width="133"> <p>Desenvolvimento de uma apresentação de slides em forma de <em>talk-show</em> sobre o Outubro Rosa, os agravos mais comuns, sintomas, estágios, epidemiologia, fatores de risco e as formas de prevenção. </p> </td> <td width="101"> <p>Funcionários da empresa.</p> </td> <td width="132"> <p>Fazer os colaboradores da empresa conhecerem mais sobre a campanha do Outubro Rosa e a sua importância tanto para a saúde de mulheres quanto para a de homens.</p> </td> <td width="172"> <p>Projetor, mínimo de três microfones, simulador feminino de nódulo na mama (disponibilizado pela UFFS), computador (será levado pelos acadêmicos).</p> <p> </p> </td> <td width="92"> <p>40 minutos.</p> </td> </tr> <tr> <td width="133"> <p>Dinâmica com balões simulando um autoexame do câncer de mama.</p> </td> <td width="101"> <p>Funcionários da empresa.</p> </td> <td width="132"> <p>Simular um autoexame identificando a presença de nódulos, reforçando a importância da prevenção contra o câncer e outros riscos.</p> </td> <td width="172"> <p>Balões e feijões para a atividade (será levado pelos acadêmicos).</p> </td> <td width="92"> <p>3 - 5 minutos.</p> </td> </tr> <tr> <td width="133"> <p>Dinâmica com perguntas sobre o Outubro Rosa na apresentação de slides.</p> </td> <td width="101"> <p>Funcionários da empresa.</p> </td> <td width="132"> <p>Fazer os participantes fixarem o conteúdo anteriormente explicado pelos acadêmicos.</p> </td> <td width="172"> <p>Não precisa de nenhum material.</p> </td> <td width="92"> <p>3 - 5 minutos.</p> </td> </tr> <tr> <td width="133"> <p>Entrega do panfleto educativo.</p> </td> <td width="101"> <p>Funcionários da empresa.</p> </td> <td width="132"> <p>Fazer os participantes levarem o conhecimento para fora do local de trabalho, além de permitir que façam o autocuidado.</p> </td> <td width="172"> <p>Material educativo elaborado pelos acadêmicos.</p> </td> <td width="92"> <p>3 minutos.</p> </td> </tr> </tbody> </table> <p>Fonte: Dados da pesquisa.</p> <p> </p> <p>Nesse sentido, discute-se a real importância de realizar essas ações para a conscientização do coletivo em relação à prevenção do câncer e de demais riscos à saúde. Sobre esses comportamentos preventivos, nota-se que contribuem para a redução do sofrimento relacionado ao adoecimento, permitem o autocuidado dos indivíduos e diminuem consideravelmente os custos associados as doenças, porém precisam de comunicação eficaz e conhecimento claro sobre as determinadas enfermidades e seus processos de prevenção (ANTONINI et al., 2022). Logo, ainda conforme Antonini (2022), o aumento do número de mamografias no país em outubro devido às campanhas apenas reforça o impacto e obrigação do incentivo da área médica e da mídia para a potencialização do cuidado e da prevenção do Outubro Rosa. Como limitações da atividade realizada, destaca-se a falta de conhecimento do espaço e de alguns pontos de organização dos acadêmicos para o desenvolvido da palestra. Sob essa ótica, os atores não tinham noção do ambiente e das adversidades que subsequentemente foram dificultosas para a execução da prática. Para ilustrar, o equipamento de som infelizmente não funcionou, o que levou ao aperfeiçoado de outro método para que o áudio funcionasse na atuação. Ainda, descreve-se que em face de ser a primeira ação educativa realizada pelos discentes, foi perceptível a ansiedade e a falta de experiência em realizar esse tipo de movimento educativo para diferentes públicos. Como pontos fortes da ação, relata-se a exacerbante colaboração dos funcionários e dos trabalhadores em fazer com que a maneira de aprender se tornasse algo divertido, participativo, leve e respeitoso, mesmo se tratando de um assunto crítico e desafiador para a saúde da comunidade e para as unidades de saúde. Em suma, acredita-se que o processo de educação e aprendizado teve resultados produtivos tanto para os trabalhadores, com as informações sobre o Outubro Rosa e os cânceres, quanto para os palestrantes, na experiência de educar e de agir como futuros profissionais de saúde. <strong>Considerações finais</strong>: A atividade de extensão realizada se fez eficaz na propagação de informações sobre o câncer de mama e a importância da campanha do Outubro Rosa para a prevenção e diagnóstico precoce de doenças. A abordagem estruturada, que incluiu recursos visuais e dinâmicas interativas, contribuiu para o engajamento do público e facilitou a compreensão dos temas apresentados. Os resultados positivos alcançados demonstram o potencial das ações educativas para promover a conscientização e a saúde da comunidade. Este relato destaca a relevância da educação em saúde e o papel dos futuros profissionais da área na promoção do bem-estar e na prevenção de doenças.</p>Carolina Helena KrieserGuilherme da Silva BiasusNicoly GlembotzkyJeferson Santos Araújo
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2024-09-252024-09-25CURSO DE SIMULAÇÃO CLÍNICA A UM ATENDIMENTO DE GRANDE QUEIMADO: RELATO COMO OUVINTE
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20558
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: O ensino superior em saúde tem sido modelado pela inserção de metodologias ativas (MA) em seus currículos por competências. Esse método, contrário ao modelo tradicional de ensino-aprendizagem que já vem implantado há anos nos sistemas de ensino, proporciona o protagonismo do aluno na construção do seu conhecimento de forma crítica, ativa e reflexiva (Paiva </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2016). A aplicação das MA possibilita realizar uma articulação da teoria e prática, valorizando todos os participantes do processo de construção e seus diferentes conhecimentos para exercerem uma prática do sistema de saúde mais acolhedor e humanizado com as necessidades de saúde individuais e coletivas (Paiva </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2016). Frente a isso, disseminam-se, hoje, as metodologias de ensino ativas, no componente curricular em saúde, a simulação clínica. Essa, permite o desenvolvimento de habilidades técnicas e não técnicas, aos acadêmicos de saúde, por meio de treinamentos contínuos e sequenciais, que reduzem inseguranças e fragilidades, sem exposição dos envolvidos aos riscos associados ao cuidado prestado (COREN-SP, 2020)</span><span style="font-weight: 400;">. </span><span style="font-weight: 400;">Requerer comunicação e tomada de decisões assertivas com respostas rápidas são comuns na área de urgência e emergência e, realizar simulação clínica, nesses setores, permite uma prática de habilidades interpessoais das competências essenciais para temáticas de traumas, envenenamentos ou queimaduras. Os grandes queimados demandam de uma intervenção rápida inicial por apresentarem uma extensão significativa de sua superfície corporal afetada, podendo ser 20% de queimaduras de segundo grau ou 10% por queimaduras de terceiro grau (Domingues </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2023), objetivando impedir a progressão das queimaduras e suas sequelas. Os cuidados iniciais do atendimento ao paciente vítima de queimaduras como intubação, hidratação endovenosa, limpeza, cuidados com as lesões, tipos de coberturas, analgesia, antibioticoterapia e imunização antitetânica, exigem saberes teórico-práticos dos emergencistas, em especial os enfermeiros. E quanto mais os profissionais da classificação de risco entenderem as condutas iniciais e o encaminhamento do paciente queimado para assistência, melhor será a resposta clínica e sobrevida dessas vítimas (Pan et al., 2018). Sendo assim, o uso da simulação clínica, como método de ensino-aprendizagem para o atendimento de um grande queimado, se apresenta como uma opção segura, viável e qualificadora no processo de formação profissional em saúde. </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: O presente trabalho tem o objetivo de relatar a vivência como participante de um curso de simulação clínica de um atendimento inicial a um paciente grande queimado com base em um protocolo hospitalar realizado por uma acadêmica de enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: Trata-se de um relato de experiência, como ouvinte, de um evento realizado em 2023 no Departamento de Enfermagem da UDESC. </span><strong>Resultados e Discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: O evento, idealizado por docentes da disciplina de médico cirúrgico, contempla um dos objetivos específicos do projeto de pesquisa vigente da universidade. O curso teve uma duração de quatro horas, iniciando com uma simulação clínica de um paciente padronizado, maquiado com 72% de sua superfície corporal queimada. O caso referia um atendimento no pronto socorro a um paciente jovem com queimaduras de 2º e 3º grau após uma explosão de tanque de combustível, sendo o tórax a parte do corpo mais afetado, em seguida de braços e pernas. O atendimento decorria das informações repassadas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para a equipe multiprofissional de um pronto-atendimento baseado no protocolo elaborado pela acadêmica de enfermagem que realizou o estágio supervisionado hospitalar em um hospital de grande porte do oeste catarinense. Após o término da simulação, houve discussão do caso clínico com especialistas (médicos e enfermeiros) da área de urgência e emergência, caracterizando um “debriefing”, etapa que exige articular a vivência simulada com a realidade, qualificando a prática clínica em uma tomada de decisão assertiva e resolutiva. Na análise de Pan </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2018) é possível observar que profissionais, da área da emergência, possuem um conhecimento incipiente sobre tomadas de decisões rápidas para as diferentes queimaduras ocorridas nesses setores, mesmo com os protocolos disponíveis, como descrito por Domingues </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2023), pela regra dos nove. Os especialistas trouxeram informações sobre cuidados com intubação, uso de dois acessos centrais, cobertura com sulfadiazina de prata, inserção de pressão arterial invasiva, entre outros. Pan </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2018) descreve que a intubação orotraqueal se dá após um escore de Glasgow menor que 8, uma pressão parcial de O</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;"> menor que 60mmHg, uma pressão parcial de CO</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;"> menor que 55mmHg e saturação de O</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;"> menor que 90%, além de edema de face e orofaringe. Já o uso de eletrólitos deve ser mantido atenção especial, logo após a queimadura, com uso de soro fisiológico frio sobre a queimadura para gerar um choque e interromper a queima dos tecidos mais internos, nos primeiros 20 minutos (Domingues </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">., 2023). Após essa recomendação é preciso utilizar soro aquecido para manter a temperatura, visto que o paciente perde muito calor pelo ferimento. O uso de dois acessos se dá em decorrência da necessidade de um acesso para reposição de líquidos e outro para a realização de medicações para analgesias e possíveis infecções. Para prevenção de infecções, faz-se necessário o uso de materiais estéreis, desde lençóis até as coberturas utilizadas para manter os ferimentos cobertos. O uso de sulfadiazina de prata é recomendado sobre as feridas, antes de realizar o curativo fechado sobre o local, a posteriori. O aprendizado, utilizando a simulação clínica, condiz com o descrito pelo manual do Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo (COREN-SP, 2020) que descreve que esse método desenvolve habilidades técnicas e não técnicas aos participantes, com experiências de boa prática de assistência e amparo a um paciente, sem produzir riscos desnecessários aos envolvidos. O acompanhamento desta atividade permitiu, também, observar como a simulação de casos clínicos possibilita uma visão completa de um atendimento na prática, preparando o estudante para situações emergenciais, utilizando respostas rápidas e assertivas. Acompanhar uma atividade simulada permitiu o desenvolvimento de raciocínio clínico ao caso apresentado, entretanto a rapidez com a qual o atendimento deve ser conduzido nos mostra que os conteúdos abordados e estudados de forma teórica, por si só, não reproduzem uma formação profissional mais qualificada. Sentimentos de medo, ansiedade e preocupações em como realizar um atendimento após a sua formação, ou durante e, até mesmo no estágio curricular supervisionado, são destacadas nas falas dos acadêmicos dos cursos de graduação em enfermagem. Rodrigues e colaboradores</span> <span style="font-weight: 400;">(2019) descrevem sobre a percepção dos alunos de enfermagem ao processo de ensino-aprendizagem durante as atividades de simulação, e os sentimentos de medo, ansiedade e dificuldade em atividade de trabalho em equipe são relatados por eles, sendo congruente ao observado e sentido durante o curso assistido. Ouvir a discussão do caso clínico simulado gerou inquietação para estudar o tema, com abordagens quanto à terapêutica adotada no pronto atendimento, centro cirúrgico, unidade de terapia intensiva e, por fim, na recuperação final do paciente ao longo de meses subsequentes. Ao final do curso, pode-se ter uma sensação de continuidade, em que a prática clínica poderia dar continuidade ao caso, abordando e discutindo possíveis complicações após o atendimento inicial do paciente na classificação de risco, o seu seguimento para uma nova área especializada e os cuidados de recuperação e reabilitação. </span><strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: Pode-se considerar, após a participação no evento, que a atividade contribuiu para uma experiência ímpar no processo de ensino-aprendizagem, trazendo elementos reais no moulage e cenário simulado. A discussão com especialistas se apresentou como fator de grande valia para a construção de conhecimento aos estudantes de enfermagem, por meio das experiências vivenciadas desses profissionais, positivas ou não, tornando o conhecimento ainda mais factível. Por fim, apresenta-se como sugestão, que os cursos de graduação em enfermagem poderiam realizar de forma mais ampla o uso de práticas de simulação clínica a atendimentos especializados para fomentar o desenvolvimento do raciocínio clínico dos estudantes.</span></p>Hágata Cristina MascarelloGabriel SampaioDanielle Bezerra Cabral
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2024-09-252024-09-25OS DESAFIOS DA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: SOBRECARGAS E IMPACTOS NA SAÚDE MENTAL DOS ESTUDANTES
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20569
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">:</span> <span style="font-weight: 400;">Os desafios encontrados pelos estudantes durante a graduação de enfermagem vão além das disciplinas acadêmicas, envolvendo a necessidade de conciliar estudos, trabalho e vida pessoal. Além da carga horária das aulas elevadas, existem obstáculos associados aos estudantes que precisam conciliar as responsabilidades de trabalho e, ao mesmo tempo, serem mães, pais e ou chefes de família. Além disso, são necessárias a participação dos estudantes em ações de ensino, pesquisa, extensão e cultura. Este cenário não é exclusivo dos estudantes de enfermagem, mas de todos os cursos, principalmente os de oferta em turno integral. Assim, observa-se o quanto afeta a saúde mental dos estudantes em geral. Esse cenário traz impactos significativos para a saúde dos estudantes, levando a exaustão física e mental constantes. Desta forma, considera-se pertinente refletir as sobrecargas e os impactos na saúde mental enfrentados pelos estudantes de enfermagem durante a graduação. </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: Refletir sobre a sobrecarga de demandas e os impactos na saúde mental dos discentes durante a graduação em Enfermagem. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: O estudo apresenta uma reflexão tendo como base as experiências dos estudantes do Curso de Graduação em Enfermagem e a revisão bibliográfica.</span><strong> Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: O curso de graduação apresenta uma grande demanda dos estudantes, principalmente com um currículo denso e cheio de exigências extras visando não apenas o mercado de trabalho, mas uma formação o mais completa possível, fazendo com que os estudantes estejam inseridos em várias esferas da educação. Normalmente os estudantes já apresentam sobrecarga de aulas e estágios elevados, levando-os a uma exaustão mental e física quase constante (Costa, et al, 2023) Contudo, muitos estudantes possuem uma formação prévia em técnico de enfermagem, e isso faz com eles tenham uma dupla jornada, além dos estudos em tempo integral na universidade, necessitam realizar plantões noturnos em dias alternados, obrigando-os a frequentarem as aulas, realizarem provas e apresentações de trabalhos após uma noite de muito trabalho e quase sem descanso. Logo, muitos desses estudantes apresentam um baixo desempenho acadêmico e pouca inserção nas áreas de pesquisa, extensão e cultura que a universidade propõe. A saúde mental de muitos desses estudantes fica comprometida devido aos altos níveis de cobrança, na faculdade, no trabalho, em casa com a família. Benavente (2011), relata que o estresse pode levar os estudantes a níveis de morbidade psicológica e burnout, como já identificado em estudantes chineses, indicando uma resposta fisiológica ao estresse prolongado. É destaque que ao longo período de formação, o estresse tende a aumentar, e, estudos mostraram que a expressão da emoção e a percepção de empatia são fatores que auxiliam na redução do estresse, as respostas fisiológicas da empatia variam conforme a percepção do estudante, sendo que a percepção de empatia recebida e a expressão de emoção foram identificadas como fatores que podem reduzir o estresse. Destacando a importância em compartilhar informações que levem a essa finalidade. Silva (2016), demonstra que a avaliação dos estudantes deve contemplar, além do ambiente acadêmico, problemas familiares, financeiros e de saúde, que poderão estar contribuindo de maneira significativa com seu desempenho e aumentando os níveis de estresse. É importante realizar uma avaliação com instrumentos de mensuração do estresse, como questionários específicos, escalas de avaliação psicológica e entrevistas estruturadas. Tais ferramentas permitem uma análise mais objetiva e auxiliam na identificação de padrões e tendências entre os estudantes da área. Nas avaliações devem ser incluídos percepção de sintomas físicos e emocionais como irritabilidade, insônia, fadiga, dentre outros, por serem fatores indicativos do impacto do estresse e por serem orientações de ações preventivas, onde deve haver intervenção. Evangelista (2020), em seus estudos faz menção de diversos motivos que podem levar bullying no ambiente acadêmico entre os estudantes, podendo ser desencadeados devido às exigências do curso, que envolvem lidar com situações de vida e morte, volume crescente de informações teóricas e práticas, necessidade de administrar tempo entre estudos e lazer, sendo esses fatores causas que poderão desencadear em comportamentos de bullying, ou ter que lidar com esse tipo de comportamento proveniente de colegas. Podem ser desencadeados tais comportamentos, devido diferenças individuais, culturais e sociais entre os estudantes, gerando conflitos interpessoais e resultando em comportamentos de bullying, a ausência de redes de apoio, carência de atividades recreacionais e lúdicas dentro das instituições, falta de suporte emocional, também contribuem para esses comportamentos negativos entre os estudantes. Estudos realizados pelo autor demonstram prevalência de transtornos mentais entre estudantes de graduação, com ênfase no curso de enfermagem, por se tratar de um dos cursos mais exaustivos. Os estudantes de enfermagem são frequentemente expostos a situações que envolvem fragilidade humana, lidando com emoções intensas, como tristeza, medo, ansiedade, dúvida, responsabilidade de lidar com vidas humanas, afastamento de amigos e familiares. Essa exposição constante a cenários desafiadores pode impactar negativamente a saúde mental dos estudantes, tornando-os mais vulneráveis a transtornos mentais. Cabe ressaltar, que há destaque na depressão como um dos transtornos mentais mais prevalentes entre estudantes de enfermagem. É mencionada a presença de transtorno de ansiedade generalizada (TAG), fobias, ideação suicida, como um alerta desencadeado devido os desafios emocionais que levam a um aumento do risco de pensamentos suicidas e tentativas de autoextermínio nesse grupo de estudantes. Fatores secundários e que também contribuem para o cenário do estudo e da abordagem, demonstram que, alguns fatos contribuem para o estresse dos acadêmicos, sendo que, muitas vezes são vistos de forma subalterna em relação a outras profissões da área da saúde. Essa característica cultural ou social pode resultar em uma visão negativa das atribuições e competências dos enfermeiros, contribuindo para a desvalorização da profissão e para a percepção de que ela é menos importante ou menos prestigiada em comparação a outras áreas da saúde. Destaca-se ainda, que o estigma e o preconceito em relação à enfermagem muitas vezes estão relacionados à comparação das atribuições dos enfermeiros com as de outras profissões da área da saúde. Tal comparação pode gerar dúvidas e incertezas por parte dos estudantes sobre o seu futuro profissional, aumentando a pressão e o estresse associados à escolha e à prática dessa profissão. Importante citar, também, que o preconceito pode afetar a autoestima e o bem-estar emocional dos estudantes de enfermagem, gerando sentimentos de inadequação, desvalorização e insegurança em relação à escolha profissional. Essa visão negativa pode contribuir para o desenvolvimento de sofrimento e transtornos mentais entre os estudantes, impactando sua saúde mental e seu desempenho acadêmico. </span><strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: Através da avaliação do cenário enfrentado pelos estudantes de enfermagem durante o período de andamento da graduação, verifica-se a necessidade da adoção de medidas que possam estar promovendo a saúde mental e o bem estar dos estudantes. A soma de sobrecarga de estudo, trabalho e vida pessoal, demonstra que o cenário compromete não apenas o desempenho, mas também a qualidade de vida destes. É de suma importância que as instituições de ensino se preocupem com a implementação de programas de apoio psicológico e emocional, estratégias de flexibilidade que possibilitem aos estudantes conciliar todas as demandas de forma equilibrada e o reconhecimento por parte de toda a estrutura acadêmica com relação ao empenho desses estudantes, principalmente os que enfrentam múltiplas jornadas. Os estudantes enfrentam desafios como ansiedade, sobrecarga, estresse e depressão, sendo essencial para as instituições promoverem suporte, ambiente acadêmico acolhedor e detecção precoce de sintomas de transtornos mentais. A avaliação dos estudantes de enfermagem em relação ao estresse durante a graduação é um processo complexo que envolve a identificação dos fatores estressores, a análise da influência da vida pessoal, o uso de instrumentos de mensuração e a observação de sintomas associados. Essa avaliação é fundamental para promover o bem-estar dos estudantes, prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde mental e contribuir para uma formação acadêmica mais saudável e equilibrada. A complexidade do ambiente acadêmico e a importância de abordar não apenas as questões individuais dos estudantes, mas também as dinâmicas e pressões presentes no contexto educacional são fatores importantes para prevenir e combater o bullying entre os estudantes de enfermagem.</span></p> <p> </p> <p><strong>Descritores: </strong><span style="font-weight: 400;">Saúde Mental; Estudantes de Enfermagem; Formação Profissional; Estresse Psicológico; Qualidade de Vida.</span></p> <p><br><br><br></p> <p><strong>REFERÊNCIAS</strong></p> <p> </p> <p><span style="font-weight: 400;">Benavente, S. B. T., & Costa, A. L. S. </span><strong>Respostas fisiológicas e emocionais ao estresse em estudantes de enfermagem: revisão integrativa da literatura científica</strong><span style="font-weight: 400;">. Acta Paul Enferm, 24(4), 571-576, 2011. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/ape/a/ZrF8sJSLPBGGzjFXYMzfRxy/?lang=pt#>. Acesso em: 23 abr. 2024.</span></p> <p> </p> <p><span style="font-weight: 400;">Costa, M. M. et al. </span><strong>A saúde mental dos estudantes universitários da área da saúde: uma revisão integrativa de literatura.</strong><span style="font-weight: 400;"> Peer Review, v. 5, n. 7, 2023. Disponível em: <https://www.peerw.org/index.php/journals/article/view/391/282>. Acesso em: 23 abr. 2024.</span></p> <p> </p> <p><span style="font-weight: 400;">Evangelista, M. et al. </span><strong>Pressões acadêmicas e o impacto na vida dos graduandos de enfermagem.</strong><span style="font-weight: 400;"> Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 3, n. 3, p. 5928-5942, mai./jun. 2020. Disponível em: <https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/11249>. Acesso em: 23 abr. 2024.</span></p> <p> </p> <p><span style="font-weight: 400;">Silva, A. R. S. et al. </span><strong>Estudo do estresse na graduação de enfermagem: revisão integrativa de literatura. Ciências biológicas e da saúde</strong><span style="font-weight: 400;">, Recife, v. 2, n. 3, p. 75-86, jul. 2016. Disponível em: <https://periodicos.set.edu.br/facipesaude/article/view/3211/>. Acesso em: 23 abr. 2024.</span></p> <p> </p>Marcos Antônio GromoskiMariana Munhoz GallinaJulia Valéria de Oliveira Vargas BitencourtEleine Maestri
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2024-09-252024-09-25SIMULAÇÃO DE CONSULTA DE PUERICULTURA COMO ESTRATÉGIA DE APROXIMAÇÃO DA TEORIA COM A PRÁTICA
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20573
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: A puericultura é o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil na atenção primária. Para tanto, são realizadas consultas por médicos ou enfermeiros, podendo contar também com a colaboração de equipes multiprofissionais. Nesse cenário, destaca-se o papel fundamental do enfermeiro na condução da consulta de enfermagem na puericultura, pois esse profissional tem a capacidade de oferecer as ações prioritárias de forma abrangente, contribuindo para a promoção da saúde integral da criança. Ao mesmo tempo, o cuidado integral para o paciente é uma prioridade em todas as áreas da saúde, tendo os profissionais de enfermagem desempenhando um papel essencial na promoção do bem-estar e na prevenção de danos e agravos. Em sintonia com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), é imperativo que esses profissionais estejam devidamente qualificados e capacitados para atender às diversas necessidades dos pacientes, assegurando a segurança e eficácia dos cuidados prestados. Nesse contexto, uma ferramenta importante para auxiliar no processo de formação, capacitação e desenvolvimento desses profissionais é a simulação de consulta de enfermagem. Esta abordagem experimental permite que os estudantes desenvolvam habilidades intelectuais e pensamentos críticos reflexivos em um ambiente controlado, preparando-os para os desafios do cotidiano (Costa et al, 2020). Os sistemas educacionais enfrentam a crescente demanda por competências técnicas avançadas e julgamento clínico, fundamentais para uma prática e exercício da enfermagem de forma competente e segura. As simulações, adotadas como uma modalidade complementar de aprendizagem, oferecem aos acadêmicos um ambiente seguro para experimentação e troca de conhecimentos, que pode ser oportunizada através do debriefing, sendo um processo analítico e reflexivo que enriquecem a discussão após a vivência da simulação, aqui entende-se que o erro é uma oportunidade para melhorias na prática, tendo a finalidade de relembrar os processos, estabelecer os planos e coletar informações importantes, além de desenvolver o pensamento crítico dos estudantes (Kaneko; Lopes, 2019). Tendo em vista que os cuidados com os pacientes na prática geram estresse, ansiedade e medo de cometer erros, a possibilidade de desenvolver uma simulação em conjunto com o debriefing promove uma experiência positiva no desenvolvimento de habilidades pessoais e profissionais. </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: Relatar a experiência de uma simulação de consulta de puericultura desenvolvida por estudantes de enfermagem do 7° período da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, durante atividades teóricas do componente curricular ‘O cuidado no processo de viver humano II’. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: Trata-se de um relato de uma experiência de atividade de simulação de consulta de enfermagem em puericultura. A atividade foi realizada de março a abril de 2024 por acadêmicos de enfermagem de uma Universidade Federal de Chapecó/SC sob orientação docente. Foram desenvolvidos cinco casos com algumas características pré estabelecidas pela docente, a saber: idade da criança, dados antropométricos, configuração familiar e dificuldades em torno do cuidado. Estas informações foram repassadas ao grupo com 15 dias de antecedência, sendo que as demais características do caso foram definidas pelos acadêmicos. A simulação descrita no presente relato, contou a participação de 5 acadêmicas (personagens) e teve como configuração familiar um casal homoafetivo composto por um homem trans que realizara supressão hormonal e engravidou, sua companheira, uma mulher cisgênero, um lactente de 2 meses e a avó da criança. A atividade de simulação teve duração de aproximadamente 40 minutos. Os temas que deveriam ser abordados eram dúvidas a respeito de como conciliar o trabalho e o aleitamento materno exclusivo, crença que o leite era fraco, presença de cólicas, suspeita de refluxo gastroesofágico e cama compartilhada. Ademais, foi atribuído livre arbítrio para construir um cenário explorando a criatividade, podendo ser embasado em experiências anteriores. Após a apresentação do caso, realizou-se o Debriefing, onde outro grupo de acadêmicos selecionado previamente, avalia pontos positivos e pontos a melhorar, possibilitando nesse momento a discussão entre os dois grupos e, ao final, a docente tecia as considerações. A atividade foi desenvolvida no laboratório de semiologia e semiotécnica, foram utilizadas para a composição da cena na simulação: cadeiras, mesa, notebook, balança de pesagem, carrinho de materiais, maca e materiais de bolso para avaliação, a fim de simular um consultório de enfermagem. Além disso, para a narrativa, fez-se o uso do boneco simulador para representar o lactente, dois jalecos e demais roupas para caracterização dos familiares. </span><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: O desenvolvimento da simulação pelo grupo contou com a breve história da lactante Samara (homem trans), como referiu preferir ser chamada, que engravidou após interromper o uso de hormônios masculinos, por pressão de sua mãe, que não aceitava o relacionamento com Simone, bem como o processo de transição de gênero. Nesse período, e por este motivo, o casal se desentendeu e se separou, culminando na gravidez não planejada, sendo que Samara menciona só aceitar a gravidez após reatar a união com a companheira. Residem no mesmo terreno que Lourdes, a avó da criança, que compareceu na consulta e que demonstrou uma relação conflituosa com os pais, deferindo injúrias, apesar de remeter ser a cuidadora da criança quando necessário. Observa-se um perfil de cuidado extremo com a criança por acreditar que apenas ela irá cuidar da melhor forma de seu neto. A problematização do caso foi a preocupação da mãe para manter o aleitamento materno exclusivo (AME), sendo que, no próximo mês sua licença maternidade termina e teria que retornar ao trabalho, inclusive pensa na possibilidade de parar de trabalhar, mesmo sendo socioeconomicamente vulnerável. A simulação também contava com as superstições por parte da mãe e avó em achar que seu leite não era suficiente e fraco, com isso começou a fazer uso de medicamento para aumento da produção do seu leite, receitado pelo médico da unidade. O lactente estava com dois meses de vida, apresentando episódios de refluxo e cólica, fazendo o uso de bico artificial, oferecido pela avó, sem consentimento das mães, além disso, Simone refere fazer o uso de cama compartilhada com o bebê, para facilitar na amamentação durante o período noturno. Toda essa problematização estimulou as acadêmicas a formularem uma abordagem paciente e acolhedora, visando entender a família como um todo, mas também frisando as necessidades de orientação e quebra de paradigmas quanto a amamentação, no caso, a preocupação com o leite ser fraco, as possibilidades de continuar em AME mesmo voltando ao trabalho, orientando sobre direitos trabalhistas, bem como a utilização da ordenha e armazenamento do leite materno. Pautadas nas recomendações do caderno de atenção básica, número 23, do Ministério da Saúde sobre aleitamento materno e alimentação complementar, também foi orientado a pega correta durante a amamentação, a posição da mãe e do bebe, sempre atentando para as singularidades de cada caso. Além disso, possibilitou o exercício da investigação em relação às cólicas e o refluxo, questões muito frequentes no cotidiano da puericultura. De maneira geral, a elaboração da simulação proporcionou uma visão mais abrangente da consulta de puericultura, estimulando o pensamento crítico para a solução de problemas, superação de dificuldades encontradas durante o processo e a possibilidade de integração de conhecimentos já pré estabelecidos. Nesse sentido, Costa (2020) menciona que esta estratégia de ensino melhora a autoconfiança e o desempenho cognitivo, estimulando a aprendizagem de forma mais integral e humanizada por reproduzir diferentes realidades em saúde. Tendo em vista que a simulação oferece um ambiente seguro para experimentação e reflexão, incentivando os futuros profissionais a repensarem suas abordagens no atendimento a lactentes e suas famílias, reconhecendo a importância do primeiro contato nessa fase crucial do desenvolvimento. É válido ressaltar que a puericultura demanda atenção de uma série de especificidades que podem passar despercebidas, se não houver uma preparação adequada. Detectar precocemente problemas como atrasos no desenvolvimento, dificuldades na amamentação, sono, vínculo mãe/bebê e alimentação é essencial para um cuidado efetivo. Além disso, é importante estar atento para as condições socioeconômicas dos indivíduos, tendo em vista que isso pode impactar diretamente o desenvolvimento da criança, principalmente no que se trata de conflitos familiares, mediando conflitos e solicitando auxílio de agentes da equipe multidisciplinar, quando necessário, como psicólogos e assistentes sociais. Além do mais, Kaneco (2019) traz que o debriefing potencializa a experiência vivida durante a simulação e traz significado ao que foi passado, possibilitando refletir o que foi estudado e aprimorar o aprendizado para situações futuras. Sendo assim, o debriefing foi uma ferramenta importante, que oportunizou visualizar de outro ângulo o desempenho do grupo, os acertos e pontos a melhorar, possibilitando a reflexão e evolução para desenvolver na prática a consulta da melhor maneira possível. </span><strong>Considerações finais: </strong><span style="font-weight: 400;">A elaboração da simulação de consulta de puericultura representou uma ferramenta educacional valiosa, enriquecendo o processo de aprendizagem dos acadêmicos ao proporcionar uma visão ampla e aprofundada sobre as práticas clínicas nesta área. Ao longo do exercício, os participantes foram desafiados a desenvolver habilidades críticas e reflexivas para a resolução de problemas, enfrentando e superando assim as dificuldades que surgiram durante o processo. Uma das principais conquistas observadas foi o estímulo e fortalecimento da autoconfiança dos estudantes, especialmente em relação às atividades teórico-práticas. Além disso, reforçou a importância que a consulta de puericultura representa para esclarecer dúvidas e oferecer suporte às famílias em meio às diversas transformações que estão vivenciando. Por meio da simulação, os acadêmicos puderam vivenciar e experimentar diferentes abordagens no manejo dos cuidados com o lactente e no apoio à família, preparando-se de forma mais completa para os desafios futuros que serão enfrentados na prática clínica. Essa experiência contribuiu significativamente para a sua formação, capacitando-os para oferecer um cuidado mais humano, eficiente e compassivo aos pacientes que atenderão ao longo de suas carreiras. </span></p>Kasey Martins OstSamille Isabel Palombit RonsoniBruna Dias de OliveiraKailane Paula PrettoKelli Maria KreuzTassiana Potrich
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2024-09-252024-09-25CUIDADO DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NEUROCRÍTICO
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20604
<p><strong>Introdução</strong>: a complexidade de cuidado ao paciente neurocrítico exige uma necessidade de recursos humanos com agilidade, habilidade, destreza e capacidade de raciocínio coerente, científico e seguro. A assistência de Enfermagem a esse perfil, objetiva a homeostasia, controle e preservação de tecido neuronal viável e funcional. Dentre os cuidados ofertados, busca-se a estabilização da Pressão Intracraniana (PIC) e manutenção da perfusão cerebral (Ribeiro <em>et al</em>., 2019 <em>apud </em>Caciano <em>et al</em>., 2020). Para além disso, faz-se necessário o equilíbrio entre o Líquido Cefalorraquidiano (LCR), sangue e parênquima cerebral (LCR), com valores de PIC entre 5 mmHg até 20 mmHg. O cuidado de controle da PIC é fundamental para a manutenção de um tecido neuronal viável, assim, requer cuidados de Enfermagem específicos, dentre eles o posicionamento adequado de 30º da cabeceira do paciente; monitorização neurológica através da Escala de Coma de Glasgow, realização da escala de agitação e sedação de Richmond RASS, avaliação pupilar; e controle multiparamétrico dos sinais vitais (Cassiano <em>et al</em>., 2020). O devido manejo, está diretamente relacionado ao prognóstico e qualidade de vida pós-alta de indivíduos com situações de desequilíbrio do Sistema Nervoso Central (SNC). Posto isso, faz-se necessário a prescrição de cuidados de Enfermagem precisos por meio das melhores evidências e alinhamento de equipe para a oferta do cuidado que valoriza o conhecimento científico na assistência. Estudos apontam que, pacientes neurocríticos apresentam melhores índices de evolução ao passo que instituições adotam protocolos e investem em processos de sensibilização da equipe especializada (Brabo <em>et al</em>., 2022). A partir disso, na busca de melhores resultados, tem-se pesquisado evidências que solidificam práticas seguras, assertivas e que apontem aspectos a serem superados no cotidiano da assistência. Este presente estudo busca desenvolver uma síntese do conhecimento produzido e publicado em periódicos científicos sobre cuidados aos pacientes neurocríticos. A relevância do estudo é destacada pela contribuição ao planejamento de estratégias intra-institucionais que buscam a segurança, redução de danos e qualidade no atendimento à saúde. <strong>Objetivo</strong>: o objetivo do presente estudo é mapear e sintetizar o conhecimento acerca de intervenções de Enfermagem ao paciente neurocrítico, como forma de orientar a construção de protocolos futuros sobre o manejo de Enfermagem a esse público. <strong>Metodologia</strong>: o estudo foi desenvolvido com base na Prática Baseada em Evidência (PBE), compreendendo identificação de um problema clínico, busca e seleção de literatura coerente ao tema e acima de tudo, avaliação das evidências e decisão de sua aplicação. A estruturação com base na PBE possibilita evitar a decisão pautada em costumes, senso comum ou conhecimento tácito. Desse modo, fornecendo as decisões aliadas do conhecimento científico, de acordo com a vivência profissional. Trata-se portanto, de um estudo qualitativo, de revisão integrativa de literatura. O uso da metodologia é orientado pela proposta de Mendes, Silveira e Galvão (2008), seguindo seis passos: elaboração da questão de pesquisa; determinação de critérios de inclusão, exclusão e seleção da amostra; extração de informações; análise crítica; interpretação dos dados e apresentação dos resultados. A busca de artigos foi orientada por uma pergunta de pesquisa, modulada conforme a estratégia PICO: Quais os cuidados concebidos como boas práticas de enfermagem a pacientes neurocríticos no contexto hospitalar. Após a definição da pergunta de pesquisa, foi construída uma estratégia de busca utilizando descritores, palavras-chave e <em>MeSH Terms</em>. A chave de busca foi associada ao uso de Operadores Booleanos (<em>OR</em> e <em>AND</em>). A coleta dos dados foi realizada entre os meses de Outubro e Novembro de 2023, nas bases de dados da BVS, BDENF, IBECS, LILACS, Medline, WPRIM e Pubmed, acessadas pelo sistema da Comunidade Acadêmica Federada, da CAPES. Com resultado bruto de 457 artigos, disponíveis na íntegra <em>online</em> e gratuitamente nos idiomas de português, inglês e espanhol, publicados entres os anos 2012 a 2022. Os artigos incluídos foram descritos em tabelas no <em>Microsoft Word</em>, extraindo informações: título, autores, ano, objetivos, métodos e resultados. Os artigos desconsiderados envolvem duplicações, produções de caráter carta, resenhas, editoriais, teses, dissertações e revisões integrativas. <strong>Resultados e discussão</strong>: Dentre os 457 artigos encontrados, 2 artigos eram da BDENF, 6 da IBECS, 15 da LILACS, 383 Medline, 6 da WPRIM e 45 Pubmed. Como resultado final, considerando os critérios já descritos acima, foram considerados seis artigos para a construção do corpo de resultados desse material. Adentrando as especificidades e contribuições, o primeiro estudo de 2020, buscou identificar os cuidados em uma setor de UTI a partir de Diagnósticos de Enfermagem (DE) com base na taxonomia <em>North American Nursing Diagnosis Association International</em> (NANDA-I) e as intervenções pautadas em <em>Nursing Interventions Classification</em> (NIC); as intervenções classificadas de acordo com cada DE e compreendem: posição da cabeceira a 30º, cabeceira em linha média neutra, avaliação da Escala de Coma de Glasgow, Escala de RASS, avaliação de pupilas, sinais vitais, monitorização da PIC <20 mmHg, pressão perfusão cerebral (PPC) >70 mmHg, cuidados com aspiração, controle de sensibilidade (hemiplegia e parestesia), controle hídrico, uso de sonda vesical para controle de diurese, administração de diuréticos, controle de edema cerebral, controle hidroeletrolítico, controle ácido base pela gasometria em pacientes em ventilação mecânica, controle de convulsão para administração de anticonvulsivante, controle hemodinâmico, monitorização renal, monitorização da ação de drogas vasoativas, aspiração de vias aéreas, cuidados de higiene oral, controle de vômitos pela administração de antieméticos, administração de broncodilatadores, oxigenioterapia complementar, controle de pressão cutânea, aplicação de ácidos graxos essenciais e cuidados com lesões sob uso de coberturas específicas (Caciano <em>et al.,</em> 2020). Já o segundo estudo, realizado no Brasil em 2015, buscou indicadores clínicos para a monitorização de pacientes com DE de Risco de Perfusão Cerebral Ineficaz, de acordo com o <em>Nursing Outcomes Classification</em> (NOC); estudo realizado com enfermeiros especialistas em UTI, tendo por resultado com consenso absoluto da necessidade de cuidados com a perfusão tissular cerebral, além de cuidados complementares sobre reflexos neurológicos, pressão arterial (PA), redução de consciência, pressão arterial média (PAM), avaliação de agitação, cognição, PIC alterada, síncope, êmese, cefaleia, febre e ansiedade (Almeida <em>et al.,</em> 2015). O terceiro estudo realizado em 2013, observou por duas horas 28 duplas de enfermeiros e pacientes de diferentes hospitais relacionados ao cuidado neurocrítico; tendo por resultado a necessidade de padronização dos cuidados neurocríticos (Olson <em>et al</em>., 2013). O quarto estudo foi realizado Brasil em 2013, onde ao comparar dois hospitais, sendo um deles com a realização rotineira de educação continuada; os resultados apontam uma divergência nos cuidados diretos oferecidos aos pacientes neurocríticos; dentre as intervenções, ressalta-se a avaliação da normalidade de PPC, PAM, Pressão Venosa Central (PVC), Saturação Venosa Jugular de O2 (SvjO2) e Extração Cerebral de Oxigênio (ECO2) (Rosa; Lima; Inoue, 2013). O quinto artigo publicado em 2017, acompanhou um paciente com diagnóstico de meningite, apresentando perda auditiva e paralisia, no qual houve o aumento da PIC, com resolução da intercorrência através de drenagem e manutenção adequada do dispositivo (Ling <em>et al.</em>, 2017). O sexto estudo buscou levantar a prática de monitoramento do paciente em situação de Traumatismo Cranioencefálico (TCE) em UTI, no qual em 31 instituições os cuidados com a PPC de 60-70 mmHg foram as mais utilizadas, além da indicação de ultrassonografia doppler, capnografia e uso farmacológico de manitol (Wijayatilake, Talati, Panchatsharam, 2015). <strong>Considerações finais</strong>: A revisão bibliográfica revela uma fragilidade significativa no desenvolvimento de estudos a respeito da padronização dos cuidados de enfermagem voltado ao paciente neurocrítico. Fato que proporciona espaços para intervenções não pautadas na PBE e difícil qualificação da assistência de Enfermagem ao paciente neurocrítico. Se faz necessário o desenvolvimento de pesquisas futuras que se debruçam no delineamento de medidas ouro na assistência, uma vez que poucos estudos demonstram o papel da equipe de enfermagem e os seus cuidados. Assim, sendo possível gerar futuros resultados que agregam ganhos a este perfil de pacientes.</p>Larissa de MoraesTatiana Gaffuri da SilvaSilvia Silva de SouzaPaulo César da SilvaJussara de LimaJoão Vitor Kroth
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2024-09-252024-09-25CONTRIBUIÇÕES DOS GRUPOS DE GESTANTES NA PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20592
<p><span style="font-weight: 400;">O período gestacional demanda adaptações físicas, mentais e comportamentais, sendo os grupos de gestantes realizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) uma alternativa para desenvolver atividades educativas para as gestantes e acompanhantes, compartilhar informações e experiências, visando promover a saúde da mãe e do bebê, tirar dúvidas com profissionais da saúde referente aos medos, anseios e desinformações que surgem nesta fase. O grupo de gestantes oferece suporte emocional, informações sobre autocuidado e orientações sobre o ciclo gravídico-puerperal, criação de vínculos, aumentam a autoestima e contribuem para um pré-natal de qualidade. Conclui-se que estes grupos são estratégias eficazes na promoção da saúde materna-fetal e no preparo para o parto e pós-parto, destacando-se a importância de incorporá-los nas práticas de saúde e na formação profissional em Enfermagem.</span></p>Eduarda Martins de AlmeidaHágata Cristina MascarelloTaize SbardelottoIsabete DetogniCláudio Claudino da Silva Filho
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2024-09-252024-09-25CONSTRUÇÃO E APRESENTAÇÃO DE UM TRABALHO SOBRE PROTOCOLO DE ENFERMAGEM: SÍFILIS EM GESTANTE
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20602
<p>A sífilis é uma doença infectocontagiosa, causada pela bactéria Treponema <br>Pallidum. A transmissão ocorre através de relação sexual sem o uso de preservativo, podendo ser <br>transmitida da mãe para o bebê durante a gestação, no momento do parto ou na amamentação. <br>(RODRIGUES; SILVA et al., 2023). É considerada um importante problema de saúde pública em <br>todo o mundo, sua incidência tem aumentado significativamente nos últimos anos, especialmente <br>entre gestantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 7,1 milhões de adultos <br>entre 15 e 49 anos adquiriram sífilis em 2020. A sífilis na gravidez, quando não tratada, tratada <br>tardiamente ou tratada com o antibiótico incorreto, resulta em 50-80% dos casos com resultados <br>adversos no parto. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2021). </p>José Gomes ChicoloviaGizeli Fátima DamimJoel CharlestonJúlia Valéria Oliveira Vargas BittencEleine Maestri
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2024-09-252024-09-25AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA ENZIMA ecto-5’-NUCLEOTIDASE NO TRANSTORNO DEPRESSIVO
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20599
<p style="text-align: justify; margin: 12.0pt 0cm 12.0pt 0cm;"><strong><span style="color: black;">Introdução</span></strong><span style="color: black;">: Sabe-se que a depressão é um transtorno mental comum e grave que contribui de forma significativa para a carga global de doenças e é a principal causa de incapacidade, em todo o mundo, estima-se que 300 milhões de pessoas, de todas as faixas etárias, sofram com esse transtorno. É causado por uma combinação de fatores psicológicos, ambientais, genéticos e biológicos. Vários sintomas da depressão são percebidos no comportamento e interferem na vida cotidiana dos acometidos, sua capacidade de sono adequado, aprendizagem, alimentação, trabalho, lazer e relacionamentos pessoais são piorados, ou seja, seu nível de funcionalidade geralmente está diminuído como consequência da depressão. Além disso, é possível notar mudanças a nível microscópico, resultantes do transtorno depressivo, nucleosídeos e nucleotídeos encontram-se desregulados, dentre eles, podemos citar a adenosina trifosfato, adenosina difosfato, adenosina monofosfato e o nucleosídeo adenosina. O aumento na concentração de adenosina trifosfato extracelular estaria ligado a episódios estressantes, comuns a pessoas com transtorno depressivo, segundo Burnstock (2018), ele se caracteriza como componente do sistema de sinalização purinérgica, que está relacionado a vários processos fisiológicos de saúde e doença, como resposta inflamatória e imunológica, neurotransmissão e neuroproteção, agregação plaquetária e tromborregulação. O sistema purinérgico é composto por enzimas, moléculas e receptores, e está presente em todas as células, sua sinalização é mediada por nucleotídeos e nucleosídeos que agem como mensageiros extracelularmente nos receptores específicos em diferentes sistemas e órgãos. As enzimas que compõem o sistema são responsáveis pela hidrólise dos nucleotídeos e nucleosídeos, chamadas de ectonucleotidases, dentre elas, se destaca a ecto-5’-nucleotidase que catalisa a última etapa da hidrólise da adenosina trifosfato, o que resulta na produção de adenosina. Estudos recentes demonstram que mudanças na sinalização purinérgica estão envolvidas na patofisiologia e, possivelmente, na terapêutica de muitas doenças, dessa forma pode ser uma via de busca para a melhora nos sintomas do transtorno depressivo (Cardoso, 2021). <strong>Objetivo</strong>: Avaliar a atividade da ecto-5’-nucleotidase para hidrólise de adenosina monofosfato em adenosina, em plaquetas de pacientes com transtorno depressivo em relação ao grupo controle e suas possíveis consequências. <strong>Metodologia</strong>: Trata-se de um estudo transversal de abordagem quantitativa para avaliação de componentes do sistema purinérgico em adultos com transtorno depressivo e controles. Os pacientes foram selecionados a partir de registros de prontuários eletrônicos com o auxílio do psicólogo do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade de Chapecó (SC) e, a partir do contato prévio do pesquisador no momento das consultas, convidados a participarem da pesquisa. Foram incluídos pacientes e pessoas saudáveis de 40 a 59 anos de idade, pois foi identificada uma maior incidência de pacientes em tratamento nessa faixa etária, tendo uma adesão de somente 36 indivíduos ao grupo de pacientes e outros 36 ao grupo controle devido às dificuldades dos pacientes em comparecerem ao local de coleta. Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foi coletado 5mL de sangue por punção venosa para a separação das plaquetas. Para analisar a atividade da enzima ecto-5'-nucleotidase em plaquetas foi realizada por método colorimétrico, seguindo a metodologia descrito por Pilla et al. (1996) e modificado por (Lunkes et al. 2003). A normalidade dos dados foi verificada e a análise estatística foi realizada utilizando teste de Wilcoxon para a comparação de médias de variáveis não paramétricas, sendo considerado significativo quando p<0,05. Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) sob parecer nº 5.191.879. <strong>Resultados e discussão:</strong> No grupo de pacientes a média de idade foi de 47,12± 5,14 anos e no grupo controle, a média de idade foi de 46,84± 6,68 anos (p=0.6380), mostrando que os grupos foram homogêneos em relação à idade. Os resultados relacionados à atividade da enzima ecto-5'nucleotidase mostraram uma diferença significativa, sendo possível observar que a hidrólise da adenosina monofosfato em adenosina foi estatisticamente maior no grupo de pacientes comparado ao grupo controle, sendo 6,58 ± 2.54 vs. 11,24 ± 9,40 nmol Pi/min/mg de proteína, respectivamente, (n=36). Diante desse resultado, faz-se necessário entender as possíveis causas para o aumento da atividade enzimática nas plaquetas do grupo de pacientes e suas consequências na saúde destes. Estudos recentes demonstram uma desregulação na concentração dos nucleotídeos adenosina trifosfato, adenosina difosfato e adenosina monofosfato, e no nucleosídeo adenosina em pacientes com transtorno depressivo. A adenosina trifosfato, em especial, está caracterizado como principal nucleotídeo com notável relação com o estresse, situação patológica comum nos distúrbios psiquiátricos de forma geral (RIBEIRO; RONCALHO; GLASER, 2019), ele é convertido em adenosina difosfato, que será convertido em adenosina monofosfato e por fim será transformado em adenosina, esta última etapa é hidrolisada pela enzima ecto-5’-nucleotidase, que encontra-se aumentada no grupo de pacientes, esse aumento pode ser entendido como uma resposta às altas concentrações de seu substrato, a adenosina trifosfato. Associado a isso, surgem os riscos de problemas relacionados à agregação plaquetária, uma vez que a adenosina trifosfato é uma molécula pró agregante plaquetária. Plaquetas são os menores corpúsculos de sangue, em repouso tem um formato discóide e sua função principal é a hemostasia, ou seja, interrompe o fluxo sanguíneo, mas, associado ao sistema purinérgico ocorre desencadeamento da agregação plaquetária, pelo ligamento da adenosina difosfato aos receptores purinérgicos, ou seja, a NTPDase, a qual hidrolisa a transformações da adenosina. O endotélio vascular, em um organismo saudável é responsável por manter os vasos sanguíneos íntegros e a fluidez do sangue, ele atua como um anticoagulante e eliminando a ativação plaquetária. Isso se dá através de alguns mecanismos tromboregulatórios, incluindo o catabolismo de nucleotídeos purinérgicos, que é realizado pelas enzimas, de superfície plaquetária, como a NTPDase e a ecto-5’-nucleotidase. Esses nucleotídeos são liberados constantemente pelas células vasculares em baixas taxas. No entanto, quando as células vasculares são lesionadas, esses nucleotídeos serão liberados em grande quantidade e irão se ligar aos receptores purinérgicos expressos na superfície das plaquetas. A adenosina difosfato irá se ligar aos receptores P1Y1 e P2Y12, e a adenosina trifosfato ao receptor P2X1. Essa ligação permite um maior influxo de cálcio, induzindo mudança no formato das plaquetas e aumento na produção de tromboxano A2, mediador pró-agregante, estimulando a agregação plaquetária. Essa ativação das plaquetas pode ser prejudicial à saúde do sistema cardiovascular, podendo levar a formação de trombos e a graves patologias cardiovasculares, como a Hipertensão Arterial Sistêmica e Infarto Agudo do Miocárdio. <strong>Considerações finais</strong>: Diante do exposto, é possível notar que o transtorno depressivo é um problema de saúde pública, frequente e pode levar a graves complicações de morbidade e mortalidade nos pacientes, sendo assim, faz-se necessário entender os mecanismos fisiológicos dessa patologia, especialmente relacionado ao aumento da atividade enzimática nas plaquetas gerando assim um risco cardiovascular. Diante deste estudo podemos notar uma diferença significativa entre os grupos, a atividade enzimática nas plaquetas foi maior no grupo de pacientes comparada ao grupo controle, assim sendo, podemos concluir que seu nível está aumentado devido à alta concentração de seu substrato, a adenosina monofosfato, provinda de uma cadeia de hidrólise da adenosina trifosfato, essa, por ser uma molécula pró agregante plaquetária está envolvida em riscos de doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral e aumento do risco de complicações trombóticas que podem ser as principais causas de morbidade e mortalidade dos pacientes. Portanto, faz-se necessária uma investigação minuciosa com o intuito de desvendar os mecanismos fisiopatológicos desse transtorno e suas relações.</span></p>Larissa Campos LinckGabriela Dal Bosco LazzarinAndréia Machado Cardoso
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2024-09-252024-09-25PERFIL DAS PESSOAS ACOMETIDAS POR LESÕES CRÔNICAS QUE UTILIZAM O AMBULATÓRIO DE LESÕES DE PELE DO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20593
<p>Este trabalho teve como objetivo caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico dos pacientes<br>acometidos por lesões de pele em acompanhamento no Ambulatório de Lesões de Pele Municipal<br>de Chapecó. Realizou-se um estudo transversal quantitativo, do tipo descritivo que aborda variáveis<br>de saúde, variáveis sociodemográficas e variáveis quantitativas contínuas com abordagem de<br>estatística descritiva dos resultados. A amostra foi constituída por 50 indivíduos acometidos por<br>lesões de pele, foram incluídos pacientes acometidos por lesões de pele de 18 anos, com capacidade<br>para se comunicar em português. A população desse estudo é composta em sua maioria pelo sexo<br>masculino (60%), com idade média de 61 anos (M 61± SD±13.9), casados (72%), com ensino<br>fundamental (66%) que recebem um salário minimo mensal (82%). Apresentando em sua maioria<br>úlcera venosa (36%) em membro inferior (86%), auto referenciando doenças crônicas não<br>transmissíveis (72%) e com média de tempo de duração (M 33,7± SD±25,07) meses. A média do<br>IMC foi de (M 29,51 SD±6,81) resultado em estágio de sobrepeso para a população da amostra. </p>Sophia AlbinoThaynara Jacyra Pinheiro do MonteCamila Olinda GieselJulyane Felipette LimaJulyane Felipette Lima
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2024-09-252024-09-25QUOTIDIANO E DIAGNÓSTICO DE CRIANÇAS COM O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA QUE REALIZAM INTERVENÇÕES ASSISTIDAS POR ANIMAIS
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20598
<p align="justify"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Introdução: </strong></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é identificado como um distúrbio do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades na interação e comunicação social, além de comportamentos restritivos e repetitivos. A etiologia do TEA permanece incerta, mas estudos sugerem a influência de elementos genéticos e ambientais (Kodak; Bergmann, 2020). Segundo o Ministério da Saúde (2014), o diagnóstico de TEA é estabelecido clinicamente, sem o auxílio de testes laboratoriais ou imagens, avaliando-se os prejuízos nas áreas de interação social, bem como as habilidades motoras, sensoriais, cognitivas, emocionais e sociais. Nesse contexto, Givigi </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>et al.</em></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"> (2021) enfatizam a importância de estabelecer redes de apoio para as famílias e de promover iniciativas educativas focadas no cuidado ao indivíduo com TEA, respeitando suas singularidades. Assim, o entendimento aprofundado sobre a dinâmica familiar no contexto do TEA pode enriquecer o planejamento da assistência de enfermagem, minimizar riscos, reforçar estratégias de suporte, autocuidado e transições saudáveis no atendimento à saúde de pessoas com o transtorno e seus familiares. Isso contribui para uma maior compreensão das necessidades familiares e para o desenvolvimento de novas abordagens de cuidado, melhorando a assistência de enfermagem e destacando seu papel essencial no processo de cuidado (Soares, 2023). </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Objetivo:</strong></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"> Conhecer o quotidiano das famílias de crianças com TEA no processo de diagnóstico. </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Metodologia:</strong></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"> Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, realizado em uma clínica privada situada em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, Brasil. Os participantes foram os familiares de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com mais de uma década de serviço, a clínica oferece cuidados a crianças e suas famílias sob várias condições de saúde, contando com uma equipe interdisciplinar nas áreas de Psicologia, Pedagogia, Psicopedagogia, Fonoaudiologia, Nutrição, Pediatria, Odontopediatria, Educação Musical, Quiropraxia, Terapia Familiar e Psiquiatria. Entre os pacientes, estão crianças com TEA, que são frequentemente encaminhadas por médicos para acompanhamento fonoaudiológico devido a desafios na comunicação verbal. Os requisitos para participação neste estudo incluíam ser familiar de uma criança diagnosticada com Transtorno de Espectro Autista que participasse das Intervenções Assistidas por Animais (IAA) oferecidas pela clínica. Foram realizadas entrevistas com os familiares que convivem diariamente com a criança, além de dois informantes-chave indicados por esses familiares. As intervenções assistidas por animais são realizadas nas dependências da clínica, alternando entre o ambiente interno do consultório, o espaço ao ar livre do pátio e, ocasionalmente, nas áreas comerciais e vias próximas, conforme os objetivos específicos de cada sessão. Essas sessões tinham uma duração aproximada de 45 minutos, ocorreram com uma frequência semanal e o período em que as crianças participaram das sessões variou de 5 a 18 meses. </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Resultados e discussão:</strong></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"> Ao explorarmos a rotina diária de atenção às crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o quotidiano de suas famílias, especialmente no contexto da Intervenção Assistida por Animais (IAA) e sua conexão com a promoção do bem-estar, nos deparamos com um cenário que está em constante construção e redescoberta. Essa realidade é moldada desde os primeiros indícios expostos pela criança em sua tenra idade, os quais sugeriam que o seu desenvolvimento seguia um caminho atípico. Portanto, as experiências dessas crianças e de seu núcleo familiar são entrelaçadas pelos eventos que atravessaram e continuam a percorrer em seu quotidiano. Para facilitar o entendimento do fenômeno estudado pela pesquisadora, os achados foram expostos levando em consideração cinco categorias que surgiram durante o processo de pesquisa, sendo que, este trabalho explora uma destas, a saber: Dos sinais ao diagnóstico do transtorno do espectro autista: convivência e exclusão no quotidiano da família da criança com TEA. Os resultados mostram que o quotidiano da criança em vivência do TEA e seus familiares revelam formação do cuidado e o caminho em busca do diagnóstico e tratamento, isso ocorre quando se nota que certos aspectos estão além do que é usualmente esperado como comportamentos típicos do desenvolvimento infantil. Frequentemente, os pais de crianças diagnosticadas com TEA enfrentam estigmas e atitudes desfavoráveis por parte da sociedade quando seus filhos exibem comportamentos que são mal interpretados pelo público, e essas interações interferem diretamente na maneira de viver, tendo em vista que a relação com o ambiente são importantes condicionantes no seu quotidiano. Diante da nova realidade, a família ou um dos familiares passa a ser cuidador da criança com TEA, o qual passa a assumir os maiores compromissos na atenção diária ao indivíduo e, nesse contexto, nota-se que a saúde da família está continuamente associada ao bem estar da criança. Sendo assim, constata-se um dos benefícios da IAA o auxílio na manutenção da qualidade de vida do grupo familiar, a qual promove a evolução das interações e do convívio social e doméstico. No que tange às Intervenções Assistidas por Animais, os profissionais observaram que, anteriormente às sessões de IAA, a criança demonstrava obstáculos na comunicação e na interação social, além de inquietação psicomotora, desafios para estabelecer contato ocular, resistência ao contato físico, entraves no avanço da linguagem e uma notável ausência de interação com o terapeuta. Em contrapartida, após o início das sessões com os animais, notou-se que a criança passou a expressar comportamentos afetuosos e amorosos, tornando-se mais receptiva com o ambiente à sua volta. Além disso, aparentou estar mais feliz, calma e percebeu-se ainda um declínio da hipersensibilidade ao toque, aumento do contato visual e o estabelecimento de laços afetivos. As transformações em crianças com TEA após participação na IAA são perceptíveis também no âmbito cognitivo, pois verifica-se um avanço geral no processo educacional, um estímulo significativo para o aprimoramento da expressão verbal e habilidades comunicativas em determinados casos e, também, o aumento da capacidade de foco nas tarefas propostas durante as sessões (Potrich, 2019). </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Considerações finais: </strong></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">Ainda existe um grande desafio em relação à inclusão e à compreensão das pessoas em condições de TEA em virtude da falta de conhecimento da sociedade e, diante da realidade, há um processo contínuo de adaptação familiar, moldado pelas novas descobertas e exigências que surgem com o desenvolvimento da criança. A fase inicial de convivência com o diagnóstico demanda uma reorganização dos padrões familiares e uma mudança na rotina diária para atender às necessidades da criança, o que frequentemente resulta em uma carga emocional e física considerável para os integrantes da família. A carga excessiva enfrentada pelo núcleo familiar pode ser atenuada através do fomento ao conhecimento sobre o autismo, a elaboração colaborativa de um plano de cuidados envolvendo a família, profissionais da saúde e da educação, assim como o fortalecimento da rede de suporte ao núcleo familiar. Nessa conjuntura, na tentativa de entender o dia a dia das crianças com TEA e o de suas famílias, especialmente no contexto das Intervenções Assistidas por Animais (IAA), torna-se aparente que o ambiente está amplamente ajustado para satisfazer as exigências específicas da criança. Além disso, observa-se que, apesar da escassez de estudos que validem os efeitos positivos das IAA, as famílias notam melhorias sutis no comportamento dos filhos e o incentivo que o animal traz para a execução de tarefas, é possível observar um progresso nas interações sociais da criança com seus familiares, profissionais de saúde e animais. Para além disso, constata-se uma diminuição na hipersensibilidade ao toque, aumento de contato visual e físico com outros, uma redução no tempo necessário para atingir os objetivos nas terapias em que o animal está presente e, também, avanços no processo de aprendizagem e aprimoramentos significativos na habilidade de comunicação. Entretanto, existem certas barreiras que dificultam a implementação das IAA, entre elas estão as questões financeiras, tendo em vista que as intervenções requerem uma equipe multidisciplinar com profissionais que garantam a sua segurança e a da equipe e animais devidamente treinados e certificados. Outrossim, a escassez de profissionais qualificados é um desafio, bem como a falta de conhecimento sobre a metodologia necessária tanto por parte dos profissionais, quanto da população em geral, o que é fundamental para a realização eficaz das IAA. Embora a implementação das intervenções enfrente alguns obstáculos, elas são vistas como favoráveis para a saúde das crianças e de suas famílias, isso se deve ao reconhecimento e à valorização dos muitos benefícios que emergem no quotidiano. Portanto, considera-se essencial que o profissional enfermeiro conheça a dinâmica destas famílias, seus desafios e necessidades para assim pensar em possibilidades de cuidado adequadas. Ainda, entende-se pertinente debater e avaliar a inclusão das Intervenções Assistidas por Animais (IAA) entre as práticas preconizadas na Política de Práticas Integrativas e Complementares.</span></span></p>Tassiana PotrichBrena Maria NurnbergRayana da Silva FreireThaís Daniela MachadoCrhis Netto de BrumRosane Gonçalves Nitschke
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2024-09-252024-09-25Avaliação do Potencial Antineoplásico da Cafeína, Café e Erva-Mate
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20590
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: Mesmo sendo a principal alternativa para tratamento, a quimioterapia não possui a mesma eficácia contra o melanoma cutâneo como para alguns outros tipos de câncer, levando, assim, a surge a necessidade de incentivo de novas formulações de terapias coadjuvantes e pesquisas para o avanço da área. A produção de culturas de células cancerígenas tem se mostrado uma importante ferramenta de investigação e pesquisa dos aspectos relacionados a essas linhagens celulares, pois é permitido, por meio de análises, uma percepção dos mecanismos de progressão do câncer. O melanoma cutâneo é um tipo de tumor originado das células neuroectodérmicas e é relativamente incomum. Ele desenvolve-se a partir dos melanócitos, que migram da crista neural para a epiderme durante o desenvolvimento embrionário. Devido a essa origem, o tumor tem uma alta propensão para metastatizar, mesmo em estágios iniciais, pois a capacidade de invasão e disseminação parece ser uma característica intrínseca dessas células. Embora o melanoma geralmente tenha origem na pele, ele também pode surgir em mucosas ou em outras áreas para as quais as células da crista neural migram. Tipicamente, o tumor passa por duas fases distintas: a fase inicial, ou fase de crescimento radial, em que a lesão é plana, pequena e tende a ter um comportamento mais benigno; e a fase de crescimento vertical, que apresenta um prognóstico mais desfavorável, com células malignas invadindo profundamente a derme reticular ou até mesmo o tecido subcutâneo. Clinicamente, é observado que cerca da metade dos melanomas surgem em associação com nevos pré-existentes. Sinais precoces de malignidade em um nervo podem incluir mudanças na cor, coceira, aumento de tamanho, bordas irregulares e o desenvolvimento de satelitose, tumores visíveis que não são ligados ao tumor principal (BELFORT e WAINSTEIN 2004). Em relação ao seu diagnóstico, as características observadas sob a dermatoscopia e a microscopia confocal podem distinguir melanomas e outras lesões cutâneas, aprimorando a detecção antecipada e a remoção de lesões malignas. A incidência do melanoma cutâneo vem aumentando significativamente de 1:1500 em 1935 para cerca de 1:75 no ano 2000. O crescimento na incidência desse tipo de câncer de pele pode ser associado a um aumento nos fatores de risco, incluindo características da pele do indivíduo, como tonalidade clara, presença de nevos displásicos, sensibilidade à radiação ultravioleta e histórico de queimaduras solares, bem como fatores ambientais como latitude geográfica, imunossupressão e antecedentes familiares de melanoma (NASER, N. 2011). </span><strong>Objetivo: </strong><span style="font-weight: 400;">Avaliar o efeito antineoplásico da cafeína, café e erva-mate em células de melanoma cutâneo. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: As células de melanoma cutâneo da linhagem SK-MEL-28, utilizadas como modelo in vitro de MC, foram cultivadas em condições mínimas necessárias no laboratório de cultura de células da Universidade Federal da Fronteira Sul (Chapecó - SC). Foram conduzidos experimentos de forma independentes para cada substância estudada. Foi utilizado como meio de cultura celular o </span><em><span style="font-weight: 400;">Dulbeco’s Modified Eagle’s Medium</span></em><span style="font-weight: 400;"> (DMEM). Para tanto, cerca de 1 x 10</span><span style="font-weight: 400;">5 </span><span style="font-weight: 400;">células foram cultivadas em placas de 96 poços até atingirem uma confluência de 90%. Após, as células foram tratadas durante 24h da seguinte maneira: concentrações de 5, 25, 50, 100, 250, 500 e 100 µg/mL de cafeína; e 50, 100, 250, 500, 1000 e 2000 µg/mL de café e/ou de erva-mate. As células pertencentes ao grupo controle negativo (CT) não receberam qualquer outro tipo de tratamento além do próprio meio de cultura </span><em><span style="font-weight: 400;">Dulbeco’s Modified Eagle’s Medium</span></em><span style="font-weight: 400;"> (DMEM). Após, para determinação do efeito antineoplásico das substâncias, foi avaliada e viabilidade celular por meio do ensaio de redução de brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difenil tetrazólio) (MTT). Para a realização das análises estatísticas foi empregado o teste de variância de uma via (ANOVA), seguido o teste </span><em><span style="font-weight: 400;">post-hoc </span></em><span style="font-weight: 400;">de Tukey. Foram considerados estatisticamente significativos os resultados com </span><em><span style="font-weight: 400;">P</span></em><span style="font-weight: 400;"> < 0,05. </span><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: O ensaio de MTT revelou que a cafeína reduziu a viabilidade das células na concentrações de 50 µg/mL (</span><em><span style="font-weight: 400;">P </span></em><span style="font-weight: 400;"><0,05), 500 µg/mL (</span><em><span style="font-weight: 400;">P </span></em><span style="font-weight: 400;">< 0,01) e 1000 µg/mL (</span><em><span style="font-weight: 400;">P </span></em><span style="font-weight: 400;">< 0,0001). De forma interessante, todas as concentrações testadas de café reduziram significativamente a viabilidade das células de melanoma (</span><em><span style="font-weight: 400;">P </span></em><span style="font-weight: 400;">< 0,0001). De forma similar, a erva-mate reduziu a viabilidade celular com a mesma significância estatística na faixa de 50 a 1000 µg/mL (</span><em><span style="font-weight: 400;">P </span></em><span style="font-weight: 400;">< 0,0001) e com uma significância menor em 2000 µg/mL (</span><em><span style="font-weight: 400;">P </span></em><span style="font-weight: 400;">< 0.001). Os efeitos antineoplásicos aqui apresentados, indicam o potencial dos compostos empregados de interferirem nos processos de proliferação e sobrevivência celular, abrindo considerações significativas em seu potencial como terapia coadjuvante. A cafeína, café e erva-mate demonstraram-se capazes de reduzir significativamente a viabilidade das células de MC.</span> <strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: Ainda que a falta de recursos terapêuticos para a doença metastática não seja uma constatação efetiva, nos últimos anos, estão sendo abordadas novas formas de combate para a intervenção do tumor. As alternativas de tratamento para o melanoma abrangem uma variedade de abordagens terapêuticas, no entanto, muitas delas são hostis e não proporcionam resultados completamente eficazes, sendo isso frequentemente atribuído à falta de padronização nos protocolos de terapias. Para sua avaliação clínica, por meio de ressecções tumorais com margens de alguns milímetros, o material é submetido à análise anátomo-patológica. Após a confirmação da doença e da definição de suas características, uma segunda intervenção cirúrgica é realizada para ampliar as margens adequadamente e, quando indicado, realizar a pesquisa do linfonodo sentinela. Essa técnica visa determinar se há disseminação linfática do tumor e a necessidade de linfadenectomias radicais, surgindo frequentemente essa como resultado de uma abordagem inicial inadequada, o que pode exigir intervenções significativas e invasivas (BELFORT e WAINSTEIN 2004). Embora as características gerais sob essas técnicas sejam baseadas principalmente em melanomas de disseminação superficial, estudos recentes têm identificado características específicas de melanomas em locais anatômicos menos comuns, como a face ou mucosas, e em diferentes subtipos de melanoma, como o nodular e o lentigo maligno (LEE et al., 2020). Com o avanço dos exames laboratoriais e de imagem, torna-se possível realizar o estadiamento e acompanhamento do paciente com maior segurança, resultando em intervenções mais precoces e precisas. Os achados finais revelaram que a cafeína, o café e a erva-mate exibem propriedades antineoplásicas consideráveis, resultando na redução da viabilidade das células de melanoma cutâneo,</span> <span style="font-weight: 400;">sugerindo seu potencial como componentes adjuvantes em terapias, explorando novas formas farmacêuticas. Essa descoberta abre caminhos promissores para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas contra o melanoma cutâneo. Para confirmar o potencial da cafeína, café e erva-mate como terapia adjuvante no tratamento do melanoma cutâneo, são necessárias pesquisas in vitro. Estas pesquisas devem abordar a determinação da dosagem ideal do calcitriol, o desenvolvimento de formas farmacêuticas apropriadas e a avaliação de sua combinação com terapias convencionais, como ressecção, quimioterapia e radioterapia. O êxito das pesquisas in vitro pode pavimentar o caminho para a utilização desses compostos como terapia adjuvante no tratamento do melanoma, trazendo diversos benefícios aos pacientes, como maior eficácia e complementação aos tratamentos convencionais, potencializando sua eficácia no combate ao melanoma. Além disso, a terapia adjuvante pode proporcionar novas escolhas de tratamentos que podem excluir os efeitos colaterais negativos da quimioterapia e minimizar os procedimentos cirúrgicos invasivos, resultando em uma melhor qualidade de vida para os pacientes e maior sobrevida. Esses compostos, como café e erva-mate, são amplamente acessíveis, de baixo custo e com histórico de consumo muito presente em nosso país, o que os torna uma opção terapêutica viável para pacientes de todas as classes sociais. Essa pesquisa oferece uma nova perspectiva na busca por tratamentos mais eficazes e menos invasivos contra o melanoma cutâneo.</span></p>Vitória StormowskiVítor Henrique Mendes RamosGilnei Bruno da SilvaFilomena MarafonAlana Patrícia da SilvaMargarete Dulce Bagatini
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2024-09-252024-09-25EFEITO ANTINEOPLÁSICO DA VITAMINA D EM CÉLULAS DE MELANOMA CUTÂNEO
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20571
<p class="western" align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Introdução</strong></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: Os melanócitos, embora representem apenas uma pequena fração das células da pele, exercem uma influência significativa na sua aparência, controlando a pigmentação cutânea, e no risco de câncer de pele. Originados das células precursoras chamadas melanoblastos, que surgem da crista neural do embrião em desenvolvimento, os melanócitos migram distâncias consideráveis até estabelecerem-se na epiderme e nos folículos capilares. Nessas regiões, eles especializam-se em produtores microscópicos do pigmento melanina. A síntese da melanina ocorre dentro dos melanossomas, organelas dos melanócitos, sendo responsáveis pelo transporte da melanina através dos dendritos até os queratinócitos, com os quais interagem. O desenvolvimento, migração, multiplicação e diferenciação dos melanócitos são rigorosamente regulados por uma complexa rede de vias de sinalização, tanto intrínsecas quanto extrínsecas, que respondem a estímulos variados, como a radiação ultravioleta, que estimula a produção de melanina (resultando no bronzeamento). Alterações em qualquer parte dessas vias podem contribuir para o desenvolvimento do melanoma cutâneo (MC) (Balch et al., 2020). Essa doença é uma das doenças malignas mais agressivas que acometem a pele humana. Embora represente menos de 5% de todos os casos de câncer de pele, o MC é responsável pela maioria das mortes relacionadas a esse tipo de câncer. O MC representa uma grave ameaça à saúde pública no Brasil. De acordo com o estudo de Zanoni et al. (2023), durante um período de 5 anos (2013 a 2019), o país registrou alarmantes 19.612 casos confirmados de MC de pele. Essa estatística preocupante coloca o melanoma como o segundo tipo de câncer mais frequente entre homens brasileiros, perdendo apenas para o câncer de próstata. A análise por região revela um cenário ainda mais preocupante: a Região Sul concentra o maior número de casos, com 7.954 registros, representando cerca de 40% das ocorrências no país. Essa disparidade regional exige atenção especial, com ações direcionadas para aumentar a conscientização sobre o melanoma e promover medidas de prevenção e diagnóstico precoce, especialmente nas populações com maior risco. O estudo de Zanoni et al. (2023)</span></span></span> <span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">também destaca que o melanoma cutâneo é uma preocupação significativa entre homens com idades entre 60 e 69 anos. Essa faixa etária apresenta maior suscetibilidade à doença, o que reforça a necessidade de campanhas de conscientização direcionadas a esse público, com ênfase na importância da proteção solar e do autoexame da pele. Nesse contexto, estudos têm mostrado que a vitamina D, na sua forma ativa, denominada calcitriol, pode ser uma promissora candidata a terapia adjuvante no tratamento do melanoma (Bagatini et al., 2018), inibindo o crescimento tumoral, induzindo a morte celular programada, modulando a resposta imune e reduzindo a capacidade invasiva das células cancerígenas por possuir propriedades antineoplásicas. A vitamina D, uma possível terapia adjuvante no tratamento de melanomas, é um hormônio esteroide lipossolúvel que exerce inúmeras funções no organismo e advém de duas maneiras: por meio da ingestão de alimentos ricos nessa vitamina ou pela exposição aos raios solares, que a sintetizam na pele. Em ambas as formas, ela, inicialmente, está inativa e precisa passar por metabolização para se tornar ativa, a 25-dihidroxivitamina D3, e desempenhar suas diversas funções no organismo (Câmara et al., 2021).</span></span></span> <span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">Há, portanto, duas fontes principais de vitamina D, a exógena, proveniente da dieta, e a endógena, da síntese cutânea e a distribuição destas duas fontes varia amplamente entre indivíduos e regiões geográficas (Ruscalleda, 2023). </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Objetivo</strong></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: Avaliar o efeito antineoplásico da vitamina D em células de melanoma cutâneo. </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Metodologia</strong></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: Os procedimentos experimentais foram conduzidos no laboratório de cultivo celular da Universidade Federal da Fronteira Sul (Chapecó - SC). Foi utilizada como modelo in vitro de MC a linhagem celular A375. Essa linhagem celular foi adquirida do Banco de Células do Rio de Janeiro (BCRJ). As células foram cultivadas por 24 h em placas de 96 poços contendo o meio </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>Dulbeco’s Modified Eagle’s Medium</em></span></span></span> <span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">(DMEM). Após atingirem cerca de 90% de confluência, as células foram tratadas por 24 h com as seguintes concentrações de vitamina D (25-dihidroxivitamina D3) em 4% de etanol: 1 nM, 10 nM e 50 nM, conforme trabalho prévio (Bagatini et al., 2018). As células pertencentes ao grupo controle (CT) receberam como tratamento apenas o meio de cultura. Após o tratamento, foi avaliada a viabilidade celular através do teste do brometo de 3-(4,5-dimetil-2-tiazolil)-2,5-difenil-2H-tetrazólio (MTT) e por microscopia de fluorescência, utilizando-se o fluoróforo alaranjado de acridina (AO). As análises estatísticas foram feitas via teste de variância </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>one-way</em></span></span></span> <span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">(ANOVA), seguido do teste </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>post-hoc</em></span></span></span> <span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">de Tukey. Valores com </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>P < 0,05</em></span></span></span> <span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">foram considerados estatisticamente significativos. </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Resultados e discussão</strong></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: Após o tratamento, todas as concentrações testadas de vitamina D foram capazes de diminuir significativamente a viabilidade das células A375 (</span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>P < 0.0001</em></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">). De forma semelhante, os resultados obtidos por microscopia de fluorescência corroboram o potencial efeito da vitamina D em reduzir a viabilidade celular em todas as concentrações testadas, como encontrado no teste MTT (</span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><em>P < 0.0001</em></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">). Evidências mostram que a vitamina D possui efeitos imunomoduladores e, além dessa função, a vitamina D parece suprimir a produção de citocinas inflamatórias, especialmente a interleucina (IL) 6 (IL-6) pelos monócitos, desencadeadoras da síndrome de resposta inflamatória sistêmica modulando a transcrição gênica que controlam a produção de citocinas inflamatórias, como a IL-6, inibindo a sinalização inflamatória através do bloqueio de cascatas inflamatórias como a via NF-κB, que desempenha um papel importante na produção de IL-6, e promovendo a apoptose de células inflamatórias como monócitos, reduzindo a produção de IL-6 (Ruscalleda, 2023). Em relação às suas propriedades anti-melanoma, Bagatini et al (2018)</span></span></span> <span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">mostraram o efeito da vitamina D sobre a linhagem SK-MEL-28. Neste trabalho fica evidente que a vitamina D também apresenta efeitos antineoplásicos em outras linhagens celulares, o que agrega mais dados importantes sobre os múltiplos papéis biológicos que essa substância pode apresentar. Ademais, essa descoberta reforça a importância da vitamina D para a saúde humana, revelando um papel crucial em diversas estratégias para combater diversos tipos de câncer. </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Considerações finais</strong></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: medium;">: Os resultados obtidos mostram que a vitamina D na sua forma de metabólito ativo possui efeitos antineoplásicos significativos sobre a linguagem de melanoma cutâneo A375. Essa descoberta abre portas promissoras para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas contra essa forma agressiva de câncer de pele. Para confirmar o potencial da vitamina D como terapia adjuvante no tratamento do melanoma cutâneo, pesquisas in vivo são necessárias. Essas pesquisas devem determinar a dosagem ideal do calcitriol, desenvolver formas farmacêuticas adequadas e avaliar sua combinação com terapias convencionais, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia. O sucesso das pesquisas in vivo pode abrir caminho para o uso da vitamina D como terapia adjuvante no tratamento do melanoma, proporcionando diversos benefícios aos pacientes: maior eficácia, complementar aos tratamentos convencionais, potencializando sua eficácia no combate ao melanoma, menos efeitos colaterais: reduzir os efeitos colaterais negativos da quimioterapia e radioterapia, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos pacientes, maior sobrevida e fácil acesso e baixo custo: a vitamina D é facilmente acessível e barata, tornando-a uma opção terapêutica viável para pacientes de todas as classes sociais. Essa descoberta abre um novo capítulo na busca por tratamentos mais eficazes e menos invasivos contra o MC, oferecendo esperança para pacientes e suas famílias. A vitamina D na forma de metabólito ativo pode se tornar uma ferramenta valiosa no arsenal terapêutico contra o câncer, salvando vidas e proporcionando uma melhor qualidade de vida aos pacientes. </span></span></span></p>Fernanda Mayta SchaeferVitor Henrique RamosGilnei Bruno da SilvaDaiane ManicaAniela KempkaMargarete Dulce Bagatini
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2024-09-252024-09-25ENFERMAGEM NO BRASIL E NO MUNDO: ROMPENDO BOLHAS NO CAMINHO PARA AS PRÁTICAS AVANÇADAS
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20578
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: A Prática Avançada de Enfermagem (PAE) trata da formação de pós-graduação, em nível de mestrado, em que o enfermeiro se especializa com o intuito de desenvolver competências clínicas e habilidades de raciocínio crítico frente à tomada de decisões. A PAE representa avanços na atuação do enfermeiro, com maior autonomia e responsabilidade sobre os casos cuidados, já estabelecida em aproximadamente 40 (quarenta) países, em diferentes níveis do processo de implantação (Guimarães </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2024). Dentre as práticas exercidas têm-se as ações do processo de enfermagem (PE), portanto, com método científico aplicado à prática, que inclui: avaliação, diagnóstico, solicitação e interpretação de exames, encaminhamentos de saúde, além, da prescrição de medicamentos, realizados por meio da consulta de enfermagem. A importância das PAE´s surge inicialmente em alguns países como estratégia para combater a escassez de profissionais de saúde, mas, acaba por refletir diretamente na autonomia dos profissionais enfermeiros, na ampliação do acesso aos serviços de saúde pela população e na resolutividade dos seus respectivos problemas de saúde mediante uma assistência de qualidade e tomada de decisão rápida. No entanto, a definição da atividade profissional desenvolvida e da formação da PAE ainda varia muito de país para país, e inclusive dentro de um mesmo território. Os aspectos relativos às funções, títulos, tarefas, estruturas regulamentares, educativas e práticas, sob as quais a PAE presta seus cuidados e desenvolve sua assistência, ainda são objeto de muita discussão. A sua aplicabilidade e discussão formal foram fomentados recentemente e estima-se que as variadas funções da PAE existem há mais de cem anos (Wheeler </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2022). No cenário nacional brasileiro, apesar de não existir essa formação específica, o Conselho Federal de Enfermagem já vem fomentando há alguns anos as discussões no que concerne aos benefícios que tais práticas podem proporcionar à assistência de enfermagem no Brasil. Nesse sentido, o tema deste trabalho vem ao encontro do tema escolhido para a semana de enfermagem do ano de 2024, em que ao propor “romper bolhas” coloca a enfermagem brasileira no cenário de debates necessários para pensar e repensar os caminhos que serão percorridos nos avanços das práticas da enfermagem. Como questão norteadora tem-se: Quais são as práticas dos enfermeiros que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil e que apresentam semelhanças com as práticas avançadas no mundo?</span> <span style="font-weight: 400;">Como romper a bolha e avançarmos na implementação?</span><strong> Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: Compreender como se dão as práticas de enfermagem no Brasil na interface das PAE´s no mundo. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: Trata-se de uma pesquisa que integra revisão narrativa de literatura e pesquisa empírica multicêntrica de métodos mistos, desenvolvida entre 2019 e 2022 em todas as unidades da federação. A etapa qualitativa foi desenvolvida com entrevistas online, com enfermeiras (os) que atuam na APS há mais de 3 anos, que totalizaram 838 entrevistados em profundidade, com duração média de 40 minutos. Utilizou-se a análise temática de Bardin para a etapa qualitativa. A partir desse conjunto metodológico emergiram as categorias: processo de trabalho, valorização profissional, autonomia, tecnologias do cuidado e pandemia da Covid-19. A etapa quantitativa se baseou no método </span><em><span style="font-weight: 400;">web survey</span></em><span style="font-weight: 400;"> também de abrangência nacional e participaram 7.308 enfermeiros. Para o tratamento e a análise quantitativa dos dados, foram utilizados os programas Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®), versão 21.0 para Windows®, por meio de estatística descritiva e inferencial. Para validação das hipóteses levantadas e testadas no reflexo de cada variável categórica e emparelhada da pesquisa, aplicou-se o teste qui-quadrado (χ²) de Pearson para estabelecer o olhar sobre as diferenças significativas no corte amostral das regiões do país (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul), com auxílio do software Statistical Analysis System (SAS), versão 9.3. </span><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: Os estudos selecionados na revisão narrativa destacam o impacto positivo da PAE nos países em que ela já foi integrada. No Brasil, esta pesquisa identificou que os enfermeiros da APS, destacam que quando os protocolos são implementados nos municípios estes sentem autonomia para realização de todo PE, com resolutividade clínica e gerencial dos casos. Os enfermeiros já desempenham algumas práticas como consultas de enfermagem, prescrição de medicamentos conforme protocolos institucionais e/ou ministeriais, visitas domiciliares e solicitação e avaliação de exames, obedecendo aos preceitos adotados pelas respectivas instituições (Guimarães </span><em><span style="font-weight: 400;">et al.</span></em><span style="font-weight: 400;">, 2024). Para se estabelecer a discussão comparativa vale destacar que este estudo abordou o cenário das PAE´s nos seguintes países: Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Espanha, bem como o contexto amplo da América Latina, especificando aspectos do Chile, Caribe e Brasil. Embora ainda existam divergências internacionais no que tange o papel da PAE, observa-se na literatura o uso frequente de dois termos, são eles o </span><em><span style="font-weight: 400;">Clinical Nursing Especialist</span></em><span style="font-weight: 400;"> (CNS) e </span><em><span style="font-weight: 400;">Nurse Practitioner</span></em><span style="font-weight: 400;"> (NP), ambos denotam à PAE características como desenvolvimento de pesquisa, educação, assistência e gestão, que exigem do profissional autonomia e domínio científico para desenvolver avaliação, diagnóstico e prescrições de enfermagem. Nos países da América do norte, Estados Unidos e Canadá, esse modelo assistencial foi implementado no contexto de déficit de profissionais médicos, elevados custos e urgência em ampliar o acesso aos serviços de saúde. Abordando de forma mais singular os Estados Unidos, a enfermagem constatou diversos aspectos positivos com a implementação das PAE´s, destacando a qualidade da assistência, visto que os enfermeiros passaram a cumprir entre 75% e 93% dos serviços da APS, e esse feito refletiu no nível terciário de atenção à saúde em que foi evidenciada a redução de custos com re-hospitalizações e tempo de internação. Em contrapartida, foram diversas as barreiras para a implementação plena da PAE, foi questionado o custo da formação, além da insuficiência de corpo docente e a resistência da categoria médica. Ainda no contexto estadunidense, na década de 70 teve início como programa profissional o mestrado para a PAE, e no início dos anos 2000 emergia outra importante oferta: o doutorado prático na área. Atualmente existem diferentes titulações da PAE adaptadas em diferentes categorias, que atuam no âmbito da APS com competências bem definidas como a prescrição de medicamentos e solicitação de exames. No âmbito canadense as discussões e regulamentações sobre a PAE iniciaram-se concomitantemente aos Estados Unidos, entre as titulações de PAE utilizadas no país estão especialistas clínicos, enfermeiros de APS e enfermeiros de cuidados agudos, sendo o enfermeiro de APS a função mais consolidada. A formação exigida para a PAE é a nível de mestrado. Trazendo à luz o continente Europeu, este é o que possui maior número de países com experiência de PAE, a Inglaterra consubstancia a ampliação das funções do enfermeiro desde a década de 90, devido ao aumento da demanda de cuidados de saúde, principalmente em relação à prevalência de condições crônicas, em que as mais prevalentes são asma, hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e diabetes. Para garantir a atuação da enfermagem na gestão e na assistência destas condições existem protocolos de cuidado baseados em evidências que auxiliam no diagnóstico, em procedimentos, no monitoramento e no tratamento medicamentoso. Na Espanha, país que possui um sistema nacional de saúde de cobertura universal e gratuito, com destaque à APS que é altamente resolutiva, a PAE ainda não foi completamente adotada principalmente devido à característica heterogênea das atribuições de um enfermeiro de prática avançada e à escassez em campos de atuação. Na conjuntura da América Latina, a ideia de implementação da PAE ocorreu apenas no início do século XXI, devido às necessidades socioeconômicas locais, com o incentivo significativo da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Em relação à implementação, Jamaica e Belize são os países com mais experiências em PAE, eles introduziram programas de formação em </span><em><span style="font-weight: 400;">Nurse Practitioner</span></em><span style="font-weight: 400;"> desde 1992, com o apoio dos respectivos governos e a partir de reformas locais de saúde. No entanto, na Jamaica os enfermeiros licenciados NP não podem prescrever medicamentos sem supervisão médica, enquanto em Belize, há o programa de especialização em NP psiquiátrica que respalda a prática de prescrição de medicamentos psicotrópicos. No Caribe, a PAE também está em ascensão, já foi evidenciada a autonomia profissional na prescrição de medicamentos e a ampliação do acesso da população aos serviços de saúde. No Chile a ampliação da prática de enfermagem também está em processo de concretização, com grande fomento a partir de estratégias de abordagens sistêmicas para introdução da PAE no país. Por fim, no Brasil as discussões sobre a PAE tiveram início somente em 2015, destaca-se a criação da Comissão de Práticas Avançadas em Enfermagem (CPAE) pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e o desenvolvimento da pesquisa “Práticas de Enfermagem no Contexto da Atenção Primária à Saúde” sob iniciativa do COFEN. Revela-se nesta perspectiva a atual prática dos enfermeiros graduados no país, que gradativamente realizam ações para além do seu escopo de atuação, porém não possuem as vantagens de formação e regulamentação como prática avançada, pode-se considerar que a autonomia clínica do enfermeiro brasileiro no âmbito da APS em algumas áreas mais específicas, tais como a saúde da mulher, as consultas de enfermagem que utilizam o PE e os protocolos, já podem se assemelhar ao que é desenvolvido pela PAE em outros lugares do mundo. </span><strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: A enfermagem brasileira já possui relevância imprescindível no âmbito do SUS e já realiza diversas práticas que se aproximam do conceito de PAE, no entanto, é preciso aprofundar o debate frente às dificuldades existentes, como a sobrecarga profissional, desigualdade de gênero, a não superação do modelo biomédico, condições de trabalho, a resistência da categoria médica e o fato de que quando se trata da regulamentação e de um processo formativo formal de pós-graduação para categorização e reconhecimento como PAE ainda não se possui respaldo e condições necessárias para plena execução das PAE´s. Assim, precisamos romper as bolhas da enfermagem brasileira e avançar nos caminhos e práticas da profissão.</span></p>Alexia Tailine EtgesDenise de CamposThamirys Fernanda SantosDaniela Savi Geremia
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2024-09-252024-09-25O CONTEXTO DA UTILIZAÇÃO DE FITOTERÁPICOS NA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20545
<p class="tm7"><strong><span class="tm9">CONTEXTO DA UTILIZAÇÃO DE FITOTERÁPICOS NA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA</span></strong></p> <p class="tm7"><span class="tm10"> </span></p> <p class="tm12"><span class="tm10">ADRIANE CORREA PEREIRA</span><sup><span class="tm10">1</span></sup></p> <p class="tm12"><span class="tm10">CRISTIAN ROBERTO BOITA</span><sup><span class="tm10">2 </span></sup></p> <p class="tm12"><span class="tm10">JULYANE FELIPETTE LIMA</span><sup><span class="tm10">3</span></sup></p> <p class="tm12"><span class="tm10">LAURA ALMEIDA DA SILVA</span><sup><span class="tm10">4</span></sup></p> <p class="tm12"><span class="tm10">THAINE SOARES</span><sup><span class="tm10">5</span></sup></p> <p class="tm7"><strong><span class="tm9"> </span></strong></p> <p class="Normal"><span class="tm10"> </span></p> <p class="tm14"><sup><span class="tm10">1 </span></sup><span class="tm10">Acadêmica do curso de graduação Enfermagem. Universidade Federal Fronteira Sul. </span><u><a href="mailto:adriane.correa@estudante.uffs.edu.br"><span class="tm10">adriane.correa@estudante.uffs.edu.br</span></a></u><span class="tm10">.ORCiD:https://orcid.org/0009-0009-7370-8767</span></p> <p class="tm14"><sup><span class="tm10">2 </span></sup><span class="tm10">Acadêmico do curso de graduação Enfermagem. Universidade Federal Fronteira Sul. </span><u><a href="mailto:cristian21rb@gmail.com"><span class="tm10">cristian21rb@gmail.com</span></a></u><span class="tm10">.ORCiD:https://orcid.org/0009-0007-3339-1780</span></p> <p class="tm14"><sup><span class="tm10">3 </span></sup><span class="tm10">Enfermagem. Doutora em Ciências. Universidade Federal Fronteira Sul. E-mail: </span><u><a href="mailto:julyane.lima@uffs.edu.br"><span class="tm10">julyane.lima@uffs.edu.br</span></a></u><span class="tm10">. </span><a href="mailto:karina.carvalho@estudante.uffs.edu.brORCiD"><span class="tm10">ORCiD</span></a><span class="tm10">: https://orcid.org/0000-0002-0715-8498</span></p> <p class="tm14"><sup><span class="tm10">4</span></sup><span class="tm10"> Acadêmica do curso de graduação Enfermagem. Universidade Federal Fronteira Sul. E-mail: </span><u><a href="mailto:laura_almeidasilva@outmail.com"><span class="tm10">laura_almeidasilva@outmail.com</span></a></u><span class="tm10">. ORCiD: </span><u><a href="https://orcid.org/0009-0009-2952-520X"><span class="tm10">https://orcid.org/0009-0009-2952-520X</span></a></u></p> <p class="tm14"><sup><span class="tm10">5</span></sup><span class="tm10"> Acadêmica do curso de graduação Agronomia. Universidade Federal Fronteira Sul. E-mail: </span><u><a href="mailto:thaine.soares13@gmail.com"><span class="tm10">thaine.soares13@gmail.com</span></a></u><span class="tm10">.ORCiD:https://orcid.org/0009-0004-7369-3095</span></p> <p class="tm14"><span class="tm8"> </span></p> <p class="Normal"><span class="tm10"> </span></p> <p class="Normal"><strong><span class="tm9">Autor apresentador do trabalho: </span></strong><span class="tm10">Laura Almeida da Silva</span></p> <p class="tm7"><strong><span class="tm9"> </span></strong></p> <p class="tm7"><strong><span class="tm9"> </span></strong></p> <p class="tm7"><strong><span class="tm9">RESUMO EXPANDIDO </span></strong></p> <p class="tm14"><span class="tm8"> </span></p> <p class="tm14"><strong><span class="tm9">Introdução</span></strong></p> <p class="tm16"><span class="tm10">O uso das plantas medicinais é milenar e faz parte da cultura de povos em todo o mundo. O próprio Sistema Único de Saúde (SUS) reconheceu a importância dessa prática e validou uma lista com mais de 70 espécies com eficácia comprovada.</span></p> <p class="tm16"><span class="tm10">As plantas medicinais são utilizadas de acordo com sua especificidade, geralmente são usadas aquelas encontradas mais próximas ao ambiente. São eficazes, com baixo custo, e fazem parte do princípio ativo de muitos medicamentos industrializados (SESA,2004).</span></p> <p class="tm16"><span class="tm10">Diante desses avanços tecnológicos o Governo Federal instituiu a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) por meio do Decreto Presidencial 5.813 de 22/6/2006 (BRASIL, 2006), tendo em vista a implementação de ações capazes de promover melhorias na qualidade de vida da população brasileira. Nos fundamentos dessa nova política, está prevista a melhoria do acesso da população aos medicamentos, expandindo as opções terapêuticas e a melhoria da atenção à saúde dos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS (Portaria nº 971 do Ministério da Saúde, de 03/05/2006) (BRASIL, 2006), inclusão social e regional, desenvolvimento industrial e tecnológico, promoção da segurança alimentar e nutricional, além do uso sustentável da biodiversidade brasileira e da valorização do conhecimento tradicional adjunto das comunidades tradicionais e indígenas. Além disso, o objetivo desta Política é o fortalecimento da agricultura familiar e o crescimento de emprego e renda, reduzindo as desigualdades regionais (ZUANAZZI, MAYORGA, 2010).</span></p> <p class="tm16"><span class="tm10">Evidencia-se, portanto, que foi realizado um resumo expandido com o intuito de elucidar e contextualizar a política de utilização dos fitoterápicos na saúde pública brasileira.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10"> </span></p> <p class="tm14"><strong><span class="tm9">Objetivos</span></strong></p> <p class="tm14"><span class="tm10"> Realizar o apontamento do uso fitoterápico dentro da saúde pública, e sua viabilidade clínica através da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10"> </span></p> <p class="tm14"><strong><span class="tm9">Metodologia</span></strong></p> <p class="tm16"><span class="tm10">O presente estudo consiste em uma pesquisa documental, realizada no decreto n° 5.813 da Presidência da República, Casa Civil, que aprova o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, com o intuito de ampliação de opções terapêuticas com segurança.</span></p> <p class="tm16"><span class="tm10">A pesquisa se deu por ideias de projetos internos dos discentes de enfermagem e agronomia. Nos quais foram estudadas as melhores fontes para pesquisa, pois a fitoterapia é bastante comum, porém ainda há muitas incertezas quanto a sua utilização segura na prática clínica. O estudo baseou-se na análise dos documentos apresentados, de modo que possam ser divulgados insights e curiosidades do assunto, de forma acessível e de fácil compreensão.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10"> </span></p> <p class="tm14"><strong><span class="tm9">Resultados e discussão</span></strong></p> <p class="tm16"><span class="tm10">A integração da fitoterapia à saúde pública oferece diversos benefícios, tais como:</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10">Maior acessibilidade a tratamentos: As plantas medicinais geralmente são mais baratas e acessíveis do que os medicamentos convencionais, o que pode contribuir para a redução das desigualdades em saúde.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10">Promoção da saúde e do bem-estar: A fitoterapia pode ser utilizada como medida preventiva de saúde, além de auxiliar no tratamento de doenças e na promoção do bem-estar geral.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10">Redução dos custos com saúde: O uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos pode reduzir os custos com medicamentos e internações hospitalares.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10">Valorização da cultura e do conhecimento tradicional: A utilização de plantas medicinais contribui para a preservação da cultura e do conhecimento tradicional das comunidades.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10">A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos indica que estudos demonstram a eficácia e segurança de plantas medicinais e fitoterápicas no tratamento de diversas doenças e condições de saúde. Como podemos citar:</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10">Camomila: utilizada no tratamento de ansiedade, insônia, cólicas menstruais e distúrbios digestivos.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10">Gengibre: eficaz no tratamento de náuseas, vômitos e enjoos matinais.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10">Erva-mate: possui propriedades diuréticas, estimulantes e antioxidantes, sendo útil no controle do peso e na prevenção de doenças crônicas.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10">Alho: apresenta propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias e anticoagulantes, auxiliando no controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10">Hipérico: utilizado no tratamento da depressão leve a moderada.</span></p> <p class="tm16"><span class="tm10">As plantas medicinais e os fitoterápicos representam uma importante ferramenta para a saúde pública. A integração da fitoterapia ao SUS oferece diversos benefícios para a população, como maior acesso a tratamentos, promoção da saúde e do bem-estar, redução dos custos com saúde e valorização da cultura e do conhecimento tradicional.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10"> </span></p> <p class="tm14"><strong><span class="tm9">Considerações finais</span></strong></p> <p class="tm16"><span class="tm10">As estratégias governamentais voltadas para o uso de plantas medicinais estão se expandindo em todo o território nacional, abrangendo diversas regiões do país. Várias secretarias estaduais e municipais de saúde já implementaram ou estão em processo de implementação de programas de Fitoterapia na saúde pública, facilitando o acesso da população a recursos naturais e medicamentos fitoterápicos, assim suprindo necessidades terapêuticas e contribuindo para o bem-estar das comunidades mais vulneráveis. Apesar dos avanços na regulamentação do uso de plantas medicinais e fitoterápicos nas políticas públicas de saúde, ainda há muito a ser feito para promover a adesão a essas práticas no âmbito do Sistema Único de Saúde. Portanto, é preciso incentivar novos estudos que possam servir como referência para os gestores, autoridades, cidadãos e pesquisadores, visando o aprimoramento das políticas públicas de saúde no país. </span></p> <p class="tm14"><span class="tm10"> </span></p> <p class="tm14"><strong><span class="tm9">Descritores</span></strong></p> <p class="tm16"><span class="tm10">Enfermagem em Saúde Pública; Saúde Pública; Política de Saúde; Medicamento Fitoterápico; Programas Nacionais de Saúde.</span></p> <p class="Normal"><strong><span class="tm9"> </span></strong></p> <p class="Normal"><strong><span class="tm9">REFERÊNCIAS</span></strong></p> <p class="Normal"><span class="tm10"> </span></p> <p class="Normal"><span class="tm10">BRASIL. </span><strong><span class="tm9">Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006</span></strong><span class="tm10">. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Disponível em: </span><u><a href="https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5813.htm#:~:text=DECRETO Nº 5.813, DE 22,“a”, do art"><span class="tm10">https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5813.htm#:~:text=DECRETO%20N%C2%BA%205.813%2C%20DE%2022,%E2%80%9Ca%E2%80%9D%2C%20do%20art</span></a></u><span class="tm10">. Acesso em: 18 abril. 2024.</span></p> <p class="Normal"><span class="tm10"> </span></p> <p class="Normal"><span class="tm10">BRASIL. </span><strong><span class="tm9">Governo Federal. Ministério da Saúde</span></strong><span class="tm10">. Política e Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Disponível em: </span><u><a href="https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5813.htm#:~:text=DECRETO Nº 5.813, DE 22,“a”, do art"><span class="tm10">https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5813.htm#:~:text=DECRETO%20N%C2%BA%205.813%2C%20DE%2022,%E2%80%9Ca%E2%80%9D%2C%20do%20art</span></a></u><span class="tm10">. Acesso em: 18 abril. 2024.</span></p> <p class="Normal"><span class="tm10"> </span></p> <p class="Normal"><span class="tm10">DI STASI, L.C. (Org.) </span><strong><span class="tm9">Plantas medicinais: arte e ciência</span></strong><span class="tm10">. Um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo: UNESP, 1996.</span></p> <p class="Normal"><span class="tm10"> </span></p> <p class="Normal"><span class="tm10">PRODEST; SESA. </span><strong><span class="tm9">Plantas medicinais são alternativas no tratamento de diversas doenças</span></strong><span class="tm10"> . Disponível em:</span></p> <p class="Normal"><u><span class="tm10"><https://saude.es.gov.br/plantas-medicinais-sao-alternativa-no-tratame>. Acesso em: 19 abr. 2024.</span></u></p> <p class="Normal"><span class="tm10"> </span></p> <p class="Normal"><strong><span class="tm9">Descritores em Ciências da Saúde</span></strong><span class="tm10">. Disponível em: </span><u><a href="https://decs.bvsalud.org/"><span class="tm10">https://decs.bvsalud.org/</span></a></u><span class="tm10">. Acesso em: 19 abril. 2024.</span></p> <p class="tm18"><strong><span class="tm19"> </span></strong></p> <p class="tm14"><strong><span class="tm9">Financiamento</span></strong></p> <p class="tm14"><strong><span class="tm9"> </span></strong><span class="tm10">Não se aplica.</span></p> <p class="tm14"><span class="tm10"> </span></p> <p class="tm14"><strong><span class="tm9">Agradecimentos</span></strong></p> <p class="tm16"><span class="tm10">Agradecemos a Universidade Federal da Fronteira Sul, o Curso de Agronomia e de Enfermagem, e a IV Semana Acadêmica de Enfermagem 2024, por esta oportunidade, e condução para desenvolver o conhecimento através da pesquisa em trabalhos acadêmicos. E em especial a Prof. Julyane do Curso de Enfermagem, no auxílio do desenvolvimento e construção deste trabalho.</span></p>Adriane Correa PereiraCristian Roberto BoitaJulyane Felipette LimaLaura Almeida da SilvaThaine Soares
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2024-09-252024-09-25BOLHAS ACADÊMICAS NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA NO SUL DO BRASIL:
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20544
<p>BOLHAS ACADÊMICAS NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA NO SUL DO BRASIL: UM ESTUDO QUANTITATIVO DO BEM-ESTAR<br>Introdução: A saúde mental de muitos docentes universitários estar inserida dentro de uma bolha,<br>ou seja, apresenta-se como um tabu acadêmico no qual pouco se faz presente nas rodas de<br>discussões institucionais. Contudo, as crescentes pressões por resultados acadêmicos positivos<br>entre os docentes causam stress e mudança de comportamentos que geram transtornos de depressão<br>e ansiedade, os quais consequentemente ameaçam diretamente o bem-estar geral da saúde.<br>(HARTWELL, 2015). As bolhas acadêmicas não se restringem apenas ao cenário brasileiro,<br>estudiosos destacam que em diversas regiões do mundo docentes universitários enfrentam questões<br>relacionadas a carga de trabalho excessiva, obstáculos na obtenção de ajuda para projetos,<br>distanciamento profissional de colegas, escassez de recursos laborais, remuneração inadequada e<br>baixo prestígio profissional, os quais geram insatisfação com a profissão em cerca de 30% a 50%<br>dos educadores e como um dos possíveis resultados, o adoecimento. (MCLEAN; SANDILOS,<br>2022). Objetivo: Analisar a relação entre bem-estar na docência universitária no Sul do Brasil.<br>Metodologia: O presente estudo faz parte do projeto guarda-chuva “O preço da carreira acadêmica<br>no Brasil: um estudo multinível sobre a invisibilidade da saúde mental de docente universitários”<br>e este recorte analisou os dados referentes à região Sul. Os docentes responderam a perguntas sobre<br>o perfil sociodemográfico (idade, sexo, cor de pele, estado civil, renda); WHO-5 (Índice de BemEstar da Organização Mundial da Saúde). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa<br>da Universidade Federal do Pará (CAAE: 69624423.2.0000.0018). A coleta de dados foi realizada<br>pelo envio do formulário no Google Forms para o e-mail, redes sociais e canais de comunicação<br>das instituições universitárias e grupos de WhatsApp dos docentes de diversas instituições. A<br>análise descritiva dos dados foi realizada no programa Microsoft Excel 2013 e apresentados no<br>formato de tabelas e gráfico. Resultados: Participaram do estudo 121 docentes da Região Sul do<br>1 As bolhas neste estudo são utilizadas como uma figura de linguagem para se referir aos paradigmas, dificuldades ou<br>barreiras existentes em um determinado contexto.<br>Brasil, predominantemente caracterizam-se com idade entre 23 e 44 anos (50,4%), cor de pele<br>branca (86,8%), sexo ao nascer feminino (55,4%), casadas(os) (47,1%), com renda familiar entre<br>10 e 20 salários-mínimos (46,3%) e sem filhos (36,4%). Em sua própria interpretação, se<br>autodeclaram apresentar boa saúde (41,3%), praticam atividade física regularmente (57%) e<br>destacam não conhecerem sobre as políticas institucionais de saúde mental nas instituições onde<br>trabalham (39,7%), conforme destacado na tabela 1.<br>Tabela 1 - Caracterização dos docentes universitários da região Sul do Brasil, Chapecó - SC, 2024.<br>Variável n %<br>Idade em anos<br> [23 a 43[<br> [44 a 71]<br>61<br>60<br>50,4<br>49,6<br>Cor de pele<br> Amarela<br> Branca<br> Parda<br> Preta<br> Prefere não responder<br>3<br>105<br>10<br>1<br>2<br>2,5<br>86,8<br>8,3<br>0,8<br>1,7<br>Sexo ao nascer<br> Feminino<br> Masculino<br>67<br>54<br>55,4<br>44,6<br>Estado Civil<br> Casado(a)<br> Divorciado(a) ou separo(a)<br> Solteiro(a)<br> União estável<br> Viúvo(a)<br> Vivendo com companheiro(a)<br>89<br>36<br>23<br>18<br>1<br>13<br>47,1<br>7,4<br>19,0<br>14,9<br>0,8<br>10,7<br>Renda familiar (em salário-mínimo)<br> 1-2<br> 3-5<br> 5-10<br> 10-20<br> Mais de 20 salários-mínimos<br>1<br>7<br>47<br>56<br>10<br>0,8<br>5,8<br>38,8<br>46,3<br>8,3<br>Domicílio compartilhado<br> Amigos/Colegas<br> Família (cônjuges e filhos)<br> Outros<br> Outros parentes<br>2<br>92<br>3<br>4<br>1,7<br>76,0<br>2,5<br>3,3<br> Sozinho(a)<br> Prefere não responder<br>19<br>1<br>15,7<br>0,8<br>Número de filhos<br> 0<br> 1<br> 2<br> 3<br> 4<br>44<br>38<br>33<br>4<br>2<br>36,4<br>31,4<br>27,3<br>3,3<br>1,7<br>Autoavaliação do estado de saúde<br> Ruim<br> Nem ruim, nem boa<br> Boa<br> Muito boa<br>15<br>33<br>50<br>23<br>12,4<br>27,3<br>41,3<br>19,0<br>Prática de Exercício físico<br> Não pratica atualmente, mas já praticou<br> Não pratica atualmente e nunca praticou<br> Pratica atualmente, às vezes<br> Pratica atualmente, raramente<br> Pratica atualmente, regularmente<br>13<br>6<br>20<br>13<br>69<br>10,7<br>5,0<br>16,5<br>10,7<br>57,0<br>Conhecimento sobre a Política institucional de<br>prevenção à saúde mental<br> Não<br> Não sei informar<br> Sim<br>48<br>46<br>27<br>39,7<br>38,0<br>22,3<br>Na Tabela 2, apresentada a seguir, são estratificadas as características sobre o bem-estar<br>psicológico dos docentes, destacando-se a prevalência frequentemente de alegria e bom humor<br>(43%), contudo às vezes também prevalece a sensação de estar calmo e relaxado (36,4%), ativos<br>e vigorosos (44,6%), revigorados e relaxados (35,5%), além de preencherem a vida diária com<br>coisas que vos interessam (38%).<br>Tabela 2 - Bem-estar psicológico dos docentes universitários da região Sul do Brasil, Chapecó -<br>SC, 2024.<br>Variável Nunca Raramente Às vezes Sempre Frequentemente<br>n % n % n % n % n %<br>Tenho me sentido<br>alegre e de bom<br>humor<br>10 8,3 48 39,7 8 6,6 52 43,0<br>Tenho me sentido<br>calmo e relaxado<br>10 8,3 31 25,6 44 36,4 3 2,5 33 27,3<br>Tenho me sentido<br>ativo e vigoroso<br>6 5,0 21 17,4 54 44,6 9 7,4 31 25,6<br>Acordo me sentindo<br>revigorado e<br>relaxado<br>16 13,2 31 25,6 43 35,5 9 7,4 22 18,2<br>Minha vida diária<br>tem sido preenchida<br>com coisas que me<br>interessam<br>2 1,7 15 12,4 46 38,0 17 14,0 41 33,9<br>Na figura 1, o histograma demonstra que a grande maioria dos docentes têm medias de escore total<br>entre 60 e 80, indicando alto bem-estar.<br>Figura 1: Histograma de distribuição do escore total do índice de bem-estar dos docentes<br>universitários da região Sul do Brasil, Chapecó - SC, 2024.<br>Fonte: dados da pesquisa.<br>Analisando a tabela 3, observa-se maiores médias de bem-estar entre os docentes de 44 a 71 anos,<br>do sexo masculino e cor de pele branca. Apesar da amostra ser pequena para mostrar diferenças<br>estatísticas, serve de alerta para um possível perfil docente de piores indicadores de saúde mental.<br>Tabela 3 - Comparação entre as médias e desvio-padrão entre bem-estar e faixa etária, cor de pele<br>e sexo ao nascer de professores universitários do Sul do Brasil. Chapecó - SC, 2024.<br>O bem-estar entre os docentes universitário existe, contudo ele é um privilégio, de poucos, pois<br>prevalece entre homens brancos com idade entre 44 a 71 anos. Entre as evidencias analisadas, por<br>mais que os docentes se autodeclarem com bom estado de saúde, os testes estáticos realizados<br>possibilitam inferir que as mulheres mais jovens que exercem à docência universitária e<br>apresentam a cor de pele preta, vivenciam baixo índice de bem-estar na região Sul do Brasil. Both<br>e colaboradores (2014) chamam atenção para esta característica, ao advogar que em seu estudo<br>realizado com 1645 docentes, geograficamente distribuídos entre os estados do PR, SC e RS,<br>constatou-se baixo índice de bem-estar entre as mulheres, e disparidades de renda quando<br>comparadas aos homens (Both et al., 2014). Esta pesquisa revelou também, que prevalece entre os<br>docentes o sentimento de alegria e de bom humor, todavia, o trabalho é um catalisador que vos<br>causa alto estresse, o que faz com que eles não se sintam calmos e relaxados, contudo,<br>ocasionalmente se sentem ativos e vigorosos, apesar de nem sempre se ocuparem com atividades<br>que os geram prazer em desenvolver. Pinho e demais pesquisadores (2023) indicam que esta<br>realidade não é exclusivamente relacionada ao contexto brasileiro, em sua revisão integrativa sobre<br>a temática, evidenciaram que os docentes apresentam-se cada vez mais insatisfeitos(as) e<br>apresentando altas prevalências de transtornos mentais e sintomas depressivos derivados do<br>trabalho. Um indicador alarmante que afeta diretamente a qualidade educacional. Considerações<br>finais: Os docentes universitários no Sul do Brasil apresentam seu bem-estar geral ameaçado,<br>principalmente quando são mulheres com idade abaixo de 43 anos e de cor de pele preta. De certa<br>forma, esta população sobrevive dentro de bolha acadêmica que pode desencadear um<br>adoecimento mental no trabalho. O enfermeiro frente a este contexto, deve intervir com cuidados<br>individualizados, integralizando as necessidades as particularidades que desencadeiam os fatores<br>de adoecimento, os quais ultrapassam a oferta de cuidados ao corpo biológico. Assim, ações de<br>advocacy em defesa da implementação de políticas universitárias protecionistas de saúde mental,<br>bem como melhorias ao acesso e acessibilidade aos cuidados de saúde, fazem-se fundamentais<br>para o rompimento desta bolha.<br>Descritores: Docentes; Bem-Estar Psicológico; Universidades; Enfermagem.<br>REFERÊNCIAS<br>Variável Média DP<br>Idade em anos<br> [23 a 43[ 67,53 2,280<br> [44 a 71] 69,45 2,405<br>Cor de pele<br> Branca 69,06 1,803<br> Outras 64,75 4,020<br>Sexo ao nascer<br> Masculino 68,77 2,634<br> Feminino 68,24 2,117<br>1- BOTH, J. et al. Bem-estar do trabalhador docente de educação física da região sul do Brasil<br>de acordo com os ciclos vitais. Revista Brasileira de Educação Física, v. 28, p. 77–93,<br>abr. 2014.<br>2- HARTWELL, H. Saúde mental e bem-estar. Perspectivas em saúde pública, v.135, n.1,<br>pág. 2-2, 2015.<br>3- MCLEAN, L.; SANDILOS, L. Teachers’ Well-Being: Sources, Implications, and<br>Directions for Research. Routledge Resources Online - Education, maio 2022.<br>4- PINHO, P.S., FREITAS, A.M.C., PATRÃO, A.L., AQUINO, E.M.L. Estresse<br>ocupacional, saúde mental e gênero entre docentes do ensino superior: revisão integrativa.<br>Saude soc, v.32, n.4, p.e210604, abr. 2023.</p>Mariana Munhoz GallinaAna Cristina Viana CamposJeferson Santos Araújo
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2024-09-252024-09-25EXPERIÊNCIA DE CUIDADOS PARA HOMENS COM DOENÇAS CARDIOVASCULARES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20553
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: As Doenças Cardiovasculares (DCV) são aquelas que afetam o sistema circulatório, o qual é constituído pelas artérias, pelas veias e pelo coração. De modo geral, os componentes deste sistema operam em conjunto para manter funcional a circulação sanguínea, cuja importância é fundamental para a sobrevivência e qualidade de vida. As doenças que compõem essa categoria podem afetar diferentes estruturas e funções deste sistema, levando a efeitos prejudiciais sobre o estado circulatório. Sendo assim, quando presentes, as DCV estabelecem quadros que exigem atenção, uma vez que as possíveis complicações tendem a provocar efeitos sistêmicos que prejudicam a qualidade de vida e podem levar ao óbito. Historicamente, é observado que os homens tendem a procurar com menos frequência os serviços de saúde para realizar a prevenção de doenças (MOURA et al, 2014). Normalmente, este público procura o sistema apenas quando já apresentam sintomas, o que na maioria das vezes pode indicar a progressão da doença, o que torna o prognóstico e a recuperação mais difíceis, necessitando de um atendimento mais emergente. Associado a este fato, Etienne (2018) aponta que a incidência de óbitos provocados por doenças não transmissíveis (as quais incluem as DCV) se encontra em torno de 52% no público masculino, extremamente relacionadas a baixa procura desse público pelos serviços de saúde. Comumente, o tratamento de DCV se dá na atenção primária, local onde o diagnóstico e manejo de doenças agudas de baixa gravidade ou doenças crônicas devem ser realizados. Desse modo, os homens que convivem com doenças crônicas devem manter um vínculo de atendimento na atenção primária para controlar o quadro clínico e evitar as complicações decorrentes de sua progressão. Em 2009, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), que tem como objetivo gerar melhora nas condições de saúde do homem, com grande expectativa na diminuição da morbimortalidade utilizando estratégias que facilitem o acesso aos serviços de atendimento de saúde e a diminuição de fatores de risco para esse público. Além disso, a política traz em sua descrição os princípios e diretrizes que embasam e exemplificam sua aplicação na prática, assim como os caminhos que irão direcionar suas ações. Os princípios incluídos nesta política se baseiam na humanização e na qualidade, além de trazer diretrizes sob o viés da integralidade, factibilidade, coerência e viabilidade (Brasil, 2008). De acordo com o contexto evidenciado, verificou-se a necessidade de identificar na literatura quais são as experiências de cuidados à saúde ofertadas a homens adultos com DCV no âmbito da atenção primária, tendo em vista a baixa disponibilidade de pesquisas acerca do tema. </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: Descrever as experiências de estudos qualitativos a respeito dos cuidados ofertados na atenção primária a homens adultos com doenças cardiovasculares. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: Trabalhou-se com uma metassíntese qualitativa, a busca dos artigos analisados foram levantados nas bases PubMed, Web of Science, Embase, Science Direct, PsycINFO e LILACS com uma chave de busca que incluiu os três descritores: Primary Care, Men’s Health e Cardiovascular Diseases. Para a leitura de dados foi aceito referências encontradas nas bases de dados com os descritores, que buscaram apresentar como é feito o atendimento e cuidado de homens na APS, sendo referências originais disponíveis com texto completo nos idiomas português, inglês e espanhol e que utilizaram a pesquisa qualitativa em sua metodologia, sem data limite de publicação. Excluiu-se produções cinzentas e aqueles que abordaram em sua temática outros grupos de pessoas. </span><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: A partir da busca realizada, observou-se que a literatura disponível apresenta lacunas de resultados e informações sobre o assunto, especialmente de trabalhos que abordam como tema central a saúde do homem. Com o aumento exponencial da população em conjunto ao aumento da estimativa de vida, cerca de 77 anos no Brasil, sendo os homens com uma estimativa de 7 anos a menos que as mulheres (IBGE, 2021), o índice de pessoas com doenças não transmissíveis, em especial as cardiovasculares, tende a aumentar. Como consequência, a atenção primária precisará ofertar atendimento para um grupo significativamente maior de usuários do SUS. Além disso, a falta de procura dos homens nos centros de saúde tende a contribuir para o aumento da mortalidade desse grupo de pessoas. Assim como o aumento e envelhecimento da população brasileira, as demandas referentes a esse público tendem a aumentar consideravelmente, o que pode representar um problema de saúde pública relacionado à capacidade de resolução da Atenção Primária. Consequentemente, o aumento do número de homens que procuram os serviços de saúde devido a condições clínicas agudas aumentará, traduzindo as dificuldades que os serviços de atenção primária à saúde ainda enfrentam na tentativa de buscar estratégias eficazes para promoção e prevenção da saúde deste público em específico. Nesse sentido, se faz necessário que os serviços de saúde estejam estruturados para se utilizar de estratégias que previnam o alto nível de morbimortalidade precoce ou incapacitante. Um estudo publicado por Oliveira et al (2020) destacou a existência de dois pontos conflitantes quando nos referimos a aplicação da PNAISH, de um lado temos um perfil masculino que tende a evitar a busca de prevenção nos serviços públicos de saúde, e de outro uma equipe multiprofissional que de modo geral, desconhece os princípios e diretrizes da PNAISH e não possuem a qualificação necessária para atender as demandas do público masculino. Essas questões são ainda mais evidenciadas quando analisamos as intervenções voltadas à promoção da saúde masculina, tal como o novembro azul, que centraliza o cuidado da masculinidade em um único órgão e desconsidera o contexto biopsicossocial em que os indivíduos estão inseridos. Nesse sentido, evidencia-se a importância de capacitações contínuas da equipe multidisciplinar em saúde para que possam promover um cuidado qualificado e conciso ao preconizado pela PNAB e PNAISH. Com a devida capacitação, é possível proporcionar atendimentos em que o foco central seja a saúde do homem, abrangendo questões de saúde e doenças relacionadas ao serviço, compreendendo e considerando as dificuldades e tabus que envolvem seu processo de adoecimento e buscando meios de promover um equilíbrio entre uma forma eficaz de trabalho e autocuidado. </span><strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: Atualmente, observa-se um crescimento nos índices de indivíduos que convivem com DCV, especialmente homens com Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus tipo 2. Com o passar dos anos essa estatística tende a aumentar, considerando que a população masculina irá envelhecer e demandar de um cuidado mais qualificado dos serviços públicos de saúde. Desse modo, a Atenção Primária à Saúde está propensa a uma sobrecarga de demandas, ao passo que precisará direcionar sua atuação para a prevenção, promoção e tratamento de DCV nesse público. Nesse sentido, a APS possui um papel fundamental na promoção da saúde desses indivíduos, considerando os diversos instrumentos que podem utilizar como estratégia para alcançar esse objetivo, tais como busca ativa, visitas domiciliares e campanhas de conscientização, entre outras. Além disso, é de suma importância que os serviços de saúde tenham acesso a estratégias de qualificação de seus profissionais, para que seja possível atender integralmente as demandas que envolvem a promoção da saúde dos homens e a vivência de uma masculinidade saudável. Ademais, evidencia-se a necessidade de mais pesquisas que considerem as especificidades da promoção e manejo da saúde do homem no âmbito da atenção primária, especialmente no que se refere ao processo de implementação do cuidado integral à saúde em DCV e na promoção à saúde deste público.</span></p>Suelen Bianchetto MascarelloHágata Cristina MascarelloBruna BartolomeyDaniela Savi GeremiaJeferson Santos Araujo
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2024-09-252024-09-25O LUTO DE IDOSOS QUE PERDERAM UM FILHO
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20554
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: O envelhecimento populacional, evidente e progressivo, está determinado pela transição demográfica gerada por diminuição da natalidade e aumento da expectativa de vida da população, ocasionando aumento crescente de pessoas idosas. Com isso as necessidades sociais e de saúde tornam-se mais abrangentes, o que requer assistir o indivíduo em todas as esferas da vida, considerando os determinantes sociais que interferem no processo saúde-doença da população. Para isso, a promoção da saúde e a qualificação profissional fazem-se fundamentais para enfrentar questões singulares como a vivência do luto. O luto é uma resposta a perdas, que podem estar associadas a aspectos, como a perda de papéis, do corpo mais jovem, morte de conhecidos ou familiares, mas o processo pode ser mais difícil quando a perda sofrida foi de um filho. Diversas teorias trazem a compreensão do luto e seus subtipos, abrangendo diferentes situações de perda. Kübler-Ross (2017) propõe cinco estágios do luto, não em linha contínua, pois os estágios podem estar entrelaçados. O primeiro é a ‘negação e isolamento’ como forma de defesa do indivíduo; no segundo estágio, ‘raiva’, há busca de explicações e culpados; no terceiro, ‘barganha’, o enlutado busca negociar a perda; no quarto está a ‘depressão’, com sentimentos de melancolia e, no quinto, a ‘aceitação’, o qual representa o ponto final do luto. Por outro lado, Bowlby e Parkes (1980) propuseram as fases do luto fundamentando-se na Teoria do Apego de Bowlby e Ainsworth, a qual busca compreender as reações diante dos rompimentos e descreve quatro fases para o processo do luto. A primeira, ‘entorpecimento e choque’, é caracterizada por reações de sofrimento ou raiva; o ‘anseio e a procura’ pelo ente ou saudades; a ‘desorganização e desespero’ demonstra dificuldade do enlutado em fazer tarefas cotidianas e a ‘reorganização’, marcada pelo enlutado retornar a vida (Franco, 2021). Contudo, é pouco difícil prever como um indivíduo reagirá à perda e quais caminhos tomará no processo do luto. Este estudo discutirá o processo do luto em idosos pela perda de um filho, assunto pouco referido em meio acadêmico, servindo como estimulante para profissionais da saúde a um olhar mais humanizado no atendimento de idosos enlutados. </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: Compreender a vivência do processo de luto por idosos que, durante a vida, perderam um filho. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: Pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, da qual participaram oito idosos residentes em Chapecó/SC que, em algum momento da vida, perderam um filho. A seleção utilizou o método de cadenciamento de referências </span><em><span style="font-weight: 400;">Snowball Sampling </span></em><span style="font-weight: 400;">(Ghaljaie; Naderifar; Goli, 2017). A idade dos participantes variou de 62 a 95 anos, sendo 7 mulheres e um homem. Como critérios de inclusão: ter 60 anos ou mais; ter vivenciado, em algum momento da vida, o luto por um filho; residir no município de Chapecó/SC. As entrevistas foram presenciais e individuais, utilizando um roteiro de questões. Os dados foram analisados com Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), proposto por Lefèvre, Lefèvre e Teixeira (2000). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal da Fronteira Sul (parecer nº 5.832.479, de 21/12/2020. Todos os participantes foram esclarecidos acerca dos aspectos éticos, direitos e deveres do participante e do pesquisador, e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os resultados serão divulgados em forma de artigos científicos publicados em revistas nacionais e/ou internacionais e resumos expandidos em eventos científicos. </span><strong>Resultados e discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: Da análise dos dados emergiram oito temáticas que abordam assuntos diversos sobre o luto em idosos.</span><span style="font-weight: 400;"> Os participantes do estudo refletiram sobre a vivência do luto por perda de filhos e de demais lutos vividos durante a vida. Para eles, todas as perdas são difíceis, mas perder um filho gera um sofrimento incomparável, visto que a dor de uma perda relaciona-se ao nível de vínculo entre as duas partes e, normalmente, o vínculo de pais e filhos é forte e afetuoso. Os idosos descreveram suas reações quando receberam a notícia da morte de seus filhos, que incluíram desespero, choque, dor, tristeza e perda de sentido na vida. O estágio de Depressão descrito por Kubler-Ross (2017) assemelha-se às informações de tristeza e falta de sentido na vida, bem como o estágio de Entorpecimento e Choque da teoria de luto de Bowlby e Parkes pelo choque e desprendimento da realidade inicial. O tempo de duração do luto pode ser de muito tempo, ainda mais quando se perde um filho e o luto e a falta podem nunca passar. Compreende-se que o luto não tem prazo de validade e se há a tentativa de enquadrá-lo em um tempo pré-estabelecido, se corre o risco de não respeitar a individualidade de vivência desse processo. Quando o luto gera dificuldades no dia a dia e impacto na vida social do enlutado, é possível que seja um luto complicado, que demanda suporte de profissionais de saúde mental (Franco, 2021). Para além do luto existem sentimentos remanescentes que perdurarão por toda a vida de quem sofreu a perda. Os participantes referiram a saudade, o sentir-se inconformado com a perda e a constante lembrança como aspectos da perda que perduram. Dentre as maneiras apontadas pelos entrevistados para lidar com o luto destacam-se a fé e a oração. A religiosidade/espiritualidade faz parte do rol de recursos pessoais que as pessoas podem desenvolver durante a vida e que contribuem para um envelhecimento saudável, além de servir de apoio para momentos de crise como a perda de um filho (Silva Júnior; Eulálio, 2022). Durante o luto a saúde pode ser negligenciada. Os idosos relataram indiferença entre viver e morrer, desinteresse pelo autocuidado e dificuldades em se alimentar adequadamente. </span><span style="font-weight: 400;">O cuidado com a própria saúde pode ser negligenciado durante a vivência de um luto. Os idosos relataram indiferença entre viver e morrer, além de dificuldades na alimentação e no suprimento nutricional. Tais aspectos congruem com a possibilidade de um luto patológico (Franco, 2021). Em conseguinte, o apoio recebido pelos idosos durante o luto veio da própria família, da religião e de profissionais de saúde e serviços especializados em saúde mental. Por fim, o luto ensinou os idosos a valorizarem as pessoas e a vida humana, a ter forças e fé. Os mesmos ainda aconselharam outros pais que perderam um filho a buscar a fé e o apoio de outras pessoas, desenvolver a resiliência e não esperar para buscar ajuda profissional. </span><span style="font-weight: 400;"> </span><strong>Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: Não é possível utilizar somente uma teoria de luto para discutir os resultados da pesquisa. O luto interfere de forma multifacetada no cotidiano das pessoas e cada indivíduo o vivenciará de modo peculiar. Foi possível visualizar muitas facetas desse processo, desde as reações iniciais ao desenvolvimento do luto ao longo do tempo póstero. Perder um filho associa-se a um luto com maiores chances de se complicar e necessitar ajuda profissional, mas nem toda a saudade ou sensação de falta/ausência caracterizam um luto complicado. Embora seja uma situação difícil, os participantes conseguiram, através da resiliência, extrair aprendizados da vivência do luto e dar conselhos para outros idosos em situação semelhante. Desse modo, o estudo conseguiu promover novos olhares acerca da vivência do luto por idosos que perderam um filho, bem como possibilitou a construção de conhecimento sobre o assunto e desvelou a necessidade de olhar para o luto como um dos vários aspectos determinantes da saúde e bem-estar dos idosos.</span></p> <p><br><br><strong>Descritores: </strong><span style="font-weight: 400;">Luto, Saúde do Idoso, Promoção da Saúde, Enfermagem.</span></p>Samille Isabel Palombit RonsoniRichard Augusto Thomann BeckertAngélica Zanettini KonradTiago Labres de FreitasRita de Cássia Farias de OliveiraValéria Silvana Faganello Madureira
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2024-09-252024-09-25AGENTES DE SAÚDE: PRÁTICAS NO ENFRENTAMENTO DA DENGUE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20572
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: O Brasil possui um Sistema de Saúde que é referência para muitos países, visto que é garantido atendimento gratuito para toda a população dentro da Constituição Federal de 1988 e em seus princípios traz a universalidade, equidade e integralidade, ofertando atendimento igualitário, que pode ser acessado por qualquer pessoa, e no qual a sua saúde é considerada de modo integral (Brasil, 1990). O modelo de rede de serviços de saúde utilizado para o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) teve como referência o relatório de Dawson, de 1920, assim sendo organizado em três pontos de atenção, sendo atenção primária, atenção secundária e atenção terciária (Brasil, 1990). A atenção primária à saúde se desenvolve principalmente a partir das Unidades de Saúde, em que o atendimento se dá para doenças crônicas, desde o início da descoberta de doenças que acometem a população e na resolubilidade de problemas de saúde. A APS é considerada como porta de entrada preferencial dos serviços do SUS, pois é a partir dos encaminhamentos realizados pela equipe da Atenção Primária que o paciente irá transitar entre os outros serviços e pontos de atenção. A atenção secundária são prioritariamente os atendimentos com as especialidades e clínicos diagnósticos. Já a atenção terciária se dá na área hospitalar, onde pacientes se encontram em situações mais críticas que demandam de supervisão diária. A Atenção Primária à Saúde é formada por uma equipe de médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), e a equipe do núcleo de atendimento à saúde da família que conta com a participação de educador físico, nutricionista, assistente social e psicólogo, entre outros (Brasil, 2017). O papel de Agentes de Combate às Endemias surge na década de 70 como agentes de saúde pública e só em 2006 ocorreu a promulgação da Lei 13.595 com atualização em 2018 sobre a regulamentação do trabalho dos Agentes de Combate às Endemias e Agentes Comunitários de Saúde. O papel dos Agentes de Combate às Endemias está estritamente interligada ao controle de doenças, como por exemplo a dengue, realizando as vistorias em casas com coleta de amostras e notificações de focos de doenças, e também fica em seu cargo realizar educação em saúde com a população sobre formas de evitar a propagação das doenças (BRASIL, 2018). Os Agentes de Combate às Endemias desempenham uma função multifacetada no cenário da saúde pública, caracterizada por sua mobilidade entre as Unidades de Saúde e os órgãos de Vigilância Epidemiológica. Essa peculiaridade confere-lhes uma abrangência singular, não se limitando a uma única unidade de saúde, mas possibilitando sua atuação em diferentes equipes de saúde e em distintos contextos epidemiológicos. Essa mobilidade e flexibilidade na atuação dos ACE refletem-se na capacidade de responder de forma ágil e adaptável às demandas e necessidades variáveis no combate às endemias e na promoção da saúde. (Brasil, 2017) </span><strong>Objetivo</strong><span style="font-weight: 400;">: Analisar as práticas dos Agentes de Combate às Endemias e dos Agentes Comunitários de saúde desenvolvidas na Atenção Primária à Saúde que podem auxiliar no enfrentamento da epidemia de dengue. </span><strong>Metodologia</strong><span style="font-weight: 400;">: Trata-se de uma revisão narrativa que buscou identificar o estado da arte sobre a atuação prática dos ACE e ACS no enfrentamento da epidemia de dengue a partir da literatura científica dos últimos 10 anos (2013-2023). A busca dos artigos ocorreu em base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde, com o uso das fontes SCIELO e LILACS, foram incluídas também fontes do Ministério da Saúde. Foram utilizados os termos: dengue, APS, ACs, ACE, epidemias, saúde da família. Foram selecionados artigos que abordaram diretamente as interações entre dengue, ACE ou ACS e APS. Os critérios de inclusão foram: estudos em língua portuguesa e estudos baseados na relevância dos dados para a compreensão da relação entre os temas. A análise temática foi utilizada, após a leitura dos artigos. </span><strong>Resultados e Discussão</strong><span style="font-weight: 400;">: O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, pelo mosquito fêmea, zika e chikungunya, utiliza diversos recipientes para depositar seus ovos, incluindo locais menos evidentes. O principal motivo para o aumento destas doenças sazonais é a mudança climática, saneamento básico com precariedades, urbanização, imunidade, genética, mas principalmente o aumento de temperatura, onde o mosquito muito mais em temperaturas de 30ºC a 32ºC (Oliveira et al, 2022. Bezerra et al. 2023). Nesse contexto, os ACE desempenham papel fundamental, sendo capacitados para identificar e eliminar criadouros do mosquito, além de educar a população sobre medidas preventivas. O trabalho desses profissionais está intimamente ligado ao controle de doenças, como a dengue, realizando vistorias em residências, coletando amostras e notificando focos de doenças. Em conjunto com a equipe de saúde da família, que inclui diversos profissionais da saúde, os ACE contribuem significativamente para a promoção da saúde e prevenção de doenças dentro do território, especialmente durante epidemias como a de dengue (Brasil, 2018). Os ACE são um ponto principal para as Unidades Básicas de Saúde, visto que são eles quem possuem olhar mais apurado para a identificação de focos de criadouros de mosquitos, tal como são aqueles que possuem conhecimento sobre o seu combate (Oliveira et al. 2022). Dentro do serviço da APS, a equipe de enfermagem e médicos devem estar preparados para realizar o atendimento de paciente com dengue, desde a notificação que é uma função tanto do ACE quantos dos enfermeiros e médicos, como o atendimento com medicações e orientações durante o período de doença (Oliveira et al, 2022). O atendimento nas UBS serve como a porta de entrada para o SUS à pacientes com dengue, sendo nessa fase classificados como grupos A, B, C ou D a partir dos sintomas, sinais e gravidades do estado de saúde. A partir do diagnóstico, esses pacientes devem manter acompanhamentos nas Unidades a fim de manter controle da doença, observando melhora ou piora no caso, juntamente com orientações sobre cuidados e medicações a serem utilizadas (Bezerra et al, 2023). Toda a equipe deve manter os olhos atentos aos sinais e sintomas que são descritos por Bezerra et al (2023), sendo eles: petéquias, febre, cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, erupção e prurido cutâneo, além disso deve se manter uma atenção especial aos exames laboratoriais para controle de plaquetas, evitando uma evolução da dengue clássica para uma dengue hemorrágica. O mais importante, além do cuidado e tratamento ao paciente, é a notificação de caso positivo que deve ser realizada imediatamente após o diagnóstico de forma de a Vigilância Epidemiológica tenha acesso às informações e possa atuar rapidamente ao combate dos focos com o controle químico, usualmente conhecido como fumacê (Bezerra et al, 2023). Para o controle da doença, a equipe de saúde possui um papel muito importante na educação da população, orientando sobre as formas de evitar a proliferação do vetor, os cuidados para não contrair a doença. Também deve-se fazer necessária a educação para que a população compreenda os riscos e sejam mais acessíveis para que ACE e ACS possam adentrar suas residências e averiguar situações de perigo.</span><strong> Considerações finais</strong><span style="font-weight: 400;">: Evidencia-se que a APS é de suma importância para a vasta maioria da população brasileira, muitos dos quais dependem exclusivamente dos serviços de saúde fornecidos pelo SUS. No contexto de uma epidemia de dengue, os ACE e ACS assumem uma relevância crucial na condução do controle, notificação e agilidade para o tratamento e acompanhamento da doença e dos pacientes acometidos. Estes profissionais emergem como os principais pilares da prevenção e contenção da propagação do vírus, pois são encarregados das notificações e dão apoio aos enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem na prestação de cuidados mais específicos aos pacientes. Trata-se de uma categoria profissional que é indispensável nas ações de promoção e proteção da saúde, pois atuam frente diversos determinantes sociais para o processo saúde e doença.</span></p>Hágata Cristina MascarelloBruna BartolomeyJaqueline RossariDaniela Savi Geremia
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2024-09-252024-09-25O ÁCIDO CAFEICO TEM EFEITO ANTINEOPLÁSICO EM CÉLULAS DE CÂNCER DE TIREOIDE
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20568
<p><span style="background-color: #ffffff;">O carcinoma de tireoide é uma neoplasia endócrina com crescente incidência global, influenciada por fatores como histórico familiar, exposição à radiação e obesidade. O tratamento padrão envolve cirurgia e, em casos específicos, ablação com iodo radioativo. O ácido cafeico, um composto fenólico com propriedades antioxidantes, vem sendo estudado por seu potencial antitumoral. Neste estudo, investigou-se o efeito do ácido cafeico na viabilidade celular e nos níveis de óxido nítrico em células de câncer de tireoide da linhagem TPC-1. Constatou-se que o ácido cafeico reduziu a viabilidade celular em concentrações específicas e aumentou os níveis de óxido nítrico. Isso sugere um possível mecanismo antineoplásico do ácido cafeico, que poderia ser explorado como terapia adjuvante no tratamento do câncer de tireoide. No entanto, são necessárias mais pesquisas para entender melhor seus efeitos, interações e toxicidade, visando o desenvolvimento de abordagens terapêuticas mais eficazes.</span></p>Maisa MarcolinLetícia de Souza MatiasGilnei Bruno da SilvaDaiane ManicaMargate Dulce Bagatini
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2024-09-252024-09-25EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE INTERLEUCINA-6 EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA: REVISÃO DE LITERATURA
https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/SAEnf/article/view/20576
<p><strong>Introdução</strong><span style="font-weight: 400;">: </span><span style="font-weight: 400;">A Doença Renal Crônica (DRC) é uma condição médica que afeta mais de 800 milhões de pessoas globalmente. Ela resulta de alterações persistentes na função e/ou na estrutura dos rins e se caracteriza pela sua irreversibilidade e progressão gradual ao longo do tempo. As principais causas incluem diabetes, hipertensão, glomerulonefrite crônica, pielonefrite crônica, uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios, condições autoimunes, doença renal policística, doença de Alport, malformações congênitas e a persistência de lesões renais agudas </span><span style="font-weight: 400;">(AMMIRATI, 2020)</span><span style="font-weight: 400;">. Indivíduos com Doença Renal Crônica (DRC) frequentemente apresentam inflamação crônica em todo o corpo, caracterizada pelo aumento dos níveis de citocinas pró-inflamatórias. Além disso, observa-se uma inflamação notável nos músculos, a qual se acredita desempenhar um papel importante na perda de massa muscular esquelética, uma ocorrência comum nessa condição. Portanto, a redução da inflamação tanto no corpo como nos músculos emerge como uma estratégia fundamental para melhorar os resultados na DRC, destacando-se o exercício físico como uma ferramenta terapêutica principal nesse processo (</span><span style="font-weight: 400;">VILLANEGO, 2020)</span><span style="font-weight: 400;">. Nesse sentido, destaca-se que </span><span style="font-weight: 400;">diversas abordagens de exercícios podem desempenhar um papel crucial na redução da inflamação crônica associada à DRC, já que o </span><span style="font-weight: 400;">exercício físico tem sido investigado como uma abordagem terapêutica para reverter essa condição, promovendo aprimoramento do funcionamento físico, aumento da massa muscular e redução da inflamação sistêmica. Atualmente, é compreendido que o exercício tem propriedades anti-inflamatórias, pois reduz a massa de gordura visceral, diminuindo a produção de adipocinas, e promove um ambiente anti-inflamatório através de modificações na IL-6. Contudo, ainda não está claro se esses efeitos se manifestam da mesma maneira em pacientes com DRC, que apresentam uma inflamação sistêmica crônica elevada. Nesse sentido, diversos protocolos de exercício têm sido estudados como terapia para a DRC, incluindo exercícios aeróbicos, de resistência (anaeróbios) e uma combinação de ambos. Esses estudos visam avaliar os efeitos de diferentes intensidades e intervenções no organismo. O exercício aeróbico é caracterizado por um treinamento que melhora o condicionamento cardiorrespiratório, aumentando a eficiência da produção aeróbica de energia por meio da mobilização de grandes grupos musculares e de uma sequência rítmica. Enquanto isso, o exercício de resistência envolve um programa de exercícios destinado a aumentar a resistência à força, utilizando pesos ou aparelhos de musculação. Entre as principais citocinas envolvidas no processo inflamatório da doença, destaca-se a interleucina-6 (IL-6), secretada por quase todos os tipos de células, incluindo monócitos e células renais mesangiais. Desempenha um papel crucial na regulação do metabolismo e nos processos inflamatórios. A cascata inflamatória é iniciada pela ligação da IL-6 circulante ao sIL-6R, um tipo de receptor de membrana também conhecido como IL-6R solúvel. Esta ligação é seguida pela interação desses complexos com uma glicoproteína transmembrana chamada gp130, presente em todas as células renais. A sinalização transmediada pela interleucina-6 é responsável pelo desenvolvimento do processo inflamatório, uma vez que envolve a interação dos receptores da IL-6 com a gp-130, uma glicoproteína transmembrana expressa em todas as células renais (KREINER et al., 2022). Neste contexto, a doença renal crônica (DRC) é caracterizada principalmente pela presença de uma inflamação sistêmica que leva ao aumento dos níveis de citocinas inflamatórias, incluindo a IL-6. Essa condição surge devido à função renal comprometida, seja como resultado do tratamento de diálise, seja de ambos os fatores. Dado que muitos pacientes submetidos à diálise enfrentam dificuldades na realização de atividades físicas, concluiu-se que exercícios aeróbicos e/ou anaeróbios podem ajudar a reduzir a inflamação de baixo grau em pacientes com DRC. <strong>Objetivo</strong>: Este estudo tem como objetivo analisar o impacto do exercício físico sobre a interleucina-6, a qual caracteriza-se por ser uma das principais citocinas pró-inflamatórias relacionadas à DRC, e, especialmente, investigar o mecanismo da atividade física nesse contexto, a fim de elucidar o seu possível potencial terapêutico na doença. <strong>Metodologia</strong>: A pesquisa possui delineamento qualitativo e caracteriza-se como uma revisão integrativa de literatura. Foram seguidas as etapas estabelecidas por Mendes, Silveira e Galvão (2008), que consistem em: I) Estabelecer a pergunta central da pesquisa; II) Busca de literatura na base de dados; III) Organização dos estudos; IV) Definição dos estudos que poderão ser incluídos na revisão; V) Interpretação de cada estudo; VI) Síntese das informações da literatura. O estudo começou com a busca de artigos na base de dados do Pubmed, com os seguintes descritores: “doença renal crônica”, “exercício físico” e “interleucina-6”.Os descritores foram combinados através da utilização do operador booleano “AND”, da seguinte forma: doença renal crônica AND exercício físico; doença renal crônica AND interleucina-6 exercício físico AND interleucina-6; doença renal crônica AND exercício fisico AND interleucina-6. Foram selecionados 33 artigos para avaliação, dos quais foi sucedida a leitura dos resumos, para garantir que corroboram para o desenvolvimento do estudo seguindo os critérios necessários - relação entre os 3 descritores. Foram aceitos trabalhos sem restrição por ano de publicação, em português, inglês e espanhol. Constatou-se que apenas 27 artigos avaliaram os níveis de IL-6, sendo construída uma tabela considerando as seguintes informações: autores, desenho do estudo, protocolo de exercícios físicos e alterações em marcadores pró-inflamatórios, para posteriormente ser feita uma descrição e síntese dos resultados obtidos. Os trabalhos que, ao serem lidos na íntegra, não forem coniventes com o objetivo do estudo, serão excluídos da tabela, assim como os que não possuírem acesso livre. <strong>Resultados e discussão</strong>: Dos 33 artigos selecionados para revisão, 27 analisaram IL-6. Destes, 17 realizaram testes em seres humanos e 8 em modelo animal. Ademais, a maioria utilizou protocolos com exercícios aeróbios, outros usaram somente exercício resistido e os demais utilizaram exercícios combinados. Alguns estudos que submeteram pacientes e modelos de animais ao exercício crônico mostraram redução da IL-6 após determinado período de tempo. Entretanto, em outros estudos, foram coletadas amostras de sangue após apenas uma sessão de exercício agudo, mostrando aumento dos níveis da IL-6 nesse primeiro momento. Em crianças com DRC, um estudo mostrou que a prática do exercício aeróbio por 20 minutos, em uma única sessão, também causa aumento da IL-6 imediatamente após a prática da atividade física. Segundo a pesquisa, há aumento dessa citocina, em um primeiro momento, porque a via “clássica” de sinalização da IL-6 é ativada (LAU, 2015). Essa via de sinalização ocorre quando a IL-6 interage com o receptor de membrana IL-6 R, e isso acontece apenas em células que o expressam em sua membrana, como em células renais. Esse processo se desenvolve porque, após a prática do exercício agudo, há queda do glicogênio muscular, e a via de sinalização clássica da IL-6 atua mantendo a homeostase do organismo, a exemplo do metabolismo da glicose. Esse efeito é transitório, ou seja, diminui aproximadamente 1 hora após o exercício. Portanto, ocorre aumento da interleucina 6 devido a sua via metabólica. Simultaneamente, há aumento subsequente da interleucina 10, que é uma citocina anti-inflamatória, e do antagonista receptor de IL-1 (IL-1RA), além de estimular a liberação de cortisol pelas glândulas adrenais. Assim, durante a contração muscular o músculo esquelético humano produz a IL-6 por uma via independente do TNF-α. Assim tida como miocina, tem papel metabólico nas alterações induzidas pelo exercício, e não apenas imune. Ao aumento de IL-6 após a atividade física, se segue o aumento de outras citocinas, tidas como anti-inflamatórias, como IL-1ra e IL-10, que inibem a produção de TNF- α. Sugerindo que os efeitos anti-inflamatórios do exercício protegem contra inflamação crônica, e propondo uma hipótese alternativa em que, neste caso, a IL-6 exerça um mecanismo compensatório à ação do TNF-α. Portanto, a diminuição dos níveis de IL-6 pode refletir na diminuição da inflamação sistêmica, sendo uma possível terapêutica para a doença renal crônica. <strong>Considerações finais</strong>: De modo geral, a IL-6 aumentou após protocolos de exercícios agudos e diminuiu em protocolos crônicos. A maior parte dos estudos contemplou exercícios aeróbicos, o que demonstra a necessidade de mais estudos que avaliem o exercício resistido e que permitam a comparação precisa entre diferentes protocolos. Desse modo, o exercício físico se constitui como uma possível terapêutica para pacientes com doença renal crônica, pois diminui a inflamação sistêmica, conforme demonstrado pela diminuição dos níveis de IL-6 na maior parte dos trabalhos analisados.</span></p>Renata Cristina Daniel CoelhoIsabela Berton WissmannIsabela Berton WissmannLilian BaseggioAndréia Machado Cardoso
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2024-09-252024-09-25