A imprensa como instrumento de criminalização dos atores sociais da Fronteira Sul

  • Jean Marcos Bonatto UFFS
  • João Paulo de Almeida Farina UFFS
Palavras-chave: Imprensa, Fronteira Sul, Movimentos Sociais

Resumo

O presente trabalho tem como foco a análise da perseguição aos movimentos sociais, populares e agentes sociais que atuaram na região da Fronteira Sul do Brasil, nos estados do Rio Grande do Sul e no Paraná, durante e depois do processo de redemocratização no Brasil, em que comum estes movimentos foram criminalizados pelo Estado e pela mídia. Para o desenvolvimento da pesquisa, foi realizado um levantamento da imprensa do período, foram abordadas as matérias jornalísticas de veículos midiáticos locais e nacionais que descreviam uma visão sobre estes atores sociais. Analisaremos a denúncia sobre a realização de aulas de guerrilha no Alto Uruguai gaúcho, supostamente realizada pelo PT, CUT, CRAB (MAB) e MST, e a trajetória de luta dos assentamentos do MST em Bituruna e General Carneiro contra o latifúndio da madeira. No intuito de identificar como a imprensa noticiava a atuação dos grupos, quais as motivações para a realização das matérias, a que interesses serviam as denúncias e quais os atores envolvidos nas notícias. A metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica sobre o tema, a fim de percorrer um panorama histórico dos caluniadores e caluniados; a observação e análise das características das denúncias, a partir do uso do artifício jornalístico do Escândalo Político Midiático desenvolvido por John Thompson. Buscamos contribuir para a historiografia dos movimentos sociais na Fronteira Sul, considerando como a mídia, umas das principais formadoras de opinião nas democracias atuava na criminalização de atores sociais, desequilibrando a disputa política nas democracias liberais.

Publicado
20-12-2024