O caso de Alcebíades Vargas da Cunha, vulgo Gaiteiro: uma análise do crime e cotidiano (Erechim/RS – 1950)

  • Daniel da Silva Amorim Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: História do Crime, Psiquiatria legal, Pós-Abolição, Fronteira Sul, Extração da madeira

Resumo

No dia 16 de agosto de 1957, o Promotor de Justiça Eduardo Pinto ofereceu a seguinte denúncia: na noite do dia 03 de agosto de 1957 o réu Alcebíades Vargas da Cunha, de cor preta, com 37 anos, agricultor e músico, encontra sua mala aberta e nota a falta de Cr$1.380,00, Alcebíades discute com Dorvalina de Tal, mulher de 40 anos, de cor preta, e que o réu havia levado para morar consigo, ela cospe-lhe o rosto e ele tomado de raiva a estrangula, deixando-a sem vida. Desde 1957 na cadeia, o réu é finalmente julgado pelo Juiz de Direito Antônio Flores Cruz como culpado. Sua sentença é a prisão durante 3 anos e outros 3 em Colônia Agrícola, devido sua periculosidade indicada pelos peritos do Instituto Psiquiátrico Forense, sendo solto em 1963. Para essa comunicação será apresentado o perfil e a trajetória de vida do réu de acordo com o que consta no processo que o condenou. Destaca-se as diversas instituições pelas quais Alcebíades passou e as diferentes impressões que ele causou nas autoridades locais. Através do processo criminal de Alcebíades – depositado no Arquivo Histórico Municipal Juarez Illa Font (Erechim/RS) – se buscará compreender como era sua vida no campo como picador de lenha vivendo por empreitada no interior do Rio Grande do Sul da década de 1950. Em uma região marcada por forte imigração europeia, o processo criminal de Alcebíades permite aproximar-se da experiência de um homem negro no pós-abolição da fronteira sul do Brasil.

Biografia do Autor

Daniel da Silva Amorim, Universidade Federal da Fronteira Sul

Graduando do Curso de História da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

Publicado
17-12-2024