História em Debate https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD <p class="western" style="margin-bottom: 0.35cm; line-height: 100%;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-weight: normal;">O</span></span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> História em Debate (HD) tem por missão constante a divulgação científica dos trabalhos de graduação e mestrado de acadêmicos da UFFS e da comunidade regional. Também, é missão constante do evento propiciar o contato dos acadêmicos com palestrantes de renome nacional, através de conferências, palestras e mesas-redondas.</span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.35cm; line-height: 100%;" align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">ISSN&nbsp;2675-0635</span></p> pt-BR História em Debate 2675-0635 Apresentação e Caderno de Resumos https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20458 <p>Apresentação e Caderno de Resumos</p> Marlon Brandt Samira Peruchi Moretto Antônio Marcos Myskiw Fábio Krzysczak ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Chapecó: a idealização de um sonho de modernidade https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20260 <p>O desejo de uma cidade moderna, planejada e idealizada foi algo que veio sendo construído por anos pelas famílias que colonizaram Chapecó. Os espaços que antes tinham aspectos rurais foram ganhando características da urbanidade e modernidade. Uma das principais responsáveis por reestruturar e planejar a cidade&nbsp; foi a família Bertaso, nas figuras do Coronel Ernesto Bertaso e seu filho engenheiro Serafim Enos Bertaso, ambos eram proprietárias da empresa colonizadora da região. Para entendermos a reestruturação que ocorreu na urbes faremos um resgate dos discursos e preocupações que ganharam destaque durante os anos de 1931 a 1950.</p> Scheila Maria Bolzan ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Junho de 2013: um olhar das Jornadas e seus Desdobramentos https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/19324 <p>Em junho de 2013, uma onda de protestos ocorreu no Brasil, em diversas capitais do país, mas com mais intensidade em São Paulo, tendo se espalhado por outras cidades médias e menores, e que foram chamadas Jornadas de junho de 2013. Estes protestos mobilizaram bastante gente nas ruas e nas redes sociais, e neste sentido, impactam na História Política recente do Brasil, que estando em evidência enquanto país pela sua projeção econômica e política, além da realização da Copa das Confederações como preparativo para a Copa do Mundo, foram protestos de caráter supranacional, de superação das fronteiras.</p> <p>As narrativas sobre causas e impactos das jornadas de junho de 2013, após 10 anos do acontecido, são divididas. Teria sido um grande levante popular disruptivo de caráter revolucionário? Era um movimento urbano por redução do preço das passagens do transporte coletivo, e que acabou sendo encorpado por outras pautas? Foi guerra híbrida ao país que sediaria a Copa das Confederações em junho de 2013, e a Copa do Mundo no ano seguinte? Foi um movimento que acabou dominado pela direita brasileira, e que gestou o fortalecimento da extrema-direita? Ou podem ser apuradas outras possibilidades, mesmo mesclando algumas das outras já indicadas?</p> <p>As interpretações postas ora tratam de maneira ufanista por alguma das teses, ou de modo bastante crítico, mas também há análises que mostram a complexidade de cenários e desdobramentos. E como objetivos deste trabalho, pretende-se interpretar os sentidos das narrativas destacadas como questionamentos no parágrafo anterior, não para respondê-las como absolutismo da verdade, mas sim para tentar equalizar as narrativas com a materialidade dos fatos; para tal, como metodologia para o trabalho, se fará uso de notícias daquele contexto, bem como análises publicadas ou apresentadas, para que factualmente se apresente aos leitores primeiro o acontecido naquele mês de 2013 e depois, efeitos políticos posteriores no Brasil.</p> <p>Em 2013 o PIB brasileiro cresceu 1,9% em 2012 e depois 3% em 2013;a taxa de desemprego fechou dezembro de 2013 em 4,3%<a href="#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a>, uma das menores taxas da série histórica<a href="#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a>, e em abril de 2013, as notícias indicavam que o país podia voltar a ser a sexta economia do mundo<a href="#_ftn3" name="_ftnref3">[3]</a>.Estes dados econômicos refletiam em melhoras nos dados sociais e colocavam a presidente Dilma com grande aprovação popular. Em março de 2013, Dilma tinha 79% de aprovação popular<a href="#_ftn4" name="_ftnref4">[4]</a>, estando em seu primeiro mandato, na sucessão a Lula, que terminara muito bem avaliado seu segundo mandato, dando sequências as políticas iniciadas pelo seu antecessor. E como este cenário aparentemente positivo para o governo Dilma, se projetaria em milhões de pessoas às ruas em protestos que se voltaram contra o governo?</p> <p>Ângela Alonso pesquisa junho de 2013 e o ressignifica, inclusive tentando responder à pergunta do parágrafo anterior. Ela destaca outro aspecto, não citado na introdução, como causa de junho de 2013: a disputa entre as lutas do segmento de identidades e conservadorismo, citando como exemplo desta disputa, a entrada do deputado Marcos Feliciano na Comissão de Direitos Humanos e a introdução por parte do parlamentar, da narrativa “cura gay” e a oposição à Feliciano. Este impacto começa a polarizar a sociedade brasileira naquilo que pode ser conceituado como uma nova direita e uma nova esquerda. De um lado, discursos de guerra cultural inspirados em Olavo de Carvalho e fundamentalista religioso (vide Malafaia na Marcha para Jesus<a href="#_ftn5" name="_ftnref5">[5]</a>), &nbsp;e de outro, as lutas que juntavam movimento estudantil, LGBTQIA+, mulheres, com uma nova estética, a que os críticos se referem como identitarismo.</p> <p>Esta concepção de junho de 2013 como reação aos governos Lula e Dilma está no livro de Alonso, <em>Treze: a política de rua de Lula a Dilma</em> (2023); desemboca nas ruas, descontentamentos com os governos Lula e Dilma como processo e não como ato isolado: na trajetória recente, houveram protestos contra a corrupção, em um espectro mais à direita, como o Cansei, em 2007, com João Dória como um dos líderes<a href="#_ftn6" name="_ftnref6">[6]</a> e na esquerda, a expulsão pelo PT da senadora Heloísa Helena e outros 3 deputados, que fundariam o PSOL, protestos contra a Reforma da Previdência, contra o REUNI<a href="#_ftn7" name="_ftnref7">[7]</a> e ensaios de greves no serviço público, inclusive nas universidades federais em 2012. Pode-se delimitar que em junho de 2013 , o &nbsp;campo de esquerda ficou alinhado como reação de movimentos urbanos por preço das passagens, por mais agendas de reformas e inclusão, e no campo da direita, reações no campo moral ao processo de corrupção denominado mensalão, que embora acontecimentos do primeiro mandato do governo Lula, julgamentos de políticos passaram a acontecer no governo Dilma, além de pautas ligadas a segurança pública, que começam a engajar grupos políticos alinhados à extrema-direita, como Revoltados On-Line.</p> <p>Alonso com isso nos permite interpretar que junho de 2013 tenha sido, a disputa por uma nova hegemonia nos campos políticos: de um lado, o PSOL e aliados, querendo superar o petismo; de outro, uma nova direita, MBL, conservadores, novos liberais, querendo ocupar o espaço do PSDB. Esta disputa nas ruas vem em cenário posterior de 5 eleições consecutivas polarizadas por PSDB X PT, duas vencidas pelos tucanos, três vencidas pelos petistas.</p> <p>Fernando Haddad havia sido eleito prefeito pelo PT em 2012 e estava no início do seu mandato e o governador de São Paulo era Geraldo Alckmin, em sequência de governos estaduais do PSDB. Após o aumento de 20 centavos na passagem, a onda de protestos começa em São Paulo no dia 02 de junho de 2013. O Movimento Passe Livre (MPL) existia como organização por melhorias no transporte coletivo e em junho de 2013 deram início aos protestos em São Paulo, tendo ocupado a Avenida Paulista em 06 de julho (com alguns confrontos com a Polícia Militar) e depois fechado a Marginal Pinheiros no dia 07. Ainda em São Paulo, ato maior ocorre no dia 13, e este, com violência, depredações de prédios e repressão violenta da PM<a href="#_ftn8" name="_ftnref8">[8]</a>. A entrada dos <em>Black Blocks</em>, tiveram este caráter do enfrentamento aos policiais e do arremesso de coquetéis Molotov ou pedras em vidraças.&nbsp; Na televisão, o apresentador Datena<a href="#_ftn9" name="_ftnref9">[9]</a>, fez pergunta sobre apoiar as depredações e as respostas surpreenderam o próprio apresentador, porque foram majoritárias pelo sim, dando indícios que o engajamento pelo discurso e práticas violentas começava a ter aderência em parcelas da sociedade brasileira.</p> <p>No dia 15, na abertura da Copa das Confederações em Brasília, a presidente Dilma e o presidente da FIFA Joseph Blater são vaiados<a href="#_ftn10" name="_ftnref10">[10]</a>. Dia 17, cerca de 250 mil pessoas em São Paulo, além de atos em 12 capitais e mais 16 cidades de interior pelo país. No dia 18, mais atos com depredação e saques, e no dia 19, avaliação de popularidade da presidente Dilma cai<a href="#_ftn11" name="_ftnref11">[11]</a>. E também no dia 19, Haddad e Alckmin anunciam redução das tarifas<a href="#_ftn12" name="_ftnref12">[12]</a>, seguidos por Eduardo Paes, prefeito do Rio e por outros prefeitos de capitais, e logo após, o MPL se retira dos atos.</p> <p>No dia 20 de junho, e já com adesão de outras estéticas como o uso &nbsp;da máscara do filme <em>V de vingança</em><a href="#_ftn13" name="_ftnref13">[13]</a>, e mobilizações pelo Facebook, atos aumentam de tamanho e as pautas deixam de ser os 20 centavos na passagem; se estima cerca de 1,2 milhões de pessoas nas ruas em mais de 100 cidades brasileiras<a href="#_ftn14" name="_ftnref14">[14]</a>. E os protestos se voltam claramente contra a Copa do Mundo. A mudança fica nítida nos cartazes “O gigante acordou, Não vai ter Copa, Escolas Padrão Fifa, Mãe, desculpe o quarto desarrumado, estamos querendo arrumar o Brasil, Não é só pelos 20 centavos” ou em inglês, o que começa a delinear a tese de guerra híbrida, hoje defendida por críticos das jornadas, se baseando no conceito de guerra híbrida, de Koribko (2018).</p> <p>E os protestos se voltam contra o governo Dilma, contra o PT e com ensaios de extrema-direita. Incluindo agressões a jovens com bandeira do PT ou de outros partidos de esquerda e a pauta moralista contra a corrupção. Em 21 de junho, a presidente Dilma reage, propõe diálogo com os líderes em pronunciamento nacional, promete reforma política, recursos do petróleo para saúde e educação, mas que não permitirá violência e arruaça<a href="#_ftn15" name="_ftnref15">[15]</a>. Na semana seguinte, os protestos diminuem de tamanho, a Seleção Brasileira vence a Copa das Confederações no dia 30 e em julho não se percebem mais atos. Contudo, o estrago na imagem de avaliação positiva do governo Dilma impactou; segundo pesquisa Ibope, em março de 2023, o bom e ótimo do governo estava em 63%, caiu para 55% em junho e tornou a cair para 31% em julho; ante uma subida de 7% em ruim e péssimo em março, para 13% em junho e 31% em julho<a href="#_ftn16" name="_ftnref16">[16]</a>.</p> <p>A entrada em pauta nos protestos de cartazes pela rejeição da PEC-37, proposta que retiraria do Ministério Público o poder de conduzir investigações, chamou a atenção. Em 25 de junho de 2013, a Câmara derrubou a PEC 37. Deltan Dallagnol, procurador do Ministério Público do Paraná, que comandou a Operação Lava-Jato, iniciada em 2014, assumiu que a Lava-Jato se fortaleceu sob junho de 2013. Embora atualmente é possível estabelecer associação da Lava-Jato com extremismo de direita, não era vista desta maneira no início; PSOL do Rio de Janeiro deu apoio categórico para a Lava-Jato, como apoio ao juiz Marcelo Bretas<a href="#_ftn17" name="_ftnref17">[17]</a> ou ainda o artigo de Luciana Genro em jornal em2017<a href="#_ftn18" name="_ftnref18">[18]</a>.</p> <p>&nbsp;Na nova esquerda, a interpretação do caráter revolucionário das jornadas é assumida pelo MPL, e pelo PSOL, além de alguns segmentos de outros partidos de esquerda. Inclusive neste junho de 2023, atividades organizadas por integrantes do PSOL e do coletivo Juntos, há defesa de junho de 2013 como legado<a href="#_ftn19" name="_ftnref19">[19]</a>. Elisa Quadros, a Sininho, uma das principais lideranças&nbsp; dos protestos no Rio de Janeiro diz que o legado de junho de 2013 foi o ativismo digital<a href="#_ftn20" name="_ftnref20">[20]</a>. Sininho indica que a direita foi maioria nas ruas, embora ela não reconheça isso no Rio de Janeiro, onde interpreta que forças progressistas foram maioria nas ruas<a href="#_ftn21" name="_ftnref21">[21]</a>. Lucas Monteiro do MPL em entrevista ao UOL<a href="#_ftn22" name="_ftnref22">[22]</a>&nbsp; indica que junho de 2013 foi a luta por menores preços nas passagens e que foi a pressão vivida pelos grupos de trabalhadores urbanos que eclodiu. Ele também tenta desvencilhar a pecha de movimento contra o PT, indicando que embora o MPL tenha tomado a prefeitura de São Paulo, administrada a 6 meses por Haddad), que eles tinham tentando tomar o Palácio dos Bandeirantes antes, sem sucesso<a href="#_ftn23" name="_ftnref23">[23]</a>.</p> <p>Mas há críticas ao formato e consequências de junho de 2013. A Revista Focus, ligada ao PT, de junho de 2023, faz fortes críticas, usando a sequência dos fatos, e como isso impactou em retrocessos ao país. O conceito de Koribko<a href="#_ftn24" name="_ftnref24">[24]</a>, de guerra híbrida e revolução colorida, ganhou adesões no campo intelectual e também em segmentos das militâncias de esquerda.</p> <p>Embora haja discursos “o PT perdeu as ruas”, é imperativo afirmar que é difícil balizar em sentido lógico esta afirmação. Se formos pensar do ponto de vista das décadas anteriores, especialmente na oposição aos governos FHC, até faz sentido pensar em PT como o partido das grandes mobilizações de rua, e inclusive um sentido hegemônico delas. Mas tendo assumido o governo federal desde 2003, e sendo que os protestos se voltaram contra a prefeitura de São Paulo (administrada pelo PT), contra o governo Sérgio Cabral no Rio (do qual o PT era aliado) e contra o governo Dilma em alguns aspectos, contra a Copa do Mundo, organizada durante o governo Dilma, temos indícios evidentes de que a disputa de hegemonia das ruas se deu justamente entre uma nova esquerda e um embrião do que se consolidaria uma nova direita. Portanto, é verdade que não se pode afirmar categoricamente que junho de 2013 foi responsável pela ascensão da extrema-direita, mas também não se pode negar o efeito causal e a simbologia posterior.</p> <p>Embora o PSOL tenha tido avanços eleitorais em 2014 e 2018, em especial no Rio de Janeiro e que no saldo dos protestos, o MPL conseguiu segurar o preço das passagens em várias capitais, além da presidente Dilma ter se reelegido em 2014, a nova direita se saiu muito melhor como saldo das jornadas de junho de 2013. No Congresso Nacional em 2014, mesmo com Dilma reeleita presidente, a direita mostrou avanço eleitoral significativo. Logo no início do mandato, Dilma sofre derrota: Eduardo Cunha se elege presidente da Câmara contra Arlindo Chinaglia. Depois, Cunha abre processo de impeachment, protestos pelo impeachment de Dilma se multiplicam pelo país e a estética de junho de 2013 retorna, a narrativa do “sem partido” e “sem vermelho”, as vestimentas verde-amarelo, camiseta da CBF, bandeira nacional e que culminam com a queda de Dilma em 17 de abril de 2016. O Movimento Brasil Livre (MBL) conseguiu ganhar projeção e organizar protestos em 2015 e 2016; nas eleições de 2018, Kim Kataguiri, um de seus líderes, se elegeu deputado federal por São Paulo com 465 mil votos; Arthur do Val, o Mamãe Falei, foi o segundo mais votado para a deputado estadual em São Paulo, com 470 mil votos; em 2016, Fernando Hollyday se elegeu vereador de São Paulo, o mais jovem da História do município<a href="#_ftn25" name="_ftnref25">[25]</a>. A expressão “Vem pra Rua” era bordão do MPL e depois assumido pela direita, pelos grupos Revoltados On Line e Nas Ruas – do grupo Nas Ruas, Carla Zambelli, uma das líderes, se elegeu deputada federal em 2018 e se reelegeu em 2022, com mais de 946 mil votos, segunda mais votada. Tivemos um salto de votações em todos os parlamentos de políticos com discurso liberal ou de extrema-direita, de maneira ainda não tão intensa em 2014, mas com força em 2016, muita força em 2018 e 2020, e ainda com muita intensidade em 2022. A espinha dorsal disso é a vitória de João Dória com o marketing da antipolítica, do <em>outsider</em>, contra o prefeito Fernando Haddad em 2016, para a prefeitura de São Paulo. Mas para além disso e de Jair Bolsonaro ser eleito presidente em 2018, Romeu Zema do Partido Novo se elegeu governador em Minas Gerais, Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann tiveram votações acima de 1 milhão de votos para deputado federal em São Paulo<a href="#_ftn26" name="_ftnref26">[26]</a>, e vários nomes ligados ao MBL, ou a corporações militares, ou apresentadores de TV de programas policialescos, ficaram entre os parlamentares mais votados nas eleições de 2018 (e repetiram nas eleições municipais de 2020 e estaduais e nacionais de 2022).</p> <p>Em considerações finais, destaca-se que as jornadas de junho de 2013 tinham um caráter múltiplo de pleitos e atores. E que como consequência, foi embrionária de duas vertentes: uma progressista, como nova esquerda e que serviu depois, como embrião das ocupações estudantis nas escolas em 2016; e outra de direita/extrema-direita, que culminou na ascensão de grupos políticos como MBL, Nas Ruas, além da entrada do lavajatismo na política, e a eleição de Jair Bolsonaro presidente em 2018, tendo no meio disso tudo, o impeachment da presidente Dilma em 2016 e a prisão de Lula em 2018.</p> <p>&nbsp;</p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> Desemprego recua para 4,3% em dezembro de 2013, diz IBGE. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2014/01/desemprego-fica-em-43-em-dezembro-diz-ibge.html. Acesso em 07/07/2023.</p> <p><a href="#_ftnref2" name="_ftn2">[2]</a> Desemprego em 2012 é o menor dos últimos 11 anos. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-01/denise-desemprego-fecha-2013-com-menor-media-anual-da-serie-historica. Acesso em 07/07/2023.</p> <p><a href="#_ftnref3" name="_ftn3">[3]</a> Brasil deve recuperar posto de 6ª maior economia em 2013, mostra FMI. Disponível em :&lt;https://g1.globo.com/economia/noticia/2013/04/brasil-deve-recuperar-posto-de-6-maior-economia-em-2013-mostra-fmi.html#:~:text=Este%20ano%2C%20o%20Brasil%20deve,%2C%20com%20US%24%202%2C423%20trilh%C3%B5es&gt;. Acesso em 11/09/2023</p> <p><a href="#_ftnref4" name="_ftn4">[4]</a> Dilma é aprovada por 79% e supera Lula e FHC, diz CNI/IBOPE. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/03/19/dilma-cni-ibope.ht. Acesso em 07/07/2023</p> <p><a href="#_ftnref5" name="_ftn5">[5]</a>&nbsp; Bolsonarismo, Lava Jato, PT: Angela Alonso e Andreza Delgado analisam pré e pós-junho de 2013. UOL entrevista de 15/06/2023.&nbsp; https://www.youtube.com/watch?v=QccfP7fnltk</p> <p><a href="#_ftnref6" name="_ftn6">[6]</a> Há dez anos, ‘Cansei’ dava a Dória projeção, aura de anti-Lula e pecha de ‘golpista”. Disponível em &lt; https://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/08/1909369-ha-dez-anos-cansei-dava-a-doria-projecao-politica-e-pecha-de-golpista.shtml&gt;. Publicado em 15/08/2017. Acesso em 15/09/2023.</p> <p><a href="#_ftnref7" name="_ftn7">[7]</a> Barrar o REUNI, defender a Universidade pública, gratuita e de qualidade. Disponível em: &lt; https://psol50.org.br/barrar-o-reuni-defender-a-universidade-publica-gratuita-e-de-qualidade/&gt;. Publicado em 30/11/2007. Acesso em 15/09/2023.</p> <p><a href="#_ftnref8" name="_ftn8">[8]</a> Junho de 2013, 10 anos depois, cronologia.. Disponível em: &lt; https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/06/04/junho-de-2013-10-anos-depois-cronologia.ghtml.. Acesso em 15/09/2023.</p> <p><a href="#_ftnref9" name="_ftn9">[9]</a> Datena se irrita com resultado de pesquisa sobre protesto; assista. Disponível em: &lt;https://natelinha.uol.com.br/noticias/2013/06/18/datena-se-irrita-com-resultado-de-pesquisa-sobre-protesto-assista-62604.php&gt;. Acesso em 15/09/2023.</p> <p><a href="#_ftnref10" name="_ftn10">[10]</a> Junho de 2013, 10 anos depois, cronologia.<em>Op Cit</em>.</p> <p><a href="#_ftnref11" name="_ftn11">[11]</a> Idem.</p> <p><a href="#_ftnref12" name="_ftn12">[12]</a> Idem.</p> <p><a href="#_ftnref13" name="_ftn13">[13]</a> V de Vingança. Direção de James Mc Teigue, 2005.</p> <p><a href="#_ftnref14" name="_ftn14">[14]</a> Junho de 2013, 10 anos depois, cronologia.<em>Op Cit.</em></p> <p><a href="#_ftnref15" name="_ftn15">[15]</a> Idem.</p> <p><a href="#_ftnref16" name="_ftn16">[16]</a> Aprovação do governo Dilma cai de 55% para 31%, aponta Ibope. Disponível em: &lt; https://g1.globo.com/politica/noticia/2013/07/aprovacao-do-governo-dilma-cai-de-55-para-31-aponta-ibope.html&gt;. Publicado em 25/07/2013. Acesso em 15/09/2023.</p> <p><a href="#_ftnref17" name="_ftn17">[17]</a> No ato com Caetano, artistas e juízes em apoio a Bretas, ninguém assume a vírgula mal colocada. Disponível em: &lt; https://oglobo.globo.com/politica/no-ato-com-caetano-artistas-juizes-em-apoio-bretas-ninguem-assume-virgula-mal-colocada-21747368&gt;. Publicado em 25/08/2017. Acesso em: 15/09/2023.</p> <p><a href="#_ftnref18" name="_ftn18">[18]</a> Luciana Genro: hora de defender a Lava-Jato. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/noticia/2017/01/luciana-genro-hora-de-defender-a-lava-jato-9540514.html&gt;. Publicado em 24/01/2017. Acesso em 15/09/2023.</p> <p><a href="#_ftnref19" name="_ftn19">[19]</a> Dez anos depois de junho de 2013: sentidos e legado das jornadas que moveram o Brasil. Disponível em: https://twitter.com/pserranooficial/status/1672015911094501377&gt; Publicado em 22/06/2023. Acesso em 15/09/2023.</p> <p><a href="#_ftnref20" name="_ftn20">[20]</a> O que resta de junho de 2013. Entrevista de Sininho ao canal Autonomia Literária em 18/06/2023. Disponível em: &lt;https://www.youtube.com/watch?v=Vka7PtbCylw &gt;. Acesso em 15/09/2023.</p> <p><a href="#_ftnref21" name="_ftn21">[21]</a> Idem.</p> <p><a href="#_ftnref22" name="_ftn22">[22]</a> Junho de 2013: Ex-integrante do Movimento Passe Livre fala de protestos, violência policial e pautas. Disponível em:&lt; https://www.youtube.com/watch?v=AkWE1m11tME&gt;. Publicado em 12/06/2023. Acesso em 19/06/2023.</p> <p><a href="#_ftnref23" name="_ftn23">[23]</a> Idem.</p> <p><a href="#_ftnref24" name="_ftn24">[24]</a> Op. Cit.</p> <p><a href="#_ftnref25" name="_ftn25">[25]</a> TSE- Tribunal Superior Eleitoral.</p> <p><a href="#_ftnref26" name="_ftn26">[26]</a> Idem.</p> Cesar Capitanio ##submission.copyrightStatement## 2024-02-29 2024-02-29 5 1 Formação de professores de História e a reforma curricular para formação inicial de professores da Educação Básica de 2019: uma análise da literatura especializada publicada no ano de 2022 https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20347 <p><span style="font-weight: 400;">O ano de 2015 testemunha, concomitante a fortes conturbações políticas em solo nacional, o início do processo de elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), currículo regulador da Educação Básica. Em 2019, como decorrência desse processo, o Conselho Nacional de Educação e Conselho Pleno (CNE/CP) aprovou a Resolução Nº 2, de 20 de Dezembro de 2019, </span><span style="font-weight: 400;">o qual estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação).</span><span style="font-weight: 400;"> Esse documento impõe a alteração dos currículos dos cursos de formação de professores em conformidade com os requisitos da BNCC, além de definir um conjunto de competências que deverão ser adquiridas pelos novos professores. As supracitadas reformas impactam diretamente na formação dos professores de História e reverberam em subsequentes produções acadêmicas sobre o tema, tornando-se objeto de estudo para essa pesquisa.</span></p> Igor Donzelli Bruno Antonio Picoli ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Sob a sombra do crescimento: o plantio de árvores na área urbana de Chapecó, entre 1960 a 1990 https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20356 <p>O município de Chapecó está inserido no contexto de ocupação dos espaços, sobretudo, a partir do início do século XX com a intensificação da colonização na região, e a gradativa intervenção dos seres humanos na natureza, alterando e desconfigurando a paisagem florestal. O presente trabalho trata das políticas públicas de plantio de árvores na cidade de Chapecó, Santa Catarina, durante os anos de 1960 e 1990, através de notícias publicadas em periódicos da cidade, identificando as medidas tomadas pelos governantes durante esse período para plantar árvores na área urbana do município, ou seja, o plano de arborização dos logradouros, as praças, os parques municipais.</p> Lucas Antonio Franceschi ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Fritz Plaumann e sua contribuição a entomologia na fronteira sul: Um olhar sobre o contexto ambiental e social https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20353 <p>Esse trabalho visa analisar a trajetória de Fritz Plaumann (1902-1994), imigrante de origem alemã, estabelecido em Nova Teutônia em 1924. Tem como objetivo entender os motivos da imigração para o Brasil, sua integração ao meio ambiente local, as redes de sociabilidade estabelecidas nesse espaço e suas ações de coleta e pesquisa que resultaram na criação do Museu Entomológico Fritz Plaumann. Observa-se que o processo de colonização do Oeste de Santa Catarina envolvendo imigrantes de origem alemã ocorrida na primeira metade do século XX está inserido em um conjunto de eventos históricos. De um lado, a destruição e crise econômica causada pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918), acentuada pelo Tratado de Versalhes (1919). De outro, as definições territoriais com a Questão de Palmas (1895) e a Guerra do Contestado (1912-1916), que determinaram as fronteiras entre Brasil e Argentina e os limites dos estados de Santa Catarina e Paraná, respectivamente. Neste contexto, mediante a ação das Companhias Colonizadoras, a partir do ano de 1919, as primeiras famílias empreendem o processo de estabelecimento na região. A família Plaumann, ao adquirir um lote colonial nas proximidades do Rio Irani, gradualmente se integra ao ambiente local e estabelece vínculos sociais com a pequena população já estabelecida naquele território, onde que Plaumann desenvolve sua pesquisa no campo da entomologia. Para realizar esta análise, serão empregadas fontes bibliográficas, como o "Diário de Fritz Plaumann" e a obra intitulada "A Origem da Vida".</p> Eduardo Henrique Gruen Furlanetto Maicoln Viott Benetti ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Mobilidade internacional X braços para o trabalho no oeste de Santa Catarina Século XXI https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20358 <p><strong>Resumo</strong></p> <p>A presente artigo se dispõe a salientar as inter-relações do trabalho em agroindústria, no Oeste de Santa Catarina com a migração haitiana no período compreendido entre 2013 e 2020. Assim, aborda sobre as propulsoras razões do processo migratório e suas implicações na vida da população em mobilidade. Revela questões econômicas e políticas estruturantes do processo de ocupação da região Oeste do Estado. Valeu-se da metodológica da História Social em Thompson (2012) para as análises das categorias: social, de gênero, capital e trabalho. As análises das fontes, da História Oral permitiu identificar a precarização das condições de trabalho das mulheres em mobilidade.&nbsp;&nbsp;</p> <p>&nbsp;Palavras-chave: Mundos do trabalho. Gênero. Imigração.</p> Rosangela Maria Hüning ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 A imprensa como fonte e foco: reavaliando sua importância na pesquisa históricas https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20351 <p align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: small;">Ao examinar a imprensa como objeto de pesquisa, revela-se que ela não atua apenas como um mero transmissor imparcial de eventos, mas desempenha um papel ativo na manipulação de interesses e na intervenção na vida dos sujeitos. Molda discursos que atendem a agendas políticas específicas, atuando tanto como fonte histórica quanto como objeto de estudo. Este trabalho explora o potencial da imprensa como ferramenta de pesquisa histórica, enfatizando a evolução metodológica. Ao se concentrar na história do presente, discute a representação da pandemia na Gazeta do Povo e explora o papel da imprensa nos movimentos trabalhistas em Jaguarão, Rio Grande do Sul, no início do século XX. Além disso, destaca a influência da imprensa nas afiliações esportivas locais em Constantina.</span></span></span></p> Luiz Henrique Grolli Ivanowski Valeria Romanzini Censi Gabriel Henrique Solimeno ##submission.copyrightStatement## 2024-02-29 2024-02-29 5 1 Os Museus de Memória no Cone Sul para além-fronteiras: o trabalho da memória contra os resquícios autoritários do Plano Condor https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/19122 <p>Na segunda metade do século XX, no Paraguai (1954-1989), no Brasil (1964-1985), no Uruguai (1973-1985), no Chile (1973-1990) e na Argentina (1976-1983), aconteceram graves violações aos direitos humanos cometidas pelo Estado em regimes de exceção que têm sido comumente nomeados como ditaduras civis-militares- (eclesiais), articulados no Plano Condor. O dano causado às vítimas e seus familiares, como também a sociedade de modo geral, no que se refere as relações de reciprocidade e de respeito, são irreparáveis. Mas conscientes de que não é possível mudar o passado, mas suas consequências no presente, inúmeras políticas de memória têm sido implementadas nesses países com a finalidade de dar visibilidade ao que aconteceu, reconhecer a responsabilidade do Estado e comprometer-se com a não repetição. Embora seja uma das últimas políticas implementadas até então, em todos os países do Cone Sul foram demandadas instituições museológicas como forma de reconhecimento e visibilidade das graves violações, e, com exceção do Brasil, em todos os demais foram criados museus de/da memória (s). Nesse sentido, importa-nos compreender o trabalho da memória proposto pelas seguintes instituições: <em>Museo de la Memoria</em>, em Rosario/Argentina;<em> Museo de las Memorias: Dictadura y Derechos Humanos</em> em Assunção/Paraguai; <em>Centro Cultural Museo de la Memoria</em> em Montevidéu/Uruguai; <em>Museo de la Memoria y Derechos Humanos</em> em Santiago/Chile; <em>Museo Sitio de Memoria ESMA</em> em Buenos Aires/Argentina. Trata-se, assim, de um delineamento dos museus de/da memória (s) como um conceito em aberto, e como uma política híbrida de memória, que inclui medidas simbólicas, de justiça e de reparação.</p> Giovane Rodrigues Jardim ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Arquivos biográficos de Zeca Vaccariano: de assaltante do trem pagador à delegado de polícia https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20352 <p>Este artigo faz inferências à marca indelével deixada por José Antonio de Oliveira, o Zeca Vaccariano, na história&nbsp; da primeira metade do século XX, como executor do assalto ao grupo de pagadores da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande, ocorrido em 24 de outubro de 1909, no interior do estado de Santa Catarina, Sul do Brasil. Tendo como foco a figura deste personagem histórico, se estabelece como marco temporal aproximado o período entre 1893 e 1930 por corresponder biograficamente com o protagonista e historicamente com um processo de modernização e conflito na região do oeste catarinense. Metodologicamente o trabalho se apoia em pesquisa bibliográfica, documental a partir de registros oficiais e história oral&nbsp; utilizando como balização a perspectiva teórica do Banditismo Social. Deste modo, o objetivo é discutir a atuação de José Antonio de Oliveira, o Zeca Vaccariano, considerando o uso estratégico da violência e suas estreitas relações com o coronelismo no Contestado e região da Fronteira Sul-Brasileira. Inspira a reflexão sobre a linha paradoxal do personagem, que vai do banditismo e o protagonismo do cargo de delegado de polícia.&nbsp;</p> Ernoi Luiz Matielo ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Migrações internacionais e trabalho na agroindústria frigorífica: novas dinâmicas no oeste de Santa Catarina (2012-2022) https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20371 <p><span style="font-weight: 400;">O presente trabalho apresenta as discussões preliminares sobre migrações internacionais e trabalho na agroindústria frigorífica no oeste catarinense. A pesquisa é associada ao projeto de iniciação científica financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq, e tem como base metodológica a leitura bibliográfica e levantamento de dados do ministério do trabalho referentes ao deslocamento de migrantes internacionais para a região Oeste de Santa Catarina. A discussão se volta a encontrar base para analisar a multifacetada a presença de imigrantes no setor da agroindústria frigorífica na última década, bem como suas implicações nas políticas públicas e inserção trabalhista.</span></p> Cauã dos Santos Guido Letícia Ortolan Vicente Ribeiro ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Elaboração de sentidos e apropriações na fruticultura regional: as festas da maçã em Fraiburgo, SC https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/19359 <p align="justify"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;">Sob o título “Elaboração de sentidos e apropriações na fruticultura regional: as festas da maçã em Fraiburgo, SC”, discute-se o uso de meios de divulgação e promoção de evento e festividades com o propósito de encampar a ideia da cidade de Fraiburgo e seu entorno regional como polo vantajoso para o cultivo da maçã, entre as décadas de 1970 e 1980, em Santa Catarina. Cita-se desafios enfrentados tanto em relação as condições climáticas predominantes quanto a necessidade de grandes investimentos financeiros, para implementação do projeto político-empresarial pretendido para Fraiburgo. A despeito desses e de outros desafios, se ousou mobilizar a sociedade local e regional sob a forma de eventos e festividades de grandes públicos sob importante viés empresarial, como forma de projeção político-econômica para essa localidade. A exemplo, destaca-se a promoção da “1ª Festa Regional da Maçã em 1978, sendo que em 1986 a edição do evento chamou-se “Festa Estadual da Maçã”. Nesta perspectiva, se pode observar que diversas narrativas foram construídas como elementos de legitimação do processo de elaboração de uma identidade socioeconômica e cultural contemporânea para a cidade de Fraiburgo com projeção regional-estadual na região do Vale do Rio do Peixe. Em síntese, a mobilização de elementos socioculturais favoreceu a constituição conceitual e sensitiva de Fraiburgo como lócus privilegiado para o cultivo de macieiras em Santa Catarina. Ademais, os resultados desse processo foram se consolidando progressivamente no período do recorte temporal do estudo. </span></p> Joel dos Santos Pereira Marlon Brandt ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 A formação das fronteiras do oeste catarinense: questões agrárias e o Poder Judiciário (final do século XIX até 1930) https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20341 <p>A implantação do Poder Judiciário no Oeste Catarinense possibilitou ao Estado uma nova forma de vigilância e, também permitiu ao Estado monitorar e afastar determinados grupos étnicos considerados pelo Estado e Compainhas Colonizadoras como um obstáculo para o desenvolvimento político e econômico da região, tendo por trás um conjunto de regras e leis que vieram a substituir as antigas práticas de repressão e possibilitaram ao Estado, vigiar de uma forma sutil à nova área incorporada.&nbsp; O presente trabalho busca elaborar um levantamento teórico acerca do processo de colonização da região Oeste Catarinense e demonstrar o papel do poder judiciário&nbsp; para a consolidação do território oeste catarinense para o Estado de Santa Catarina através da ação das empresas colonizadoras, bem como, observar através dos processos judiciais, os conflitos pela posse da terra nos períodos de 1930 – 1950. Trata-se assim, de analisar, neste processo de colonização, os conflitos que envolveram&nbsp; questões de terras e a comercialização da madeira que foram equacionados pelo Poder Judiciário implantado no Oeste catarinense que foi instalado&nbsp; juntamente com a criação do município de Chapecó em 1917.</p> Marcos Adriano Ribeiro ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Colonialidade desencarnada: as fronteiras entre história, memória e literatura na Teoria geral do esquecimento, de José Eduardo Agualusa https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/19368 <p>O escritor angolano José Eduardo Agualusa definiu o seu livro <em>Teoria geral do esquecimento</em>, quando do lançamento em 2012, como uma ficção em contexto histórico real. Diante desse argumento, pretendemos, neste trabalho, analisar as fronteiras entre história, memória e literatura forjadas em tal obra, bem como investigar a constituição de identidades em uma sociedade imersa no contexto pós-colonial. Para tal, a narrativa do romance será cotejada à historiografia do processo de independência e libertação em Angola e aos estudos dos movimentos de elaboração e remissão de passados traumáticos. Nesse exercício, compreenderemos que a personagem Ludo, portuguesa obrigada a viver na África, carrega em si a substância da descolonização – de modo que os impasses de um processo social/político/econômico ganham carne e osso, os quais, ao longo das páginas, definham para que Ludo possa (re)nascer angolana. Além disso, perceberemos a manifestação de rechaço ao esquecimento no discurso do texto, uma vez que Agualusa propõe um comprometimento com a redenção, o acerto de contas com o passado. Assim, podemos dizer que a memória seria o que medeia as relações sociais que produzem as identidades. Quando o passado nos persegue e nos atinge, é preciso tomar decisões e Ludo toma a sua: por meio da amizade com o menino Sabalu, se refaz em e com Angola (o seu verdadeiramente “novo” mundo). À vista disso, em última instância, a <em>Teoria... </em>é uma convocação para que desencarnemos personalidades, nos livremos de traumas e possamos exercitar identidades outras em diálogo com o mundo que nos invade.</p> Guilherme José Schons ##submission.copyrightStatement## 2024-02-29 2024-02-29 5 1 Entre fronteiras: o papel do Estado para a constituição de Chapecó como destino migrante https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/19051 <p><span style="font-weight: 400;">Este trabalho propõe uma análise de Chapecó como destino migrante a partir das políticas públicas. Buscamos discutir, dentro de uma perspectiva historiográfica, três políticas públicas: a política de branqueamento pós abolição a qual fomentaria uma massiva imigração europeia para o Brasil no início dos anos 1900. A segunda, a instalação da Secretaria de Negócios do Oeste (SNO) em Chapecó na década de 1960 no qual, o principal objetivo permeia o desenvolvimento de uma região, até aquele momento, pacata e sem conexão com a capital do Estado, sendo a Secretaria de Negócios responsável pela abertura de estradas, o aeroporto entre outras questões de infraestrutura precárias como o transporte e energia. Tal desenvolvimento buscava, sobretudo, aumentar o capital de giro dos produtores locais e fomentar a instalação de indústrias na região. Por fim, a recente Operação Acolhida. No qual, seu objetivo busca realocar imigrantes venezuelanos no Estado de Roraima para outros estados do país com alta demanda de mão de obra, em Chapecó, destaca-se a alta rotatividade da agroindústria. Este fluxo migratório forçado é decorrente da crise política e econômica que passa o país sul americano.&nbsp;</span></p> Gabriel Vaz João Paulo Farina ##submission.copyrightStatement## 2024-02-29 2024-02-29 5 1 Cultura e diversidade na formação social do oeste catarinense https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/19999 <p><span style="font-weight: 400;">A Cultura é a base estrutural do ser humano e dá suporte à organização da vida social de grupos étnicos ou sociedades. Cultura que muitas vezes produz não relações, não de igualdade ou harmonia, mas sim, a diversidade cultural expressa diferentes ideologias, manifestações, organizações e produções de cada grupo. É pela cultura que se expressa a moral, os costumes, os hábitos, as artes, as crenças, as leis e as aptidões que o ser humano adquire e constrói no meio social em que está inserido.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">A formação social do Oeste catarinense, que se desenvolveu com o avanço da colonização, especialmente a partir dos anos 1920, está amplamente marcada pela diversidade étnica. Cada grupo produz sua memória, com base em suas lembranças, vivências e laços afetivos, que se constituem nos pilares principais que dão a esses respectivos grupos a ideia de pertencimento social.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Nesse sentido a presente comunicação tem por objetivo contextualizar a colonização alemã no município de São Lourenço e destacar como esse grupo étnico se relacionou com os outros grupos. Também mostrar como esses grupos se distinguem com traços culturais como a língua, hábitos, crenças.</span></p> Silvana Vieda Hermes ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Rio Uruguai em cena: poluição e agroindústria na Canibal Filmes https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20354 <p><span style="font-weight: 400;">O presente trabalho é derivado de um recorte da dissertação apresentada ao Mestrado em História da UFFS e defendida em 2022. A pesquisa teve como objetivo geral a investigação das inter-relações socioambientais do Oeste catarinense, a partir das produções artísticas da Canibal Filmes, entre os anos de 1990 e 2020. O objeto da pesquisa, refere-se a uma produtora de cinema independente </span><em><span style="font-weight: 400;">gore</span></em><span style="font-weight: 400;"> que surgiu no início da década de 1990 e se mantém no tempo presente, no município de Palmitos, Santa Catarina. Sendo assim, propomos aqui a apresentação de fontes, discussões teóricas e alguns resultados encontrados a respeito das denúncias socioambientais apresentadas no filme de média-metragem Zombio (1999), produzido com baixo orçamento, filmado em VHS, em Palmitos, com o uso de técnicas artesanais e elementos orgânicos e endêmicos da região. Dessa forma, analisamos a poluição do rio Uruguai a partir do enredo ficcional que apresenta um casal de turistas passeando às margens do rio Uruguai quando são surpreendidos e atacados por zumbis, possível consequência de uma mutação em humanos contaminados pela poluição do curso hídrico. A poluição do rio Uruguai é verificada com base em estudos das Ciências Naturais, com destaque para a contaminação por dejetos suínos, provenientes da agroindústria no Oeste catarinense, além de contaminantes causados por metais pesados, agrotóxicos, esgotos domésticos, mineração, entre outros. A pesquisa parte da interdisciplinaridade, dialoga História Ambiental, Cinema Ambiental, Estudos Geográficos e Ciências da Natureza. Com isto, o trabalho proporciona outros olhares acerca da arte catarinense, suas narrativas historiográficas e inter-relações socioambientais.</span></p> Morgana Elisha Jahnke Samira Peruchi Moretto ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Três ocupações em Chopinzinho à luz da Teoria da Mobilização de Recursos: 1986-2005 https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20504 <p><strong>Resumo: </strong>Este resumo expandido busca analisar movimentos sociais relacionados à luta pela moradia, levando em consideração três momentos que, na construção narrativa, são interligados através da teoria dos movimentos sociais. O primeiro momento é a ocupação da Fazenda Corumbatá, em 1986. O segundo é a ocupação das margens da PR-281 em 2004. E o terceiro momento trata-se do remanejamento dos trabalhadores à Reserva Ambiental da Vila Rural Araucárias. Utilizamos os métodos da História Oral com relação a produção de fontes, assim como reportagens de imprensa. Como resultados, obtivemos uma narrativa histórica que considera a experiência dos sujeitos, assim como um entendimento mais abrangente da interrelação dos movimentos através da teoria da Mobilização de Recursos de John D. McCarthy e Mayer N. Zald.</p> Lucas Eduardo Knapik Humberto José da Rocha ##submission.copyrightStatement## 2024-04-03 2024-04-03 5 1 As serrarias enquanto espaços de memória https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20457 <p>Reflexões acerca da atividade das serrarias no município de São Domingos que atuaram principalmente entre as décadas de 1950 a 1970, enquanto patrimônio histórico cultural do local, paralelo a uma abordagem sobre o processo de colonização ligado a extração madeireira, identificando sua influência na transformação da paisagem, produzindo um mapeamento sobre as serrarias ativas no período. Discutirá como se formou a paisagem cultural através da atividade das serrarias no município de São Domingos, visto que elas foram o alicerce para a configuração histórico e social do atual território. A paisagem fruto do agenciamento entre o homem e a natureza pode ser lida como um documento que expressa a relação do homem com seu meio natural, mostrando as transformações que ocorreram ao longo do tempo. A utilização da noção de paisagem cultural para atribuição de valor a um patrimônio apresenta um campo fértil para discussões, ajudando a formar a identidade de um povo e contar sua história.</p> Tatiane Lazzarotti ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 O passado, a lapidação e a lusitanidade – Moysés Vellinho e os elogios a Gilberto Freyre (1962) https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/19356 <p>Este estudo tem como objetivo compreender a construção discursiva Moysés Vellinho (1962) em torno dos ideais de lusitanidade transversalmente defendidos por Gilberto Freyre em seus escritos. Para tal, analisaremos um texto publicado pelo primeiro acerca das obras do segundo, presente na obra <em>Aparas do Tempo </em>(1981), uma seleção de textos e ensaios escritos por Vellinho ao longo de sua vida, empreendida pelo próprio autor. Nos ateremos a compreender as relações interdiscursivas entre os autores e suas premissas, percebendo traços de continuidade dos pressupostos defendidos por Freyre na historiografia velliniana.</p> Pâmela Cristina de Lima ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Representações sobre a Coluna Prestes na obra "História de Descanso-SC" (1986) https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/19107 <p><span style="font-weight: 400;">O objetivo deste texto é estudar as representações construídas sobre a Coluna Prestes no livro "História de Descanso-SC", escrito por Eliseu Oro, em 1986. A Coluna Prestes, formada por militares e civis e sob a liderança do capitão Luiz Carlos Prestes, percorreu o Brasil entre 1924 e 1927 na tentativa de derrubar o governo de Arthur Bernardes. Em 1925, ao atravessar o estado de Santa Catarina, a Coluna passou pela região onde, posteriormente, surgiu o município de Descanso. As memórias da passagem da Coluna Prestes pela região de fronteira ganharam espaço nos escritos históricos do município de Descanso/SC, sobretudo, os produzidos pelo professor Eliseu Oro na obra "História de Descanso-SC", nesta obra Eliseu construiu um conjunto de representações sobre a passagem da Coluna Prestes. Para tal objetivo, utilizaremos as produções de Roger Chartier sobre representações, para nos ajudar a perceber e analisar profundamente essa fonte documental. O estudo da obra "História de Descanso-SC" nos permite compreender como a passagem da Coluna Prestes pela região foi utilizada por Eliseu Oro para construir representações sobre as origens da povoação de Descanso.</span></p> Samara Caroline Lovatel Antonio Marcos Myskiw ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 Geografia e povoamento dos campos guarapuavanos, processo colonizador, meio ambiente e economia (1951-presente) https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/19185 <p><span class="fontstyle0">O objetivo central desta pesquisa é analisar, junto aos preceitos geográficos e no<br>povoamento dos campos guarapuavanos, as características econômicas de exploração do<br>meio ambiente e da consequente industrialização dos campos entre 1950 e o presente.<br>Atualmente este município encontra-se no topo do </span><span class="fontstyle2">ranking </span><span class="fontstyle0">paranaense ligado a riqueza<br>produzida no agronegócio, sendo principal expoente de cevada e malte e destacando-se<br>no setor das oleaginosas, soja em especial. Contudo, este feito não deu-se sem grande<br>impacto social e ambiental, sendo da alcunha desta pesquisa debater este tema que<br>diversas vezes foge ao foco. Para tanto, nossa análise será alicerçada em notícias e<br>jornais da década de 1950 e 1980, início e apogeu, respectivamente, das políticas<br>creditícias ao setor agroindustrial durante a ditadura civil militar brasileira (1960-1985),<br>utilizaremos portanto da análise documental e da pesquisa bibliográfica como base,<br>realizando a discussão destas com a História Ambiental. Como resultados preliminares<br>teremos a mudança na distribuição geográfica do município, havendo o inchamento do<br>setor urbano em relação a concentração fundiária nos campos, além da drástica<br>diminuição da cobertura de matas do local, em justaposição clara ao crescente mercado<br>de cevada, malte, milho e soja e plantas industriais ligadas à estes produtos.<br>.</span></p> Lucas Martins ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 O mapa musical do Brasil pela Discos Marcus Pereira https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/19181 <p>A presente pesquisa tem como objetivo principal verificar como a gravadora Discos Marcus Pereira organizou, realizou pesquisas e lançou as coletâneas de música popular das diferentes regiões do país, naquilo que chamou de “a verdadeira música popular brasileira”. Produzidas durante a década de 1970, essas coletâneas continham artistas locais e nacionais, representando, segundo a ideia de uma gravadora independente, como era a cultura popular dessas regiões. A História Cultural (Burke, 2008) e a História da Música (Napolitano, 2002, 2008), além da ideia de representação (Chartier, 2002) são importantes para o desenvolvimento do trabalho, que terá como fonte principal a coletânea Música Popular do Sul, lançada em quatro discos no ano de 1975. Os resultados mostram que a coletânea apresenta uma região diversificada, com grande influência indígena, africana e, principalmente, europeia.</p> Ricardo Oberderfer Claiton Márcio da Silva ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 A invisibilidade do caboclo no Contestado através da perspectiva ambiental (1936) https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/19192 <p><span style="font-weight: 400;">Este trabalho possui como objetivo analisar a invisibilidade e a marginalização dos sujeitos caboclos no discurso oficial dos municípios da região do Contestado-SC. Os indivíduos caboclos se inserem no Contestado como impedidores do progresso da região e como indivíduos que não sabem utilizar o solo de forma correta para produção como faziam os colonos. A Revista de Educação de 1936 contempla esta perspectiva através de uma publicação. O caboclo do Contestado é trazido por Arlene Renk através da obra “A luta da erva: um ofício étnico da nação brasileira no Oeste Catarinense” e por diversas vezes através de Delmir Valentini (2011, 2020). A partir da análise da historiografia local, bem como de fontes orais, é possível constatar que essa população, cuja presença na região pode ser constatada desde pelo menos a segunda metade do século XIX, quando retratada, é desqualificada pelas suas práticas socioespaciais, sobretudo relacionadas ao uso e acesso à terra. Observar o caboclo como ser impedidor do progresso é uma análise baseada em uma perspectiva colonizadora, contribuindo para a invisibilidade de povos que já sofreram com a marginalização após o processo histórico da Guerra do Contestado, onde se utilizou desta mesma narrativa.</span></p> Ewelin Cristine Puhl Marlon Brandt ##submission.copyrightStatement## 2024-02-28 2024-02-28 5 1 As amizades epistolares e as fronteiras do isolamento: a correspondência de Luiz Carlos Prestes com amigos argentinos e uruguaios durante o período de prisão https://portaleventos.uffs.edu.br/index.php/HD/article/view/20343 <p>Entre os anos de 1936 e 1945, Luiz Carlos Prestes, o comandante da Coluna Prestes e líder comunista brasileiro, esteve preso e mantido em isolamento na cidade do Rio de Janeiro. Isolamento este, que nos primeiros sete anos, foi rompido apenas pelas visitas do advogado e pelas cartas trocadas com a família e amigos. Publicadas entre os anos de 2000 e 2002, essas cartas expõem não apenas as relações familiares mantidas apesar do exílio, da prisão e da guerra, mas, também, as relações de amizade construídas entre Prestes e homens e mulheres que não o conheciam, mas que o admiravam e se dispunham a tornar os seus dias menos solitários. A correspondência entre Prestes e esses amigos epistolares, em sua maioria cidadãos argentinos e uruguaios, mostra-se como uma importante fonte para pensar o contexto político e intelectual platino nas décadas de 1930 e 1940, bem como para evidenciar a relevância das escritas epistolares como documentos indiciários dos vínculos construídos entre militantes e intelectuais de esquerda para além das fronteiras físicas que os separavam. A partir da correspondência de Prestes com Nair Fernandez, Teodosio Lezama e as irmãs Sara e Maria Torres, este trabalho propõe uma discussão acerca do teor desses diálogos epistolares, assim como do lugar que essas cartas ocuparam no cotidiano de isolamento e de resistência vivido por Prestes na prisão.</p> Cristiéle Santos de Souza ##submission.copyrightStatement## 2024-02-29 2024-02-29 5 1