LASC: ANALISANDO OS CONTEXTOS DA SAÚDE COLETIVA

Resumo

Introdução: A Saúde Coletiva na atualidade é expressa por defender a garantia de acesso e qualidade de vida e saúde para toda sociedade brasileira, constituída por estudantes, pesquisadores, profissionais da saúde, atuantes no Sistema Único de Saúde (SUS) e ativistas defensores das causas ligados aos movimentos sociais. Dessa forma remete-se na história, até a construção definida da saúde coletiva, a dominância do modelo curativista, que caracteriza as assistências médicas voltadas exclusivamente no indivíduo e ações de unicamente curar ou aliviar o sofrimento. Tais fatos afloraram a necessidade da oferta de uma atenção à saúde para todos e dever do Estado, que proporcionasse a assistência na prevenção e olhar ampliado para coletividade, assim, este surge como projeto contra-hegemônico no final do século XIX, garantido principalmente pelo movimento social da Reforma Sanitária Brasileira¹. Logo, a Saúde Coletiva até o momento apresenta-se como importante modelo e em sua trajetória auxiliou para o combate de grandes endemias que afetaram principalmente a sociedade mais vulnerável, como a organização de campanhas contra doenças, entre elas a febre amarela, peste bubônica e varíola, implementando a ideia da epidemiologia e sanitária, promovendo a higienização dos espaços humanos e a disponibilização de medicamentos para os desfavorecidos¹,². Atualmente um novo contexto abalou as estruturas deste modelo preventivista novamente, demonstrando as diferenças da qualidade de saúde entre classes sociais e enfatizando a necessidade dessa assistência em todos os momentos. A pandemia gerada pelo novo Coronavírus, a chamada Covid-19, afeta os indivíduos por meio de sintomas infecciosos respiratórios levando a pneumonia grave e podendo ocasionar o óbito. Para além do grande caráter de disseminação desse vírus, a Covid-19 provocou uma desordem econômico-social no Brasil, influenciando diretamente na saúde pública brasileira, e no Sistema Único de Saúde (SUS) ². Por toda essa conjuntura dos estudos, evoluções, vivências em cenários de situação sanitária como o atual, destaca-se o apoio a importância do ensino, pesquisa e extensão na área da saúde, sendo as universidades palco importante para essas reflexões.  Neste cenário, as Ligas Acadêmicas são importantes instrumentos no processo de ensino, através de ações e debates que envolvem a Saúde Coletiva. Aqui destaca-se a Liga Acadêmica de Saúde Coletiva (LASC) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó e suas atividades, que contemplam três pilares, sendo eles o ensino, a pesquisa e a extensão. Objetivo: Compartilhar reflexões das atividades realizadas pela LASC frente a pandemia da Covid-19 que afeta a Saúde Coletiva no Brasil. Metodologia: As atividades de extensão no ano de 2020 pela LASC foram adaptadas para manter se em continuidade mesmo em período de isolamento social e quarentena, causada pela Covid-19. Assim realizar debates que permeiam a Saúde Coletiva e suas inserções no âmbito do SUS fizeram se ainda mais necessárias frente à este contexto. Articulando novas atividades na liga, por meio de encontros em forma remota como web conferências, palestras, minicursos e lives, foi possível envolver associados, diretoria, convidados e comunidade externa nas discussões promovidas quinzenalmente O engajamento das atividades ocorreu por meio de diferentes plataformas digitais, como o Webex e Instagram. Resultados e Discussão: A Saúde Coletiva pode ser compreendida como sendo uma área de estudo que envolve o entendimento de saúde associado aos determinantes sociais, destacando ações que envolvam promoção, prevenção, assistência a saúde que vise o todo do indivíduo, do meio social que está inserido e das vulnerabilidade que podem estar presente nesse processo³. Envolvida com ações que buscam compreender o entendimento de saúde de determinada sociedade e seus momentos, durante a pandemia da Covid-19, em 2020 os estudos e apontamentos da Saúde Coletiva tem contribuído nesses processos, que visam o cuidado dos indivíduos, comunidade, para todos, já que saúde é garantida como um direito. Seguindo de acordo com suas ações já realizadas, estando presente em momentos sanitários que a população brasileira já passou, abordando uma visão ampla, buscando compreender as iniquidades de saúde neste período, as vulnerabilidades, ações que assegurem a saúde, além do apontamento dos determinantes sociais nessa atual conjuntura. Nesse entendimento, que são diversos os desafios e ações que envolvem a Saúde Coletiva, entende-se que as ligas acadêmicas possuem papel fundamental na construção desse processo, a medida que auxiliam no processo de formação de acadêmicos em sua maioria da área da saúde, através da compreensão da importância do tripé ensino, pesquisa e extensão no processo formativo, visando a autonomia estudantil, além de proporcionar a construção do conhecimento junto com a sociedade e seu processo de saúde 4. Assim, a LASC, buscando auxiliar e fortalecer a saúde coletiva nesse contexto de pandemia, se uniu a grandes entidades nacionais como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) e o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) para realização de atividades em conjunto visando também uma ampla divulgação e discussão para que a sociedade compreenda a necessidade de um modelo de atenção integralizada e não apenas curativista. Tendo como exemplo, o movimento da Frente pela Vida, que surgiu diante da crise sanitária que vivenciamos por conta da pandemia, e que, juntamente com diversas entidades criou-se o Plano Nacional de Enfrentamento à Covid-19. A liga, em parceria com o Núcleo Cebes de Chapecó, realizou um evento ligado a Marcha pela Vida contemplando os desdobramentos sociais, econômicos e ambientais decorrentes da agricultura brasileira e como isso reflete em nossa saúde. Além disso, os encontros ocorrem apenas na configuração “home office”, ocorrendo quinzenalmente ciclos de debates sobre assuntos debatidos anteriormente em reuniões da diretoria. Assim, por meio destas discussões, a Liga tem contribuído para o entendimento sobre Saúde Coletiva e a sua inserção em diversos contextos, além do mais, têm auxiliado no processo de divulgação seja para pesquisadores da área, outros profissionais de determinadas áreas, acadêmicos e a comunidade externa. Considerações finais: Ao final, compreende-se que o atual momento da Saúde Coletiva no país que tem vivenciando uma pandemia, é compreendido como auxílio para compreensão das inúmeras situações que esse cenário pode gerar na sociedade. Assim, a LASC enquanto órgão representativo da área no campo do ensino, pesquisa e extensão, pode contribuir para as discussões e compreensões acerca desse momento de pandemia, à medida que propicia palestras e encontros que abordam Saúde Pública e suas implicações na sociedade. Observa-se que tais atividades fazem-se necessárias na formação crítica e reflexiva em saúde, as quais, mesmo em um momento de pandemia e distanciamento social devem ser desenvolvidas e reinventadas, pois, possibilita a inclusão para diversas pessoas se manterem informadas sobre a atual conjuntura de pandemia e indo além, mantendo-as em um ritmo de compreensão de sobre o todo que envolve  os estudos da saúde coletiva e seus apontamentos. 

Descritores:  Saúde Pública; Infecções por Coronavírus; Pandemias; Educação em Enfermagem.